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ESTUDO DA LITERATURA COMPARADA DE BRASIL E HISPANO-AMÉRICA

1
Osvaldo Homero Garcia CORDERO

RESUMO

Este estudo tem por finalidade descrever aspectos relevantes, de caráter histórico e
cronológico, que permearam a Literatura Brasileira e Hispano-Americana, durante o
período compreendido entre o processo da colonização até o modernismo de ambas
as literaturas, apresentando semelhanças e diferenças entre os gêneros, estilos e os
representantes que se destacaram no processo de formação da identidade cultural
em América Latina. A Literatura comparada permite conhecer e comparar como as
literaturas surgem de uma vertente comum. Neste contexto, expõem-se os princípios
que norteiam os primórdios do surgimento da literatura comparada e seus princípios
epistemológicos que tornaram este componente curricular parte integrante do
currículo das universidades de Europa no século XIX. A fundamentação científica
que sustenta a literatura comparada e o aporte significativo da sistematização deste
componente feita por Van Tieghem permite realizar um breve paralelo através das
diversas escolas literárias surgidas no continente, tomando como referencia as
características da colonização espanhola e portuguesa até o processo integrador e
emancipador das diversas correntes sociais advindas desde Europa e que se
personificaram em latino América no Modernismo. Antecedentes históricos, poetas
destacados e similitude das obras produzidas nesses períodos, tentarão aproximar
as literaturas com o firme propósito de encontrar pontos em comum dentro da
história do continente sul americano.

PALAVRAS CHAVE: Literatura comparada. Colonização. Hispano-américa.

1
Professor de Educação Física, formado pela Pontifícia Universidade Católica do Chile. Especialista
em Metodologia do Ensino Superior, docente do curso de Letras Português / Espanhol das
Faculdades Integradas de Ariquemes – FIAR.

Revista Fiar: Revista do Núcleo de Pesquisa e Extensão Ariquemes, v.2 n. 1, p. 111-122, 2013
ISSN 2317-1359 (on-line)
COMPARATIVE STUDY OF LITERATURE OF BRAZIL AND HISPANO AMERICA

ABSTRACT

This study aims to describe the relevant aspects of a historical and chronological,
which permeated the Brazilian Literature and Hispano-American, during the period of
colonization to the process of both modernism literature, showing similarities and
differences between genders, styles and representatives who have excelled in the
training process of cultural identity in Latin America. The comparative literature to
know and compare the literatures emerges as a common strand. In this context,
presents the principles guiding the beginnings of the emergence of comparative
literature and its epistemological principles that made this discipline integral part of
the curriculum of the universities of Europe in the nineteenth century. The scientific
foundation that supports comparative literature and the significant contribution of the
systematization of this discipline made by Van Tieghem were enables a brief parallel
through the various literary schools emerged on the continent, taking as reference
the characteristics of the Spanish and Portuguese colonization until the integration
process and the emancipatory various social streams stemming from Europe and is
personified in Latin America in Modernism. Historical, poets and prominent similarity
between the works produced during these periods, try to approximate the literatures
with the firm intention of finding common ground in the history of the South American
continent.

