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O filme “A perigosa ideia do Darwin” (título original: “Darwin’s dangerous idea”)

faz parte de uma série de 4 DVDs (8 horas de filmes no total) produzida pela Scientific
American, BBC, Discovery Chanel e ProSieben.
Esse filme retrata o contexto histórico, intelectual, científico e de sociedade do século
XIX, no qual Charles Darwin elaborou a Teoria da Evolução pela Seleção Natural.
Mostra os choques culturais e societais que essa teoria provocou (e ainda provoca hoje
em certos países e certos setores da sociedade), e as imensas implicações que esses
novos conceitos têm na nossa compreensão atual da biodiversidade e no devido lugar do
ser humano nessa biodiversidade.
O filme é divido em vários capítulos que mostram a construção progressiva dessa nova
teoria, no contexto social e familial que era o do C. Darwin, bem como exemplos atuais
de aplicação dessa teoria.
O século IXX é um período de muita efervescência nas diversas áreas da Ciência do
mundo vivo e de outras Ciências como a geologia. Os dogmas do fixismo e do
criacionismo são cada vez mais questionados, bem antes do Darwin, por evidências
geológicas. A descoberta de fósseis estranhos provoca um imenso interesse na
sociedade em geral e no mundo científico em particular. As ideias e/ou hipóteses de
possibilidade de transformação das espécies surgem e provocam debates.
Após mais de 30 anos de acumulação de observações, de dados e de material, e de
deduções lógicas, Darwin propõe, em 1859, um conjunto de hipóteses que vão
revolucionar nossa concepção de origem do mundo vivo, e das relações entre as
espécies. Propõe um olhar radicalmente diferente, em completa contradição com os
dogmas vigentes naquela época (e ainda presentes hoje em muitos setores da
sociedade), sobre a origem da biodiversidade e o lugar do ser humano nessa
biodiversidade.
E esse percurso intelectual e a importância dessa nova visão da biodiversidade que o
filme tenta retratar.
Para melhor entender a trama histórica retratada no filme, são apresentados a seguir os
retratos resumidos de algumas figuras históricas do filme.

FITZROY, Robert (1805 -1865)

De família rica e de alta nobreza, FitzRoy foi o capitão do


navio HMS Beagle, durante a famosa viagem de Charles
Darwin.
Ele se tornou, aos 23 anos, um dos mais jovens marinheiros
ingleses a comandar um navio hidrográfico. Comandou o
HMS Beagle em duas de suas três viagens, com a missão de
realizar trabalhos de hidrografia e cartografia na Terra de
Fogo. Foi um pioneiro na área da meteorologia, além de ser
explorador (numas das primeiras cenas do filme, ele
acompanha Darwin nos planaltos do Uruguay, à procura
de fósseis).
Na primeira viagem, FitzRoy iniciou um projeto ousado na Terra de Fogo. Queria
provar ao mundo que os índios nativos eram humanos normais assim como os ingleses.
Como o próprio FitzRoy dizia: "eles só tiveram o azar de nascerem nessas terras
abandonadas por Deus." Assim, FitzRoy capturou quatro nativos, sendo nomeados pela
tripulação com nomes cômicos que lembravam histórias da viagem, eram eles:
Fueguina Bascket, York Minster, Boat Memory e Jemmy Button. FitzRoy pegou os
nativos para educa-los e transforma-los em cristãos para anos depois leva-los de volta
para compartilharem do que aprenderam com seu povo e pregarem o cristianismo a eles,
povo com o qual ninguém conseguia se comunicar.
Durante a segunda viagem, a tripulação do HMS Beagle era composta de muitos oficiais
de confiança de FitzRoy desde a primeira viagem, além de dois homens em destaque da
nova tripulação tomaram lugares na história: o Tenente Wickam (que comandaria o
Beagle durante a terceira viagem) e o jovem naturalista oficial da expedição, Charles
Darwin. Convidou também o pintor Auguste Earle, que já estivera no Brasil, como
primeiro oficial desenhista. Robert FitzRoy e Charles Darwin, apesar de terem se
tornado bons amigos, discordavam das idéias uns dos outros e quase sempre acabavam
discutindo por isso.
Sofrendo de transtormo bipolar depressivo-compulsivo, FitzRoy se suicidou em 1865.

DARWIN, Erasmus Alvey (1804-1881)

Erasmus Alvey Darwin, que tinha o apelido de Eras ou Ras,


era o irmão mais velho do Charles Darwin. Quando C.
Darwin voltou da viagem de 5 anos a bordo de HMS Beagle,
ele morou algum tempo em Londres com o irmão. Erasmus
Alvey Darwin tinha uma vida de lazeres, frequentando e
organizando jantares intelectuais. Sempre foi muito próximo
do irmão Charles e mais tarde da família dele.

