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A eficiência produtiva e a eficácia alocativa

Seguindo a explanação contida na coluna da 1ª quinzena de fevereiro, passamos a


detalhar duas das quatro questões-chave da economia ali citadas. Na 1ª quinzena
de março daremos continuidade com as outras duas (justiça distributiva e
ordenamento institucional).

A eficiência produtiva é a questão-chave que diz respeito à mobilização dos fatores


de produção de que todas as economias dispõem, independentemente de seus
estágios de desenvolvimento e de seus padrões culturais - seja uma tribo indígena
da região amazônica que ainda não tenha entrado em contato com o que
convencionamos chamar de civilização, seja uma moderna nação pós-industrial do
hemisfério norte. Todas as nações dispõem dos mesmos recursos, ainda que em
estágios diferenciados de desenvolvimento. E todas se defrontam com a exigência
de mobilizá-los segundo os máximos padrões possíveis de eficiência.

A razão essencial da busca por eficiência produtiva decorre de que os recursos são
escassos, no sentido de que o suprimento de todos eles é finito ou limitado. Além
disso, o conceito econômico de escassez tem a ver com as ilimitáveis necessidades
sociais. Estas superam a dotação de recursos: os agentes buscam sempre ampliar
seus níveis de satisfação, através de maior suprimento e de maior variedade de
bens e serviços. Mais ainda: buscam produtos de qualidade cada vez mais apurada
e de desempenho cada vez mais avançado. Ao mesmo tempo, procuram aprimorar
os recursos e empregá-los de tal forma que se minimizem as taxas ocorrentes de
ociosidade e desemprego e se maximizem os retornos.

Neste sentido, a busca pela eficiência produtiva pressupõe, pelo menos, as


seguintes condições:

 Utilização de todos os recursos disponíveis, no sentido de que não se


observe a indesejável ocorrência de quaisquer formas de subemprego ou de
desemprego. Esta condição implica ausência de capacidade ociosa.
Usualmente, é conceituada como pleno-emprego.

 Mobilização e combinação dos recursos disponíveis sob padrões ótimos de


desempenho e de organização do processo produtivo, no sentido de que não
se observe subaproveitamento do potencial máximo disponível.

Conceitualmente, a eficiência produtiva é alcançada quando, além de estarem


plenamente empregados e não ociosos, os recursos mobilizados estão operando no
limite máximo de seus potenciais. Assim somente se considera que uma economia
está operando na plenitude de sua eficiência alocativa quando as possibilidades de
produção são mobilizadas em seus níveis mais elevados.

Uma vez alcançado este limite, não é possível aumentar a produção pela utilização
de recursos que tenham permanecido ociosos (posto que se encontram plenamente
empregados) nem pela reorganização do modo pelo qual os recursos estão sendo
utilizados (posto que o sistema está operando nos limites mais avançados da
capacitação técnica conhecida).

A segunda questão-chave (eficácia alocativa) está também relacionada à escassez


de recursos e às ilimitáveis necessidades sociais. Dado o conflito entre a escassa
disponibilidade de meios e a multiplicidade crescente de necessidades a atender,
não basta que os recursos estejam empregados segundo padrões de máxima
eficiência produtiva: este é um requisito necessário, mas não suficiente. Além dele,
coloca-se a questão da eficácia alocativa, que diz respeito à escolha dos bens e
serviços finais, de consumo e de acumulação, que a economia produzirá.

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Sendo escassos os recursos e ilimitáveis as necessidades manifestadas pela
sociedade, é conceitualmente impossível produzir todos os bens e serviços
requeridos para satisfazer a todas as necessidades sociais efetivamente existentes
e a todos os desejos individuais latentes. Escassez implica escolhas. E escolhas
implicam custos de oportunidade - expressão que, neste caso, tem a ver com os
desejos e as necessidades que deixam de ser atendidos sempre que outros são
priorizados.

Limitação de meios, multiplicidade de fins, priorização dos fins que serão


alcançados e decisões sobre as alternativas de emprego dos meios. Esses quatro
pontos fundamentais dos modernos conceitos de economia têm tudo a ver com a
questão-chave da eficácia alocativa. Seu significado está associado a escolhas
socialmente eficazes, que reproduzem as escalas de preferência da sociedade por
determinadas combinações de bens e serviços finais, privados e públicos. Afinal,
das diferentes combinações de bens e serviços finais que uma moderna economia
pode produzir, deve existir uma que atende, em grau ótimo, às aspirações e às
prioridades sociais.

Atuando como agente econômico, o governo reduz o poder aquisitivo da


sociedade, por tributos diretos e indiretos. Com a receita tributária, investe em
infra-estrutura econômica e social e na produção de bens e serviços públicos e
semi-públicos. Sobre os padrões de sua atuação podem ser levantados vários
pontos intimamente ligados à questão da eficiência alocativa.

Conceitualmente, considera-se que o resultado da ação produtiva preenche as


condições da eficácia alocativa quando:

O processo de alocação dos recursos tende a uma escala de prioridades que


satisfaça às exigências mínimas requeridas pelos diferentes grupos sociais da
nação. Afinal, por serem escassos os recursos, certamente não será possível
atender à totalidade dos desejos manifestados por todos os grupos sociais. Mas
considerar-se-á eficaz o processo de escolha sempre que existir uma cesta mínima
de bens e serviços à qual, presumivelmente, todos possam ter acesso, antes que
produtos menos essenciais sejam produzidos.

Satisfeitas as requisições mínimas vitais da sociedade, os recursos ainda


disponíveis são destinados à produção de um conjunto dado de produtos, cuja
diversificação seja suficientemente ampla, abrangendo as demais exigências
manifestadas pela sociedade.

Tanto quanto a eficiência produtiva, a eficácia alocativa é de equacionamento


complexo. E mais: seu efetivo equacionamento é fortemente dependente das duas
outras questões-chave - justiça distributiva e ordenamento institucional -, que
serão vistos na próxima quinzena.

Fonte
TOSCANO, Fernando. A eficiência produtiva e a eficácia alocativa. Portal Brasil,
Economia – Opinião, fev. 2003. Disponível em:
<http://www.portalbrasil.net/economia_colunista_2003_fev.htm#produtiva>.
Acesso em: 28 abr. 2006

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