CUIDAR DO SER
CURSO DE FORMAÇÃO DO TERAPEUTA COM ABORDAGEM
TRANSDISCIPLINAR E HOLÍSTICA
MASSOTERAPIA
UM CAMINHO PARA O AUTOCONHECIMENTO E A AUTOCURA
CRICIÚMA, 2005.
1
MASSOTERAPIA
CRICIÚMA, 2005.
2
AGRADECIMENTOS
maiores mestres. Apesar de nem sempre ter percebido, foram responsáveis pelos
alguns destes mestres: os meus filhos Vanessa e Alessandro, a minha família que
continua sendo meu referencial de porto seguro, os meus alunos de todas as idades,
Lúcia, pela confiança e pelo desejo de saber mais, os meus terapeutas pelo
dores comigo nos momentos da terapia e, os autores dos livros que “caíram em
Agradeço a nossa grande mãe Terra e todas as suas cores, a sutileza dos
SOBRE A SAÚDE
mas não...
Sobre lágrima:
Viviane Moisés
5
RESUMO
Palavras-chave
SUMÁRIO
INTRODUÇÂO 07
O Toque Terapêutico
As Dores do Corpo Físico
O Contato com as Dores da Alma
Desvelando a Máscara
Acesso ao Curador Interno
CONCLUSÂO 57
REFERÊNCIAS 59
ANEXOS 61
7
INTRODUÇÃO
bem como a ressonância da mesma nos diversos corpos sutis das pessoas. Tendo o
corpo físico como via de acesso, tenta-se tecer a conexão existente entre o físico
O TOQUE TERAPÊUTICO
táteis que surgem da estimulação sensorial, em primeiro lugar da pele, mas também
toque. Através dela, somos tocados profundamente nos tecidos como os músculos,
nos órgãos vitais, no sistema nervoso autônomo, que regula a homeostase visceral e
prazer, ligação, alegria, dor, tristeza, raiva, saudade, relaxamento, êxtase, entre
9
outras.
para os seres vivos. Em relação a isto, SCHREIBER (2004, p. 181), ilustra bem o
caso dos bebês, nas incubadoras dos hospitais da década de 1980, que
descumprimento dessa regra por uma enfermeira, que massageava as costas dos
curar uma dor ou ferida, nas brincadeiras, ou ainda, para se coçar. As crianças
naturais e instintivos para aliviar a dor e o desconforto. São incontáveis os filhos que
11
tiveram as suas dores aliviadas pelo toque amoroso e sutil das suas mães ou ainda,
aquecidos pela fricção das mãos, dos pés ou outras partes do corpo quando frias.
escritas mais antigas da arte da massagem, datam de 2000 a.C. e que, desde 500
a.C. foi amplamente divulgada em livros. O anexo 1 (FRITZ, 2002, p. 14-15), apre-
1994.
disponibilidade do terapeuta.
apresentados na figura 2 (FRITZ, 2002, p. 38), foram deixadas pelo sueco Per
para ensinar a ginástica médica. Para o médico holandês, Dr. Johann Mezger (1839-
Figura 1
Cura com amor que transborda do coração
Figura 1
Cura com amor que transborda o coração
14
Figura 2
A árvore do trabalho corporal – diversidade representada na metáfora de uma árvore. A
representação mostra que todas as formas de massagem terapêutica e métodos relacionados
de trabalho corporal derivam das mesmas raízes.
realizadas com os dedos , com as mãos, com os braços e ou com os pés, inter-
Eunice Ingham que formalizou o sistema de reflexologia, Dra. Janet Travell com seu
to da poliomelite, Ida Rolf com a técnica do rolfing, dra. Dolores Krieger com seu
toque terapêutico, entre outras. Atualmente, a maioria dos profissionais que utiliza a
fitoterapia, a terapia dos cristais das rochas e dos fósseis, a terapia dos florais, entre
toque. Parte-se do corpo físico para que a pessoa a ser cuidada possa acessar os
Figura 3
A sobreposição fisiológica fundamental dos métodos de trabalho corporal.