KEYWORDS: Literature compared. Colonization. Hispano-America

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INTRODUÇÃO

Comparar é um procedimento que acompanha o ser humano desde tempos


remotos dentro de sua organização social, assim diversas área do conhecimento
humano tem dedicado parte do seu estudo para comparar estruturas ou fenômenos
análogos, com o objetivo de extrair leis gerais. O início da literatura comparada parte
da corrente de pensamento cosmopolita predominante no século XIX. Assim nas
grandes universidades européias e norte-americanas surge como componente
curricular do ensino regular dividido em duas grandes áreas; a primeira que
possibilita a comparação entre autores e obras, ou autores e países e a segunda
que compara os estudos literários desde uma perspectiva histórica. Para tal efeito foi
necessário adentrar-se em alguns estudiosos da literatura comparada como Van
Tieghem, onde percebe que a literatura não pertence a uma área autônoma da
cultura, mas sim como uma expressão humana entrelaçada com redes em várias
culturas, sociedades, instituições, idiomas, ideologias e lutas.
O presente trabalho focará seu estudo na análise dos diversos elementos
culturais e sociais dos períodos da literatura na América espanhola. Também em
analisar as influências europeias ocorridas entre ambas as literaturas em seu
percurso histórico, com informações das fontes cronológicas, tentando realizar um
paralelo a partir de uma vertente em comum que começa com a colonização
portuguesa e espanhola respectivamente até o Modernismo. A investigação de um
mesmo fato histórico em diferentes contextos literários permite que se expandam os
horizontes do conhecimento estético, também a analise comparativa dos elementos
que interferem no processo histórico que favoreçam a visão crítica da literatura
nacional.

1 A LITERATURA COMPARADA

A literatura comparada em América latina é uma atividade complexa que vai


desde as análises dos conceitos do comparativismo até o etnocentrismo que
caracterizou na fase inicial este componente curricular.

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Tomando em conta o marco histórico dentro de um processo de colonização,


a literatura comparada sempre procurou desde suas primeiras manifestações a
dependência cultural com Europa, no entanto atualmente esse eixo foi mudado pelo
pensamento sobre o continente, assim este elemento curricular vem ocupando um
espaço dentro do âmbito intelectual. Porém, antes de entrar no tema faz-se
necessário uma revisão dos primórdios no processo de surgimento do citado
componente.
O costume de comparar literaturas existe há muito tempo, no entanto foi a
partir do século XIX, na França encontram-se os indícios de sistematizar a literatura
comparada. Conforme Carvalhal (1998) em 1816 é publicado o livro Curso de
Literatura Comparada, escrito por Noel e Laplace, que trata de uma recopilação de
antologias de diversas literaturas sem nenhuma preocupação em compará-las.
Mais tarde surge o professor Abel-françois Villemain com sua obra
Panorama da Literatura Francesa do século XVIII, citando o termo. Mas foi em 1830
que aparece a figura de J.J. Ampère onde se refere a história comparativa das artes
e da literatura, em sua obra Discurso sobre a História da Poesia e dez anos depois
torna utilizar o termo na sua obra História da Literatura Francesa Comparada ás
Literaturas estrangeiras. Vale ressaltar que na Alemanha, Itália e Grã Bretanha
também surgem diversos intelectuais preocupados com a organização desta
especialidade dentro dos currículos universitários. “Na Inglaterra, cabe a Hutcheson
Macaulay Posnett a primazia do uso da expressão, em 1886, num livro teórico
intitulado Comparative Literature” (CARVALHAL, 1998, p.11).
Em 1931, aparece a obra clássica Literatura Comparada escrita pelo francês
Paul Van Tieghem, onde apresenta os primeiros indícios de fixação norteadora, o
autor define o objeto da literatura comparada como o estudo das diversas literaturas
e suas relações recíprocas, também consegue distinguir a literatura comparada com
a literatura geral, situando a primeira como mais analítica. A literatura geral é
considerada de forma mais sintética podendo abranger variadas literaturas
(Carvalhal, 1998).
Para Van Tieghem, a literatura comparada ao contrário da literatura nacional
e da ciência da literatura, não examinaria o valor estético, mas a historicidade, a
influência e o empréstimo. Para tal efeito, a literatura comparada especula sobre “as
relações binárias entre dois elementos somente e que estes elementos podem ser
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obras, escritores, grupos de obras e homens e mesmo literaturas inteiras” (ROGEL,


2010 p.120).
Segundo Carvalhal (1998, p.18) Van Tieghem define os estudos da literatura
comparada estruturados através de três etapas: “a história das literaturas nacionais,
a literatura comparada que se ocuparia com a investigação de afinidades e,
finalmente, a literatura geral, que sintetizaria os dados antes colhidos”.
No cenário nacional, podem-se encontrar alguns estudiosos preocupados em
aderir à tendência européia no começo do século XX, entre eles destaca-se Tasso
de Oliveira que absorve as sugestões francesas, pesquisando influências, buscando
identidades e restringindo a literatura comparada das aproximações binárias.
Carvalhal (1998, p.20) “consegue analisar, de certa forma a abrangência da
formação do comparativista. A formação, portanto, do comparativista se dá mais em
termos de bagagem, de erudição do que adestramento em técnicas de análise. Sua
tarefa é, sobretudo, a caça de indícios”.

