Resumo:
Abstract:
In the face of the great taboo present on the society of the homosexuality, see the needs of work
with that portem this thematic, flying fomenting its valorization and are to their representations.
Parallel to this factor, it is not used in the literature to meet and work at homoaffective
representativeness, and the subject is affectated is represented in the literature. This year, after
an analysis of the novel Bom Crioulo, by Adolfo Caminha (1895), he perceived the importance
of the novel as the same, being represented, in the work, in a pejorative way. The research was
done from a documentary analysis - readings about the work under study. This was exposed as
a pathology, making use of terms such as "homosexuality" (a reference term, 1990; mental
disorder). Consumando, an extremely important analysis for studies on homoafetivity in the
Brazilian literature, in addition to promoting ALGBTQI + representativeness.
Introdução:
Para mais, a representatividade é muito importante, pois ela dá força às minorias e, com
essa obra Caminha inicia o que conhecemos hoje por “literatura gay”. Falar sobre
homossexualidade, até nos dias de hoje, ainda é um grande tabu e, deparando com obras que
disponham de tal conteúdo, vê-se que é possível usar da literatura para lograr maior visibilidade
em uma luta que é diária. Ademais, que conquiste espaço e força representativa, mas, esse artigo
tem por tenção apresentar como Caminha representou uma relação homoafetiva em sua obra
mais polêmica e de maior sucesso.
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Fundamentação Teórica:
Ao analisar a obra, percebe-se, além de outros motivos, “[...] que a beleza de Bom-
Crioulo está na sua temática, na paixão das personagens, na tese naturalista defendida pelo
romancista, na visão de mundo, de sociedade, de sujeito, de raça, de gênero [...]” ( DA SILVA,
2012, p. 89). Antônio de Pádua, com suas belíssimas palavras, ainda diz:
Quanto a busca dos homossexuais por seus direitos, Lugarinho (2008) aponta que essas
reivindicações, fomentam a construção de uma identidade homossexual. Que essa reivindicação
os salva das garras da religião e do direito pelo seu confinamento na patologia.
Em relação a recepção da obra, Magalhães não teve restrição alguma ao criticá-la,
dizendo que Caminha “[...] exibiu e desenvolveu o seu assunto horripilante e nauseabundo
como se fosse a coisa mais singela e mais corrente do mundo das letras [...]” (FARIA, apud
MAGALHÃES, 2015, p.79). Ante a apreciação positiva da obra, Faria apresenta o
reconhecimento das relações homoeróticas no ambiente da Marinha, expressando que “Se ao
naturalismo cabia a descrição da vida tão como ela era, nada mais natural que o estudo de casos
existentes na vida real” (2015, p. 83). Howes também está em concordância à ideia de que
Caminha descreve em sua obra, experiências pessoais de sua vida a bordo do navio e, parece
provável que ele observou os comportamentos homossexuais durante esse período. Ele ainda
diz, que:
“homossexualismo”, termo designado, até os anos 90, para referir-se à pessoas com transtornos
psicológicos. Sendo assim, ele aponta:
Se atualmente o romance é reconhecido como uma possível literatura gay, “[...] é porque
parte dos seus leitores, na língua original ou nas traduções citadas, foi capaz de se reconhecer
nesse fato e de se sentir pertencendo a ele.” (BEZERRA, 2012, p. 14)
Materiais e Métodos:
Para tanto, a análise aqui exposta teve como uma de suas primeiras ações a análise da
obra Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, como já citada, a fim de compreender a representação
homoafetiva da narrativa. Ademais, contei com o auxílio de artigos que ajudaram no melhor
entendimento e compreensão da obra e dos objetivos da pesquisa.
Paralelamente, fiz uso e leitura dos artigos “A história da literatura brasileira e a
literatura gay: aspectos estéticos e políticos” (DA SILVA, 2012), “Nasce a literatura gay no
Brasil. Aspectos da literatura gay” (LUGARINHO, 2008) e “Bom-crioulo: um romance da
literatura gay made in Brazil” (BEZERRA, 2012), que trouxeram suporte em relação ao aspecto
histórico dessa literatura.