OWEN, Richard (1804-1892)

Owen foi um brilhante e ambicioso cientista britânico que ficou conhecido por seus
trabalhos em anatomia comparada, particularmente de fósseis (tinha um grande talento
para “interpretar” fósseis) e por sua consequente e importante contribuição à
paleontologia.
Foi durante um breve período de formação na área de
medicina (na qual nunca atuou), mais precisamente na área
de cirurgia, que ele desenvolveu um enorme interesse pela
anatomia, principalmente em comparações específicas entre
os órgãos e estrutura de diferentes animais. Começou sua
carreira científica como curador assistente do “Hunterian
Museum” em Londres. Era um museu ligado ao “Royal
College of Surgeons” (Colégio Real dos Cirurgiões da
Inglaterra), e que comportava uma grande coleção de peças
anatômicas de humanos e animais. Mais tarde, se tornou o
conservador desse museu. Em 1856, deixou o “Hunteriam
Museum” e se tornou superintendente das coleções do
departamento de história natural do “British Museum”.
Usando da sua posição nesse museu, batalhou durante anos para que seja criado um
museu de história natural separado do “British Museu”, o que se concretizou com a
abertura, em 1881, do hoje famoso “Natural History Museum” de Londres.
Durante toda sua longa carreira científica, Owen desenvolveu inúmeros trabalhos
originais de anatomia de grupos de Invertebrados (em particular moluscos cefalópodes),
maas também de Vertebrados de quase todos os grupos (peixes, répteis, aves,
mamíferos).
Boa parte do seu trabalho sobre répteis e mamíferos foi ligado a formas extintas
(fósseis). Aliás, é ele que publicou a primeira descrição geral importante do grande
grupo dos répteis terrestres do mesozóico e é também ele que cunhou o nome
Dinosauria (dinossauros) (do grego “deinos” e “sauros” – o que significa “largartos
[sauros] terríveis [deinos]”) para esse grupo. Também foi o primeiro a reconhecer que
um grupo de répteis terrestres do mesozóico (Sinapsida) possuia afinidades tanto com
os anfíbios auanto com os mamíferos.
Em relação aos mamíferos, suas mais importantes contribuições foram com os
Monotremada (ex: ornitorrincos), os marsupiais e os macacos antropóides. Muitos dos
seus trabalhos sobre mamíferos foram realizados com as formas extintas, um interesse
que foi particularmente incentivado pelos notáveis fósseis coletados por Darwin na
América do Sul, durante sua viagem de 1831 a 1836 a bordo do HMS Beagle.
Foi a partir dos fósseis coletados por Darwin que Owen descreveu grupos de animais
gigantes (e extintos) como Toxodon (*) (animais que tinham o tamanho de rinocerontes
atuais e possuem afinidades com roedores atuais), Glyptodon (tatus gigantes
relacionados com os tatus atuais), Mylodon e Megatherium (preguiças terrestres
gigantes relacionadas com as preguiças atuais).
(*)
Darwin foi um dos primeiros a coletar fósseis de Toxodon, após ter pago a um camponês do Uruguai a
soma de 18 pence para um crânio de T. platensis (umas das primeiras cenas do filme onde se pode ver
Darwin, acompanhado pelo capitão Fitzroy, tentando comprar fósseis).