Figura 3
A sobreposição Fisiológica Fundamental dos Métodos de Trabalho Corporal
16
Se do ponto mais alto de uma montanha olharmos ao redor, até onde nossa
visão alcança, descobriremos e também sentiremos a natureza viva se
mantendo graças a uma das muitas fontes geradoras de energia: o sol,
representando, no caso, o absoluto, de onde o elemento terra acumula
energia que a torna capaz de fazer germinar a semente nela colocada,
transformando-a numa bela e frágil flor ou em uma majestosa árvore. Assim
nós seres humanos acumulamos energia do absoluto e, a exemplo do
elemento terra, mas pelo contato corporal e, principalmente, pelas mãos,
podemos transmitir e captar esta energia. (OLIVEIRA, l994, p.10).
17
congelada) que vamos acumulando durante a nossa caminhada como Essência. Isto
se processa porque tentamos reprimir todo tipo de sofrimento para não sentirmos
dor. Estes traumas causados por medos, stress, raivas, cirurgias ou outro tipo de
vital.
energia primária, energia universal, prana, chi, orgone, ki, força odica, entre outras.
Uma das mais antigas ciências sobre a energia vital de que se tem registro
foi desenvolvida pelos egípcios, que deram a essa força o nome de ga-llama
ou ka. Ga-llama era a energia inalada e manifestada na respiração, [...]
Sabemos que os egípcios acreditavam numa totalidade original chamada
nun, que atuava através de poderes cósmicos ou vitais chamados nateriv.
(SABETTI, 1991, p. 18-19).
Figura 4
Um emaranhado de Nervos, Artérias e o Sistema Linfático.
A dor que reprimimos começou muito cedo na nossa infância, com freqüência
antes do nosso nascimento, no útero. Desde então, cada vez que
interrompemos o fluxo de energia num acontecimento doloroso, congelamos
esse acontecimento tanto na energia como no tempo. É a isso que
chamamos de bloqueio no nosso campo áurico. Como o campo áurico é
constituído de energia-consciência, um bloqueio é energia-consciência
congelada. A parte da nossa psique associada a esse acontecimento
também congelou no momento em que interrompemos a dor. Essa parte da
nossa psique permanece congelada até a derretermos. [...] Ela não vai
amadurecer até que seja curada, o que acontece quando o bloqueio recebe
energia suficiente para derreter, e assim poder iniciar-se o processo de
maturação. ( BRENNAN, 1996, p. 21- 22).
em camadas sucessivas.
sessões de massoterapia foram voltadas para aliviar a dor física, aliando algumas
aponta a figura 5 (CHIA, 2003, p. 28), em torno dessas dores, não havendo distinção
entre o início de uma ou outra. Simplesmente eram controladas por diversos tipos
Figura 5
O ciclo de energia negativa forma nós e emaranhados no abdômen
[...] Além de ar, luz e comida que ele absorve, existem vibrações mais altas
do cosmos, notadamente a energia eletromagnética “ki”, captada pelo corpo
através de seus vários pontos de pressão. Esses pontos, localizados
profundamente na pele, têm estrutura em espiral e determinam os canais ou
“meridianos” que transmitem essa energia eletromagnética através do corpo.
Nos organismos saudáveis existe uma livre e desimpedida circulação de “ki,
força magnética vital, de órgão para órgão, através dos meridianos.
(LANGRE, 1980, p. 68).
Figura 6
Fluxo de Energia
circulação da energia vital, captada pelos chakras, que flui através dos canais
internos do corpo (nádis), dos meridianos, do sistema nervoso, das glândulas e dos
Figura 7
O caminho metabólico da energia primária entrante
Figura 8
Os Sete Chakras e os Plexos do Sistema Nervoso Autônomo
dos chakras da raiz e da coroa, que de acordo com algumas teorias, situam-se
propósito não é discorrer sobre as teorias dos chakras, mas sim, mostrar as suas
para declinar mais um olhar sobre a localização dos sete chakras principais.