2 PARALELO HISTÓRICO DA LITERATURA BRASILEIRA E HISPANO –


AMÉRICA.

Sabe-se que o estudo da literatura comparada dificilmente poderá ser


desassociado da interferência europeia, tendo em vista que tanto o Brasil quanto
Hispano-América têm um eixo em comum que é a colonização das maiores
potencias expedicionárias do velho continente: Portugal e Espanha, países vizinhos
que apesar de suas diferencias compartiam os mesmos interesses econômicos
durante a Idade Média. As primeiras expedições demandavam um grande aporte
econômico sustentado pela monarquia presente nestas duas potencias navais.
Os primeiros indícios da literatura Hispano-americana remontam-se as cartas
de origem espanholas enviadas por Cristóvão Colombo, escrevendo para os reis
católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castilha, em 1498 informando acerca das
novas terras encontradas e das características dos habitantes da região. No Brasil,
as primeiras cartas escritas por Pero Vaz de Caminha referindo-se à chegada dos
conquistadores portugueses foram dirigidas ao rei dom Manuel I de Portugal em
1500, descrevendo as paisagens exuberantes e a beleza dos habitantes, atribuindo-
lhes um ar de inocência perto do que seria o paraíso.

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O primeiro documento que se refere concretamente à América são as cartas


de Colombo, em número de cinco, de que só conhecemos quatro. A
primeira é de suma importância, por dar conta do descobrimento, e, ainda
que não seja uma obra especificamente literária, destaca-se por haver
difundido a ideia do “bom selvagem”...( JOSEF 1982, p.25).

Conforme Martins e Ledo (2003) A história da literatura brasileira tem inicio


em 1500, com a carta de Pero Vaz de Caminha, que era escrivão da frota de Pedro
Alvares Cabral, comunicando a descoberta das terras brasileiras ao rei dom Manuel
I de Portugal, descrevendo as paisagens exuberantes e a beleza dos habitantes,
atribuindo-lhes um ar de inocência perto do que seria o paraíso.
Com o advento de novos homens às terras americanas em busca de
tesouros e riquezas surgem as crônicas, muito populares na Europa. Aqui se
encontra a presença da crônica de caráter informativa, representada por cronistas
que acompanhavam as expedições.

A história termina com uma das tônicas da literatura informativa; A


preocupação com o ouro e as pedras preciosas que se esperava que existisse
em grande quantidade nas terras do Brasil, a semelhança das peruanas e
mexicanas. É espelho de toda mentalidade colonizadora da época, afirma ter
sido, sem dúvida, a providência a atrair homens com a tentação das riquezas,
desde o âmbar do mar até as pedrarias do sertão (BOSI, 2006, p.17).

No entanto a crônica, que em Europa possuía longa tradição, tinha como


característica sua formalidade e a narração objetiva dos fatos, característica que foi
alterada ao chegar a América, pela figura do cronista-soldado.

A crônica possuía longa tradição na Europa [...] a crônica medieval teve


como característica formal a pura narração objetiva com forte sentido
realista e sem julgamentos dos fatos, mas ao chegar a América populariza-
se e adquire caráter menos individual [...] o cronista soldado é sóbrio,
despreza a cultura livresca, [...] percebe-se que tem intenção de diminuir os
vexames e crueldades do conquistador e as demonstrações de barbárie dos
índios (JOZEF, 1982, p.25).

