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VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
05 a 08 de abril de 2009
Belém – Pará – Brasil
ISBN – 978-85-7691-081-7

CC 72

A presença do cálculo na carta de Mercator (séc. XVI)

Vera Lúcia V. de Camargo


UNEMAT/MT
profveracamargo@gmail.com

Resumo

Este trabalho visa abordar a forma como Gerhard Kramer, cujo nome latino é Mercator, utilizou os
conceitos do Cálculo integral na elaboração de seu mapa para possibilitar aos navegadores seguir
trajetos orientados pela bússola com direção sempre constante.

Palavras-chave: História da Matemática, Mapa Mercator e Cálculo.

1 O Problema da Navegação e a Carta de Mercator

Pensemos numa situação bem comum dos navegadores do século XVI, em que no auge dos
descobrimentos, era necessário vencer grandes distâncias via oceano. Agora imaginemos um
navegador tendo que se deslocar de uma localidade para outra por meio de um navio tendo como
instrumentos somente uma bússola e mapas. Quais propriedades deverão ter um mapa para que ele
chegue ao seu destino? Segundo Tuchinsky(1980), historicamente os navegadores antes do tempo
de Mercator utilizavam a estratégia de seguir trajetórias com linha de rumo (ângulo) constante,
pois desta maneira eles poderiam se orientar com a agulha magnética da bússola em direção
sempre constante. Os cartógrafos e matemáticos constataram que a linha de rumo dos navegadores
faziam curvas em forma de uma espiral no globo. A este tipo de trajetória é denominada de
loxodromias ou loxodromes (do latim loxos – inclinação e dromes -correndo), tendo em vista que
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desta maneira eles poderiam cruzar todos os meridianos do globo terrestre com um ângulo sempre
constante. Foi buscando atender a este tipo de problema que Mercator elaborou sua carta de tal
maneira que fosse possível traçar uma trajetória entre duas localidades no mapa com linha reta
(loxodromia) fazendo um ângulo sempre constante com os meridianos da Terra. Além disso, os
ângulos medidos na Terra são os mesmos medidos no mapa, conforme ilustrado na Figura
2.

Figura 2

Diferentemente das projeções cartográficas que precederam ao Mapa de Mercator de


1569, este não usava uma malha de coordenadas aleatórias, mas se apoiava na matematização da
forma como Mercator concebia a Terra, ou seja, como uma esfera e não como uma superfície
bidimensional o que o permitiu traçar o sistema de coordenadas na qual a distorção estivesse
matematicamente e antecipadamente controlada. Esta projeção não foi construída para uma
simples representação do mundo, mas sim, para finalidades práticas da navegação. (SEEMAN,
2003)
Para a navegação seja ela náutica ou aérea, é importante se considerar a trajetória de
menor distância entre os dois pontos sobre a Superfície da Terra, que se considerada como
esférica, é o arco do círculo máximo que os une, isto é, uma ortodromia.
No caso da navegação marítima, surge outro problema, pois sobre uma ortodromia, exige-
se mudanças constantes de rumo, pois os arcos de círculos máximos formam ângulos variáveis
com os meridianos. Assim sendo, a utilização da agulha náutica exige que os navegantes
percorram entre dois pontos, não a menor distância, mas uma linha que faz um ângulo constante
com sucessivos meridiano. Esta linha é o rumo, a loxodromia ou curva loxodrômica que tem na
esfera uma espiral que tende para os pólos, exceto quando se caminha nos meridianos, paralelos e

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equador. A figura a seguir ilustra em (a) a loxodromia em b) o arco de loxodromia que une os
pontos 1 e 2, linha que corta o meridiano segundo ângulos iguais. Assim os ângulos P1A, PAB,
PBC são todos iguais e corresponde ao rumo entre os pontos 1 e 2. Na figura (c) é mostrada a
forma espiral no globo terrestre da loxodromia que tende para o pólo, sem no entanto, tocálo.

Figura 3

A figura (3) mostra que partindo do equador no rumo 60º o navegante percorrerá a curva
loxodrômica mostrada, formando com os meridianos o mesmo ângulo (igual ao rumo 60º) e
convergindo em espiral para o pólo.

