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Controle cardiovascular: regulação reflexa e


papel do sistema nervoso simpático
Maria Cláudia Irigoyen, Fernanda M. Consolim-Colombo, Eduardo Moacyr Krieger

Resumo em diferentes situações fisiopatológicas, como a hipertensão


e a doença de Chagas.
O controle da circulação está na dependência de diferentes Finalmente, apresentamos o sistema nervoso autônomo e
sistemas controladores que garantem, a todo momento, ajustes mais especificamente o sistema nervoso simpático como a
apropriados da freqüência e da contratilidade cardíacas, e do grande via eferente na regulação do calibre e da reatividade
estado contrátil dos vasos de capacitância e de resistência. vascular, do débito cardíaco e do volume. Além disso, salientamos
Entre os sensores periféricos mais importantes nessa a importância da hiperatividade simpática na patogênese da
modulação, descrevemos o papel dos pressorreceptores e dos hipertensão, associada ou não a outros sistemas de controle
quimiorreceptores arteriais e dos receptores cardiopulmonares cardiovascular como, por exemplo, o sistema renina-angiotensina.

Palavras-chave: Controle da circulação; Reflexos; Simpático; Pressão arterial.

Recebido: 16/10/00 – Aceito: 24/01/01 Rev Bras Hipertens 8: 55-62, 2001

Introdução débito cardíaco. O estudo dos meca- foque, os mecanismos neuro-hu-


nismos de controle da pressão arterial morais de ajuste instantâneo que de-
A manutenção dos níveis pres- tem indicado grande número de su- finem as alterações apropriadas do
sóricos dentro de uma faixa de nor- bstâncias e sistemas fisiológicos que débito cardíaco, da resistência peri-
malidade depende de variações ou do interagem de maneira complexa e férica e do retorno venoso adaptadas
débito cardíaco ou da resistência com redundância para garantir a pres- ao ponto de operação (ou a pressão
periférica ou de ambos. Diferentes são arterial (PA) em níveis adequados arterial do indivíduo, seja ele hiper,
mecanismos de controle estão envol- nas mais diversas situações. Admite- hipo ou normotenso) dependem da
vidos não só na manutenção como na se, portanto, que alterações da PA, modulação do sistema cardiovascular,
variação momento a momento da como as encontradas na hipertensão feita pela interação de mecanismos
pressão arterial, regulando o calibre ou em outras patologias, resultariam complexos. Entre eles, destacam-se
e a reatividade vascular, a distribuição da disfunção dos sistemas de controle o sistema nervoso autônomo e as
de fluido dentro e fora dos vasos e o de pressão arterial. Com esse en- diferentes alças hormonais acionados

Correspondência:
Instituto do Coração (InCor), Unidade de Hipertensão do HC-FMUSP
Av. Dr. Enéas Carvalho Aguiar, 44 – CEP 05403-000 – São Paulo - SP
Tel.: (0xx11) 3069-5048 – Fax: (0xx11) 3069-5022 – E-mail: edkrieger@incor.usp.br

