MANUAL DA BIDELA

APRESENTAÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO

A sublime arte da “bidela”, como é conhecido o recurso às possibilidades de confraternização

ofertadas por irmãos e amigos, é historicamente consolidada nos mais diversos círculos sociais.
Ora, cinco pães e dois peixinhos alimentaram uma multidão de mais de duas mil pessoas. O
mesmo Senhor dessa cena, mais tarde repartiu a ceia dentre doze. Apresentamos aqui a
historicidade e as justificativas desse ato que aproxima os membros de uma mesa como
verdadeiros irmãos.

POR QUE “BIDELA”?

Taxar assim revela profunda maldade das pessoas. Muitas das vezes desconhecem os motivos
que levaram o agente social àquele ambiente. Diversas conversas, encontros e acertos
culminam em convites para estar ali no dia e hora daquele evento.

JUSTIFICATIVA TÉCNICA

Tem situações que não são necessariamente de “bidela”. É uma questão de oportunidade (não
confundir com “oportunismo”). Ao desfrutar de uma mesa em que o valor total não corresponde
a 30% dos seus gastos individuais, não é injusto esperar que seus colegas façam a fineza de
agradá-lo. Importante deixar claro como isso reforçará a renovação da sua agradável
companhia.

JUSTIFICATIVA RELIGIOSA

Já relatada na APRESENTAÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO: há teorias de que o próprio Senhor

instituiu as oportunidades de confraternização. “Quis Deus que...”

REGRAS

1 - Esteja no lugar certo, na hora certa.

2 – Saiba chegar e saiba sair.

3 – Se necessário, pague uma ou duas rodadas para fazer um “meio de campo”. Não se pode
perder a clientela. A “amostra grátis” é sempre importante.

PROIBIÇÕES

1 - Bidela é uma arte profundamente experiencial. Querer passar a bidela para outro que já está
mais adiantando nos trabalhos é desleal.

2 – Fim de festa não é hora de chegar. O momento em que “o chapéu é passando” é

desagradável para quem está ali intentando a manutenção dessa instituição milenar.

3 – Os custos de deslocamento, ingresso, etc., não poderão ultrapassar os benefícios da bidela.

Aí é querer “fingir bidela”, o que também é desleal e não muito inteligente.