Figura 9
Os Sete Chakras Maiores, Vistos de Frente e de Costas
Figura 9
Os Sete chakras Maiores, Vistos de frente e de Costas
os nós e ou emaranhados dos pontos reflexos de outras áreas do corpo, nos órgãos
Nos locais das dores, a atenção é mais focada, mas todo corpo é
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que foi percebido. Nas suas respostas e na sua fala, a pessoa expõe os aconteci-
mentos mais recentes, que no seu entendimento, provocaram as dores. Muitas ve-
Dependendo dos órgãos ou regiões que estão sendo focados, faz-se per-
guntas para constatar se há dores reflexas em outros locais do corpo. Para exem-
reflexas, ou, no decorrer da massagem, relembra momentos da sua vida diária nos
[...] uma importante reação que, em hipótese alguma, pode ser ignorada.
Trata-se da sua ação reflexa. Isto é, se pressionarmos um determinado nervo
no pescoço na região lateral, vamos sentir um estímulo de dor ao longo do
antebraço; se a pressão for feita em um nervo cervical, junto a protuberância
ocipital, o estímulo da dor percorrerá a caixa craniana, para se localizar na
testa, acima da sobrancelha ou na própria cabeça, dependendo do nervo que
for tocado. É comum tocar-se em um dos nervos lombares ou sacros e a
pessoa sentir o estímulo de dor na perna ou pé. Esta reação é uma ração
reflexa e, graças a ela, a massagem pode tratar de traumatismos profundos
onde, por um motivo ou outro, a manipulação não pode ser efetuada.
(OLIVEIRA, 1994, P. 54-55).
27
Figura 10
Um nó no abdômen pode provocar dor em áreas distintas do corpo, contraindo e
criando tensão.
tram os pontos reflexos dos órgãos internos na sola dos pés. Assim como estes,
momento são as pontas dos dedos no ato do toque. Parece simples porque é ins-
permissão e o auxílio dos guias da pessoa. Esta conexão passa pelo coração e se
processa no terceiro olho (região situada na testa entre os olhos). A figura 11 (CHIA,
congestionadas.
[...] sendo partes inseparáveis do todo, podemos entrar num estado de ser
holístico, ser o conjunto e absorver os poderes criativos do universo para
curar instantaneamente alguém em qualquer lugar. Curadores há que
conseguem fazê-lo até certo ponto, fundindo-se e identificando-se com Deus
e com o paciente. Sermos curadores significa mover-nos na direção da força
criativa universal, que experimentamos como amor pela sua reidentificação
com o eu, universalizando-nos e identificando-nos com Deus[...]. (BREN-
NAN, 2003, p. 51- 52).
29
Figura 11
Canalização da Energia Universal e da Terra
30
Figura 12
Figura 12
Equilibrando o campo áurico da paciente, da curadora e do Campo de Energia Universal
autora deste trabalho, por isso, não procurava explicações, simplesmente aceitava.
educador e terapeuta.
[...] a luz não só penetra pelo terceiro olho, mas também pelos olhos físicos
e flui ao longo dos nervos óticos, como mostra a figura. Essa luz de vibração
mais elevada que a luz visível, passa através da pele. Atravessa o quiasma
ótico e contorna a pituitária, que fica logo atrás do quiasma. Em seguida
segue por dois caminhos, um que vai para os lobos ocipitais, servindo a visão
normal, e outro que vai para o tálamo, servindo ao controle oculomotor.
