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PALAVRAS 11

Teste de avaliação A – 11.º ano março 2019

Educação Literária

Grupo I (104 pontos)

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Parte A

Lê atentamente o seguinte texto.

Momentos depois, viu Simão chegar à portaria Tadeu de Albuquerque encostado ao braço
de Baltasar Coutinho. O velho denotava quebranto e desfalecimento a espaços. O de Castro
Daire, bem composto de figura e caprichosamente vestido à castelhana, gesticulava com o
aprumo de quem dá as suas irrefutáveis razões, e consola tomando a riso a dor alheia.
– Nada de lamúrias, meu tio! – dizia ele. – Desgraça seria vê-la casada! Eu prometo-lhe
antes de um ano restituir-lha curada. Um ano de convento é um ótimo vomitório do coração.
Não há nada como isso para limpar o sarro do vício em corações de meninas criadas à
discrição. Se meu tio a obrigasse, desde menina, a uma obediência cega, tê-la-ia agora
submissa, e ela não se julgaria autorizada a escolher marido. (…)
Abriu-se novamente a portaria, e saíram as três senhoras, e após elas Teresa.
Tadeu enxugou as lágrimas, e deu alguns passos a saudar a filha, que não ergueu do chão os
olhos. (…)
Teresa viu-o ... adivinhou-o, primeira de todas, e exclamou:
– Simão!...
O filho do corregedor não se moveu.
Baltasar, espavorido do encontro, fitando os olhos nele, duvidava ainda.
– É crível que este infame aqui viesse! – exclamou o de Castro Daire.
Simão deu alguns passos, e disse placidamente:
– Infame... eu! E porquê?
– Infame, e infame assassino! – replicou Baltasar. – Já fora da minha presença! (…)
Baltasar Coutinho lançou-se de ímpeto a Simão. Chegou a apertar-lhe a garganta nas mãos;
mas depressa perdeu o vigor dos dedos. Quando as damas chegaram a interpor-se entre os dois,
Baltasar tinha o alto do crânio aberto por uma bala, que lhe entrara na fronte. Vacilou um
segundo, e caiu desamparado aos pés de Teresa.
Tadeu de Albuquerque gritava a altos brados. Os liteireiros e criados rodearam Simão, que
conservava o dedo no gatilho da outra pistola. Animados uns pelos outros e pelos brados do
velho, iam lançar-se ao homicida, com risco de vida, quando um homem, com um lenço pela
cara, correu da rua fronteira, e se colocou, de bacamarte aperrado, à beira de Simão. Estacaram
os homens.
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– Fuja, que a égua está ao cabo da rua – disse o ferrador ao seu hóspede.
– Não fujo.... Salve-se, e depressa – respondeu Simão.
– Fuja, que se ajunta o povo e não tardam aí soldados.
– Já lhe disse que não fujo – replicou o amante de Teresa, com os olhos postos nela, que
caíra desfalecida sobre as escadas da igreja.
– Está perdido! – tornou João da Cruz.
– Já o estava. Vá-se embora, meu amigo, por sua filha lho rogo. Olhe que pode ser-me útil;
fuja...
Abriram-se todas as portas e janelas, quando o ferrador se lançou na fuga, até cavalgar a
égua.
Um dos vizinhos do mosteiro, que, em razão do seu ofício, primeiro saiu à rua, era o
meirinho-geral.
– Prendam-no, prendam-no, que é um matador! – exclamava Tadeu de Albuquerque.
– Qual? – perguntou o meirinho-geral.
– Sou eu – respondeu o filho do corregedor.
– Vossa senhoria! – disse o meirinho, espantado; e, aproximando-se, acrescentou a meia voz
– venha, que eu deixo-o fugir.
– Eu não fujo – tornou Simão. – Estou preso. Aqui tem as minhas armas.
E entregou as pistolas.
Tadeu de Albuquerque, quando se recobrou do espasmo, fez transportar a filha a uma das
liteiras, e ordenou que dois criados a acompanhassem ao Porto.
As irmãs de Baltasar seguiram o cadáver de seu irmão para casa do tio.
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, Lisboa: IN-CM, 2007, pp. 313-321.

1. Indica o assunto do texto, fundamentando.


2. Caracteriza Tadeu de Albuquerque e Baltasar Coutinho.
3. Avalia a atitude de Simão Botelho após o homicídio de Baltasar Coutinho.
4. Infere a representatividade simbólica de Baltasar por oposição a Simão.

Parte B
Lê o texto apresentado.

Vem Pero Marques e diz:

Homem que vai aonde eu vou


nam se deve de correr
ria embora quem quiser
que eu em meu siso estou.
Nam sei onde mora. Aqui
olhai que m’esquece a mi.
Eu creo que nesta rua
e esta parreira é sua
já conheço que é aqui.
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Chega a casa de Inês Pereira.

Digo que esteis muito embora.


Folguei ora de vir cá
eu vos escrevi de lá
ũa cartinha senhora
e assi que de maneira.
MÃE Tomai aquela cadeira.
PERO MARQUES E que val aqui ũa destas?
INÊS PEREIRA Oh Jesu que João das Bestas
olhai aquela canseira.

Assentou-se com as costas pera elas e diz:

PERO MARQUES Eu cuido que nam estou bem.


Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira.

5. Caracteriza a personagem Pero Marques a partir do seu monólogo inicial.


6. Demonstra que o jovem não corresponde às expectativas de Inês.

Parte C

7. Numa exposição (130-170 palavras), explicita as principais diferenças entre cantiga


de amigo e cantiga de amor, fazendo referência a textos exemplificativos. A tua
exposição deve incluir:
 uma introdução ao tema;
 um desenvolvimento no qual explicites as principais diferenças entre a
cantiga de amigo e de amor, fundamentando as características
apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos;
 uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Grupo II (56 pontos)

Leitura | Gramática

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.


Escreve, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção
escolhida.
IVANHOE
A história de Ivanhoe contém elementos que encontramos em filmes e desenhos
animados desde a infância. A usurpação do trono de Inglaterra por um príncipe,
aproveitando a ausência do seu irmão e rei legítimo em cruzada na Guerra Santa; a prática
de sucessivos crimes para perpetuar esse estado de coisas; a resistência de súbditos leais
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5 que se escondem na floresta de Sherwood e se tornam fora-da-lei; personagens como o


príncipe João, Ricardo Coração de Leão, Robin Hood e Frei Tuck existiam na memória
popular muito antes de Walter Scott escrever uma linha. A eles o escritor escocês
acrescenta o cavaleiro Wilfred de Ivanhoe, um herói à antiga, tão capaz de feitos bélicos
como de cavalheirismo e lealdade. Ivanhoe acompanha Ricardo na sua malograda
10 excursão e mantém-se-lhe fiel mesmo quando muitos pensam que o rei jamais regressará.
Fiel também à bela Rowena, que disputa o seu amor com a não menos bela e virtuosa
Rebeca, uma judia obviamente inspirada, juntamente com o pai, no “Mercado de Veneza”
de Shakespeare. Não são os únicos personagens deste livro que têm como fonte a
literatura. Em Ivanhoe não faltam torneios, batalhas, sequestros, bruxas e heroísmo. Como
15 romance de aventuras é irrepreensível, e foi uma das obras que fizeram com que a Idade
Média voltasse a estar na moda. Scott tornara-se originalmente conhecido por poemas
narrativos como “A Dama do Lago”. Passou depois à ficção, concretamente aos romances
históricos, um género que mais ou menos criou. Dos títulos do ciclo Waverly, Ivanhoe é,
sem dúvida, o mais conhecido. Como muitas obras do século XIX, procura associar a
20 identidade nacional a um passado racial ancestral, no caso, anglo-saxão, contrastando-o
com o elemento estrangeiro (normando) que, entretanto, se infiltrou, mas não conseguiu
apagar totalmente as virtudes rijas e simples de origem. Um leitor dos nossos dias pode
achar tudo isto algo suspeito, e a forma de escrever demasiado explicativa, para não dizer
um tanto palavrosa. Por outro lado, Scott assume as suas simpatias de forma explícita. Não
25 só há claramente bons e maus no livro, como encontramos discursos de elevada inspiração
moral na boca das personagens. Mas não se pode pedir a um escritor do princípio do
Romantismo que escreva como um pós-moderno. E pelo menos Scott estava do lado certo.
O modo como ele contesta o antissemitismo é apenas um de vários aspetos absolutamente
modernos em Ivanhoe.
Luís M. Faria, Revista do Expresso, 19 de agosto de 2017, p. 73.

1. Este texto corresponde ao género


(A) artigo de opinião.
(B) exposição.
(C) apreciação crítica.
(D) relato de viagem.

2. De acordo com o texto, Ivanhoe, de Walter Scott, é um romance


(A) com uma história vulgar.
(B) moralista, mas sem interesse.
(C) absolutamente fiel à História.
(D) inovadora para a sua época.

3. Segundo o autor do texto, o romance destacado apresenta-se como


(A) precursor da modernidade.
(B) modelo exemplar do Romantismo.
(C) uma obra da Idade Média.
(D) percursor percursor da antiguidade.
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4. A primeira frase do texto é constituída por


(A) uma oração subordinante e uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
(B) uma oração subordinante e uma oração subordinada adjetiva substantiva completiva.
(C) uma oração subordinante e uma oração subordinada substantiva relativa.
(D) uma oração subordinante e uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

5. No contexto em que ocorrem, as palavras “Walter Scott” e “escritor escocês” (l. 7)


exemplificam o processo de coesão
(A) referencial.
(B) lexical por reiteração.
(C) lexical por substituição.
(D) interfrásica.

6. Identifica as funções sintáticas das seguintes expressões:


a) “um herói à antiga” (l. 8).
b) “de Shakespeare” (l. 13).

7. Indica o valor da oração “que disputa o seu amor com a não menos bela e virtuosa
Rebeca” (ll. 11-12).

Grupo III (40 pontos)

Escrita

O exercício físico é fundamental para o ser humano, beneficiando o intelecto, os


relacionamentos interpessoais e o corpo humano.

Redige um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de


350 palavras, em que apresentes vantagens e desvantagens da prática desportiva.

Para fundamentares o teu ponto de vista, recorre a dois argumentos, ilustrando cada um
deles com um exemplo significativo.

Bom trabalho!

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