Figura 4

No mapa de Mercator a linha de rumo ou loxodromia entre dois pontos é sempre


representada por uma reta, com ângulos formados com os meridianos constantes, que pode ser
medida diretamente na carta e, esta é a maior vantagem do Mapa de Mercator para uso na
cartografia náutica. Desta maneira, uma exigência básica para a utilização de um sistema de

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projeção para finalidades náuticas é que represente as loxodromias ou linhas de rumo por linhas
retas. Esta característica é atendida pela Projeção de Mercator, nome latino de seu idealizador,
Gerhard Kramer, cartógrafo nascido em Flanders, em 1512. Mercator publicou em 1569 sua Carta
Universal (planisférico), na qual as loxodromias eram representadas por linhas retas.
Do ponto de vista da navegação, a projeção de Mercator apresenta uma característica
gráfica de utilização incomparável, pois a loxodromia é representada por uma linha reta, que faz
1
com os meridianos um ângulo constante e igual ao seu azimute e, assim, mantendo o mesmo rumo
na bússola o navio chega tranquilamente ao seu destino, embora a distância entre os dois pontos
não seja a mais curta. Segundo Tuchinsky(1980), este mapa foi reconhecido como muito superior
aos mapas elaborados até então e, foi bastante utilizado e reconhecido no contexto das
navegações. Este autor menciona ainda que, no sistema modernos de navegação marítima e aérea
ainda são associados dois tipos de mapas para programar rotas entre localidades, um é o Mapa
Gnomômico e o outro o de Mercator. O primeiro permite encontrar a rota de menor distância entre
dois pontos, que está situado no arco do círculo máximo que, neste tipo de projeção, é
representado por uma linha reta. No entanto, neste tipo de mapa temos o inconveniente de que
o ângulo (direção) no percurso muda constantemente, pois não é uma linha de rumo. Para resolver
este tipo de inconveniente associamos de forma adequada esta rota ao Mapa de Mercator,
selecionando convenientemente as intersecções com os meridianos ao longo do curso do grande
círculo e posteriormente plotamos no mapa de Mercator. Segmentos de reta são desenhados entre
aqueles pontos como linhas de rumo que são facilmente seguidas e freqüentemente se aproximam
da rota do grande círculo, conforme ilustrado nas figuras a seguir.

Figura 5

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2 A Invenção de Mercator

Baseando-se em Tuchinsky(1980) e Ávila(2008) apresentamos a seguir as idéias que


nortearam a criação do Mapa de Mercator. Para construí-lo, inicialmente toma-se o equador como
uma linha de rumo na direção leste-oeste, que no mapa é representado por uma reta horizontal. Os
meridianos também são linhas de rumo, mas na direção norte-sul que são representados no mapa
por uma família de retas verticalmente espaçadas uniformemente. Por outro lado, sabemos que
ângulo que cada paralelo faz com os meridianos é de 90º, então as retas que representam os
paralelos devem ser perpendiculares à família de retas que representam os meridianos. Até agora,
muito fácil, mas como garantir que a representação das outras linhas de rumo seja reta no mapa?
Precisamos colocar os paralelos das latitudes com tal espaçamento que as linhas de rumo sejam
retas no mapa. Para isso, devemos estudar primeiro

o alongamento horizontal que ocorreu no mapa. As distâncias entre os meridianos para cada
paralelo no mapa deverão ser iguais, pois os meridianos no globo são paralelos. Assim sendo, as
distâncias entre os meridianos em cada paralelo no mapa serão maiores que as distâncias no globo.
Vamos então estudar este alongamento horizontal. Seja o globo terrestre representado por uma
fatia da esfera de raio R, conforme mostra a figura a seguir, de maneira e são dois segmentos
de paralelos de dois meridianos, sendo que o primeiro é parte do equador e o segundo parte do
paralelo de latitude ∅.

Figura 6
1
Ângulo formado com o norte magnético da Terra.