Consoante minhas observações, certas técnicas respiratórias e de meditação
induzem a pituitária a vibrar e irradiar luz áurica dourada [...] a luz áurica se
arqueia sobre o fundo do corpo caloso e se dirige para a glândula pineal, que
age como detector da visão interior. (BRENNAN, 2003, p. 226).
guíneos, meridianos, nádis e chakras são liberados para a livre circulação da energia
vital.
cundárias de energia numa oitava inferior”, possível de ser mensurada pelos equi-
[...] Em 1980, uma pesquisa conduzida em Tóquio pelo dr. Hiroshi Motoyama,
envolvendo cristais líquidos pintados sobre a pele, confirmou visualmente a
localização e as funções dos meridianos. Suas descobertas tiveram o apoio
do dr. Kim Bong Han, da Coréia do Norte, que injetou o isótopo p32 nos
meridianos e traçou seus caminhos. Nesses meridianos, Kim descobriu o
sanal, um fluido que contém moléculas de DNA e RNA, proteína, estrógeno e
todos os aminoácidos necessários à vida. Sua descoberta sugere que,
juntos, esses meridianos podem ser “um sistema circulatório de energia”
virtualmente desconhecido pela ciência ocidental. Baseando-se nos
resultados de milhares de experiências, ele sugere que esses meridianos de
energia existem em todos os organismos multicelulares e se manifestam
mais ou menos quinze horas após a concepção (em pintinhos). (SABETTI,
l991, p. 26).
diminuíram acentuadamente.
[...] Assim, pela ativação das correntes sanguínea e linfática, podem se obter
os seguintes efeitos: normalizar a circulação; eliminar os resíduos localizados
nas paredes dos vasos sanguíneos; promover um aumento dos glóbulos
vermelhos e da própria hemoglobina; segundo estudos de Michel, aumentar
o campo de ação e defesa do organismo pelo deslocamento dos glóbulos
brancos ou leucócitos, podendo ainda colaborar na formação de maior
número dos mesmos; fornecer maior irrigação sanguínea no sistema
muscular, energizando-o; eliminar dos espaços intersticiais musculares
líquidos e toxinas desintoxicando-os e devolvendo aos músculos a
elasticidade e a capacidade plena de extensão, flexão e contração; facilitar e
proporcionar a corrente sanguínea melhor desempenho na sua função de
retificar ou na formação de novas células, dando um aspecto jovial ao físico e
auxiliar nos processos de calcificação e cicatrização e, ainda, restituir ao
sistema muscular a sua flacidez normal. Ao sistema nervoso periférico restitui
suas características de elasticidade, de sensibilidade e contração, eliminando
anomalias e atrofias, dando condições de exercer plenamente suas funções,
entre elas, a de receber e transmitir ordens e estímulos, fatores de relevada
importância nos processos da cura ou recuperação dos casos de paralisia ou
de traumatismos. (OLIVEIRA, 1994, p. 53-54).
33
musculatura.
contato direto com o corpo das pessoas, nas sessões de massoterapia, pode-se
emocional dos seres humanos. São os veículos através dos quais temos nossa vida
não sabe explicar. A partir daí consegue lançar um olhar nas dificuldades no
livro A Dança, DREAMER (2003, p.20) propõe um olhar nas facetas das dores: “Se a
questão não for por que é tão raro eu ser a pessoa que realmente quero ser, e, sim
por que é tão raro eu querer ser a pessoa que realmente sou?”.
Segundo BRENNAN (2003, p. 70), “A terceira camada liga-se à nossa vida mental, à
elaborar atitudes a serem tomadas, mas no contato com a situação real ainda estava
muito difícil. Aos poucos, Carla percebeu que havia um medo inexplicável por trás
desta incapacidade de lutar pelo que “queria”. Descobriu que não sabia o que
queria. Nem se quer se dava a chance ou direito de perguntar o que era “bom” para
a sua vida.
[...] - o que é mais comum -, as pessoas vão vivendo sem raízes, sem saber
de onde o seu coração continua recebendo energia, sem saber quem
continua respirando em seu interior, sem conhecer a seiva da vida que está
circulando dentro delas. (OSHO, 200, p. 47).