As relações profissionais entre Darwin e Owen começaram logo após o retorno do


Darwin à Inglaterra depois da viagem a bordo do HMS Beagle. Durante todos esses
anos. Darwin tinha acumulado uma grande quantidade de fósseis coletados na América
do Sul. Em 1836, Charles Lyell (grande amigo geólogo do Darwin [e autor dos
“Princípios de Geologia”]) apresentou Darwin ao Owen (já famoso por seus trabalhos
de anatomia comparada) que aceitou analisar o a abundante material fóssil do Darwin.
As conclusões do Owen, segundo as quais os fósseis de animais gigantes que o Darwin
tinha coletado se relacionavam a roedores e preguiças atuais da América do Sul e não a
animais de grande tamanho da África com pensava inicialmente Darwin, foram umas
das múltiplas evidências que levaram Darwin ao conceito de ascendência comum (uma
das cenas do filme retrata Owen expondo numa reunião científica suas principais
conclusões científicas a respeito desses fósseis de animais gigantes, na presença de
Darwin).
Owen era inicialmente de tendência completamente criacionista. Entretanto, seus
trabalhos de anatomia comparativa, em particular com os Vertebrados, mostravam
claras evidências das relações existentes entre os grupos de Vertebrados. Passou então
de uma abordagem puramente funcionalista da anatomia (= com a concepção que cada
espécie é uma criação cujas estruturas são perfeitamente adaptadas a uma função) a uma
abordagem comparativa da anatomia, com o desenvolvimento da noção de homologia
ao analisar e comparar as estrututuras encontradas nos grupos estudados, inclusive de
fósseis. Desenvolveu então a ideia que existia um “archetipo” Vertebrado que
caracterisaria a morfologia de todos os Vertebrados e que todas as espécies de
Vertebrados se originaram desse “arquetipo”. Ou seja, sua posição científica mudava de
um conceito completamente criacionisto do mundo vivo para o conceito de
“transformação” das espécies a partir de “arquetipos” de origem divina. Chegou
também a concluir que “causas naturais”, e não causas milagrosas, levavam à
transformação das espécies, a partir do “arquetipo”. Até chegou a sugerir a possibilidade
do ser humano ter evoluido a partir de pexeis através de “leis naturais”.
Entretanto, essas ideias de transformação das espécies, expressas em algumas obras
dele, foram severamente críticas, em particular, por seus patricinadores anglicanos,
todos ligados à Teologia Natural. Owen adotou então uma atitude extremamente
cautelosa na expressão de qualquer ideia de “transformação” das espécies. Além do
mais, Owen rejeitava completamente a hipótese de seleção natural proposta pelo Darwin
(a não ser para explicar a extinção de espécies) e concebia o surgimento de novas
espécies (a partir de um “arquetipo”) através de mecanismos bruscos como
partenogénese, desenvolvimento prolongado, nascimento prematuro, malformações
congenitais, atrofia de tipo Larmarckiana, hipertrofia de tipo Lamarckiana (até colocava
como possibilidade a “transmutação”, mas a achava essa possibilidade muito pouco
provável).
Darwin e Owen sempre tiveram boas relações profissionais, pelo menos até a
publicaçãõ da obra do Darwin em 1859: Owen ficou extremamente magoado quando
leu a introdução da primeira edição da obra “Da origem das espécies por meio da
seleção natural”, na qual o Darwin o retratava, como fazendo parte de “turma” dos
defensores da imutabilidade das espécies (uma das cenas do filme retrata essa magoa
do Owen numa violenta troca verbal com Darwin). Darwin reconheceu seu engano
em edições posteriores, porém apontou a dificulade de entender os escritos às vezes
contraditórios do Owen (hoje, diria-se que Owen ficava muitas vezes “em cima do
muro”).
Owen também ficou também famoso e ganhou a fama (em parte injustificada) de anti-
evolucionista como resultado da batalha intelectual e científica que ele vai travar com
Thomas Henry Huxley, um cientista que fazia parte do pequeno círculo de cientistas e
amigos íntimos do Darwin. Ele foi um dos principais defensores públicos da teoria da
evolução pela seleção natural de Darwin, e um ativo ator da popularização da teoria da
evolução, o que o levou a receber o apelido de “buldogue” do Darwin, que ele mesmo
reevendicou.
Essa grande “batalha” científica que Owen travou com Huxley, a qual foi bastante
mediatizada na imprensa britância daquela época, tinha como tema a relação entre o ser
humano e os macacos. O início dessa disputa foi a palestra que Owen deu em 1854 na
“British Association for the Advancement of Science” (Associação Britância para a
Avanço da Ciência) sobre a impossibilidade de macacos (“bestiais” segundo os termos
do Owen; como o recentemente descoberto gorila) ter adotado a posição ereta e ter se
transformados em ser humano. Entretanto, as ideias de ligação entre o ser humano e os
macacos começavam a ter certa popularidade na classe trabalhadora da Ingleterra, e isso
deixava muito preocupado as autoridades religiosas anglicanas e, de maneira geral, os
“guardiões” da “ordem moral” da sociedade vitoriana. Como Presidente-eleito da Royal
Association, Owen foi então pressionado por vários setores conservadores da sociedade
vitoriana (em particular a Igreja Anglicana) para esmagar essas ideias, em prol da
“salvação da ordem moral”. Nesse sentido, anunciou estudos anatômicos realizados por
ele sobre o cérebro de primatas, afirmando que o cérebro humano tinha estruturas que
os macacos não têm. O debate entre Owen e Huxley ficou particularmente acirrado
quando, na reunião anual do ano 1860 da “British Association for the Advancement of
Science”, Owen reafirmou que o ser humano difere fundamentalmente dos outros
Primatas (e, portanto, não tem ligação com eles) por possuir certas particularidades
anatômicas na estrutura do cérebro. Ele se referia em particular à presença no ser
humano (e segundo ele, à ausência nos outros Primatas) do hipocampo minor, uma
estrutura localizada nos lobos temporais do cérebro humano. Na discussão que seguiu,
Huxley tomou posição contra essa concepção e prometeu refutar a afirmação de Owen.
Dois dias depois, ocorreu uma famosa discussão no Museu de Historia Natural de
Oxord, na qual vão se opôr de maneira muito feroz o bispo de Oxford Samuel
Wilberforce (Igreja Anglicana) e o Huxley. O tema do debate (aberto ao público) era
“Darwinismo e Sociedade", e atraiu um grande público estimado entre 700 a 1.000
pessoas. Nessa reunião, o bispo, excelente orador, falou durante meia hora, zombando
das ideias evolucionistas de Darwin e Huxley. Terminou sua fala perguntando ao
Huxley se era “através da sua avó ou do seu avô que ele alegava a descendência de um
macaco”. A resposta de Huxley foi pousada e ovacionada pelo público: "Se a questão é
se eu preferiria ter um macaco miserável como avô ou um homem altamente favorecido
pela natureza que possui grande capacidade de influência, mas mesmo assim emprega
essa capacidade e influência para o mero propósito de introduzir o ridículo em uma
discussão científica séria, eu não hesitaria afirmar a preferência pelo macaco". Dito de
outra maneira, Huxley quis dizer que preferia ter como ancestral um macaco em vez de
um bispo usando da sua autoridade moral para tentar esconder a verdade científica. Na
verdade, essa reunião não foi apenas um debate científico, mas também um claro
confronto entre ciência e religião. Após a respota do Huxley, um forte tumulto agitou a
sala; pessoas se levantaram para protestar contra essa ofensa contra a religião e presente
na reunião, o almirante Fitzroy, aquele mesmo que foi comandante do HMS Beagle
durante a viagem do Darwin, levantou uma Bíblia, e gritou que era “esse livro e não
“essa cobra” que tinha acolhida no seu navio (se referia ao Darwin) que formava a
autoridade verdadeira e intocável” (uma das cenas do filme retrata essa famosa
briga entre Huxley e o bispo Wilberforce).
A “questão do hipocampo minor” e a consequente opisição entre a Igreja e os
“darwinistas” foram bastante mediatizadas pela imprensa britânica, com muito interesse
da parte do público em geral. Mais tarde, Darwin escreveu: "De tudo o que escuto de
várias partes, parece-me que [o debate de] Oxford fez um grande bem ao assunto. É de
grande importância mostrar ao mundo que uns poucos homens de primeira não tem
medo de expressar sua opinião. Eu vejo todo dia mais e mais claramente que meu livro,
sem ajuda, não teria feito nada".
Nos anos que seguiram essa famosa briga, surgiram várias publicações científicas sobre
o cérebro dos Primatas, todas com resultados que refutavam o argumento do Owen
quanto à ausência do famoso “hipocampo minor” no cérebro dos Primatas não
humanos. A questão foi encerrada com a publicação em 1863 do livro de Huxley,
Evidence as to Man’s Place in Nature (Evidência do lugar do Homen na Natureza). A
briga científica mediatizada entre Huxley e Owen foi um passo importante no
reconhecimento da Teoria da Evolução do Dawin, e manchou de maneira durável a
fama científica de Owen.