No que diz respeito a representação homoafetiva e recepção da obra, tive como base os
artigos “A recepção crítica e a representação da homoafetividade no romance Bom-Crioulo”
(VALENTIN, 2013) e “A passos macios e cautelosos, as mãos enluvadas: a primeira recepção
de Bom-Crioulo (1895), de Adolfo Caminha” (FARIA, 2015), que guiaram-me na melhor
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compreensão dessa representação, que expuseram a maneira que Caminha buscou representar
a homoafetividade no romance, de maneira respeitosa e, também, pejorativa, e apoiou na
lucidez da receptividade da obra na época (1985), salientando como os leitores a receberam
e/ou criticaram.
Resultados e Discussão:
Analisando a obra, foi possível observar a importância de obras que portem de tal
conteúdo – mesmo sendo abordada de maneira “trágica”. Diferente do Romantismo, em que o
amor é realizado em um plano quase espiritual, a obra Naturalista aborda esse amor de maneira
carnal, corporificando o homem.
pode, e deseja, acabar com sua relação com Aleixo. D. Carolina! Sim, a dona da pousada logo
começa a desejar o jovem grumete, e está determinada a dominá-lo.
No decorrer da obra, é possível observar que a narrativa não trata apenas de um romance
entre dois marinheiros, mas sim de uma relação abusiva. Aleixo se entrega aos braços de
Amaro, por se sentir protegido ao lado dele, uma vez que o negro passou a protege-lo e tratá-lo
como um bibelô. Como, por exemplo, quando “Bom Crioulo esmurrara desapiedadamente um
segunda-classe, porque este ousara, ‘sem o seu consentimento’, maltratar o grumete Aleixo, um
belo marinheirito de olhos azuis, muito querido por todos e de quem diziam-se coisas”
(CAMINHA, 2011, p.37). Essa relação de posse que Bom Crioulo tem sobre o jovem
marinheiro, pode ser vista em outros momentos da obra, como em seu clímax:
Como tudo mudara naquela casa depois que o negro saíra! O sótão, o
misterioso sotãozinho estava abandonado, Aleixo não queria saber dele,
odiava-o, porque ali é que se tinha feito escravo de Bom Crioulo, ali é que
‘tinha perdido a vergonha’. O pobre quarto era como um lugar de maldições:
vivia trancado à chave, lúgubre e poeirento. (CAMINHA, 2011, p.128)
Paralelamente, é possível notar que Aleixo não amava/desejava Amaro, e sim se sentia
seguro, pois, à D. Carolina, ele tem um desejo, um afago, ele à almeja, ele “[...] estimava-a do
fundo do coração e tornou a jurar que havia de morrer junto dela, na mesma cama – juntinho,
lado a lado...” (CAMINHA, 2011, p. 117)
Consumando, quando Amaro fica sabendo da relação de seu “marinheirito” com D.
Carolina, ele fica enfurecido, vai a procura do jovem e a tragédia final acontece. O que é muito
importante ressaltar acerca da tragédia final da obra, é que um crime muito parecido com o que
denota Caminha, aconteceu na época na Rua da Misericórdia, no Rio de Janeiro, onde parte da
história acontece.
Considerações Finais:
Referências:
LUGARINHO, Mauro César. Nasce a literatura gay no Brasil. Aspectos da literatura gay. João
Pessoa: Editora UFPB, p. 09-24, 2008. Disponível
em:<https://www.researchgate.net/profile/Mario_Lugarinho/publication/311545242_NASC
E_A_LITERATURA_GAY_NO_BRASIL_Reflexoes_para_Luis_Capucho/links/584bd45e08aeb98
9251f1f64/NASCE-A-LITERATURA-GAY-NO-BRASIL-Reflexoes-para-Luis-Capucho.pdf>. Acesso
em: 31 jul. 2018.