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por informações codificadas pelos coração, determinando aumento da portância confirmada nos estudos que
diferentes sensores periféricos. Essa atividade vagal e queda da freqüência demonstraram que a atenuação do
complexa interação dos sistemas cardíaca (FC). O tônus simpático para barorreflexo é um fator de risco inde-
fisiológicos depende de fatores gené- o coração e vasos, por outro lado, é pendente para a morte súbita após
ticos e ambientais como, por exemplo, reduzido, uma vez que outros neurônios infarto do miocárdio4. Digno de nota é
a atividade física ou a variação de do NTS, quando estimulados por a demonstração, em animais de
dieta, havendo grande dificuldade em aumento da PA, excitam o bulbo experimentação, de que a adaptação
determinar se as alterações fisioló- ventrolateral caudal que inibe os dos pressorreceptores na hipertensão
gicas são a causa ou a conseqüência neurônios pré-motores simpáticos do se acompanha de queda de sensi-
da variação da pressão arterial1. bulbo ventrolateral rostral. Ocorre, bilidade dos pressorreceptores. Isso
assim, redução da contratilidade car- determina que, para uma igual variação
díaca e bradicardia e, também, queda de PA, os hipertensos tenham uma
Pressorreceptores da resistência vascular periférica que menor quantidade de informações e,
arteriais levam à redução da PA. conseqüentemente uma deficiência na
Uma característica importante dos regulação reflexa da PA.
Os pressorreceptores arteriais são o mecanorreceptores em geral e dos Experimentalmente, o efeito dra-
mais importante mecanismo de controle pressoreceptores em particular é a mático da deaferentação sino-aórtica
reflexo da PA, momento a momento. chamada adaptação. Por esse pro- tem sido extensamente estudado em
São mecanorreceptores constituídos por cesso, alterações para mais ou para ratos2,5 e camundongos6.
terminações nervosas livres que se menos, desde que sustentadas, deslo- Disfunção da atividade reflexa tem
situam na adventícia de grandes vasos cam a faixa de funcionamento dos sido demonstrada em várias doenças
(aorta e carótida) e que são estimulados pressorreceptores para o novo nível cardiovasculares e na hipertensão
por deformações das paredes desses de PA (hipertensão ou hipotensão), clínica7 e experimental7,8. Dados obti-
vasos, normalmente provocadas pela que passa a ser reconhecido como dos em nosso laboratório demons-
onda de pressão pelas características normal, não privando os indivíduos traram que jovens filhos de hipertensos
mecano-elásticas da parede. Na pressão hipertensos desse importante meca- quando comparados com jovens filhos
basal, os pressorreceptores descarre- nismo de controle das variações de normotensos apresentam: níveis
gam de forma intermitente e sincrônica momento a momento da PA, ao mais elevados de PA tanto em con-
com a pressão sistólica, na dependência
mesmo tempo colaborando para sultório quanto durante monitorização
das variações instantâneas da defor-
manter o nível anormal da PA. ambulatorial MAPA; níveis mais
mação e da tensão vascular induzidas
O tamponamento das flutuações elevados de catecolaminas séricas de
pela PA1-3.
de PA evitando alterações na perfusão repouso e menor resposta de taquicar-
tecidual é uma das mais importantes dia em resposta à hipotensão induzida
Respostas neurais funções dos reflexos comandados pe- por vasodilatador. Esses dados suge-
los pressorreceptores. A redução de rem um deficiente controle reflexo da
Durante elevações da PA, há variabilidade de PA promovida por freqüência cardíaca mediada pelos
grande deformação da parede e este mecanismo reflexo teve sua im- barorreceptores em indivíduos com
ativação dos pressorreceptores que
geram os potenciais de ação. Os sinais
são conduzidos ao sistema nervoso 300
central (SNC), especificamente ao
núcleo do trato solitário (NTS) via
nervo glossofaríngeo (fibras caro-
PA (mmHg)

tídeas) e vago (fibras aórticas). Neu- 150


rônios secundários do NTS excitam
neurônios pré-ganglionares do pa-
rassimpático localizados no núcleo
dorsal motor do vago e no núcleo
ambíguo, que por sua vez se projetam 0
(eferentes vagais) aos neurônios pós- Figura 1– Registro da pressão arterial pulsátil em um camundongo acordado após a
ganglionares intramurais situados no desnervação sino-aórtica aguda (24 horas).