HUXLEY, Thomas Henry (1825-1895)

Huxley foi um especialista da anatomia de Invertebrados,


um paleontólogo e, de modo geral, um importante biólogo
na Inglatera do século IXX. Entretanto, ele é mais
conhecido como talentoso popularizador da ciência e,
sobretudo, como principal defensor público da teoria da
evolução de Charles Darwin. Huxley foi também um dos
poucos confidentes a quem C. Darwin expôs suas ideias
evolucionistas antes da publicação de “Da origem das
espécies por meio da seleção natural” e um dos principais
responsáveis pelo sucesso da sua publicação.
Como Darwin nunca foi um grande orador e preferiu morar no interior da Inglaterra,
longe dos debates e repercussões da sua teoria, cuidando de assuntos estritamente
científicos, coube à Huxley, excelente e feroz orador, com bastanto humor cínico, o
papel de principal defensor da Teoria da Evolução. Essas qualidades e atuações lhe
valeram o apelido de “buldogue do Darwin”. Como ele mesmo disse ao estudante
Henry Fairfield Osborn: "Você sabe que eu tenho que tomar conta dele [Darwin] - de
fato, eu sempre tenho sido o buldogue de Darwin".
O mais importante debate sobre Evolução ocorreu em 30 de junho de 1860, na
Universidade de Oxford, entre Huxley e o seu principal opositor, o Bispo Samuel
Wilberforce, acompanhado naquela ocasião de Richard Owen (ver o capítulo acima
sobre R. Owen para mais detalhes sobre esse famoso debate).

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