5 A - Economia - MT A GAZETA

150,3
CUIABÁ, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2019

Economês
Cobrança
A Procuradoria Geral do
Estado (PGE) inicia hoje (14) a
cobrança dos licenciamentos de
veículos que estão em atraso no
Penalidade
A não quitação da dívida
resultará na inclusão na dívida ativa
para cobrança administrativa e
judicial. O trabalho de regularização
milhões
de reais, foi o lucro líquido
da Camil Alimentos S.A.
no 3º trimestre encerrado
em novembro de 2018,
alta de 109% em relação
ao mesmo período
do ano anterior
Finanças
Alerta
Empresários de Mato
Grosso devem ficar atentos
com a possibilidade de
exclusão do Simples Nacional,
devido a débitos existentes
com a Receita Federal,
Secretaria de Estado de
Fazenda (Sefaz) ou
municípios. O alerta da
Federação das Associações
Arquivo

ano de 2014. Existem cerca de
900 mil veículos em situação
irregular em Mato Grosso, dos
quais 14 mil serão notificados no
1º lote de cobrança, com saldo
negativo em atraso de
aproximadamente R$ 450 milhões.
será feito em parceria com o
Departamento Estadual de Trânsito
(Detran) e visa, prioritariamente,
arrecadar recursos que poderão ser
utilizados em áreas prioritárias
como saúde, educação e
segurança pública.
Depois de os grandes bancos zerarem as taxas para aplicação no
Tesouro Direto no 2º semestre de 2018, o número de novos investidores
no programa de compra e venda de títulos do governo federal praticamente
triplicou de lá para cá. O volume de novos aplicadores, que andava
estacionado em 11 mil ao mês há pelo menos 10 meses consecutivos,
saltou para perto de 32 mil em setembro.
Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat) aos empreendedores
e filiados às Associações Comerciais do Estado. De acordo com a Receita
Federal, 716,948 mil devedores que respondem por dívidas que totalizam
R$ 19,5 bilhões foram notificados no país no ano passado. Em Mato
Grosso, a Sefaz informa que excluiu 2,380 mil microempresas (ME) e
empresas de pequeno porte (EPP) do Simples Nacional em débito com o
fisco estadual que somam R$ 88 milhões.

Sistema S

Patrimônio bilionário em imóveis

CLEIDE SILVA, MÔNICA SCARAMUZZO E RAQUEL
BRANDÃO
Há indícios de que os salários SÃO PAULO/AE
no Sistema S estejam acima Dono de um patrimônio bilionário,
daqueles pagos pelo mercado o Sistema S, formado por um grupo de
entidades da indústria, comércio, agro-
negócio e transporte, tem R$ 23 bilhões
em imóveis. São 2,805 mil proprieda-
des espalhadas por todo o país, das
quais cerca de 490 são usadas para fi-
nalidades que não estão ligadas às ati-
vidades do Sistema S, segundo audito-
ria do Tribunal de Contas da União
(TCU). Há imóveis abandonados e 1
deles foi invadido.
Uma parte dessas propriedades
também está alugada e ajuda compor a
receita das entidades do Sistema S. Só
em 2016, os aluguéis, junto com outros
investimentos financeiros, renderam
R$ 2,3 bilhões para essas instituições.
Os serviços, como cursos e consulto-
rias, renderam outros R$ 4,1
bilhões. Mas, o grosso da
receita vem das contribui-
ções que as empresas são
obrigadas a fazer: foram R$
26 bilhões em 2016.
No mesmo período, as
Alan Marques
entidades fiscalizadas re-
portaram um orçamento de
Auditoria do TCU aponta que são 2,805 mil propriedades pelo país R$ 32,2 bilhões. E é por
movimentarem esse alto volume de
recursos, que o TCU aponta a neces-
sidade de uma fiscalização mais efeti-
va sobre essas entidades, para enten-
der como eles são gastos.
Além das recomendações sobre
maior transparência das informações
financeiras (apenas o Senai e o Sesi ti-
veram boa recomendação do TCU neste
quesito) e de questionar o uso de imó-
veis para negócios não ligados às atri-
buições originais do Sistema S, o TCU
identificou outros pontos frágeis. Um
deles é que grande parte dos contratos
com fornecedores dispensa licitação.
Senac, Sest, Senat, Senar, Sescoop e
Sebrae apresentaram, por exemplo, ín-
dices acima de 90% de contratos que
não seguem o procedimento. “Mesmo
que não sejam obrigadas a fazer licita-
ção, essas entidades, com personalidade
jurídica privada, têm de adotar os mes-
mos critérios de governança que órgãos
públicos. Afinal de contas, prestam ser-
viços sociais precisam e ser transparen-
tes”, diz o advogado Saul Tourinho Leal,
do escritório Ayres Britto.
Outra questão refere-se à remune-
ração dos empregados. Há indícios de
que os salários no Sistema S estejam
acima daqueles pagos pelo mercado.
Em 2016, as entidades empregavam
108 mil funcionários, dos quais 40%
recebiam mais do que a média do
mercado. O salário médio mensal va-
riava de R$ 3,5 mil a R$ 15,5 mil,
dependendo da entidade. Para fazer o
comparativo, o TCU utilizou dados
do Ministério do Trabalho. Das 9 en-
tidades e duas agências de fomento
que compõem o sistema, a maior em-
pregadora era o Sesi, com 28,4 mil
funcionários e salário médio de R$
3,8 mil por mês, seguido pelo Sesc,
com 24,4 mil funcionários que rece-
biam, em média, R$ 3,9 mil.