A crônica de caráter mais formal e didática é encontrada no Brasil pela


contribuição dos missionários jesuítas, entre eles a figura de José de Anchieta, que
contribuiu decisivamente no processo de assentamento dos portugueses no Brasil,
produziu poesias líricas, épicas e textos teatrais, além de cartas, sermões e uma
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gramática da língua Tupi. Os escritos de José de Anchieta são os maiores legados


literários presentes do século XVI no Brasil, mostrando a tradição medieval
portuguesa, apresentando obras com ideias religiosas e conceitos morais e
pedagógicos.
Contudo, em Hispano-América a presença da Igreja Católica está fortemente
ligada à figura do Padre Bartolomeu das Casas, cujo serviço destaca-se na defesa
dos índios, citando em suas obras que o mundo da inocência idílica foi substituído
por um mundo de crueldades.
Aparece a Literatura Barroca no Brasil que centra suas características na
oscilação que leva ao homem do céu ao inferno, mostrando a dimensão carnal e
espiritual. No Brasil no século XVII e XVII a estrutura social estava constituída por
pequenos grupos econômicos, portanto, não havia público leitor para assimilar a
criação literária daquela época. O padre Antônio Vieira conhecido pelos seus
sermões e Gregório de Matos debaixo de forte influência dos barrocos espanhois se
aventura com a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O barroco inicia-se com a
obra Prosopeia de Bento Teixeira e termina com Obras de Cláudio Manuel da Costa,
marcando o início da literatura no Brasil.
Com a fusão de elementos medievais e renascentistas, Bosi (2008) assinala
o clima espiritual do barroco, a América espanhola ou lusa, insere-se na cultura
ocidental e absorve alguns elementos que identificam este período.

Nas esferas ética e cultural está ainda por fazer-se o inventário da herança
colonial barroca em toda América latina. Entre os caracteres mais ostensivos
lembra-se o meufanismo verbal, com toda a seqüela de discursos familiares e
acadêmicos que acaba convivendo muito bem com o mais cego despotismo; a
religiosidade nos dias de festa;a displicência em matéria de moral;o vicio do
genealógico e do heráldico nos conservadores; culto à aparência e do
medalhão; o vezo dos títulos; a educação bacharelesca das elites; os surtos de
antiquarismo a que não escapam nem mesmo alguns espíritos superiores
( BOSI 2008, p.52).

O arcadismo ou Neoclassicismo expressa uma visão sensualista da


existência, propondo a volta à natureza e ao campo, os temas campestres e pastoris
valorizam a simplicidade abandonando as preocupações religiosas e da linguagem
complexa e rebuscada dos barrocos, desliga-se do mundo real e vivencia-se o
imaginário. Segundo Josef (1982, p.50) “A Natureza é minuciosamente observada, o

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tema ideal desta literatura que vai gerar a valorização da natureza americana com
exaltação da vida rural e a presença do bucolismo”.
No Brasil surge o grupo mineiro em defesa da função social da literatura com
o novo paradigma do bem e o mal decretando o fim do pensamento barroco dando
uma aparência moderna e objetiva aos problemas históricos e sociais da época,
sendo considerado o primeiro estilo literário tipicamente brasileiro. Não se pode
comentar o neoclassicismo em hispano-américa sem estar associado à figura de
Andrés Bello, considerado o pai intelectual das republicas americanas, onde sua
função educadora se estende pelo novo continente, sua influência ajuda a formar a
consciência cultural de América, fundamentada na amplitude da autonomia
intelectual. Sua imagem é associada aos generais que comandaram a
independência da maioria das nações sob o domínio espanhol. Aqui também surge
a gramática castelhana em 1947 a incursão da poesia gauchesca exaltando
atitudes políticas de liberdade e o culto às armas, entre outras.
No século XIX explodem as independências das colônias na América
espanhola. Neste período observar-se a inter-relação existente entre a literatura e a
história através do retrospecto histórico da pós-independência do Novo Mundo,
cujas nações recém-libertas buscavam-se estabilizar como países autônomos.
Sendo assim, surge um novo movimento literário, que a partir da década de 1830
começa a tomar força em América hispana, o Romantismo, imitação da corrente
europeia, que procurava à independência hispano-americana da Espanha, a
autonomia e a instauração de uma identidade cultural.
Com a situação histórica existente, acelera-se a criação de uma literatura
autóctone, que perseguia inspiração no próprio tema e no sentimento da natureza,
decerto, o artista proclama a liberdade de expressão. O Romantismo coincidiu com a
afirmação do Brasil como nação e identificou-se com a forma de ser do povo
brasileiro, empapado por um acentuado sentimentalismo nacional. Para Jozef
(1982, p.66) “O Brasil há a valorização do passado nacional através do indianismo e
florescimento da corrente individualista, dos estados mórbidos de melancolia e a
reivindicação da linguagem brasileira”.
É neste período que se considera o verdadeiro nascimento da literatura
brasileira porque o forte desejo da construção de uma pátria inspira a abandonar a