Para o paciente, enquanto sentir alguma dor, o tratamento não está sendo
tão eficiente quanto desejava. Cabe, pois, ao massagista, ter total conhe-
cimento do processo da relatividade massoterápica da dor, o qual se baseia
em inúmeros pontos de dor cada um com determinado grau de intensidade,
mas fazendo-se sentir somente o mais intenso. Quanto os de menor
intensidade, eles vão se fazendo sentir de forma gradativa e pela ordem dos
seus graus de intensidade, à medida que os de maior intensidade desa-
parecerem. (OLIVEIRA, 1994, P. 64).
região do tórax e causa dor na região superior das costas. As dores emocionais
“não sentir” e resistência para não entrar em contato com mágoas e raivas.
Figura 13
Nervos do Pescoço
mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso
em relação aos filhos e familiares, mas estava muito só. Sentia-se muito afastada
das pessoas e não tinha vontade de procurar um contato maior. Com isto, as crises
Às vezes, Carla estava tão emaranhada neste círculo vicioso de dor que
Figura 14
Efeito das Emoções Negativas sobre o Intestino Delgado
O afastamento das pessoas do seu convívio, era justificado pelo medo de
não conseguir manter o seu propósito e mais uma vez abrir mão da busca dos seus
40
desejos.
ficava muito confusa e titubeava. Achava difícil seguir com a terapia. Como os
prosseguir.
DESVELANDO A MÁSCARA
inconscientes e cristalizados.
seus sonhos, faz algumas mandalas para aliviar tensões, toma chás com maior
tempo.
Após alguns meses, Carla está mais disponível para entrar em contato com
terapia, ao ser tocada, ela vivencia uma situação na qual dançava muito. Identificou
alia à terapia, uma atividade física. A academia passa a ser uma nova forma de
[...] Por “saúde vibrante” nós não queremos significar meramente a ausência
de doença mas a condição de estar totalmente vivo. Vibrantemente vivo é
talvez uma expressão mais exata, já que a vibração é o elemento-chave da
vitalidade. Aumentando o estado vibratório do corpo [...] a pessoa é ajudada
a atingir esta qualidade de saúde. Um corpo sadio está em constante estado
de vibração, quer desperto ou dormindo. (LOWEN, 1985, p. 15).
que podem ou não ter nenhuma relação com o presente, mas continuam a controlar
tosse. Fica vermelha, rouca, continua tossindo muito, “perde as forças”, segundo ela,
[...] Enfim, pelo toque das mãos podem se obter todos os efeitos que
expressam tranqüilidade, alegria e o prazer de viver em paz e no amor. Mas
as mãos podem, também, pelo seu contato, irritar e excitar, provocando
reações da mais alta expressão corporal como movimentos internos,
representados pelas funções orgânicas, e movimentos externos, executados
pela cabeça, tronco e membros superiores e inferiores. Estes movimentos,
tanto internos como externos, reagem prontamente e sempre a altura da
forma pela qual o corpo for tocado. (OLIVEIRA, 1994, p. 9).
reação é imediata, sem passar pelo crivo da razão. Isso ocorre porque o neocórtex
O Dr. SCHREIBER (2004, p.30), descreve uma conversa que teve com o
Dr. Wortis, renomado psiquiatra americano, onde ele afirma que Freud insistia: “Não
aprenda apenas psicanálise como existe hoje. Já está ultrapassada. Sua geração
chegará à síntese entre psicologia e biologia. Você deve se dedicar a isso”. Freud
além da verbalização.
45
Figura 15
O cérebro límbico – No coração do cérebro humano está o cérebro límbico.
constante tensão entre razão e emoção, ou seja, entre os dois cérebros: o límbico e
o neocórtex.
De acordo com o Dr. Damásio, nossa vida mental surge de uma luta
constante para equilibrar esses dois cérebros. Por um lado, há o cérebro
cognitivo – consciente racional e voltado para o mundo exterior. Por outro, o
cérebro emocional – inconsciente, antes de tudo preocupado com a
sobrevivência e, acima de tudo, unido ao corpo. Embora os dois “cérebros”
estejam altamente conectados e dependam constantemente um do outro,
visando a um funcionamento integrado, cada qual contribui de um modo
diverso para a nossa experiência de vida e para o nosso comportamento.
