DIREITO ADMINISTRATIVO
Monografia de Pós-Graduação em
Direito Administrativo da Faculdade
Internacional Signorelli, apresentada
como Trabalho de Conclusão de Curso.
MOSSORÓ
Setembro/2014
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................5
3. OBJETIVOS...........................................................................................................6
3.1Objetivo Geral.........................................................................................................6
3.2 Objetivos Específicos............................................................................................6
4. METODOLOGIA....................................................................................................7
5. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO......................................................8
5.1 Breve Abordagem da Evolução da Responsabilidade Civil do Estado………......9
5.1.1 Teoria da Irresponsabilidade............................................................................9
5.1.2 Teoria da Culpa Administrativa.......................................................................10
5.1.3 Teoria do Risco Administrativo.......................................................................11
5.1.4 Teoria do Risco Integral..................................................................................12
5.1.5 O § 6º do Artigo 37 da Constituição de 1988..................................................13
5.1.6 A teoria aplicada no ordenamento jurídico brasileiro......................................15
6. A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NOS CASOS DE
OMISSÃO………………………………………………………………………………16
6.1 Definição de ato omissivo e apresentação do tema............................................16
6.2 Responsabilidade Civil por Omissão Estatal: Discussões Doutrinárias e
Jurisprudenciais………………………………………………………………………19
7. CONCLUS ÃO..................................... ............... .........................31
8.REFERENCI AS BIBLIOGRÁFICAS ........................... ....................32
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1. INTRODUÇÃO
por isso é errado falar em responsabilidade da Administração Pública, já que esta não
tem personalidade jurídica, não é titular de direitos e obrigações na ordem civil.”
Nesse sentido, saliente-se, ainda, que a responsabilidade do Estado não
deve ser confundida com as situações em que o Poder Público deve indenizar em
virtude de uma atividade legítima, como ocorre nos casos de desapropriação, de
requisição e de execução compulsória de medidas sanitárias.
No que diz respeito ao aspecto histórico, de um modo geral, deve-se
afirmar que a regra adotada por muito tempo foi a da irresponsabilidade do Estado;
em seguida, caminhou-se para a responsabilidade subjetiva – a qual pressupõe a
ocorrência de culpa –, e que atualmente é aceita em determinadas situações; e, ao
final, passou-se a admitir a teoria da responsabilidade objetiva.
No direito administrativo, particularmente, deve-se afirmar que a
Administração Pública só pode realizar suas atividades por meio de seus agentes, ou
seja, a responsabilidade civil do Estado é consequência da ação dos agentes
encarregados de formular e manifestar a vontade estatal.
Dessa forma, pode ocorrer que, o Poder Público, na realização de suas
funções, cause danos aos administrados (individual ou coletivamente), ou, até
mesmo, a outros entes públicos. Nesta senda, saliente-se que tais prejuízos
ocasionados pelo Estado são frutos de comportamentos despendidos para
desempenhar tarefas no interesse da sociedade como um todo, razão pela qual não
é razoável que apenas algum arque com os respectivos prejuízos.
Em razão disso, a responsabilidade civil do Estado está sujeita a um regime
próprio, com características peculiares de sua composição, devendo ser adequada às
espécies de danos que suas ações ou omissões, materiais ou jurídicas, lícitas ou
ilícitas, podem gerar.
Finalmente, cumpre destacar que até se chegar à concepção
contemporânea de responsabilidade do Estado, muitas teorias tentaram desenvolver
a responsabilidade do Poder Público. Nesse contexto, importa esclarecer que o
presente trabalho abordará a controvérsia existente acerca da responsabilidade civil
do Estado por atos omissivos, ou seja, será analisado o § 6º, do art. 37, da
Constituição Federal e os danos causados por omissão do Estado.
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2. JUSTIFICATIV A
3. OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
4. METODOLOGI A
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
No que diz respeito ao fato gerador da responsabilidade, não está ele atrelado
ao aspecto da licitude ou ilicitude. Como regra, é verdade, o fato ilícito é que
acarreta a responsabilidade, mas, em ocasiões especiais, o ordenamento
jurídico faz nascer a responsabilidade até mesmo de fatos lícitos. Nesse
ponto, a caracterização do fato como gerador obedece ao que a lei
estabelecer a respeito.
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Por isso, embora pareça que o ato do agente público que poderia gerar um
dano seria obrigatoriamente ilícito, é de se ressaltar que há condutas que mesmo
dentro da licitude, são aptas de serem indenizadas, consoante disciplina a lei.
Portanto, é cediço que o Estado será responsabilizado civilmente em razão
de condutas danosas praticadas por seus agentes, no exercício de suas atividades, a
seus administrados. Destarte, o ato será comissivo, quando ocorre uma ação positiva
por parte do agente, isto é, praticar algo que resultou em um dano a alguém, ou
omissivo, nos casos em que o agente público, devendo agir, por determinação legal,
assim não o faz, sendo esta omissão prejudicial à coletividade.