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linguagem formal portuguesa que propicia o surgimento de novas construções


sintáticas.
A figura do índio surge como símbolo artístico no nacionalismo brasileiro
romântico, destaca-se José de Alencar, na primeira geração, com obras de cunho
social, regionalista e histórico. ... ” os escritores desta fase valorizaram muito os
temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom
selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil ”
A segunda geração apresenta traços sentimentalistas exagerados e é
conhecida pelo nome de ultrarromantismo. A terceira geração surge no momento de
protesto político e reivindicação social. O poeta Castro Alves, de relevância neste
período literário, é conhecido pelas inovações da linguagem e sua compreensão de
problemas sociais (SUA PESQUISA, on-line, 2013).

[...] as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma


literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações,
como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a
decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social de
Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo. (MUNDO
VESTIBULAR, on-line, 2013)

O Realismo surge depois da revolução francesa em 1848, e manifesta uma


reação frente ao idealismo romântico, com um olhar de observação realista e
descritiva detalhada dos acontecimentos, imitando as tendências européias
consideradas avantajadas culturalmente, entre elas: França e Espanha.
Acontecimentos históricos como a revolução Industrial; a preocupação pelos
conflitos sociais; a corrupção moral e os problemas de toda índole aceleram a queda
do romantismo.
Um estilo marcante em latino-américa, identificado por pensadores europeus
contemporâneos eclode com o nome de Realismo Mágico, um termo que tem suas
raízes americanas e, que a partir da interpretação dos conquistadores em ressaltar
as maravilhas encontradas neste continente, os escritores da época em hispano-
américa exploram o fantástico, passando por cidades ocultas; fontes da eterna
juventude; árvores que produzem frutos capazes de prover tudo para a subsistência
dos homens e animais fantásticos.

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O Realismo-Naturalismo no Brasil encontra uma sociedade em