(SCHREIBER, 2004, p.30).
sua vida. As histórias que cercam nossa sexualidade pedem que as mulheres
se tornem mais independentes e procurem a satisfação interior, em vez de
procurar sempre amor e valorização no mundo exterior. (PIONTEK, 2001,
p.17)
muito dolorida. Quando as suas pernas são tocadas na região interna das coxas, ela
contata uma dor muito profunda e em seguida, entra numa crise de choro
choro tem um acesso de raiva e demonstra vontade de destruir o que tem em seu
Escreve, com muita raiva, vários palavrões que não tem coragem de pronunciar.
já falecido, que abusava dela sexualmente quando era criança. Ficou muito
indignada quando percebeu que nunca falara a respeito do ocorrido com ninguém
por causa do seu medo. Isto porque nunca contara com os pais para protegê-la.
de adulto, consegue relacionar este episódio com seu medo de ficar só e mais,
47
entendendo porque em toda a sua vida nunca se permitira relaxar e estando sempre
em estado de alerta.
E é por isso que é muito mais fácil acessar emoções pelo corpo do que pela
linguagem verbal”.
Na semana seguinte, Carla fala muito da sua relação com o parceiro. Dá-
contato físico com ele. O diálogo, o carinho e a afetividade da qual se queixara, não
Sempre envolvida com o seu trabalho, não tem tempo para si mesma,
48
porque precisa prover quase todo sustento da família. Para complementar o quadro
Projeta e identifica na filha a sua história. O relacionamento entre mãe e filha fica
quase insuportável.
Reconhece que não pode faltar à terapia, pelo menos neste momento de
Sente que precisa mudar alguma coisa que esteja ao seu alcance no momento.
segue falar sobre a sua infância e adolescência, esclarecendo alguns aspectos que
estavam obscuros.
49
Se o seu toque fluir do seu centro para o centro delas, elas se abrirão como
as pétalas de uma flor ao sol da manhã. Toda vida, todo corpo tem um
mecanismo de cura de si que você pode ajudar a despertar. (CHIA, 2003,
p.33).
terapeuta são indispensáveis nos momentos das crises das pessoas, para promoção
novo olhar, mais positivo, mais feliz e de maior empoderamento, através da luz e da
namorado está repetindo a sua própria história. Sente-se mal quando vê que a
menina está submissa, que quase não sai ou faz algo diferente para ficar bem e
“espirituais”.
Carla fica ainda mais chateada, quando percebe que, como ela própria, a
filha se submete a algumas situações indesejadas sem conseguir reagir. Com isto,
trava uma nova batalha consigo e com os que estão em sua volta porque ainda não
com que Carla percebesse, que os conselhos dirigidos à filha eram destinados a si
companheiro.
acolhimento e da auto-aceitação.
para quem está em processo terapêutico ou partilha alguma maneira as suas dores.
próprio é indispensável para que possa acolher de coração, a pessoa que está em
51
Aos poucos, Carla percebe que está cansada demais para continuar nes-
ta situação. Então, mais uma vez é incentivada a olhar para seu viver e descobrir do
que gosta e o que a deixa bem. Reluta, mas aceita os convites das amigas para ir ao
amigas. Mas, como a própria Carla diz: “parece que me condeno e não mereço me
sentir bem”.
de paradigma. Faz-se necessário criar novos hábitos e ficar vigilante para perceber o
que o Ser interno quer informar através dos sinais manifestados no corpo. As
À medida que Carla persiste nas suas saídas com as amigas e também
foi negativo.
ser sócia da firma que organizaram. Trabalha muito mais, as queixas diminuíram
Dá-se conta que não fica mais esperando o aval das pessoas em sua volta
para fazer o que tem vontade. Na maioria das vezes simplesmente comunica suas
vontade mais alta, mais ligada à vontade divina. O quinto chakra se associa ao
Nas sessões seguintes, Carla fala com entusiasmo, dos projetos e das
sendo acolhidos e, sente que é aceita na sua nova maneira de ser. A figura do
anexo 5 (SCHREIBER, 2004, p. 54), ilustra com muita propriedade a relação entre o
sões de massagem. Carla tem a sensação de que em alguns momentos, a sua vida
está tranqüila demais. Chega a falar que não está avançando na terapia, até que por
conta de que conseguiu resolver a situação de forma bem mais tranqüila, sem se
Bem mais tranqüila Carla aceita melhor a sua rotina. As crises são mais
correria diária. Na terapia, está mais consciente para olhar as dores do momento.
emocional.