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predisposição genética para hiper- Em sua definição clássica, o sistema enzimáticas envolvendo diferentes
tensão arterial e apontam para o envol- renina-angiotensina mantém a pressão elementos do sistema renina-angio-
vimento precoce do sistema nervoso arterial por meio da angiotensina II, tensina. Também foi demonstrado
autônomo na gênese da hipertensão gerada na circulação em uma cascata existirem outras vias de formação de
arterial9. Deve-se ressaltar que a hi- enzimática iniciada pela renina, que é AII independentemente da parti-
pertensão arterial estabelecida é fre- secretada pelas células justaglome- cipação da ECA16.
qüentemente acompanhada de uma rulares do rim. A renina cliva o angio- O papel do sistema renina-angiote-
síndrome metabólica que engloba alte- tensinogênio produzido no fígado, nsina na fisiopatologia da hipertensão
rações no metabolismo da insulina e gerando o decapeptídeo inativo angio- está bem estabelecido desde os
dos lípides e que se sugere que a tensina I, que dá origem à angiotensina experimentos clássicos de Goldblatt,
ligação dessas alterações é mediada II pela ação da enzima conversora de que demonstrou a importância do rim
pelo sistema nervoso simpático. De angiotensina (ECA). na gênese da hipertensão experimental.
fato, Lopes et al. demonstraram que A angiotensina II exerce funções A angiotensina II vem sendo estudada
filhos de pais hipertensos também em órgãos-alvo distantes do local da como um dos fatores determinantes
apresentam níveis mais elevados de produção11-13. Esse conceito clássico não só no estabelecimento como na
lípides séricos quando comparados do sistema renina-angiotensina como manutenção de diferentes tipos de
com jovens filhos de normotensos10. um sistema exclusivamente circulante hipertensão. Além de sua ação direta
foi alterado. Utilizando-se técnicas de sobre o músculo liso vascular (funcional
biologia molecular, foi detectado e e estrutural) e sobre a regulação do
Respostas quantificado RNAm para renina e volume por meio da aldosterona, suas
neuro-humorais angiotensinogênio em vários tecidos ações central 17,18 e periférica no
além do rim e do fígado, que são os controle da atividade simpática
Além das rápidas respostas neurais locais clássicos da expressão gênica contribuem decisivamente para o
(segundos), os pressorreceptores con- dessas substâncias 13 . Da mesma processo hipertensivo11,19.
trolam também a liberação de vários forma, a atividade da ECA foi deter- A importância do sistema renina-
hormônios que participam na manu- minada em diferentes tecidos14. A angiotensina na hipertensão pode ser
tenção dos valores basais da PA. Du- detecção de RNAm para renina em avaliada pelo valor terapêutico de
rante quedas sustentadas da PA, vasos sanguíneos, miocárdio, adrenais, drogas como os bloqueadores da ECA
por exemplo, ocorre maior liberação cérebro, rim e órgãos reprodutores e, mais recentemente, dos antagonistas
de epinefrina e norepinefrina pela sugere que os tecidos podem produzir dos receptores da angiotensina II e
medula adrenal, maior liberação de ou mesmo secretar localmente peptí- dos inibidores da renina.
vasopressina pela neuro-hipófise e deos angiotensinérgicos. Assim, a ação Ampliou-se, portanto, a importância
aumento dos níveis plasmáticos de do SRA tanto poderia ocorrer na das substâncias ativas do sistema
renina. Esses sistemas hormonais própria célula que produz os peptídeos renina-angiotensina nos complexos
prolongam por minutos ou até mesmo (funções intrácrina e autócrina) quanto sistemas que mantêm a homeostasia
horas as respostas cardiovasculares em células adjacentes (função pará- cardiovascular, especialmente o seu
comandadas pelos pressorreceptores. crina) ou em locais distantes da região papel na modulação das alterações
Entre eles, um dos sistemas mais de produção (função endócrina). estruturais vasculares (hipertrofia e
amplamente estudado é o sistema reni- Apesar de a angiotensina II ser indis- hiperplasia) e cardíacas (hipertrofia)
na-angiotensina. cutivelmente a substância ativa mais que acompanham diversas doenças
importante do sistema renina-angio- cardiovasculares. Foi demonstrado
tensina, seus metabólitos são também que o coração pode formar angio-
Sistema responsáveis por algumas ações tensina I localmente e convertê-la em
renina-angiotensina específicas. Entre os produtos de angiotensina II, e que a sua concen-
Papel funcional degradação mais bem caracterizados tração pode chegar a ser duas vezes
até o momento incluem-se as angio- superior à encontrada no plasma20,
Há muito tempo foi determinado o tensinas III e IV e a angiotensina1-7,15. indicando que a angiotensina II no
importante papel que o sistema renina- Todas essas diferentes angiotensinas coração pode agir como fator de
angiotensina (SRA) desempenha não podem ser produzidas a partir de um crescimento21, aumentando a produ-
só na regulação da pressão arterial único precursor, o angiotensinogênio, ção de uma variedade de proteínas
como também no equilíbrio eletrolítico. e também por meio de outras reações relacionadas com a hipertrofia cardía-