transformação, de uma civilização agrícola para uma civilização urbana. Tornasse
necessário recordar alguns acontecimentos marcantes na época, tais como: a
guerra do Paraguai, as campanhas abolicionistas, os problemas econômicos,
religiosos e políticos, assim como a proclamação da república. No campo da
literatura é difícil identificar as obras realistas e naturalistas.
Ficando claro nos escritores, a análise e a observação da realidade os
problemas que atingiram as populações do interior do país, num enfoque social.
Obras como: O Cortiço de Aluisio de Azevedo retrata com objetividade e senso
crítico, em alguns romances de Machado de Assis (Memórias póstumas de Brás
cubas) em 1881 e em (Dom Casmurro) em 1900. Mais tarde o movimento evoluiu
em duas direções: A corrente social e a regionalista.
Filho (2008, p.255), define em duas frases a importância deste movimento
para a Literatura no Brasil: “O Realismo consolidou a nacionalização da língua
portuguesa falada no Brasil”. “O movimento realista deu prosseguimento à
nacionalização da nossa literatura”.
O Parnasianismo, tendência francesa, presa nos princípios do positivismo e
cientificismo, e com a forte objetividade marcada pelos poetas realistas, as obras
literárias tendem a mostrar uma poesia descritiva, onde temas relativos a fenômenos
naturais e fatos históricos ganham relevância, bem como a preocupação excessiva
na técnica nos poemas, os cuidados com as rimas e a seleção de palavras. Um
poeta de destaque figura Olavo Bilac.
O movimento literário que surge do desejo da superação do realismo
fortemente influenciado pelo simbolismo francês é o Modernismo; que pretende
desligar-se da tutela espanhola, com certeza pode-se afirmar que o modernismo
representa a maturidade literária de hispano-América, aqui pela primeira vez eclode
um movimento autóctone que influenciará Espanha e o velho continente.
O Modernismo Hispano-Americano se desenvolve entre os anos 1880 e 1914
e é uma escola literária de grande renovação estética que pretende afastar-se do
materialismo acentuado da burguesia. A Obra dos poetas modernistas constitui a
primeira expressão de autonomia literária dos países hispano-americanos
renovando o idioma espanhol como linguagem literária. Entre os escritores
destacados o nicaraguense Rubem Dario e o cubano José Marti.
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Como a literatura não obedece a uma ordem cronológica há justaposição de


conceitos estéticos diante da sucessão europeia. Para isso as fronteiras diluem-se e
a terminologia varia. No Brasil corresponde ao Parnasianismo e o simbolismo. A
linguagem Parnasiana é considerada a chama renovadora à poesia brasileira citada
como a linguagem literária oficial do Brasil, praticada pelos literários e respaldada
pelo prestigio da Academia Brasileira de Letras. No entanto, o Simbolismo não
conseguiu entrar nos círculos literários mais amplos, assim não pode exercer o
papel que exercera em outros países.
Nos primeiros 20 anos do século XX destaca-se a presença do Pré-
Modernismo, época marcada pela busca do regionalismo e dos valores tradicionais,
linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais . Os principais autores
deste período são: Euclides da Cunha ,Monteiro Lobato, Lima Barreto e Augusto dos
Anjos.

Filho (2008, p.332) associa o Modernismo no Brasil a:

Toda agitação espiritual que marcou Europa nos começas do século, vai
repercutir no Brasil com características próprias [...] Prenuncia-se a ruptura
cultural. E quem assume a iniciativa dos novos rumos é um grupo de
intelectuais e artistas conscientes da situação e conhecedores do que se
passava em terras europeias.

O Modernismo brasileiro é caracterizado por um período de destruição, com


a difusão de novas ideias, criticando a literatura tradicional. A primeira fase do
Modernismo foi caracterizada pela “Semana de Arte Moderna” de 1922, em São
Paulo o “Movimento Pau Brasil” em 1924 que representa um marco na arte
contemporânea. “No entanto, A nossa literatura permanecia ainda presa aos velhos
modelos acadêmicos, basicamente parnasianos na linguagem, refletindo nas
primeiras décadas do século XX a postura do século anterior” (TUFANO, 1988, p.
207).
Brasil que defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base
na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização
das riquezas e contrastes da realidade e da cultura brasileiras tradicionais se vê
invadido pelo caráter revolucionário e dinâmico que estimulou o surgimento de
numerosos grupos de vanguarda em todo o país, descentralizando a literatura do

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Rio de Janeiro. O jovem poeta Oswald de Andrade que apresenta a língua sem
arcadismos, sem erudição e natural, exalta o progresso e o presente.

Para Tufano ( 1988, p. 219):

A poesia de Oswald de Andrade é um exemplo vigoroso de renovação da


linguagem literária. Fugindo totalmente aos modelos literários da época, ele
construiu uma poesia,original, plena de humor e ironia, numa linguagem
coloquial que surpreende pelos achados e pela maestria com que o autor
soube utilizar as potencialidades da Língua Portuguesa.