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Temos que o correspondente de no mapa plano é ′ ′ e a situação de que os


comprimentos ao longo do equador devem permanecer inalterados na construção do mapa plano
de acordo com a escala desejada. Pela Geometria Elementar temos que

= Sendo PQ de latitude ∅ ao norte, resulta que = cos∅

O setor PTQ tem o mesmo ângulo central do setor ABC, então o comprimento de

=∙ =∙ ∙ ∅

=∙ ∅∙ como =∙ resulta que ∙ ∅

Diante deste resultado, podemos prever que o comprimento do segmento

a medida que vai se


afastando do equador seu comprimento vai diminuindo e tendendo a zero quando ∅ → 90° No
mapa plano temos a correspondência

= e, como nele os meridianos são paralelos, então = ´´


= . De (**) temos então ′ ′

=∅,=

∅ Então o comprimento de ′ multiplicado pelo


fator sec ∅.

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no mapa é o comprimento de Como a sec∅ > 1 para valores de ∅
entre 0 e 90º os comprimentos ao longo dos paralelos vão sendo expandido do fator sec ∅. O
próximo passo será descobrir como proceder para mapear os comprimentos ao longo dos
meridianos no mapa, pois no caso dos paralelos foi tranquilo, considerando que a latitude é
constante ao longo do paralelo de latitude ∅. No entanto, ao longo do meridiano a ∅ aumenta a
medida que se desloca do equador para um dos pólos. Neste procedimento que está o grande
achado de Mercator, pois ele percebeu que assim como aconteceu um alongamento na distância
entre os meridianos na latitude ∅ na representação no mapa, cada distância vertical medida no
meridiano de latitude ∅ poderia também ser alongada quando colocada no mapa com o mesmo
fator sec (∅) e assim, ficariam preservados os ângulos da Terra sobre o mapa, isto é, quaisquer
duas linhas sobre a Terra teriam o mesmo ângulo quando estas são representadas no mapa,
obtendo desta maneira, um mapa conformal, denominação dada aos mapas que possui a
propriedade de conservar ângulos, como apresentado anteriormente. Como a linha de rumo corta
todos os meridianos sob um mesmo ângulo na Terra e o mapa é conformal, resulta que, as linhas
de rumo do mapa deverão cortar todas as verticais paralelas do meridiano sob um ângulo fixo e a
curva que faz isto é a reta. Então o segredo está em descobrir qual o espaçamento correto entre as
linhas horizontais no mapa da linha do equador, de tal maneira que os ângulos sejam preservados,
conforme o desenvolvimento que apresentamos a seguir: Seja um ponto P com latitude ∅ que se
desloca de ∆ ao longo de uma linha de rumo e que faz um ângulo com o meridiano local e seu
complementar = − . O que este

deslocamento implicará no mapa de Mercator? As componentes horizontal e vertical de ∆ são


respectivamente: ∆ . e ∆ . . Já mostramos anteriormente que o deslocamento horizontal é
aumentado pelo fator sec (∅) e se os ângulos e forem preservados no mapa, a componente
vertical também será multiplicada pelo fator sec (∅) para preservar o ângulo da linha de rumo
com os meridianos. Assim o deslocamento de ∆ no globo resultará em ∆ = ∆ sec (∅) , pois:
∆ = ∆ ∅ + ∆ ∅ ∆ = ∆ ∅( + )
Resultando que ∆ = ∆ sec(∅) Diante do desenvolvimento apresentado
podemos afirmar que a linha de rumo no mapa plano será retilínea e estará fazendo o mesmo
ângulo com as imagens de todos os meridianos.(ÁVILA, 2008)
Resumindo: para obter-se linhas de rumo retas no mapa, precisamos: a) preservar os ângulos do

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globo sobre o mapa; b) As distâncias horizontais na latitude ∅ no globo são alongadas pelo fator
sec ∅ quando transportadas para o mapa; c) Para preservar o ângulo, deve-se alongar os
comprimentos verticais ao longo do meridiano no mesmo fator sec ∅ na latitude ∅.

3 Como locar os Paralelos no Mapa de Mercator?


Sabemos que quando nos movimentamos ao longo do meridiano a latitude muda
continuamente. Então o que significa alongar a distância vertical ao longo do meridiano com
o mesmo fator sec(∅)? Como determinar o comprimento do segmento A’P’ a partir do
arco
? Seja ∅ a latitude do ponto P e (∅) a distância no mapa plano ao longo do meridiano da
linha do equador ao paralelo de latitude . Se conhecermos (∅) saberemos como localizar
o paralelo de latitude ∅ no Mapa de Mercator, que no mapa corresponde ao comprimento
do segmento A’P’.