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ca22. Também foi comprovado que a aórticos, reduzindo a atividade sim- excreção de sódio e água, modifican-
angiotensina II promove resposta pática e aumentando a atividade do do a resposta natriurética e diurética
hipertrófica em células musculares vago para o coração. A modulação na nesta condição27.
lisas23. atividade simpática varia de um terri- Em humanos, as manobras que
tório para outro, mas é especialmente modulam o volume intratorácico são
importante na regulação da resistência utilizadas para se estimular os recepto-
Receptores vascular renal. Em algumas situações, res cardiopulmonares, não sendo
cardiopulmonares os aferentes vagais não-mielinizados possível estimular grupos isolados de
podem reforçar (na hemorragia) ou se receptores (atriais, ventriculares). Por-
Três grupos de receptores são ati- opor (insuficiência cardíaca) à ação tanto, as respostas reflexas obtidas
vados por mudanças na pressão nas dos mecanorreceptores arteriais. resultam da interação simultânea de
câmaras cardíacas: 1) Receptores no O último grupo de aferentes cardio- todos os receptores cardiovascula-
endocárdio nas junções das veias cava pulmonares trafega junto aos aferentes res28. Com objetivo de diminuir o re-
superior e inferior com o átrio direito e cardíacos simpáticos até a medula torno venoso (e conseqüentemente
de veias pulmonares com o átrio espinhal. São aferentes mielinizados e diminuir o enchimento cardíaco), apli-
esquerdo. São conectados ao sistema não-mielinizados (a maioria) e são cam-se diferentes graus de pressão
nervoso central por fibras vagais ativados por estímulos mecânicos ou negativa nos membros inferiores com
mielinizadas; 2) Receptores difusa- por substâncias químicas aplicadas auxílio de uma câmara de vácuo
mente distribuídos através de todas as diretamente no epicárdio. Sua im- (câmara de pressão negativa). O me-
câmaras do coração conectados ao portância funcional não está clara, nor enchimento cardíaco diminui a
SNC por fibras vagais não-mieli- mas parecem ser ativados por estí- atividade dos receptores cardiopul-
nizadas; 3) Receptores também difu- mulos químicos provenientes de áreas monares, levando a um aumento da
samente distribuídos por todas as câ- isquêmicas do miocárdio, quando tam- atividade simpática periférica (quanti-
maras cardíacas conectados à medula bém ocorre sensação dolorosa. ficada por meio da dosagem de cateco-
espinhal por fibras mielinizadas e não- Os reflexos cardiopulmonares po- laminas séricas ou por registro da
mielinizadas trafegando com os nervos dem ser testados experimentalmente atividade do nervo peroneiro pela mi-
simpáticos3,24. pela injeção endovenosa de substân- croneuronografia) e aumento da resis-
O primeiro grupo de receptores cias químicas (reflexo Bezold-Jarisch) tência vascular no território muscular
localizados nas junções veno-atriais como a serotonina, provocando bradi- (avaliada por meio da pletismografia
são ativados pelo enchimento e pela cardia e hipotensão, ou pela expansão no antebraço). O efeito da desativação
contração atriais. A distensão mecâ- do volume plasmático, aumentando o dos receptores no território renal pode
nica das junções veno-atriais provoca retorno venoso e a pressão de enchi- ser avaliado pelo aumento nos níveis
um aumento na FC devido à elevação mento atrial e ventricular25, provocando séricos de renina e vasopressina,
da atividade simpática para o nódo inibição reflexa da atividade simpática associado a uma diminuição da taxa
sino-atrial. Sem alterar a atividade (bradicardia e vasodilatação) e paras- de filtração glomerular durante
das fibras eferentes vagais para o simpática (bradicardia). A resposta estímulos mais prolongados. Em nosso
coração ou das fibras simpáticas para renal é uma redução da resistência laboratório, esse método vem sendo
o miocárdio. O aumento reflexo da FC vascular provocada pela queda da utilizado para estudar o reflexo car-
ajuda a manter o volume cardíaco rela- atividade eferente do simpático26. diopulmonar em diferentes doenças.
tivamente constante durante aumentos A expansão do volume plasmático, Observamos que, em pacientes com
no retorno venoso. A distensão mecâ- acompanhada do aumento da pressão hipertrofia ventricular decorrente da
nica do átrio causa um aumento no diastólica final do ventrículo esquerdo, hipertensão arterial, com ou sem
débito urinário de água pelo rim. A em animais diabéticos e controles disfunção sistólica associada, o reflexo
diurese é secundária à inibição da induziu uma menor resposta de PA e cardiopulmonar encontra-se compro-
secreção do hormônio antidiurético e de freqüência cardíaca no grupo metido29. Em outro estudo, pacientes
à redução da atividade simpática renal. diabético, abolindo também a modu- com cadiopatia chagásica e função
O segundo grupo de receptores lação da atividade simpática renal ventricular preservada foram avaliados
cardiopulmonares, cujas aferências nesses animais. O papel fisiológico com o mesmo método30. Demonstrou-
não-mielinizadas trafegam pelo vago, relevante dessa resposta alterada no se que o reflexo mediado pelos re-
comportam-se, quando ativados, como diabetes pode estar associado à dis- ceptores cardiopulmonares encontra-
os mecanorreceptores carotídeos e função no balanço entre a ingesta e a se deficiente na doença de Chagas,

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acrescentando o envolvimento desses funcional) determina hipotensão, Sistema nervoso


receptores na constelação de altera- provavelmente pela diminuição do
ções do sistema nervoso autônomo tônus simpático periférico31.
simpático e gênese da
observadas nessa doença. hipertensão arterial
Hipertensão e controle Embora não definitivamente com-
Quimiorreceptores autonômico provada, inúmeras evidências apontam
fortemente para a participação do
arteriais aumento da atividade do sistema
Independentemente dos fatores
As trocas gasosas nos pulmões e a genéticos e/ou ambientais e dos meca- nervoso simpático na patogênese da
excreção de ácidos e base pelos rins são nismos reguladores envolvidos, a hipertensão arterial 32. Usando-se
responsáveis pela manutenção em grande característica da hipertensão diferentes métodos de avaliação da
níveis adequados dos valores de PO2 na fase estabelecida é o aumento de atividade simpática, pode-se detectar,
(pressão parcial de oxigênio) e PCO2 resistência periférica. Portanto, os nas fases iniciais da hipertensão arterial
(pressão parcial de gás carbônico) e mecanismos que promovem a redução primária, aumento do tônus simpático,
pH (concentração de íons hidrogênio). do calibre das arteríolas merecem es- como: efeito mais intenso de agentes
São os quimiorreceptores localizados pecial atenção. Eles atuam basi- simpatolíticos ou bloqueadores adre-
estrategicamente no circuito arterial camente na contração da musculatura nérgicos na diminuição dos níveis de
(corpúsculos aórticos e carotídeos) que regula a luz do vaso (funcional) ou pressão arterial; níveis elevados de
que detectam os aumentos ou as que- na espessura da musculatura (estru- noradrenalina plasmática e da sua
das de PO2, PCO2 e/ou pH e desenca- tural), ou em ambos. Dos fatores fun- liberação regional (spillover); aumento
deiam respostas homeostáticas para cionais, a atividade simpática, mo- da atividade simpática com registro
corrigir essas variações. Além disso, dulada pelas aferências de diferentes direto (microneuronografia) e maior
quedas da PO2 e do pH e/ou elevações reflexos e por substâncias vasopres- sensibilidade à noradrenalina (aumen-
de PCO2, por exemplo, alteram a soras ou vasodepressoras circulantes tos maiores de pressão arterial durante
freqüência dos potenciais das aferên- ou produzidas pelas próprias células infusão). Ilustrativo é que em jovens
cias quimiossensíveis que se projetam da musculatura lisa ou endoteliais, filhos de hipertensos, comparados com
no NTS, no SNC, determinando alte- parece ser um fato importante, não só jovens filhos de normotensos, encon-
rações na PA. Também a estimula- na gênese como na manutenção da tramos: níveis mais elevados de
ção dos quimiorreceptores aumenta a hipertensão. Também o simpático pressão arterial, catecolaminas séricas
freqüência e a amplitude da respira- comprovadamente contribui para o mais elevadas, maior atividade simpá-
ção provocando aumento da ventilação crescimento da parede vascular in- tica periférica e maiores aumentos de
que restaura os gases sanguíneos e fluenciando, conseqüentemente, os fa- pressão arterial em testes fisiológicos
traz o pH aos valores normais. tores estruturais. e farmacológicos33-36. Os dados suge-
Para se avaliar a resposta cardiovas-
cular primária à estimulação dos
quimiorreceptores, tanto a freqüência
quanto o volume pulmonar devem ser
controlados, uma vez que o aumento ASR

de ventilação induz mudanças reflexas


na circulação que, parcialmente, mas-
PA (mmHg
caram as mudanças devidas somente 150
à estimulação dos quimiorreceptores. 100
Quando isso é feito, a pressão arterial A B
aumenta por constrição dos vasos de
resistência nos músculos esqueléticos,
RESP.
e nos leitos esplâncnico e renal deter-
minada pela ativação simpática. Figura 2 – Segmento de registro original mostrando atividade simpática renal (ASR),
No rato, a remoção dos quimior- Pressão arterial (PA) e freqüência respiratória (RESP) obtido em um rato normal antes
receptores carotídeos (os quimiorre- (A) e depois (B), da desnervação carotídea. Note-se a redução aguda da atividade
ceptores aórticos não têm influência simpática renal em B.