[...] quando descobrimos pela experiência que o escuro e o difícil são tão
necessários quanto o claro e o fácil, passamos a ter uma perspectiva muito
diferente do mundo. Ao deixarmos que todas as cores da vida penetrem em
nós, tornamo-nos mais integrados. (OSHO, 2001, p. 46).
algumas regiões do seu corpo, motivos de sua vinda à terapia, reafirmam, revalidam
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Remetendo a SCHREIBER (2004, p. 90), quando diz: "Para mim "cura" significa que
quando me consultaram pela primeira vez, e que tais sintomas não voltarão depois
e nomear "a pessoa a ser cuidada" no processo terapêutico, não dão conta da
profunda dimensão que esta relação estabelece. Segundo OSHO (2001, p. 103),
58
"Uma "experiência" é coisa que pode ser registrada num caderno, ou fotografada e
emoção da comunhão, o toque delicado da nossa conexão com tudo o que nos
rodeia".
expressar com palavras a profunda ressonância do toque nos seres que nos
interfere diretamente nas pessoas mais próximas, que por sua vez, interferem nos
seus grupos.
De acordo com SAMS (2003, p. 194): "O coiote nos ensina surfar nas
refluxo da vida".
livre circulação das energias sutis canalizadas de outras dimensões, para serem
REFERÊNCIAS
BRENNAN, Bárbara Ann. Mãos de Luz: Um Guia para a Cura através do Campo de
Energia Humana. 19. ed. São Paulo: Pensamento, 2003. 384p.
CANÇADO, Juracy Campos. Do-In: Livro dos Primeiros Socorros. 7 ed. Rio de
Janeiro: Ground, 1980.128p.
CHIA, Mantak. Chi Nei Tsang: Massagem dos Órgãos Internos com a Energia.
Chi.1.ed. São Paulo: Cultrix, 2003. 400p.
GERBER, Richard. Medicina Vibracional: Uma Medicina para o Futuro. 7. ed. São
Paulo: Cultrix, 2002. 464p.
JUNG, Carl Gustav. O Eu e o Inconsciente. 15. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
166p.
OSHO. O Tarô Zen, de Osho: O Jogo Transcendental do Zen. 3.ed. São Paulo:
Cultrix, 2001. 208p.
ANEXOS
Anexo 2 - Diagrama das Áreas Sobre as quais Trabalhar para Equilibrar as Energias
(CHIA, 2003)
(FRITZ, 2002).
Anexo 1
63
64
Anexo 2
Anexo 4
65
Anexo 3
66
Anexo 4
67
68
Anexo 5
O sistema Cérebro-Coração
A rede semi-independente de neurônios que constitui o “pequeno cérebro no coração”
está estreitamente conectada ao próprio cérebro. Juntos, eles constituem um verdadeiro “sistema
cérebro-coração”. Nesse sistema, os dois órgãos se influenciam constante e mutuamente. Entre os
mecanismos que conectam o coração e o cérebro, o sistema nervoso autônomo tem um papel
particularmente importante. Ele tem dois ramos: o ramo “simpático”, que acelera o coração e ativa o
cérebro emocional, e o ramo “parassimpático”, que age como um breque em ambos.
69
Anexo 6
70
Anexo 7
71
Anexo 8
72
Anexo 9
73
Anexo 10
74
Anexo 11
75
Anexo 12
76
CORAÇÃO
Sentir, sentir,
Nair