Inicialmente vamos decompor o arco numa soma de deslocamentos elementares ∆ = ∆ ∅ com


∅ variando de 0 a ∅. Como vimos, no mapa plano, cada um desses deslocamentos deve ser
aumentado pelo fator sec(∅), resutando ∆ sec (∅) = sec(∅)∆ ∅. No entanto, como ∅ varia ao
longo de cada meridiano, cada deslocamento elementar é multiplicado por um valor diferente de
(∅). Desta maneira, o deslocamento A’P’ será aproximadamente igual a soma de todos os
deslocamento elementares, que pode ser escrito da seguinte forma:

≈ ∑ sec(∅).∆ ∅
Conforme aumenta a sec (∅) com o crescimento de ∅, as parcelas deste somatório vão
aumentando cada vez mais o que resulta no aumento das distâncias verticais de forma bem mais
acentuado do que nas distâncias horizontais. Na época de Mercator ainda não se tinha
sistematizado o conceito de integral várias décadas ainda se passariam para que este fosse
razoavelmente desenvolvido por Newton e Leibniz. Se nós tomarmos os ∆∅→ 0, nós obteremos
aproximações cada vez melhores de (∅). Se aplicarmos o limite
(∅) = ′ ′ = → ∑ sec (∅)∆ ∅


(∅) = = ∅. ∅

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Pode-se notar pela expressão acima que para se plotar os paralelos de latitude no mapa de

Mercator, era necessário calcular o valor de ∅. ∅ para todos os valores de 0≤ ∅≤ , mas como
ele procedia antes mesmo de se conhecer o conceito de integral como conhecemos atualmente?
Segundo Tuchinsky(1980), Mercator não conheceu o cálculo que ele precisava para fazer o seu
mapa, pois este seria desenvolvido no próximo século de seu tempo, mas sabia como ele deveria
locar os paralelos em seu mapa. As idéias intuitivas do conceito da integral enquanto limite da
soma, que foi desenvolvido só no século seguinte, estariam ali gravitando no engenho de Mercator
na construção de seu mapa. Contudo, com os recursos da época, seu mapa continha pequenos
erros na colocação dos paralelos e no mapeamento dos rios e continentes, tendo em vista que sua
fonte foram velhos mapas e roteiros de viagens notoriamente imprecisos da época. O matemático
Edward Wright publicou em 1599 a primeira explicação do Mapa de Mercator utilizando um
somatório como apresentado anteriormente. Ele não conhecia a integral como um processo de
anti-derivada, mas possuía uma noção intuitiva de limite da soma da integral que gravitava no
contexto dos intelectuais dos mares daquela época. Por meio de sua obra Wright forneceu a
navegação

uma tabela das aproximações da somatória da integral ∅. ∅ para valores de ∅ entre 0 a 45º em
intervalos de 1 minuto.
Segundo este mesmo autor, era inevitável para os geógrafos da época se conhecer
o valor da somatória em questão e somente cinqüenta anos mais tarde em 1614 que veio uma
contribuição com os logaritmos de Napier que publicou tabelas de senos e logaritmos de senos, em
1620 Edmund Gunter publicou a tabela de logaritmos da tangente. Mais tarde em 1645, Henry
Bond publicou a Epitome of Navigation que trazia sua descoberta para a integral:

sec (∅)∅ = − ln[(( − ∅)] que à época não foi provada, mas que foi baseado em

matemáticos como John Collins, N. Mercator, W. Oughtred and John Wallis que na sua tentativa
para provar, lançou mão da estratégia de comparar tabelas e gráficos. Durante a década de 1660
Newton e Leibnitz produziram o Cálculo sistemático em 1668 James Gregory provou utilizando
um argumento geométrico extremamente complicado. Nas próximas décadas já era possível
encontrar cálculos mais simples de sec (∅) ∅, os matemáticos eram bastante conscientes que

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eles tinham que produzir a matemática necessária para prover de precisão a projeção de Mercator
e consideravam como uma tarefa importante e louvável.
Assim, a sec (∅) ∅ foi um caso de integral que foi inicialmente tratada como soma, tendência
dominante da época.
Para Tuchinsky(1980), o mapa de Mercator foi revolucionário, pois ele simplificou
sobremaneira a tarefa para os navegadores trafegar nos mares, uma vez que para se projetar a linha
de rumo, bastaria traçar uma simples reta ligando as duas localidades no mapa.
Muitas foram as versões produzidas para o mapa de Mercator buscando precisão o
suficiente para satisfazer as necessidades das navegações e tudo isto foi produzido antes da
invenção do Cálculo de Newton e Leibniz. 4 Deformações e os fatores de escala no Mapa de
Mercator

4.1 Ao longo dos meridianos (Coeficiente de deformação meridiana) (Mm)

Para uma projeção cilíndrica, a representação no mapa é retangular, com o eixo x


representando as longitudes e, os paralelos de latitude ∅ estão representados por linhas
horizontais de coordenadas = (∅). Em um globo de raio unitário o arco de qualquer
meridiano entre ∅ e (∅ + ) tem comprimento t enquanto sua imagem no mapa tem
comprimento (∅ + ) -(∅) . Disto, resulta que ∆ = (∅ + ) -(∅) enquanto ∆ = . Em

função disto, o fator de escala, que será denotado de Mm ao longo do meridiano no ponto
de latitude ∅ é dado por:

(∅ + ) − (∅)
=→ = (∅)

Que é a derivada da função altura para as paralelas.

4.2 Ao longo dos paralelos ( Deformação transversa) (Mp)

A distância horizontal entre a representação das linhas verticais no mapa representando as


latitudes e + é simplesmente t. Já no globo, a circunferência de latitude ∅ tem comprimento 2. .
∅, então o arco do paralelo de longitudes e + é um arco de comprimento (2(∅) = (∅)
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= → = → = sec (∅)
∆ ∅

Então neste mapa retangular o fator de escala é determinado por:


(∅)(∅)
=→ = (∅)

e =sec(∅)

Considerando que pretendemos construir um mapa conformal,


(∅)(∅)
então Mm = Mp que resulta que → = (∅) = sec (∅)

Se considerarmos o paralelo como um segmento de reta horizontal de altura = (∅)

e = h′ (∅) = sec (∅) e em seguida integrar ambos os lados obtemos:


∅�

(∅) = sec(∅) . ∅

Como vimos anteriormente (∅) = |sec(∅) + (∅)| + , onde c é


uma constante de integração. Se tomarmos ∅=0, teremos h = 0 e c = 0 e
nestas condições: (∅) = |sec(∅) + (∅)|
Podemos perceber que quando as latitudes estão se aproximando de ± o fator de escala
sec (∅) tende ao infinito e isto explica matematicamente as razões de países situados em altas

altitudes sofrerem tantas deformações, como é o caso da Groelândia em comparação a


representações de regiões próximas ao equador.
A figura ao lado mostra as deformações nas altas altitudes deste mapa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FEEMANN, T.G. Portraits of the Earth A Mathematician Looks at Maps. AMS-American


Mathematical Society,USA, 2002.

[4]TUCHINSKY, P.P. Mercator’s World Map and the Calculus. UMAP. Modules and
Monographs in undergraduate mathematics and its applications. Cambridge MIGUENS, A.P.
Navegação: A Ciência e a Arte: Navegação Costeira, Estimada e em águas restritas. Vol. 1.
Disponível em http://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/publica_manual.nav1.html . Acesso em 20.01.08

ÁVILA, G. A Matemática e a Cartografia. In: Revista do Professor de Matemática. Nº 65, 1º


quadrimestre, 2008. p.4-11

BAKKER, M.P.R. Cartografia: Noções Básicas. Marinha do Brasil-Hidrografia e


Navegação, DH21-1, 1965.

SEEMANN, J. Mercator e os Geógrafos: Em Busca de uma “projeção” do mundo. In:


Mercator-Revista de Geografia da UFC, ano 02, número 03, 2003. p.7-18

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