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rem que o simpático está associado à em alguns grupos de indivíduos que detecta em qualquer forma de hiper-
gênese da hipertensão arterial e que o trabalham ou vivem em situações tensão estabelecida42. É provável que
aumento do tônus simpático pode ter estressantes, quando comparados com a menor sensibilidade do barorreflexo
um determinante genético. indivíduos afastados dessas situa- observada em pacientes hipertensos
Apesar das fortes evidências ções13. Uma grande dificuldade em se seja a principal determinante da maior
demonstradas acima, em animais de atribuir ao estresse (e conseqüente variabilidade da pressão arterial que
experimentação não se conseguiu aumento da atividade simpática) um eles apresentam e de forma indireta,
demonstrar que a hiperatividade simpá- papel preponderante no desen- associada às conseqüentes lesões dos
tica isolada seja capaz de provocar volvimento da hipertensão arterial está orgãos-alvo43,44. Postulou-se que a
hipertensão arterial36. Como a hiper- na observação de existirem nesses menor inibição dos centros vasomo-
tensão arterial é multifatorial, a ativi- indivíduos outros fatores de risco tores resultante da adaptação dos
dade simpática aumentada pode intera- associados (dieta, nível econômico, barorreceptores pode ser responsável
gir com outros fatores que contribuem sedentarismo e hábitos sociais)12,13. pelo aumento da atividade simpática e
para o desenvolvimento de hipertensão perpetuação da hipertensão45.
arterial. As catecolaminas, liberadas Qualquer que seja o papel da ati-
pelos nervos simpáticos, além de au- Sistema nervoso vidade do sistema nervoso simpático
mentarem o tônus dos vasos de resis- simpático como na patogênese da hipertensão, asso-
tência nas fases iniciais da hipertensão, cia-se o simpático com o aumento da
seriam também estimuladoras de mantenedor da morbidade e mortalidade cardiovas-
mecanismos tróficos nos vasos, os quais hipertensão arterial culares que acometem os pacientes
manteriam a hipertensão por indução durante as primeiras horas da manhã.
de hipertrofia vascular37. Em pacientes com hipertensão esta- Nesse período, associado à fase de
A possível ligação entre o estresse belecida, de meia-idade, a hiperatividade pré-despertar45, 46 e também ao ato
emocional e a hipertensão arterial e o simpática sustentada não é documen- de se levantar após uma noite em
papel do estresse na gênese da tada de forma sistematizada. Nesta decúbito47, ocorre um aumento da
hipertensão arterial vem sendo alvo de fase, os níveis de catecolaminas mais atividade α-simpática (substituindo a
grande interesse e de grande debate na elevados são detectados em pequena queda da atividade durante o sono),
literatura. Algumas demonstrações de proporção de pacientes, sendo provavel- estabelecendo o nível de atividade
que a adrenalina liberada de forma in- mente decorrente de alterações na de- existente na vigília. Como conse-
termitente poderia provocar vasocons- puração de noradrenalina e não aumento qüência, há vasoconstrição arterial e
trição neurogênica sustentada e persistente da atividade simpática35. a pressão arterial se eleva de forma
hipertensão, pela ação em receptores Entretanto, foi documentado que a abrupta. Esse aumento é parcialmente
pré-sinápticos facilitando a liberação atividade simpática regional, avaliada responsável pela maior ocorrência
de norepinefrina, confirmariam esta por meio da microneuronografia, é de morte súbita, acidente vascular
ligação38. Observações clínicas su- diretamente proporcional ao nível de cerebral e infarto do miocárdio nas
gerem que hipertensos e indivíduos hipertensão arterial41. primeiras horas da manhã. Além disso,
com predisposição para desenvolver Uma importante alteração no sugere-se que o aumento da atividade
hipertensão apresentam maior estresse sistema nervoso autônomo, que pode simpática é o responsável pelo
e respondem de forma diferente a influenciar diretamente o tônus aumento da freqüência cardíaca e do
ele12. A prevalência de hipertensão simpático, é a alteração no controle débito cardíaco presentes em muitos
arterial pode ser até cinco vezes maior reflexo dos barorreceptores, que se pacientes hipertensos.

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Abstract chemoreceptors and cardiopulmonary receptors) in


detecting cardiovascular changes is described in
Cardiovascular control: role of the sympathetic nervous different pathophysiological states, as hypertension
system and Chagas disease. The participation of sympathetic
The regulation of circulation depends on different nervous system in the pathogenesis of hypertension as
control systems allowing appropriate changes of a common efferent pathway in regulating vascular
contractility and heart rate and vascular tone. The role tone and reactivity, cardiac output and blood volume, is
of the most important peripheral sensors (baroreceptors, reinforced.

Keywords: Cardiovascular control; Reflexes; Sympathetic activity; Blood pressure.

Rev Bras Hipertens 8: 55-62, 2001

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