Outros poetas como Manuel Bandeira e Mario de Andrade fazem parte deste
período literário. Na segunda fase do Modernismo, em 1930 a literatura brasileira
começa a caminhar para seu amadurecimento, com poetas que fixam seu olhar para
os temas concernentes à vida social do nordestino e a temática social urbana. Assim
alguns os escritores como: Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Carlos Drumonnd de
Andrade, Cecília Meireles entre outros, formam parte deste período.
Enquanto se vivia o Modernismo no Brasil, em Hispano-América vivia-se a
Vanguarda, que teve inicio em 1920 e que se inicia o processo de diluição, com
crítica de toda experiência poética anterior e do próprio poema. A modernidade
institui uma nova escritura e nova visão do mundo. Amplia-se o repertório global do
homem. Na obra moderna. A pluralidade de significados é maior, e o autor, altera as
estruturas dos gêneros e das linguagens, para alcançar seus propósitos.

O Vanguardismo pretendia a liberação do discurso lógico e das travas


formais, em proveito da expressão mecânica da realidade. Do complexo de
intenções desprendem-se as duas linhas contraditórias e paralelas que
canalizarão em poesia pura e poesia social. “A incorporação do “não-
poético” “e o” anti-poético” é uma das conquistas definitivas da literatura
atual (JOZEF,1982, p.194).

A característica da vanguarda foi a atitude provocadora desafiando os


modelos existentes no momento, alterando a estruturação métrica das composições.
Algumas correntes surgiram: o impressionismo, o expressionismo, o cubismo, o
futurismo, o dadaísmo, entre outras. Alguns poetas de destaque como: César
Vallejo, Nicolas Guillén, Vicente Huidobro, Gabriela Mistral, Pablo Neruda e Octavio
Paz, alguns deles obtendo o prêmio Nobel de Literatura.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as notáveis diferenças entre a literatura hispano-americana e a


brasileira, cabe destacar a perfeita independência entre ambas mesmo estando no
mesmo continente, separados apenas pelo idioma. Em Hispano-América as diversas
tendências e estilos literários sempre ultrapassaram as fronteiras nacionais entre os
países, mais sempre se detiveram perante o Brasil. Não existem registros onde
poetas brasileiros tenham influenciado a literatura hispano-americana ou vice-versa.
A evolução literária foi simultânea e coincidente, porém, independente.
Citam-se neste estudo algumas diferenças e semelhanças no surgimento de
datas dos diversos estilos literários e a acentuada influência europeia dos diversos
gêneros literários, porém manifesta-se de maneira consistente a capacidade
criadora da literatura em América do Sul, que sempre caminha ao lado da
historicidade, marcada pelas lutas sociais, a vida urbana e os problemas que afligem
a população em geral, lidar com a falta de recursos e oportunidades, as diferenças
sociais e as injustiças sempre foi a constante dos escritores sul americanos.

REFERÊNCIAS

BOSI, A. História Concisa da Literatura Brasileira.44.ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

CARVALHAL, Tânia F. Literatura Comparada .3.ed. São Paulo: Ática, 1998.

FILHO, Domício P. Estilos de Épocas na Literatura. São Paulo: Ática, 2008.

JOZEF, B. História da Literatura Hispano-americana. Rio de Janeiro: Francisco


Alves, 1982.

MARTINS, Patricia; LEDO, Terezinha O. Manual de Literatura. Guia Prático da


Língua Portuguesa. São Paulo. DCL, 2003.

MUNDO vestibular. Disponível em:


<http://www.mundovestibular.com.br/articles/6517/1/Romantismo-no-
Brasil/Paacutegina1.html> acesso em 10 março 2013.

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ROGEL S. Novo Manual de Teoria Literária.5.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010 .


SUA pesquisa. Disponível em:
<http://www.suapesquisa.com/romantismo/romantismo.htm> acesso em: 10 março
2013.

TUFANO, D. Estudos de Literatura Brasileira. São Paulo: Moderna, 1995.

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