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Fundamentos técnicos

de transmissão da
televisão digital

COLLINS, Gerald. Fundamentals of digital television transmission.


New York, John Wiley & Sons Inc., 2001.

Os marcos regulatórios da TV digital no Brasil foram esta-


belecidos. Em breve o País contará com emissões no padrão
ISBD (Integrated Services Digital Broadcasting) com particularidades
nacionais. No entanto, há um grande desafio tecnológico a ser
vencido. O processo de transição ao digital não é apenas político
ou baseado especificamente nos formatos idealizados pelos con-
sórcios, nos laboratórios ou testes prévios; é também prático,
realizado a cada metro de coaxial estendido, a cada quilômetro de
sinal digital abrangido, em cada estação singularizada. Os equi-
pamentos, hoje analógicos, serão adaptados ou substituídos pelos
digitais, mudanças a serem planejadas e empreendidas por milha-
res de técnicos e engenheiros, transformações que, além do ex-
perimental, devem ainda atender a quesitos mínimos de qualida-
de, confiabilidade e estabilidade de um sistema profissional de
comunicação provedor de serviços televisivos, com público ca-
tivo e hábitos consolidados.
Portanto, é de fundamental importância a formação destes
profissionais nos conceitos de telecomunicações aplicados ao digital.
Esta é a proposta do livro de Gerald Collins, intitulado Fundamentals
of digital television transmission. O próprio autor comenta:

Minha experiência é no design de antenas, sistemas de transmisso-


res analógicos, componentes passivos de RF e propagação. Quan-

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do a transição para a televisão digital começou, tornou-se neces-
sário eu me educar a respeito das técnicas de modulação, no design
de sistemas digitais e seus testes. Isso requereu a colaboração de
muitos especialistas, o estudo de vários relatórios e papers. Este
livro é o resultado deste esforço.

Embora antiga (ano 2001), a publicação continua disponível


em fontes como a IEEE (Instituto de Engenheiros Elétricos e
Eletrônicos) e atende àquele que busca informações técnicas
sobre a TV digital, especialmente no aspecto da estrutura final de
transmissão. A matemática está presente, porém muitos funda-
mentos são descritivos e a existência de gráficos colabora na
interpretação dos resultados.
O padrão japonês ISDB-T é tratado, assim como o norte-
americano HDTV (High Definition Television) e o europeu DVB-T
(Digital Video Broadcast – Terrestrial). As codificações, sincroniza-
ções, modulações, a caracterização da qualidade do sinal digital, os
níveis de interferência, fatores de correção, transmissores, ampli-
ficadores de estado sólido, válvulas (sim, elas são ainda utilizadas
com sucesso na emissão de TV e rádio em alta potência), linhas de
transmissão, atenuações, filtros, combinação de canais, planos de
irradiação de diferentes antenas, propagação e metodologia para os
testes: tudo isso é abordado em capítulos específicos. Os recepto-
res, captação móvel, middleware, equipamentos de produção e
interatividade não foram considerados. Todo o conteúdo está
concentrado no aspecto da transmissão digital final das estações,
especialmente no modelo norte-americano de digitalização.
Há muitos elementos do processo de telecomunicação que
valem tanto para a comunicação analógica quanto para a digital,
especialmente no tocante à propagação das ondas eletromagné-
ticas. No entanto, é na correta modulação e processamento dos
sinais digitais que efeitos como o fading e o multipath (a múltipla
captação advinda da “reflexão” de vários obstáculos e circuitos
de propagação que causam distorções no sinal recebido) são
minimizados a ponto de a primeira característica marcante da TV
digital ser a grande qualidade de imagem. Segundo Collins,
“conceitualmente, a transmissão da televisão digital não é dife-

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rente da televisão analógica. A mudança está nos detalhes de sua
implementação”.
A tendência de convergência digital de equipamentos também
reflete recursos e extensões similares. No estudo dos fundamentos
técnicos da digitalização é possível extrair informações aplicáveis
a muitos outros meios. Este é o caso, por exemplo, dos processos
de modulação, como o OFDM (Orthogonal Frequency-Division
Multiplex). Este método, citado no livro, subdivide a portadora em
segmentos idênticos ao longo do espectro alocado, provendo à TV
digital, assim como ao rádio digital, uma robustez às interferências
e variações dos sinais, menores potências de emissão, correção de
erros e sincronia (COFDM); utilizado em sistemas wireless, permite
o acesso de múltiplos usuários (OFDMA). Portanto, ao leitor aten-
to, artigos e livros que tratem da natureza e princípios da digita-
lização podem, na medida do teor técnico de cada trabalho, cola-
borar com as pesquisas mesmo que a fonte seja, a princípio,
voltada a um único meio em especial.
Este não é um livro para iniciantes, tampouco reflete o
atual estágio dos consórcios e avanços realizados por cientistas
brasileiros, mas oferece ao pesquisador interessado nas aplicações
das tecnologias de comunicação elementos que o aproximarão da
linguagem técnica e das problemáticas da engenharia, na
digitalização dos parques difusores de televisão.

Flávio Aurélio Braggion Archangelo


Aluno do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo.

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