Tendência global
Previdência com capitalização
LUCIANA DYNIEWICZ
SÃO PAULO/AE
Influenciada pelo siste-
ma criado no Chile dos anos
80, praticamente toda a
América Latina já adota em
seu programa previdenciá-
rio a capitalização - modelo
que o governo Jair Bolsona-
ro quer implementar no país
e no qual cada trabalhador
tem uma conta individual
para poupar a própria apo-
sentadoria. As principais ex-
ceções ficam por conta de
Brasil, Argentina, Paraguai e
Venezuela. Na Europa, o
modelo também avança, so-
bretudo diante de desequilí-
brios fiscais nas contas pú-
blicas dos países.
A diferença do Chile
para o restante do mundo é
que, após a experiência pro-
blemática chilena, a maioria
dos países adotou o modelo
como apenas um de seus
pilares do sistema previden-
ciário. O modelo híbrido,
que predomina hoje global-
mente, costuma ter um pilar
de proteção social (bancado
pelo governo e para o qual
não é preciso ter contribuí-
do para receber o benefício),
um de repartição (atual sis-
tema brasileiro, onde os tra-
balhadores atuais bancam a
aposentadoria dos inativos)
e um de capitalização.
Inglaterra, Nova Zelândia,
Hungria e Polônia, entre ou-
tros, possuem um componen-
te de capitalização obrigató-
rio em seus sistemas híbri-
dos. Nos latino-americanos
Peru, El Salvador e República
Dominicana, a capitalização
também é obrigatória. Já na
Colômbia, os trabalhadores
podem escolher o sistema.
Em parte dos países, a capi-
talização funciona como uma
previdência complementar
compulsória. Para estimular o
trabalhador a poupar em suas
contas individuais, os gover-
nos têm estabelecido um teto
baixo para o benefício do pilar
de repartição, o que ajuda tam-
bém a reduzir os deficits previ-
denciários dos países.

Café Atuação Concessão

Produtores e exportadores
brasileiros de café esperam
que o novo governo atue para
concluir acordo comercial
entre o Mercosul e a União
Europeia (UE). Conforme os
termos estabelecidos nas
negociações até o fim de
2018, as partes deixarão de
cobrar tarifas para o café
solúvel em até 4 anos após a
assinatura do tratado. Hoje, a
tarifa cobrada pela União
Europeia é de 9%. A taxação
favorece o principal
concorrente brasileiro, a
Colômbia, que exporta para 28
países sem os mesmos custos
aduaneiros. “Isso é uma
desvantagem muito grande”,
afirma o presidente executivo
do Conselho Nacional do Café,
Silas Brasileiro
Segundo Lima, a atuação
conjunta das áreas
econômicas do governo e da
diplomacia foi eficiente nas
negociações sobre o café com
os europeus. “Os produtos
brasileiros que mais enfrentam
resistência na Comissão
Europeia para ter um acordo
são açúcar, álcool e carne.
Não o café.” O mercado
europeu é estratégico para a
ampliação das exportações de
café solúvel. Nenhum país da
União Europeia ocupa posição
entre os 10 principais
destinos dos produtos
brasileiros. Até novembro de
2018, os 3 maiores
compradores do Brasil foram
os Estados Unidos (591 mil
sacas de 60 kg); Rússia (404 mil
sacas) e Japão (269 mil sacas).
O ministro da
Infraestrutura, Tarcísio Gomes
de Freitas, assinou na sexta-
feira (11), em Porto Alegre, a
concessão da Rodovia de
Integração do Sul (RIS), que
interliga 32 cidades gaúchas. A
rodovia é formada por trechos
da BRs 101, 290, 386 e 448.
A concessão por 30 anos foi
contratada com o Grupo CCR,
por meio do Programa de
Parcerias de Investimentos
(PPI). Conforme estabelecido, a
empresa terá que investir R$
7,8 bilhões na melhora da
rodovia durante o período de
concessão, além dos gastos de
custeio, estimados em R$ 5,6
bilhões, para conservação,
operação e monitoramento da
estada. A CCR instalará 7
pedágios em todo o trecho.