Foi adotada por Estados absolutistas, em meados do século XIX, para esta
teoria, o Estado não respondia por seus atos, já que se caracterizava pela soberania,
estando acima de tudo e de todos. Vigorava o princípio de que the king can do no
wrong / le roi ne peut mal faire (o rei não pode errar), e quod principi placuit habet legis
vigorem (aquilo que agrada ao príncipe tem força de lei). Por essa razão, com
fundamento em tal soberania, em que jamais o Estado se igualaria a seus súditos, é
que sequer se imaginaria que ele pudesse ser responsabilizado civilmente.
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Essa teoria logo começou a ser combatida, por sua evidente injustiça; se o
Estado deve tutelar o direito, não pode deixar de responder quando, por sua
ação ou omissão, causar danos a terceiros, mesmo porque, sendo pessoa
jurídica, é titular de direitos e obrigações.
Na doutrina, alguns defendem que tal teoria nunca teria sido aplicada em
nosso país. É esse o pensamento de Yussef Said Cahali, afirmando que de acordo
com as normas positivadas pelo Brasil, “o princípio da responsabilidade civil do Estado
jamais foi posto em dúvida.” (2012, p. 28). Todavia, não há dúvidas sobre a existência
desta teoria no direito brasileiro, embora não tenha persistido por muito tempo.
Por sua vez, na teoria do risco administrativo, originada por Leon Duguit,
cujo surgimento deu-se no parágrafo único do artigo 194 da Constituição de 1946,
diferentemente da teoria estudada anteriormente, não há a análise nem da culpa dos
agentes, nem da falta do serviço público.
Nesta teoria, o dever de indenizar decorre diretamente da lesão ocasionada
pela Administração Pública, ou seja, ela enseja a obrigação de indenizar o prejuízo
atribuído à vítima, tenha havido ou não falta do serviço ou culpa de seus agentes.
Desse modo, ao passo que na teoria do risco administrativo (que cuida do
fato do serviço) a culpa é presumida, na teoria da culpa administrativa (que abrange
a falta do serviço) a culpa é inferida do fato lesivo do Estado, é aí que observa-se a
distinção entre elas.
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suportado pelo particular, devendo a vítima ser ressarcida integralmente pelo evento
lesivo causado pelo poder público, desde que demonstrado o nexo de causalidade.
Vislumbra-se, a teoria objetiva da responsabilidade civil do Estado,
insculpida § 6º, do art. 37 da nossa Carta Magna, ipsis litteris:
Não se pode negar que a teoria do risco integral é a que mais se identifica
com a responsabilidade objetiva, já que se esgota na simples verificação do
nexo de causalidade material: o prejuízo sofrido pelo particular é a
consequência do funcionamento (regular ou irregular) do serviço público.
(2012, p.33).
ocasionado pela falta do serviço de escoamento das águas das chuvas; como
exemplo da segunda hipótese tem os casos de crimes realizados na presença de
policiais inertes. Merece destaque o terceiro fato gerador elencado, uma vez que,
embora o Estado não seja o causador direto do dano, ele propicia uma situação que
gera o risco de dano. Neste caso, a responsabilidade será objetiva. Como exemplo,
pode-se citar um acidente de trânsito ocasionado por problemas nos semáforos ou
danos gerados em residências vizinhas a presídios por presidiários em fuga.
Verifica-se, no mesmo passo, o entendimento de Maria Sylvia di Pietro
(2012), ao afirmar que os danos gerados pela omissão do Estado em regra não são
causados por agentes públicos, mas sim por fatos da natureza ou fatos de terceiros,
que poderiam ser evitados ou amenizados se o Estado exercesse seu dever de agir.
Pela explanação apresentada, verificou-se uma análise sobre as noções
gerais sobre o ato omissivo e em quais situações serão evidenciados o dano gerado
pela a omissão do Estado, para que haja sua devida responsabilização.
não provido. (Apelação Cível 2004.001.01658 Décima Primeira Câmara Cível. Des.
Henrique Magalhães de Almeida . Julgado em 19/05/2004)
tentativa de roubo de veículo apreendido por trafegar sem licença, que se encontrava
sob a guarda de repartição pública, porque nesse caso o Estado deve estar preparado
para enfrentar a pequena criminalidade. Responsabilidade pelos danos causados no
veículo. Recurso Especial não conhecido. (Resp. 135259/SP STJ 2ª T. Relator Ari
Pargendler. Julgado em 05/02/98. DJ 02/03/98)
9. CONCLUS ÃO :
10.REFERENCI AS BIBLIOGRÁFICAS: