programação
de suprimentos
SÉRIE LOGÍSTICA
PROGRAMAÇÃO DE
SUPRIMENTOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
PROGRAMAÇÃO DE
SUPRIMENTOS
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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Área de Meio Ambiente em parceria com o
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Lista de ilustrações
Figura 1 - O caminho do kanban na fabricação.....................................................................................................25
Figura 2 - Esquema de um MRP...................................................................................................................................26
Figura 3 - Objetivos do MRP..........................................................................................................................................28
Figura 4 - Árvore de estrutura de uma caneta........................................................................................................28
Figura 5 - Vantagens e desvantagens do MRP........................................................................................................29
Figura 6 - O estoque na cadeia de suprimentos nos diferentes formatos e atributos.............................32
Figura 7 - Pensando estrategicamente.....................................................................................................................35
Figura 8 - Cadeia de suprimentos típica...................................................................................................................40
Figura 9 - Cadeia inter-relacionada............................................................................................................................43
Figura 10 - Assinatura de um contrato......................................................................................................................47
Figura 11 - Análise minuciosa de um contrato.......................................................................................................53
Figura 12 - Indicadores de desempenho..................................................................................................................58
Figura 13 - Fórmula do nível de serviço....................................................................................................................59
Figura 14 - Média simples para previsão de demanda........................................................................................66
Figura 15 - Método de ponderação exponencial para previsão de demanda............................................67
Figura 16 - Contagem de itens no armazém...........................................................................................................70
Figura 17 - Estoque máximo.........................................................................................................................................70
Figura 18 - Venda média mensal.................................................................................................................................72
Figura 19 - Tempos de reposição de suprimentos................................................................................................74
Figura 20 - Quantidade de ressuprimento...............................................................................................................75
Figura 21 - Fórmula para o cálculo do Lote Econômico de Compra..............................................................76
Figura 22 - Mapa comparativo de fornecedores....................................................................................................82
Figura 23 - Modelo de PC...............................................................................................................................................83
Figura 24 - Modelo de lista de preços de produtos..............................................................................................84
Figura 25 - Reunião de negociação............................................................................................................................97
Figura 26 - Negociação por meio eletrônico...........................................................................................................99
Figura 27 - Gestão do tempo..................................................................................................................................... 102
Figura 28 - Metáfora nas relações de poder......................................................................................................... 102
Figura 29 - Etapas do processo de negociação................................................................................................... 104
Figura 30 - Ilustração do poder de barganha...................................................................................................... 106
Figura 31 - Ilustração da disputa por vantagens em uma negociação....................................................... 111
Figura 32 - Exemplo da abordagem integradora............................................................................................... 111
Figura 33 - Exemplos de algumas habilidades.................................................................................................... 113
Figura 34 - Tipos de seguros existentes no mercado........................................................................................ 117
Figura 35 - Modelo de apólice de seguros............................................................................................................ 118
Figura 36 - Acidente com caminhões de transporte......................................................................................... 121
Figura 37 - Jovem realizando o inventário de suprimentos em armazém................................................ 125
Figura 38 - Informe aos clientes avisando do inventário................................................................................. 126
Figura 39 - Realizando Inventário............................................................................................................................ 127
Figura 40 - Modelo de ficha de inventário............................................................................................................ 128
Figura 41 - Ficha de controle de inventário.......................................................................................................... 129
Figura 42 - Fórmula para o controle das diferenças.......................................................................................... 132
Figura 43 - Fórmula do cálculo das divergências............................................................................................... 133
Figura 44 - Fases do recebimento de materiais................................................................................................... 138
Figura 45 - Caminhão carregado entrando na empresa.................................................................................. 139
Figura 46 - Conferência de materiais...................................................................................................................... 141
Figura 47 - Fluxo de recebimento de materiais................................................................................................... 143
Figura 48 - Fluxo do processo de recebimento .................................................................................................. 145
Figura 49 - Atividades básicas de um armazém.................................................................................................. 150
Figura 50 - Equação da movimentação física...................................................................................................... 155
Figura 51 - Área de expedição................................................................................................................................... 161
Figura 52 - Fases da programação de suprimentos........................................................................................... 164
Figura 53 - Software e hardware............................................................................................................................... 167
Figura 54 - Módulos de execução do ERP............................................................................................................. 169
Figura 55 - Funcionalidades do WMS...................................................................................................................... 172
Figura 56 - Movimentação de materiais em um armazém............................................................................. 175
Figura 57 - Fórmula da intensidade do fluxo de suprimentos....................................................................... 178
Figura 58 - Principais motivos para terceirizar as atividades logísticas no Brasil em 2009................. 186
Figura 59 - Reunião de negócios em uma empresa.......................................................................................... 191
Figura 60 - Controle em uma empresa................................................................................................................... 192
Figura 61 - Manutenção de empilhadeira............................................................................................................. 196
Figura 62 - Ordem de serviço eletrônica............................................................................................................... 200
Figura 63 - Principais tipos de EPI’s usados no mercado................................................................................. 207
Figura 64 - Principais tipos de EPC’s usados no mercado................................................................................ 208
2 Programação de suprimentos....................................................................................................................................19
2.1 Objetivos da programação de suprimentos.......................................................................................20
2.2 Tecnologias a serviço da programação de suprimentos................................................................21
2.3 Programação Just in Time de suprimentos..........................................................................................21
2.3.1 Objetivos do Just in Time.........................................................................................................22
2.3.2 Características do Just in Time...............................................................................................23
2.3.3 Benefícios e Vantagens do JIT...............................................................................................24
2.3.4 Kanban...........................................................................................................................................24
2.4 Planejamento das necessidades de materiais
(Materials Requirements Planning – MRP)............................................................................................25
2.4.1 Objetivos do MRP......................................................................................................................27
2.4.2 Funcionamento do MRP..........................................................................................................28
2.4.3 Vantagens e desvantagens do MRP....................................................................................29
2.5 Planejamento dos Recursos de Manufatura II
(Manufacturing Resource Planning – MRP II).......................................................................................30
2.5.1 Objetivos do MRP II...................................................................................................................31
2.5.2 Disponibilidade de materiais, bens e serviços................................................................31
2.5.3 Inventário físico de materiais.................................................................................................32
2.5.4 Criticidade dos veículos e equipamentos.........................................................................35
2.6. Estratégias utilizadas na área de suprimentos..................................................................................37
2.7 Gerenciamento integrado do canal de suprimentos .....................................................................39
2.7.1 Indicadores de desempenho.................................................................................................40
2.7.2 Mensuração do desempenho da função compras........................................................41
2.7.3 Benchmarking da área de suprimentos..............................................................................42
2.7.4 Gargalos na área de suprimentos, bens e serviços........................................................43
2.7.5 Tratamento dos problemas na programação de suprimentos..................................44
2.8 Contratos na programação de suprimentos......................................................................................46
2.8.1 Características dos contratos e Lead Time.........................................................................47
2.8.2 Tipos de contrato.......................................................................................................................48
2.8.3 Identificação do nível de serviços........................................................................................50
2.8.4 Contratação de mão de obra.................................................................................................50
2.8.5 Contratação de serviços .........................................................................................................51
2.8.6 Análise dos contratos...............................................................................................................52
3 Gestão de estoque.........................................................................................................................................................57
3.1 Indicadores de desempenho da gestão de estoques.....................................................................58
3 .1.1 Giro de estoque.........................................................................................................................58
3.1.2 Nível de serviço ou atendimento.........................................................................................59
3.2 Classificação dos suprimentos ................................................................................................................60
3.2.1 Classificação ABC ......................................................................................................................61
3.2.2 Codificação dos suprimentos................................................................................................62
3.3 Administração da demanda ....................................................................................................................64
3.3.1 Cálculo da demanda ................................................................................................................65
3.4 Métodos de análise......................................................................................................................................67
3.4.1 PEPS (FIFO)...................................................................................................................................68
3.4.2 UEPS (LIFO)...................................................................................................................................68
3.4.3 FEFO (First Expire, First Out).....................................................................................................69
3.5 Níveis dos estoques de suprimentos....................................................................................................69
3.5.1 Estoque Máximo (EMax)..........................................................................................................70
3.5.2 Estoque Mínimo (EMin) ou Estoque de Segurança (ES) ..............................................71
3.5.3 Tempo de Reposição (TR) ou Lead Time.............................................................................73
3.5.4 Ponto de ressuprimento ou ponto de pedido................................................................74
3.5.5 Quantidade de ressuprimento (Q).......................................................................................75
3.5.6 Lote Econômico de Compra (LEC).......................................................................................76
4 Programação de compras............................................................................................................................................79
4.1 Solicitação de Compra de material de consumo, matéria prima ou bem do ativo fixo......80
4.2 Cotação............................................................................................................................................................80
4.2.1 Lista comparativa de fornecedores.....................................................................................81
4.3 Pedido de Compra (PC)..............................................................................................................................83
4.4 Parceria comercial........................................................................................................................................84
5 Embalagens......................................................................................................................................................................89
5.1 Definições e funções...................................................................................................................................90
5.2 Escolha da embalagem..............................................................................................................................90
5.3 Escolha de embalagens retornáveis......................................................................................................92
5.4 Unitização, paletização e conteinerização..........................................................................................92
5.5 Identificação das embalagens.................................................................................................................93
5.6 Embalagem de cargas perigosas............................................................................................................93
5.7 Devolução das embalagens retornáveis..............................................................................................94
6 Técnicas de negociação................................................................................................................................................97
6.1 Definição.........................................................................................................................................................98
6.1.1 Objetivos da negociação.........................................................................................................99
6.1.2 Características de uma negociação.................................................................................. 100
6.2 Principais elementos da negociação.................................................................................................. 100
6.2.1 Informação................................................................................................................................ 100
6.2.2 Tempo......................................................................................................................................... 101
6.2.3 Poder........................................................................................................................................... 102
6.3 O Processo de negociação..................................................................................................................... 103
6.3.1 Planejamento........................................................................................................................... 104
6.3.2 Abordagem............................................................................................................................... 104
6.3.3 Apresentação .......................................................................................................................... 105
6.3.4 Tratamento das objeções..................................................................................................... 105
6.3.5 Fechamento ............................................................................................................................. 105
6.3.6 Relacionamento de longo prazo....................................................................................... 106
6.4 Estratégias de negociação..................................................................................................................... 106
6.4.1 Táticas de negociação........................................................................................................... 107
6.4.2 Técnicas de negociação........................................................................................................ 108
6.5 Negociação na programação de suprimentos............................................................................... 108
6.5.1 Erros comuns na negociação.............................................................................................. 109
6.6 Tipos de abordagens................................................................................................................................ 110
6.6.1 Abordagem distributiva....................................................................................................... 110
6.6.2 Abordagem integradora...................................................................................................... 111
6.7 Habilidades do negociador................................................................................................................... 112
6.8 Estilos de comportamento.................................................................................................................... 114
6.8.1 Catalisador................................................................................................................................. 114
6.8.2 Apoiador ................................................................................................................................... 114
6.8.3 Controlador............................................................................................................................... 114
6.8.4 Analítico..................................................................................................................................... 114
7 Seguros............................................................................................................................................................................ 117
7.1 Apólices ....................................................................................................................................................... 118
7.2 Procedimentos a serem adotados na ocorrência de sinistros................................................... 120
8 Inventário........................................................................................................................................................................ 125
8.1 Objetivos do inventário de suprimentos.......................................................................................... 126
8.2 Inventário de bens ................................................................................................................................... 126
8.3 Métodos dos inventários........................................................................................................................ 127
8.4 Indicadores de desempenho................................................................................................................ 130
8.5 Acurácia dos estoques............................................................................................................................. 131
8.6 Conciliações contábeis............................................................................................................................ 132
8.7 Publicação dos resultados do inventário.......................................................................................... 133
12 Softwares...................................................................................................................................................................... 167
12.1 Planejamento dos Recursos Empresariais (ERP).......................................................................... 170
12.2 Warehouse Management System (WMS)......................................................................................... 171
12.3 Requisições de materiais: solicitação de mercadoria................................................................ 173
15 Manutenção................................................................................................................................................................ 195
15.1 Definição.................................................................................................................................................... 196
15.2 Plano de manutenção........................................................................................................................... 196
15.3 Impacto econômico do plano de manutenção........................................................................... 197
15.4 Aprovação do serviço de manutenção........................................................................................... 198
15.5. Liberação de veículos, equipamentos para manutenção e
determinação dos insumos necessários........................................................................................ 199
15.6 Ordem de Serviço (OS).......................................................................................................................... 199
15.7 Regras de expedição de materiais, veículos e equipamentos para a manutenção........ 201
15.8 Propostas de melhoria: redução de custos.................................................................................... 201
16 Medicina, higiene e segurança do trabalho (MHST).................................................................................... 205
16.1 EPI e EPC adequados à operação...................................................................................................... 206
16.2 Normas Regulamentadoras................................................................................................................ 208
Referências
Índice
Introdução
O presente livro está organizado de modo a proporcionar uma leitura agradável e descom-
plicada dos temas relacionados ao Planejamento de suprimentos. Como pode ser observado
na matriz curricular, ele faz parte do Módulo Específico II.
e Comunicação
CAPACIDADES TÉCNICAS
Procedimento Esclarecimentos
Como deve ser feita a compra? Revela qual é o melhor procedimento na organização
Que quantidade deve ser adquirida? Determina a quantidade ideal em face da oportunidade.
Com o surgimento da filosofia Just in Time, grande parte dos recursos financei-
ros e materiais da organização foi reduzida, devido à diminuição dos estoques. As
discordâncias entre empresas e fornecedores passaram para o viés da colabora-
ção e da parceria, ocasionando assim a melhoria dos processos de aquisição dos
suprimentos.
Os princípios básicos que regem a filosofia Just in Time na área de suprimentos
são: envolvimento dos funcionários, eliminação dos desperdícios (produtos em
excesso, obsoletos e/ou com prazos de validade esgotado) e a busca incessante
do aprimoramento contínuo dos processos de compra da empresa.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
22
CASOS E RELATOS
2.3.4 KANBAN
Palavra japonesa que significa cartão, registro visual ou sinal, o Kanban refere-
se a um mecanismo através do qual uma área ou seção de uma empresa informa
a sua necessidade de suprimentos para a área ou seção anterior. Cada área ou
seção pode visualizar as necessidades de suprimentos de cada etapa da linha de
produção. Para isso, é preciso haver a presença intensa dos fornecedores próxi-
mos à linha de produção, como ocorre com as montadoras de automóveis e seus
respectivos fornecedores instalados no mesmo local.
Muitas empresas utilizam essa ferramenta para agilizar a entrega de peças ou
materiais junto à linha de produção. Em boa parte delas, pode ocorrer a substitui-
ção dos cartões por um sistema de sinalização.
As solicitações dos suprimentos podem ser realizadas também com a utiliza-
ção do Kanban eletrônico (e-Kanban). Para isso, bastaque as partes interessadas
compartilhem as informações, em tempo real, sobre demanda, previsão de ven-
das e produção, e sinalizem a demanda da empresa. A vantagem é a eliminação
de problemas como a perda dos cartões e a desatualização das informações que
devem constar nos painéis. A Figura 1 ilustra a utilização do sistema Kanbanentre
dois centros de trabalho, o M-12 e o J-32.
2 PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
25
KT KP KT KP
10 7
9 11
Projeção da demanda
Plano de produção
Lista de necessidades
de materiais
Consulta de estoques
Libera compra
Fornecedor
Imagine tempos atrás, quando não havia computadores para calcular a quanti-
dade de materiais, bem como o tempo de ressuprimento de cada matéria-prima,
para cada um dos produtos que a empresa produzia. Como deveriam ser os con-
troles dos suprimentos para todos os produtos finais elaborados pela empresa,
bem como os controles dos estoques, entregas e compras com os seus respectivos
prazos? Hoje, determinados produtos, que levavam meses para serem produzidos
e/ou entregues aos clientes, levam menos de 24 horas para serem produzidos.
Em suma, o MRP auxilia os gestores a reduzirem a quantidade de inventário
aos níveis necessários de materiais no momento exato, ou seja, ajuda a responder
os seguintes questionamentos:
Que componentes serão adquiridos?
Que quantidades de componentes serão adquiridas?
Quando estarão disponíveis os componentes para a produção dos produtos?
A partir do momento em que a empresa instala o sistema MRP, ela busca al-
cançar os seguintes objetivos:
a) garantir que os componentes necessários à produção de itens estejam dis-
poníveis no momento exato em que são solicitados, nem antes e nem de-
pois. Para isso, é necessária uma sincronização entre os pedidos, as entregas
e as necessidades da produção;
b) realizar inventários controlados e planejados de maneira a garantir que os
componentes estejam à disposição quando requisitados pela produção;
c) promover a integração entre o fornecedor e a empresa, proporcionando a
redução do lead time e dos custos da produção do fornecedor;
d) assegurar que o plano de vendas atue com eficiência e satisfaça as emer-
gências e demandas inesperadas.
Em suma, os objetivos do MRP são saber:
a) o que deve ser comprado;
b) quanto deverá ser comprado;
c) quando deverá ser comprado;
d) quando deverão ser entregues os suprimentos.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
28
CANETA
VANTAGENS:
- Instrumento de planejamento
- Permite simulações de diferentes situações
- Cálculo detalhado dos custos
- Redução da influência das pessoas
MRP
DESVANTAGENS:
- Custo dos pedidos
- Custo dos transportes
- Pedidos pequenos
- Complexidade do sistema
- Indiferença às variações da demanda
No tópico a seguir, veremos que o MRP II nada mais é do que o MRP com atri-
butos e funções mais abrangentes.
Com a evolução do MRP, voltado apenas para o PCP e estoques das empresas
manufatureiras e dos sistemas de informação, surgiu a necessidade de estender
o conceito para outros setores da empresa e envolver outros tipos de suprimen-
tos. Com isso, o MRP II caracterizou-se como uma das principais ferramentas do
planejamento de outras áreas, como finanças, produção, marketing e logística,
pois passou a administrar outros recursos, como mão de obra, máquinas e insta-
lações, de modo a cumprir o plano de produção da empresa. O MRP II permitiu
a expansão do MRP para as redes locais e o incremento de novas funções. Além
disso, passou a integrar as bases de dados, que antes eram isoladas na empresa,
e agora são acessadas e compartilhadas por todos os departamentos (marketing,
finanças, produção e desenvolvimento de produtos), atendendo às necessidades
específicas de cada um destes.
Com a alteração de qualquer uma das variáveis envolvidas na produção de
determinado produto ou serviço, todos os departamentos envolvidos precisam
ajustar as suas bases de dados para que não ocorram distorções ou problemas.
Pense, por exemplo, na produção de um novo modelo de carro. As alterações que
surgiram das necessidades dos clientes, ou inovações em design, foram projeta-
das por engenheiros, mas afetam os processos e os procedimentos de diversos
departamentos, especialmente se houver mudanças na composição do produto;
logo, essa nova estrutura do produto modificará em algum grau o MRP.
Com a evolução do MRP, as empresas viram que não bastava calcular quanto
deveria ser produzido, quando produzir e o que produzir ou comprar, mas tam-
bém era necessário saber como seria a produção de seus produtos e quais se-
riam os recursos utilizados e suas respectivas quantidades. Assim, o uso do MRP II
possibilita administrar todos os recursos envolvidos na produção de um produto
em uma empresa. Se tivermos as quantidades exatas de cada um dos recursos
indispensáveis à produção de determinado bem ou serviço, temos como calcular
o total de recursos envolvidos no prazo determinado pela empresa para atendi-
mento da solicitação de seus clientes.
2 PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
31
Os objetivos do MRP II, assim como tantos sistemas de informação, são os se-
guintes:
a) reduzir os custos e o tempo empregados na manufatura dos produtos; con-
sequentemente, obter uma maior receita ao reduzir as despesas e os mate-
riais em processo;
b) aumentar a disponibilidade dos produtos e entregar no tempo certo;
c) aumentar a velocidade e a precisão das informações de cada departamento
envolvido no processo de manufatura;
d) acompanhar as mudanças de mercado com rapidez;
e) melhorar o nível de serviço aos clientes.
O sistema MRP II é formado por um conjunto de funções associadas aos módu-
los de pacotes de programas comerciais, feitos para atender as funções de cada
departamento da empresa.
Sabemos que, em cada uma das etapas do processo produtivo, existe a neces-
sidade de manter um nível mínimo de estoque de matérias-primas, produto em
processo e produtos finais. A diferença estará nas restrições econômicas, tecno-
lógicas e de gestão.
As restrições econômicas dizem respeito ao poder dos fornecedores, clientes
e o capital de que a empresa dispõe para adquirir os suprimentos necessários à
cadeia de suprimentos. As restrições tecnológicas dizem respeito à capacidade
dos equipamentos, ao nível de automação e à tecnologia utilizada pela empresa.
Por fim, as restrições relativas à gestão tratam dos modelos gerenciais, da cultura
organizacional e de sistemas de planejamento utilizados pela empresa.
A implantação de uma política de estoques é uma das formas mais confiáveis e
seguras de manter as empresas em um mercado. Isso porque, a cada dia, aumen-
tam a concorrência e os custos para reposição de materiais. A seguir, relacionam-
se essas políticas ou diretrizes:
a) determinar prazos para entrega de produtos aos clientes;
b) determinar o número de espaços de armazenagem e as respectivas rela-
ções de materiais a serem estocados em cada um destes;
c) determinar qual deverá ser o nível de estoque de cada suprimento, de ma-
neira que atenda às demandas de mercado;
d) determinar o giro de estoques de cada suprimento;
e) só será permitida a compra antecipada se os preços dos suprimentos es-
tiverem mais baixos ou se, em compras de grandes quantidades, houver a
possibilidade de descontos.
O estabelecimento dessas diretrizes possibilitará ao gestor administrar melhor
os estoques e diminuir o capital investido, melhorando, assim, o desempenho
financeiro da empresa. Uma das principais ferramentas utilizadas pelos gestores
de materiais para controle e registro dos suprimentos é o inventário.
O inventário é a contagem física dos materiais em estoque, dos produtos se-
miacabados e dos produtos finais de uma empresa. Seus objetivos são:
a) checar as diferenças monetárias entre o estoque físico e contábil;
b) verificar as diferenças entre os registros contábeis e as quantidades reais
nos depósitos e almoxarifados;
c) levantar o valor total do estoque, contábil, para registros posteriores nos
balancetes e balanços.
A vantagem de usar o inventário é que ele permite identificar falhas nas roti-
nas e nos sistemas de controle de estoque em uma empresa. Muitas vezes, falhas
durante o recebimento, a localização e o envio de mercadorias e procedimentos
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
34
Gera impacto nas atividades da empresa, É possível a continuidade de atendimento com o almoxa-
com almoxarifado de portas fechadas. rifado de portas abertas.
1 JOINT VENTURE: É preciso definir as ações precisas para a obtenção dos suprimentos necessá-
rios à produção dos bens e serviços solicitados pelos consumidores. Outros pon-
Associação de duas ou mais
empresas, a fim de criar ou tos importantes na área de suprimentos são:
desenvolver uma atividade
econômica. a) a concentração de esforços nas atividades que afetam o desempenho da
empresa, como desenvolvimento dos fornecedores e canais de distribuição;
b) o planejamento da demanda;
c) o planejamento de estoques;
d) o tipo de transporte.
Vimos, no capítulo quatro do Livro Planejamento dos Processos Logísticos,
que o planejamento dos suprimentos de uma empresa inicia com a solicitação
de produtos e serviços pelos clientes – os principais componentes da cadeia de
suprimentos, pois são eles que iniciam o processo de compra de matérias-primas,
o processo de fabricação e a distribuição dos produtos.
Porém, no planejamento dos suprimentos, é necessário estabelecer alguns
critérios para que não ocorram falhas que impactarão todo o processo produtivo
da organização: designar os tipos de contratos; verificar o nível de serviços ofere-
cidos pelos fornecedores; definir como será a contratação de serviços, o apoio de
áreas correlatas e, principalmente, verificar as boas práticas de mercado na área
de suprimentos utilizadas por outras empresas e que podem ser incorporadas.
Vejamos cada um desses critérios nos tópicos a seguir.
Deixar de utilizar uma estratégia na área de suprimentos é como um avião le-
vantar voo sem saber para onde vai. É importante que se elabore uma estratégia
para que os recursos (tempo, capital e mão de obra) não sejam desperdiçados, e
os objetivos da empresa (redução dos custos e nível de serviço ao cliente) sejam
alcançados. É de igual importância que essa estratégia esteja alinhada com a es-
tratégia competitiva escolhida pela empresa, de maneira que os objetivos não
sejam conflitantes.
Uma das estratégias de suprimentos utilizadas é a seleção dos fornecedores
baseada em custo e qualidade; outra é a seleção dos fornecedores baseada em
flexibilidade, qualidade e velocidade. Observe que qualquer uma das estratégias
poderá refletir nos demais processos e estratégias funcionais da empresa e, por
consequência, na estratégia competitiva adotada.
Existem outras estratégias adotadas pelas empresas na área de suprimento. Por
exemplo, as aquisições de suprimentos fracionadas em detrimento da aquisição
de grandes quantidades. Em cada uma dessas escolhas, existem vantagens e des-
vantagens, que serão analisadas pela empresa para determinar a melhor opção.
Em suma, a escolha da estratégia deve passar: pela seleção dos fornecedo-
res;pela consolidação dos volumes de suprimentos a serem adquiridos; pela re-
2 PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
37
Fornecedores
de matéria-
prima
Fabricantes de
componentes
Indústria
principal
Atacadista e
distribuidores
Varejista
Produto
Acabado
Consumidor
final
fornecer respostas, isto é, oferecer feedbacks, para que o setor possa manter os
processos sob controle.
A implantação dos indicadores de desempenho na área de suprimentos bus-
ca a melhoria dos processos existentes, a geração de informações para as partes
(acionistas, clientes, diretores, funcionários e demais interessados) e a identifica-
ção de novas oportunidades. Outro benefício da implantação de medidas de de-
sempenho está vinculado às recompensas ou punições para que os componen-
tes da área possam motivar-se de maneira que melhorem os seus desempenhos
e, com isso, alcancem os objetivos traçados pela empresa.
Em uma indústria, por exemplo, composta por diversas fases, como aquisição
de suprimentos, produção, embalagem, armazenagem, controle de qualidade e
vendas, existirão inúmeros gargalos em cada uma dessas fases que poderão limi-
tar a capacidade de produção de determinados bens em dado intervalo de tempo.
Um bom exemplo de gargalo em uma empresa pode ocorrer em uma linha de
produção com capacidade para produzir 2000 unidades por hora, porém o setor
de embalagem é capaz de embalar apenas 1200 unidades por hora. Verifica-se aí
um gargalo, pois a produção não poderá atingir a sua capacidade total, haja vista
que o setor de embalagem não é capaz de embalar toda a produção. Essa empre-
sa poderia manter a capacidade, porém teria que armazenar parte dos produtos
sem embalagem e arcar com os custos gerados.
O inverso também poderá ocorrer, por exemplo: se o setor tiver capacidade
de embalar 1200 unidades/h, mas a produção só tiver capacidade para 800 uni-
dades/h, haverá paradas no setor de embalagens.
Um bom exemplo de um gargalo na área de suprimentos de uma empresa
é quando a aquisição de materiais é inferior à desejada para a produção. Além
disso, citam-se atrasos no recebimento de mercadorias por conta de acidentes,
da infraestrutura das estradas e de procedimentos operacionais que interferem
nas operações.
Diferentes tipos de gargalos na área de suprimentos foram abordados em re-
portagem da Revista Logweb, em julho de 2008:
a) falta de mão de obra qualificada para as áreas de suprimentos;
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
44
unitário é definido previamente. Assim que surgir uma demanda nova pelos
produtos, a empresa emite uma ordem de serviço para o fornecedor com os
prazos de entrega definidos, sem que ocorram alterações nos preços previa-
mente acordados no contrato principal.
a) O contrato por conta de fornecimento (entregas): é aquele em que o
cliente se vê obrigado a adquirir determinada quantidade de um tipo
de suprimento por um período de tempo. Por exemplo, 1000 unidades
por mês. O contrato de fornecimento por conta corrente é o contrato em
que o fornecedor, ao final de um período, uma semana, por exemplo,
emite uma única fatura, após registrar e juntar todas as vendas realiza-
das para o cliente.
b) O contrato por fornecimento de serviço é o contrato que relaciona to-
dos os serviços a serem prestados pelo prestador de serviços.
c) O contrato de intenção de compra é o tipo de contrato em que um fabri-
cante, após desenvolver um novo produto ou serviço, o coloca à disposi-
ção dos clientes interessados em sua aquisição. Um bom exemplo desse
tipo de contrato é a venda de novos modelos de aviões ou veículos por
parte dos fabricantes.
Independentemente do tipo de contrato a ser estabelecido com o fornecedor,
é necessário atentar para os pontos a seguir:
a) condições de pagamento;
b) responsável pelo transporte;
c) prazo de entrega;
d) garantias, no caso da aquisição de equipamentos ou instrumentos;
e) manutenção, no caso da aquisição de equipamentos;
f) serviços pós-venda;
g) treinamento, para o caso de novos equipamentos, instrumentos ou sistemas;
h) manuais de operações;
i) penalidades, condições e legislação a ser aplicada;
j) seguros de transportes, acidentes etc.
Observe que, no caso da aquisição de equipamentos, instrumentos, serviços
e veículos de transportes, é preciso utilizar critérios mais abrangentes, que me-
recem atenção especial devido a uma série de características e condições que
exigirão estudos detalhados por parte da empresa e dos responsáveis. A compra
e a contratação sem a observação desses critérios pode trazer prejuízos e até levar
uma empresa à falência.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
50
RECAPITULANDO
Anotações:
Gestão de estoque
No livro Fundamentos dos Processos logísticos, apresentado no Módulo Básico, foram abor-
dadas as vantagens que o planejamento traz para uma organização. Uma delas seria na gestão
de seus estoques, ou seja; determinar as quantidades e valores que os suprimentos terão ao
longo de um período, assim como as datas de saídas e os pontos de pedidos dos suprimentos
em um almoxarifado.
Neste capítulo, discorreremos sobre a gestão de estoques, uma das muitas funções execu-
tadas nas organizações. Abordaremos a administração da demanda, bem como os métodos e
técnicas utilizadas na gestão de estoque.
A gestão de estoques em uma organização é de suma importância para controlar os custos.
Tal atividade constitui-se em uma série de processos executados pelos profissionais com intui-
to de verificar se os estoques estão sendo utilizados plenamente e se estão sendo controlados.
Níveis elevados de estoques podem acarretar em uma série de problemas para uma empresa.
Segundo Viana (2006), a gestão do estoque visa ao gerenciamento dos estoques por meio
de técnicas que permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros e níveis
de ressuprimento e acompanhando sua evolução.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
58
Segundo Bertaglia (2009), o giro de estoque também pode ser calculado com
base na relação de vendas do ano dividido pelo capital médio investido no esto-
que de determinado suprimento. O uso desse indicador permite à empresa com-
parar o seu desempenho com o de empresas semelhantes no mercado.
Número
de pedidos
incompletos
atendidos
Nível de
serviço
Número
totais
de pedidos
atendidos
Observe que o uso desse indicador permitirá à empresa verificar sua eficiência
ao atender às expectativas de seus clientes. De acordo com Bertaglia (2009), esse
indicador é o ponto de partida para melhorar todos os processos e procedimen-
tos internos. A falta de determinados suprimentos nos pedidos dos clientes pode
acarretar a migração de clientes para as empresas concorrentes.
Por fim, temos a retroalimentação: comparar os dados obtidos no controle de
estoques com os do planejamento para que sejam feitas as correções e os ajustes
necessários.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
60
CASOS E RELATOS
Ela se tornou, ao longo dos anos, referência para os demais sistemas de codifi-
cação, dentre eles o da Petrobrás e o Sismicat, sistema de classificação utilizado
pelas Forças Armadas do Brasil.
A 10 80
B 30 15
C 60 5
Após esses cálculos, o gestor pode estabelecer controles sobre 95% do valor de
consumo, ou seja, sobre os itens mais representativos, algo em torno de 35%. É im-
portante frisar que a definição dos percentuais varia de acordo com as empresas.
2011
Mês Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Consumo 100 150 160 180 130 80 50 150 170 150 100 80
Caso a empresa queira verificar qual seria a demanda para o mês de janeiro de
2012, deverá considerar a média dos últimos 12 meses, ou seja, valores compreen-
didos entre janeiro e dezembro de 2011, conforme se exemplifica na Figura 14.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
66
1 93:
Somatório
Note que a soma dos pesos: da demanda
0,6, 0,3 e 0,1 é igual a 1. real dos
períodos
Média
(demanda
prevista do
próximo
período)
Número
de períodos
(100+150+160+180+130+80+50+150+170+150+100+80) = 125
12
Observe que esse cálculo pode ser feito mês a mês. No caso de haver necessi-
dade de calcular a demanda do mês de abril de 2012, deve-se fazer o cálculo com
os dados de abril de 2011 até março de 2012.
b) Método da média móvel ponderada: é uma variação do método da média
móvel. Os valores mais próximos terão pesos maiores que os valores mais
distantes. É importante ressaltar que a soma dos pesos deve ser igual a 1.
No caso da necessidade de prever a média móvel trimestral de um conjunto
de dados para o mês de janeiro de 2012, podem ser utilizados os dados da Tabe-
la 2. Nesse caso, devem ser atribuídos os seguintes pesos: 0,6 para dezembro; 0,3
para novembro; e 0,1 para outubro. O cálculo será o seguinte:
c) Média ponderada exponencial: utiliza apenas três valores para gerar a previsão
do próximo período: a previsão e o consumo do último período e uma constan-
te que é atribuída aos valores mais recentes, conforme ilustra a Figura 15.
Consumo
do período (1- constante) Previsão do
P-1 x x previsão período P
constante de P-1
Veja um exemplo de aplicação em uma empresa que utiliza esse tipo de cálculo:
Em 2010, a previsão de consumo de determinado suprimento foi de 240 uni-
dades, e sua constante foi 0,20. Em 2011, o consumo foi de 260 unidades. Qual
será a previsão de consumo para o ano 2012?
A avaliação realizada por essa metodologia é feita de acordo com a ordem cro-
nológica das entradas dos suprimentos: o suprimento que entrou há mais tempo
deverá sair primeiro.
Geralmente, a avaliação pelo método PEPS serve para valorizar os estoques de
empresas que têm um giro dos estoques muito grande, variações nos custos que
podem ser absorvidas nos preços dos produtos ou ainda quando existem supri-
mentos guardados há muito tempo.
Um bom exemplo de como funciona esse método seria a aquisição de um com-
ponente em três momentos diferentes: no dia 01/02, entraram no estoque 2000
unidades com o preço de R$ 18,00 cada; no dia 10/02, entraram mais 1500 unida-
des com o preço de R$ 22,00 cada; e, no dia 25/02, mais 2200 a R$ 20,00 cada.
Caso seja realizada uma retirada de 2000 unidades pelo método PEPS, o custo
dos 2000 componentes a sair será igual ao custo dos 2000 primeiros componen-
tes que entraram.
O estudo dos níveis de estoques dos suprimentos tem como principal objetivo
evitar a falta de suprimentos para a produção e também evitar que recursos ocio-
sos estejam sendo mantidos pela empresa. Uma das principais preocupações na
administração de suprimentos de uma empresa, principalmente as áreas finan-
ceira e de operações, é determinar os níveis de estoque de suprimentos.
Muitas preocupações passam pelas cabeças dos profissionais envolvidos na
gestão de materiais. Falta de suprimentos devido a atrasos, entrega de quantida-
des maiores que as acordadas pela empresa ou demandas inesperadas são fatores
que podem comprometer o nível de estoques dos suprimentos de uma empresa.
Outra vantagem de se conhecerem os níveis ideais de estoque de uma empre-
sa é poder não afetar seu fluxo de caixa.
Para resolver esses problemas, é importante que o gestor estabeleça os parâ-
metros de estoque na empresa. Para isso, ele se vale dos seguintes cálculos:
a) estoque máximo;
b) estoque mínimo de cobertura ou de segurança;
c) tempo de reposição ou de tempo de cobertura (lead time);
d) ponto de ressuprimento ou ponto de pedido;
e) quantidade de ressuprimento;
f) Lote Econômico de Compra (LEC).
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
70
2 OBSOLESCÊNCIA:
3 ESTOQUE VIRTUAL:
Corresponde ao estoque
que está registrado no
sistema contábil da
empresa.
IMPORTÂNCIA
MARGEM DE LUCRO K
OPERACIONAL
A 0,5
Z B 0,7
C 0,9
A 0,3
Y B 0,4
C 0,8
A 0,1
X B 0,2
C 0,6
O cálculo da Venda Média Mensal pode ser feito através da média das vendas
mensais de um dado período, como se vê na Figura 18.
Soma das
vendas no
período
VMM
Número
de meses
do período
Janeiro 140
Fevereiro 160
Março 80
Abril 120
Maio 120
Junho 100
Total 720
Tabela 4 - Demanda de livros no ano 2011
Fonte: SENAI, 2013.
30 dias
Tendo como base a fórmula do Estoque Mínimo (EMin), a Venda Média Mensal
(VMM) é 120. O tempo de reposição é de 60 dias. Obtivemos como resultado 240
unidades como estoque mínimo para esse caso.
Assim, ao perceber que o estoque desse suprimento chegou a 80 unidades,
o gestor de materiais deverá realizar um novo pedido, pois essa quantidade só
deverá durar mais 10 dias.
Em grande parte das empresas, os produtos e demais insumos são obtidos dos
fornecedores externos e internos. Em algumas indústrias e empresas de presta-
ção de serviços, as matérias-primas são produzidas por elas mesmas.
Qualquer decisão relativa aos itens e materiais que serão comprados passa
pela gestão de estoques. O tempo de obtenção desses suprimentos e a quan-
tidade a ser pedida são de vital importância para a continuidade dos processos
produtivos da empresa e demais operações.
O lead time de suprimento é o tempo gasto para a aquisição do suprimen-
to, período que compreende desde a emissão da solicitação dos materiais até
o instante efetivo do recebimento, gerando a entrada da material no estoque.
Esse tempo é uma das principais variáveis no processo de suprimento, porque vai
definir os níveis dos estoques.
Na logística, o Lead Time é também conhecido como tempo de reposição e
representa o período de tempo compreendido entre o momento em que o fun-
cionário percebe que um produto necessita ser reposto até a chegada efetiva ao
depósito da empresa.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
74
Emissão do pedido
Observe: cada uma dessas situações demanda um tempo, que pode ocasionar
em aumento no tempo de reposição dos suprimentos. Assim, dependendo do
tipo de suprimento, do modal utilizado e da distância percorrida pelo transporte
entre a saída da empresa fornecedora até a chegada à empresa, esse prazo pode
aumentar ou diminuir.
É importante que exista uma sincronia entre cada um desses momentos para
que não ocorram prejuízos no atendimento aos clientes.
PR = C*TR+Emin
Onde:
PR = ponto de ressuprimento ou ponto de pedido (PP)
C (VMM) = consumo médio mensal ou venda média mensal
TR = Tempo de Reposição
EMín = Estoque Mínimo.
Para o cálculo do PR, no exemplo da demanda dos livros abordado no tópico
3.7.2, se o Lead Time de reposição for 2 meses, o ponto de ressuprimento será:
3 GESTÃO DE ESTOQUE
75
Ou seja, quando o estoque virtual chegar a 320 unidades, deve-se emitir uma
nova ordem de compra do suprimento para que, ao final de dois meses, o supri-
mento chegue a empresa, no momento em que ela atingir o estoque mínimo.
A principal finalidade do ponto de reposição, segundo Ching (2001), é dar iní-
cio ao processo de reposição em tempo hábil para não ocorrer falta de material.
Emax EV Q
Onde:
Q = Quantidade a comprar
EMax = Estoque Máximo
EV = Estoque Virtual.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
76
(2DA CC)
LEC
CA
Figura 21 - Fórmulaescrever
para o cálculo do Lote Econômico de Compra
fórmula!
Fonte: SENAI, 2013.
Onde:
LEC = Lote Econômico de Compra
DA = Demanda ou Consumo Anual
CC = Custo de obtenção por pedido
CA = Custo unitário de Armazenagem
O que precisamos entender, nesse caso, é que, com a existência de duas variá-
veis (custo de estocagem de materiais e o custo de transportes desses materiais),
a empresa precisa determinar o ponto de equilíbrio entre essas variáveis, isto é,
o ponto em que o conjunto desses custos será igual. Para isso, vale-se do Lote
econômico de compra. Vejamos uma aplicação dessa fórmula.
O consumo anual de um produto da empresa “Jota” é de 20000 unidades.
O custo de obtenção desse suprimento é igual a R$ 0,50 por pedido. Os custos
anuais de armazenamento, conhecidos como custos de carregamento, são de R$
0,50 por unidade.
3 GESTÃO DE ESTOQUE
77
Logo:
LEC= √[(2*20.000*0,50)/0,50]
RECAPITULANDO
A programação das aquisições é uma das principais atividades realizada nos canais de su-
primentos de uma empresa devido ao volume de capital que é manipulado pelos gestores
dessa área. As técnicas de programação dos suprimentos, também conhecidas como planeja-
mento das necessidades, disponibiliza o estoque de suprimentos essenciais em um canal de
suprimentos. Decidir as quantidades de suprimentos que serão adquiridas, quando, como mo-
vimentá-las e onde a empresa deve adquiri-los são questões frequentes nas organizações. O
gerenciamento dessas atividades requer uma sintonia com as outras atividades das empresas,
especialmente com a área financeira e a produção.
No canal de suprimentos, a demanda é representada pelas necessidades da área produtiva
de uma empresa. Essa demanda é atendida pelo gerente de compras de duas maneiras: os ma-
teriais poderão ser programados para estarem disponíveis apenas quando forem essenciais à
área produtiva; ou as necessidades dessa área poderão ser atendidas pelos materiais mantidos
em estoques.
As quantidades de suprimentos e o momento em que são feitas as compras determinam o
valor pago, os custos de transporte e os custos de manutenção dos estoques. Geralmente, as
empresas adquirem apenas o suficiente para satisfazer as suas necessidades de produção, no
instante em que estas surgem. Outra opção são as compras antecipadas de suprimentos pelas
empresas como forma de evitar especulações nos preços dos produtos e assegurar que não
ocorram interrupções na produção de seus produtos, caso em algum momento não existam
produtos para atender a demanda.
O papel principal que os gerentes de compras vão desempenhar é garantir que os ma-
teriais estejam disponíveis no momento planejado, com preços justos e com uma qualidade
apropriada; caso contrário, podem ocorrer interrupções no processo produtivo da empresa.
Para tanto, os gerentes mantêm atitudes importantes no processo de compras: a formação de
parcerias comerciais, a cotação dos materiais e o plano orçamentário.
A partir do momento em que a empresa identifica as necessidades de materiais para aten-
der ao planejamento das vendas, realiza o orçamento. Os gastos em aquisições de materiais
devem se equilibrar com as receitas de venda de modo a não comprometeras finanças, ou seja:
os gastos não podem superar as receitas da empresa.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
80
4.2 COTAÇÃO
PREÇO
QTDE. UNIDADE DESCRIÇÃO TOTAL
UNITÁRIO
Subtotal
Imposto sobre
venda
Custo do envio
Outros
Envie duas cópias da sua fatura. Total
Faça este pedido de acordo com os pre-
ços, as condições, o método de entrega
e as especificações listadas acima.
Avise-nos imediatamente caso não
seja possível efetuar a remessa como
especificado.
Envie todas as correspondências para:
Nome
Endereço
Telefone/Fax
Autorizada por Data
Figura 23 - Modelo de PC
Fonte: SENAI, 2013.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
84
Para os itens não listados, entre em contato pelo telefone [número do telefone]
Variáveis
• Indicadores
RECAPITULANDO
Você já viu no livro Fundamentos da Logística que as embalagens são dispositivos de uso
repetitivo que têm, entre outros objetivos, o de conter e proteger os suprimentos e produtos
acabados durante a movimentação e a armazenagem na empresa.
Segundo Gurgel (2007), as embalagens são invólucros, recipientes ou qualquer forma de
acondicionamento, removível ou não, destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger, man-
ter os produtos ou facilitar a sua comercialização. O autor também nos informa que, na indús-
tria, as embalagens para suprimentos assumem algumas funções, como acondicionar e deslo-
car internamente os suprimentos durante a produção dos produtos da empresa.
É função do técnico em logística saber escolher as melhores embalagens para seus supri-
mentos e aplicar apropriadamente a unitização de cargas. Esperamos que, ao final deste capí-
tulo, você possa saber mais um pouco sobre o papel da unitização, sobre como identificar as
embalagens e como definir a relação embalagem X suprimentos.
Mas afinal, qual será o papel das embalagens na área de suprimentos? Será que todos os
suprimentos devem ser acondicionados em embalagens? Neste capítulo, abordaremos o pa-
pel das embalagens durante a programação das atividades de suprimentos, principalmente na
programação. Relembraremos a definição, os tipos, a capacidade, a manutenção e a necessi-
dade de embalagens.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
90
CASOS E RELATOS
dos, fica um porém: é necessário enviar seu gadget para a empresa, que o
devolve com a nova capa transparente.
Fonte: REVISTA EXAME ONLINE, 2012.
Você deve estar se perguntando: “Qual é a diferença entre esses três concei-
tos?” No livro Planejamento da Distribuição, você aprendeu que a unitização diz
respeito ao agrupamento de caixas em uma carga única, com dimensões padro-
nizadas, constituindo um só volume, o que facilita as operações de armazenagem
e manuseio mecanizado.
As vantagens da unitização das embalagens são a redução das perdas, roubos
e avarias, a redução da rotulagem, a redução dos custos e o aumento da eficiência
e da produtividade de um armazém. Os principais tipos de equipamentos usados
no processo de unitização são os paletes, as gaiolas e os contêineres.
Entre as embalagens unitizadoras, a mais conhecida provavelmente é o pale-
te. Daí a denominação específica relacionada ao ato de acomodar mercadorias
5 EMBALAGENS
93
Uma carga perigosa é composta por materiais que possuem propriedades bio-
lógicas, físicas ou químicas que podem oferecer riscos ao homem, ao meio am-
biente ou ao próprio material. Portanto, conhecer a legislação e as principais infor-
mações técnicas a respeito do tipo de produto a ser movimentado e embalado é
de suma importância no processo de escolha do tipo de embalagem apropriada.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
94
No caso das embalagens retornáveis após o uso, é necessário que seja feita
devolução para as unidades fabris. Em muitos casos, esses equipamentos não ne-
cessitam de limpeza se forem ser reutilizados com o mesmo produto.
A devolução de embalagens para os fornecedores em grande parte deve-se à
logística reversa, uma atividade a ser realizada pelos fornecedores.
Além da consideração das embalagens, o controle do inventário é de funda-
mental importância na programação de suprimentos. É isso que aprenderemos
no Capítulo 7.
5 EMBALAGENS
95
RECAPITULANDO
Nas situações em que existam duas ou mais partes que pensam inicialmente diferente, o
caminho a ser adotado é um processo dinâmico chamado negociação, que se caracteriza pela
busca de acordos satisfatórios acerca de um assunto ou objeto. Com a abertura de novos mer-
cados e exigências de novas competências dos profissionais, muitas empresas estão procuran-
do aperfeiçoar as competências de seus funcionários, e uma dessas aptidões é a negociação,
requisito básico para o sucesso na área de suprimentos de uma empresa.
É importante ressaltar que não existe um modelo infalível para o sucesso em uma negociação,
e que neste capítulo apresentaremos apenas uma parte desse universo que é a negociação em
compras ou suprimentos. Esperamos que, ao final da leitura, você, aluno, esteja capaz de parti-
cipar, direta ou indiretamente como negociador em processos de compras.
Neste capítulo, estudaremos o processo de negociação: o planejamento e a preparação
(a formulação de hipóteses); os elementos de uma negociação; estratégias; fases; técnicas e
táticas usadas em uma negociação; situações; erros comuns; tipos de abordagens; estilos de
comportamento dos negociadores; e a questão ética em uma negociação.
6.1 DEFINIÇÃO
Obviamente, mais de uma forma de negociação pode ser utilizada pela mesma
empresa. Dependendo da localização de seu cliente e do tipo de relacionamento
que mantêm, a empresa pode escolher um ou mais canais para a negociação. Mas
afinal, quais são os objetivos e as características de uma negociação? Verifique
nos tópicos a seguir.
Negociar faz parte do dia a dia das pessoas e das organizações. Para tanto, vi-
vemos cercados de objetivos a serem alcançados, tanto no aspecto pessoal quan-
to no profissional, e que podem ser alcançados pela negociação.
Vejamos alguns desses objetivos:
a) adquirir novas ideias, propósitos e interesses;
b) buscar o melhor resultado para ambas as partes, ou seja, chegar a um con-
senso;
c) atingir um acordo favorável para ambas as partes;
d) fazer com que os interessados estejam conscientes de que foram ouvidos e
compreendidos;
e) produzir benefícios duradouros para todos os participantes.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
100
Para que exista uma negociação, é preciso haver alguns elementos relacio-
nados com as estratégias, técnicas e táticas utilizadas durante esse processo. Em
qualquer processo de negociação, seja em nossa casa, na câmara de deputados
ou nas empresas, sempre existirá pelo menos um destes três elementos: informa-
ção, tempo e poder. Consideremos cada um deles nos tópicos a seguir.
6.2.1 INFORMAÇÃO
São dados importantes sobre a outra empresa e seus negociadores, suas expec-
tativas, desejos, necessidades e táticas utilizadas. Em uma negociação, quem pos-
sui um grande número de informações relevantes obtém os melhores resultados.
6 TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
101
6.2.2 TEMPO
6.2.3 PODER
6.3.1 PLANEJAMENTO
6.3.2 ABORDAGEM
Nessa etapa, ocorre o primeiro contato com a outra pessoa envolvida no pro-
cesso. Nesse momento, é preciso ter cuidado com o que vai ser dito, pois uma
comunicação inadequada pode causar má impressão.
Por isso, é primordial criar um ambiente favorável, ser cortês, ficar atento,
estabelecer uma relação de confiança e entrar em sintonia com a outra pessoa, antes
mesmo de abordar diretamente o assunto da reunião. Caso a pessoa não cause uma
boa impressão, dificilmente poderá reunir-se novamente com o outro negociador.
6 TÉCNICAS DE NEGOCIAÇÃO
105
6.3.3 APRESENTAÇÃO
Seria perfeito se não existissem objeções em uma negociação. Porém, isso difi-
cilmente ocorrerá. As objeções dizem respeito às razões ou dificuldades apresen-
tadas pelas pessoas para não adquirirem os produtos ou serviços de uma orga-
nização; e até à dificuldade de aceitar pontos de vistas de outras pessoas. Muitas
vezes, as objeções apresentadas pelas pessoas são dúvidas que surgem durante a
negociação, por isso, é importante ao negociador evitá-las ou transformá-las em
oportunidades de negócios.
Nessa fase, é importante procurar estabelecer posições e saber que, quando
uma pessoa surge com uma objeção, é porque existem perguntas escondidas
que ainda não foram respondidas, e é preciso identificá-las para que a negociação
obtenha êxito.
As principais razões para o surgimento de objeções em uma negociação são:
a) não houve informações esclarecedoras suficientes;
b) o negociador não fez as perguntas adequadas;
c) o negociador não ouviu o bastante para fechar a negociação.
6.3.5 FECHAMENTO
Essa é, segundo alguns especialistas, uma das fases mais importantes para o
sucesso de futuras negociações com o cliente. O simples fato de dar um telefone-
ma ao cliente após a conclusão de um negócio poderá fazer a diferença quando
surgirem outras oportunidades.
Por isso, é necessário verificar se o que foi acordado na negociação foi cum-
prido. É nessa fase que o negociador verifica junto à outra parte se a entrega de
um produto ou a conclusão de um serviço atendeu às suas expectativas ou se os
serviços pós-negociação foram realizados.
que o responsável conheça os limites que foram impostos pela empresa na con-
cessão de descontos, bonificações etc.
Outro ponto no processo de negociação refere-se à confiança, variável que
deve ser seriamente considerada na hora de sentar-se à mesa de negociações. É
importante procurar empresas e pessoas que já tenham negociado e cumprido
as obrigações anteriormente.
Portanto, o negociador da área de suprimentos precisa verificar e acompanhar
o desempenho dos seus fornecedores e manter um cadastro atualizado, eficiente
e que atenda às suas necessidades. Para a eficiência desse cadastro, sugere-se
que as informações sobre fornecedores e mercadorias sejam constantemente
atualizadas, com o acréscimo e a retirada de informações de maneira continuada.
A essa atividade, alinha-se a monitoração de respostas e a comparação entre pro-
postas e contratos desses fornecedores.
Nesse tipo de negociação, uma parte ganha às custas da outra com a qual está
negociando.
3 IMUTABILIDADE:
6.8.1 CATALISADOR
6.8.2 APOIADOR
6.8.3 CONTROLADOR
6.8.4 ANALÍTICO
RECAPITULANDO
Em todos os processos logísticos, temos produtos (cargas) e serviços que envolvem valores
financeiros e pessoas. Em todas as atividades inerentes aos processos logísticos, as empresas
buscam se resguardar no que se refere às garantias financeiras, para o caso de ocorrência de
sinistros. Neste capítulo, falaremos sobre seguros, um dos custos logísticos que tem apresen-
tado crescimento, nos últimos anos, face aos assaltos, avarias e perdas que as empresas têm
sofrido, principalmente nas estradas brasileiras.
Falaremos ainda sobre as apólices de seguros encontradas nesse mercado, principalmente
as de veículos, as de carga e as de produtos. Aproveitaremos também para apresentar os proce-
dimentos a serem utilizados pelas empresas ao ocorrerem sinistros e o seu acompanhamento.
Residêncial
Vida SEGUROS
Empresa
Saúde
Automóvel
APÓLICE DE SEGURO
Ramo Espécie Suc. Cart. Apólice Endosso Proposta Processamento
Início
Término
Vigência/
Endereço
Segurado/
Competência
7.1 APÓLICES
A __________ seguros daqui por diante designada seguradora, baseando-se nas informações constantes da proposta que lhe foi indicada, daqui por diante designado
segurado, proposta essa que, srvindo de base, à emissão da presente apólice / suplemento fica fazendo parte integrante deste contrato, obriga-se a indenizar nos termis
e sob as condições gerais particularidades e / ou especiais convencionadas, insertas na presente ou em sem anexos que fazem partes integrantes deste documento, as
conseqüências dos eventos adiante discriminados de acordo com as especificações a seguir incorporadas.
Conta do Prêmio
Prêmio Tarifa
Custo
Imposto
Prêmio a Vista
Juros
CR NAT %RETENÇÃO P.A. PARC BANCO I BANCO II %DESCONTO MOEDA INSPETOR FAVOREC. CORRETOR
CASOS E RELATOS
c) causas do sinistro;
d) nome e dados dos responsáveis;
e) valor da carga;
f) dados da carga;
g) notas fiscais;
h) outras informações pertinentes ao contrato.
RECAPITULANDO
Anotações:
Inventário
Para que atuem com eficiência e eficácia, as empresas precisam ajustar e controlar os seus
estoques de suprimentos para que não faltem produtos, ferramentas e peças de reposição,
o que causaria atrasos na entrega de produtos e perda de clientes. Para que isso não ocorra,
surge uma das principais ferramentas de controle gerencial: o inventário.
O inventário é a contagem periódica dos estoques e outros itens, é a comparação entre os
registros contábeis e o saldo físico da empresa. Ele pode ser feito de forma geral, parcial ou
específica.
Neste capítulo, estudaremos um pouco mais os inventários no suprimento e na acurácia
dos estoques. Esperamos que, ao final deste capítulo, você adquira os conhecimentos neces-
sários para por em prática na sua rotina enquanto técnico de logística.
Dezembro 2011
2a 3a 4a 5a 6a SAB DOM
1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
20
19 21 22 23 24 25
INVENTÁRIO
26 27 28 29 30 31
Código: UN
Descrição:
Local:
Código: UN
Descrição:
3ª contagem
Local:
Quant.:
visto conferido
Código: UN
Descrição:
3ª contagem
Local:
Quant.:
visto conferido
Código: UN
Descrição:
3ª contagem
Local:
Quant.:
visto conferido
CASOS E RELATOS
INDICADOR DE
CARACTERÍSTICAS
DESEMPENHO
Acurácia é uma palavra bastante utilizada na área logística para definir a con-
fiabilidade e a qualidade das informações em uma empresa. Quando os dados in-
seridos no sistema da empresa não conferem com os saldos físicos dos estoques
no armazém, dizemos que não são confiáveis nem possuem qualidade, ou seja,
não têm acurácia.
Isso quer dizer que, se esses dados não são confiáveis, poderão comprometer
toda a cadeia logística na qual a empresa está inserida. Portanto, é preciso medir
o desempenho e o nível dos suprimentos sob pena de afetarmos todas as áreas
da empresa.
Um dos grandes desafios para os profissionais da área logística é obter um alto
grau de acurácia dos estoques, haja vista que muitas empresas trabalham com
níveis reduzidos de estoques.
Se não houver exatidão nas informações, pode ocorrer: falta de suprimentos,
entregas atrasadas, excesso de estoques, perdas nas vendas, redução da produ-
ção e outros fatos, p or exemplo, perda no faturamento.
Para que a acurácia seja alcançada, é importante que as informações estejam
corretas e sejam precisas. A descrição, a quantidade e a localização exata de cada
suprimento, equipamento ou componente permitirá à empresa eliminar uma sé-
rie de distorções no gerenciamento de suas atividades.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
132
1 FISCO:
Muitas empresas desconhecem a “Análise da curva ABC”
Refere-se, em geral, ao como instrumento importantíssimo na gestão de seus
Estado enquanto gestor FIQUE estoques, por conta de uma má gestão, que gera altos vo-
do Tesouro público, ALERTA lumes de capital envolvidos com a estocagem de itens ou
no que diz respeito a suprimentos. Isso pode trazer como consequência resulta-
questões relacionadas com dos negativos para as empresas.
atividades financeiras.
Após a realização das contagens, vimos que são feitos os ajustes e as justifi-
cativas em um documento (controle das diferenças), que contém as diferenças
encontradas pelas equipes que atuaram durante o processo de contagem.
Todos os registros de entradas, saídas e saldos, bem como os valores, deve-
rão ser registrados e digitados no sistema corretamente para que não ocorram
variações nas quantidades dos estoques contados. A contagem física do estoque
deverá coincidir com a feita pelo departamento contábil.
Isso quer dizer que:
Compras
Vendas no
Estoque feitas Estoque
mesmo
inicial durante o final
período
inventário
Caso ocorram variações no inventário, estas deverão ser justificadas, para que
não ocorra autuação pelo Fisco1.
Como medir a acurácia dos estoques?
Como foi visto nos tópicos e livros anteriores, informações e dados imprecisos
provocam uma série de problemas e transtornos para todos os departamentos da
empresa e, consequentemente, para os seus clientes. Mas como fazer para corri-
gir esses problemas?
Para que sejam corrigidos e eliminados os erros nos saldos de estoques de
suprimentos, é necessário calcular a acurácia dos estoques. Para tanto, utiliza-se
a seguinte fórmula:
8 INVENTÁRIO
133
Nº de Informações corretas
X 100 = % Acurácia dos Estoques
Nº de Informações verificadas
Quantidade Quantidade
Quantidade
inventariada
informada informada 100 DIVERGÊNCIA
pelo sistema pelo sistema
Observe que grande parte das causas que provocam os erros nos registros dos
saldos dos estoques de suprimentos pode ser eliminada, desde que a empresa
adote sistemas de informação que assegurem a fidelidade dos dados e realize
treinamentos para capacitar as pessoas responsáveis.
Grande parte da garantia do controle do inventário se dá por conta da orga-
nização do armazém. Da mesma forma, como fica mais fácil achar alguma coisa
em nossa casa quando cada coisa está no seu devido lugar, os suprimentos serão
facilmente inventariados se existirem métodos e sistemas de armazenagem efi-
cientes. Veremos mais sobre isso no próximo capítulo.
RECAPITULANDO
Anotações:
Recebimento de suprimentos
Após termos visto nos livros anteriores as principais atividades executadas em um arma-
zém, vamos relembrar a etapa do recebimento dos suprimentos, sob a ótica da programação
de suprimentos.
Já vimos como é importante para uma empresa adquirir os materiais e demais suprimentos
necessários à produção e à venda dos seus produtos. Nada adiantará efetuar compras com efi-
ciência e economia se a empresa não estiver adaptada para receber os produtos com rapidez
e disposição, ou seja: é necessária a adoção de práticas que reduzam o tempo de recebimento
ao máximo, para que a empresa possa produzir e entregar os seus produtos aos seus clientes
no momento certo. Caso ocorram atrasos no recebimento de produtos, poderá haver atrasos
tanto na linha de produção quanto nos demais processos.
A adoção de novas práticas e métodos, além do desenvolvimento de novas tecnologias, tem
substituído a velha forma do papel e lápis no recebimento de suprimentos em uma empresa.
Cada vez mais se utilizam códigos de barras, sistemas de radiofrequência e sistemas de
gerenciamento de armazéns, conhecidos como WMS, que gerenciam e agilizam os processos
de um armazém.
Com sistemas WMS em conjunto com outras tecnologias, como EDI, e conectados a em-
presas de transportes, um armazém saberá com antecedência quando e quais suprimentos
deverão chegar e suas respectivas quantidades. Dessa forma, poderão programar-se e planejar
a movimentação dos materiais e alocar os recursos (mãodeobra e equipamentos) necessários
ao recebimento.
O recebimento de materiais e produtos de uma empresa é o intermediário entre as ativida-
des desempenhadas pelo setor de compras e pelo departamento financeiro, responsável pelo
pagamento aos fornecedores. Ou seja, as atividades realizadas no recebimento garantiriam o
pagamento aos fornecedores, após ter atendidas as exigências e solicitações feitas pelo setor
de compras da empresa. Vejamos cada uma das fases que ocorrem durante o recebimento dos
materiais e produtos no tópico a seguir.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
138
RECEBIMENTO
Entrega de materiais
1
a) Descarga
Recepção
b) Constatação de
irregularidades
c) Exame de avarias
2
Conferência quantitativa
Conferência qualitativa
Regularização 4
5
Após a liberação do veículo para a área de desembarque, este deve ser condu-
zido para a área de descarga ou doca correspondente para que seja feita a descar-
ga dos suprimentos. Dependendo do tipo de suprimentos, devem ser utilizados
os equipamentos de movimentação adequados e observadas as normas de segu-
rança para sua utilização.
Após o veículo estacionar na área de descarga, realiza-se um exame de possí-
veis avarias, que consiste em verificar a acomodação da carga, se as embalagens
não estão violadas ou comprometidas(por umidade, quebras ou danos), bem
como as proteções.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
140
9.1.4 REGULARIZAÇÃO
FIM INÍCIO
NN
Tem Pedido?
SS
FIM
NN
Tem Prazo?
Devolução Comunicação SS
do Material Divergência
ao Fornecedor ao Consumidor Portaria
Excesso e
Divergência FALTA
Técnica
Registro de
Entrada
S Análise e
Conferência
Conferência A de Volumes
Excesso/Falta Qualitativa
Divergência
Técnica?
N NN
Conferência Avaria/Falta
Quantitativa Descarga de Volumes
Confrontação S
Aprovado pela
de Contagem Inspeção?
N S
Regularização Análise da Avaria
Reclamação do
N S Transportador? e Falta de Volumes
OK?
S
S Descrição dos
Recusa o Motivos no Romaneio
Liberação do Recebimento? e Canhoto da NF
Recontagem Material para
Estoque
N
N
Liberação do Há Falta de Transportador
N S Pagamento ao A Volumes?
OK? Fornecedor
S
CASOS E RELATOS
Espaço físico
Pessoas
Recursos
de informática RECEBIMENTO
DE MATERIAIS
Procedimentos
Equipamentos normalizados
de carga e
descarga
2 EDI: b) Qual deverá ser a disponibilidade dos recursos de informática? Por exem-
plo, terminais de leitura óptica de código de barras, programas de comuni-
Tramitação eletrônica da
documentação. Sistema cação com fornecedores e transportadores, EDI2 etc.?
utilizado para transmissão
de dados (documentos). c) Quais serão os equipamentos de movimentação (paleteiras, empilhadeiras
etc.) a serem utilizados durante o recebimento dos suprimentos?
d) A mão de obra a ser utilizada é qualificada e treinada para o desempenho
das funções? É importante a contratação de pessoas multifuncionais e com
grau de instrução apropriada. Outro ponto a ser destacado é a motivação
por meio de recompensas e remunerações dignas.
e) O estabelecimento de procedimentos apropriados e normalizados deve
possibilitar aos colaborado res determinar critérios para execução de cada
atividade nas fases citadas nos tópicos anteriores, possibilitando até uma
autonomia de decisão.
f) O recebimento dos equipamentos e veículos deve atentar para as especifica-
ções, dimensões e demais características acordadas no pedido de compras.
Em caso de irregularidades nesses atributos, o departamento de compras
deverá ser acionado, juntamente com o fornecedor desses suprimentos.
Sabemos que o sucesso ou o fracasso da empresa, ao atender os seus clientes,
depende muito de cada uma das atividades desempenhadas pelos membros da
organização. Nada adiantará o departamento de vendas efetuar a venda de seus
produtos se estes não estiverem à disposição dos clientes no momento certo, com
o preço justo, ou se o processo de recebimento de produtos não estiver sincroniza-
do com a produção. Como a empresa atenderá seus clientes internos ou externos?
Toda e qualquer iniciativa de melhoria do desempenho das atividades logísti-
cas deve passar por todas as áreas da empresa em conjunto com os fornecedores
e transportadores, para que, assim, a empresa possa atender, de maneira satisfa-
tória, os pedidos de seus clientes.
O recebimento de produtos, antes relegado a função secundária, ganhou, nos
últimos anos, uma importância enorme, devido ao fato de que o recebimento de
produtos com qualidade, na quantidade certa e nos prazos acordados com os
fornecedores permitirá bons ganhos, nesse mercado cada vez mais competitivo.
9 RECEBIMENTO DE SUPRIMENTOS
147
RECAPITULANDO
10
Para que ocorra uma movimentação e a guarda eficiente dos materiais, é im-
portante que o armazém tenha um bom layout, pois somente assim os funcioná-
10 ARMAZENAGEM DE SUPRIMENTOS
151
rios poderão transitar com mais segurança e ter eficiência na movimentação dos
materiais, quando solicitados.
Para definirmos o layout de um armazém, é preciso saber que tipos de produ-
tos serão armazenados, quais são os recursos financeiros da empresa, as necessi-
dades dos clientes e o ambiente competitivo em que está inserida a organização.
A definição desses itens possibilitará às empresas alcançar vantagem competiti-
va, reduzir os custos de mão de obra e aumentar a sua produtividade.
LOCALIZAÇÃO CENTRALIZADA
VANTAGENS DESVANTAGENS
Outro tipo de localização apresentado por Moura (1997) e por Arnold (2006) é
o armazenamento no ponto de uso, que consiste na armazenagem dos supri-
mentos próxima da área de produção ou de onde serão utilizados. Esse tipo de lo-
10 ARMAZENAGEM DE SUPRIMENTOS
153
CASOS E RELATOS
Não
necessário
Manual Paleteiros
Acionamento
Motorizados Empilhadeiras e tratores industriais
Essa resolução afirma que o lixo industrial é muito extenso e pode ser repre-
sentado por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papéis,
madeiras, fibras, borrachas, metais, escórias, vidros e cerâmicas.
RECAPITULANDO
11
Após o recebimento e a armazenagem dos suprimentos, como vimos nos capítulos ante-
riores, são realizados o envio e a transferência dos suprimentos para a área de expedição, para,
enfim, serem encaminhados para outras unidades fabris ou para a área de produção dentro da
própria empresa ou de um cliente externo.
A expedição dos suprimentos, assim como a expedição realizada no processo de distribui-
ção (expedição de produtos acabados), é de fundamental importância no processo logístico
de uma organização (Figura 51). Nada adiantará executar todas as atividades logísticas com
eficiência (pedidos, transporte e armazenagem) se a expedição for ineficiente, demorada ou
dispendiosa. Os problemas no envio ou na transferência dos suprimentos causam impactos
em toda a cadeia logística.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
12
O sucesso de uma cadeia de suprimentos depende dos principais programas usados para
integrar fornecedores, clientes e colaboradores de uma empresa. Para isso, é importante que
os profissionais estejam atentos às novas tecnologias que surgem no mercado para aumentar
a agilidade e a eficiência das informações que orientarão os gestores na tomada de decisão.
Neste capítulo, veremos os principais tipos de programas ou softwares usados na programação
de suprimentos, ferramentas essenciais para o sucesso nos relacionamentos entre fornecedo-
res, clientes e colaboradores em uma cadeia de suprimentos.
Entre esses programas ou softwares, destacamos: Enterprise Resources Planning (ERP) e o
Warehouse Management System (WMS), pois é através deles que se busca a integração dos
diferentes processos entre as empresas, fornecedores e clientes finais. Essa integração visa a
auxiliar as empresas em seus processos de tomada de decisões, além de agregar valores aos
produtos e serviços produzidos.
SOFTWARE HARDWARE
Sistema Operacional
Antivirus
Editor de Texto
Matriz
Vendedores
Informação EDI na cadeia de
de vendas via suprimentos
internet host / ERP
Fábrica
Sistemas
Portal de
Sistema de previsão
intercâbio
avançado de
EDI
planejamento
via Host / ERP
internet OMS POS
Sistema de Dados escaneados
execução da
fabricação TMS
Clientes de
RFDC ou código de varejo com
RFDC ou pager
barra / scanner ou pager scanners POS
EDI via
internet
ou RFDC
Transporte da fábrica
YMS YMS Transporte do depósito
para o depósito para o cliente
Depósito EDI Depósito
(WMS) via (WMS)
internet
RFDC RFDC
Scanners
Lista de materiais
Controle de estoques
Processamento de pedido
Compras
Roteirização logística
CASOS E RELATOS
SAIBA
MAIS
Equipamento
ERP TMS OMS SCP de manuseio
de materiais
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
172
12 SOFTWARES
173
RECAPITULANDO
13
CASOS E RELATOS
N P
Onde:
I = intensidade do fluxo;
N = número de unidades do suprimento;
P = unidade de medição do suprimento, que pode ser metros cúbicos, tonela-
das, número de itens, paletes etc.;
T = intervalo de tempo (mês, semana, dia, hora).
13 MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS
179
Solução:
Busca-se encontrar a intensidade I.
T = 8 horas
N x P = 380 caixas x 100 quilos = 38000 quilos
Logo: I = 38000 / 08 = 4750 kg/h ou, se você preferir, I = 47,5 caixas/h.
INTENSIDADE DO DISTÂNCIA
TIPO DO EQUIPAMENTO
FLUXO PERCORRIDA
Baixa Curta
Empilhadeira
Média Média
Rebocador
Alta Longa
Trasportador de palets
Alta Longa
Empilhadeira automática
RECAPITULANDO
14
Neste capítulo, vamos rever um dos assuntos mais atuais no mercado logístico: os Prestado-
res de Serviços Logísticos, também chamados de PSLs. Abordaremos as principais atividades
desempenhadas por esses prestadores de serviços, saberemos como selecionar e contratar
essas empresas e veremos os tipos de contratos e cláusulas a serem firmados entre as partes,
tendo de um lado a empresa contratante e de outro a empresa contratada (PSL).
Abordaremos o desenvolvimento de novos PSLs e os principais indicadores utilizados para
medirem seu desempenho.
Ao final do capítulo, discorreremos sobre as não conformidades que surgem quando da
contratação dos serviços prestados pelos PSLs e sobre a técnica de simulação utilizada para
melhorar a qualidade dos serviços prestados.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
184
Para ser caracterizada como um PSL, a empresa deve ter competência para
executar, pelo menos, uma das seguintes atividades:
a) armazenagem;
b) controle de estoque;
c) gestão dos transportes.
% de Citações
Todos os Setores
Não existe um modelo de contrato padrão para a prestação dos serviços lo-
gísticos no mercado, devido ao fato de cada empresa possuir características pró-
prias, mercados distintos e processos diferentes.
Segundo Novaes (2001), os contratos têm evoluído em decorrência da ten-
dência de terceirizar mais serviços e do aumento da incerteza sobre os resultados
a serem obtidos. A listagem das principais diferenças entre os contratos tradicio-
nais e os contratos logísticos, segundo Novaes (2001), se apresenta no Quadro 11.
Não-personalizados Personalizados
Requer experiência em, por exemplo, transporte de Requer uma logística mais abrangente e
materiais embalados habilidades apropriadas
Arranjos mais simples e relativamente baixos custos Complexidade de arranjos leva a custos mais
de adaptação entre um contrato e outro altos de adaptação entre contratos
CASOS E RELATOS
14.5.1 CONTROLE
Nada que não for medido poderá ser controlado. Assim, o principal objetivo
da implantação de indicadores de desempenho seria o fato de fornecer feedback
aos PSLs para que exista uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. Para
tanto, impõem-se metas, medidas ou formas de controle, mecanismos de fee-
dback e meios corretivos para o desempenho dos PSLs ser satisfatório e atender
às necessidades da empresa. A Figura 60 ilustra o controle em uma empresa.
RECAPITULANDO
15
Neste capítulo, abordaremos um dos mais importantes assuntos de uma empresa: a Manu-
tenção. Veremos também como elaborar um plano de manutenção e o impacto que ele tem
em uma empresa.
Aproveitaremos para verificar os procedimentos necessários aos serviços de manutenção
de uma empresa, como a liberação dos veículos, os equipamentos, os insumos necessários e a
importância da ordem de serviço da manutenção.
E por fim, analisaremos as principais propostas de melhoria em uma empresa como forma
de reduzir os seus custos. Esperamos que, ao final da leitura deste capítulo, você possa assimi-
lar esses conceitos e utilizá-los em sua vida profissional.
PROGRAMAÇÃO DE SUPRIMENTOS
196
15.1 DEFINIÇÃO
CASOS E RELATOS
Operador / mantenedor
A empresa ARAB Indústria Alimentícia Ltda., produtora de matéria-prima
utilizada na fabricação de massas, realizou a contratação de diversos profis-
sionais para a função de operador / mantenedor.
Um desses profissionais foi designado para atuar na área de centrifugação.
Uma das operações executadas pelos operadores / mantenedores dessa
área era a limpeza periódica dos equipamentos. Para tanto, era necessário
seguir algumas orientações.
15 MANUTENÇÃO
199
ORDEM DE SERVIÇO
PRETO FE122983736
RECAPITULANDO
Anotações:
Medicina, higiene e segurança
do trabalho (MHST)
16
Neste capítulo, discorreremos um pouco mais sobre medicina, higiene e segurança do tra-
balho, tema já abordado no livro Fundamentos dos Processos Logísticos.
Uma das grandes preocupações de uma empresa diz respeito aos acidentes de trabalho
aos quais estão sujeitos seus funcionários. Muitos desses acidentes estão relacionadas aos
equipamentos utilizados na movimentação dos materiais. Cada uma dessas ocorrências gera
despesas na forma de custos diretos, pagos pelos seguros, além dos benefícios pagos aos fun-
cionários e das despesas com os tratamentos médicos.
A MHST tem como principal objetivo promover e preservar a integridade física e mental do
trabalhador, identificando e eliminando os fatores que comprometem sua saúde, bem como
os riscos que podem surgir no ambiente de trabalho.
No Livro Fundamentos dos Processos Logísticos, vimos que o Ministério do Trabalho e do
Emprego (MTE) é o órgão responsável pelas normas regulamentadoras obrigatórias e implan-
tação de medidas para reduzir os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais e pela prote-
ção da integridade e capacidade laboral do trabalhador.
O principal objetivo do MTE é levar as empresas a terem serviços que busquem promover
a saúde e a proteção da integridade dos funcionários nos locais de trabalhos. Para tanto, as
normas regulamentadoras classificam as empresas segundo a quantidade de funcionários e os
riscos de suas atividades. Com isso, determinam o número mínimo de profissionais especiali-
zados, as competências essenciais e o regime de trabalho para os membros responsáveis pela
segurança e a medicina do trabalho.
CASOS E RELATOS
A seguir, listam-se os principais tipos de EPCs, que podem ter usufruto de to-
dos na organização.
a) redes de proteção;
b) sinalizadores de segurança (placas e cartazes de advertência, fitas zebradas);
c) extintores de incêndio;
d) lava-olhos;
e) chuveiros de segurança;
f) exaustores;
g) kit de primeiros socorros.
RECAPITULANDO
Anotações:
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VELOSO, Aline F. ... [et. al]. Gestão da cadeia de suprimentos de hortifrutis: estudo de caso de
uma empresa varejista de Minas Gerais. GEPROS, São Paulo, ano 4, n. 1, p. 147-158, jan./mar. 2009.
VIANA, João José. Administração de materiais: um enfoque prático. São Paulo: Atlas, 2006.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES
ANTONIO RUY DE ARAUJO BENTO
Antônio Ruy de Araujo Bento é graduado em Ciências Econômicas (UCSal), pós-graduado em Gestão
de Empresas pela Faculdade de Ciências Gerenciais da Bahia (Unicenid) e mestre em Administração
de Empresas pela Universidade Federal da Bahia(UFBA). Profissional especialista em Gestão Logís-
tica e Comercial, com mais de 25 anos de experiência, atuando como gestor de empresas nacio-
nais e multinacionais, dentre elas: CARAIBA METAIS, AMBEV, PEPSICO, NISSIN-AJINOMOTO ALIMEN-
TOS, GLOBALBEV. Desde 2006 atua como Consultor Operacional nas áreas de logística e comercial
e como docente em turmas de graduação e pós-graduação nas seguintes disciplinas: Logística e
Distribuição; Gestão dos Canais de Marketing e Logística; Gestão Comercial, Marketing de Varejo e
Merchandising.
VITÓRIO DONATO
Engenheiro de Materiais, graduado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pós-graduado em
Logística pela Universidade Estácio de Sá. e mestre em Administração pela Universidade do Estado
da Bahia (UNEB). Apresenta mais de trinta anos de experiência, e é autor dos livros: Logística Verde:
uma abordagem Socioambiental; Manual do Almoxarife: O guia básico do profissional de logística;
Introdução à Logística – O Perfil do Profissional; Metodologia para Preservação de Materiais - Preven-
ção da Falha Prematura; e Logística para a Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
Já atuou em áreas como comércio varejista, indústria, mineração. Já prestou consultoria para empresas
como a Comercial DD, Central de Manutenção de Camaçari - CEMAN, Jaakko Poyri Engenharia, Copene
Petroquímica e Braskem. Atuou em instituição de ensino superior como a UNIFACS e UNEB. Atualmente
exerce atividade acadêmica no SENAI-Cimatec/BA nos seguintes cursos: Técnico e de Graduação Tecno-
lógica em Logística; Especialização em Gestão da Manutenção; MBA em Logística e Gestão da Produção;
Especialização em Soluções Ambientais para Polos Industriais; e Especialização em Gestão de Projetos.
ÍNDICE
C
Cross-Docking 143, 187
E
EDI 21, 137, 146, 187
M
MilkRun 53, 187
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Vitório Donato
Coordenação Técnica
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
Paula Fernanda Lopes Guimarães
Coordenação de Projeto
Alexandra Cruz
Debora Mangueira
Monique Ramos Quintanilha
Ticianna Castelhano
Design Educacional
FabriCO
Revisão Ortográfica e Gramatical
Karina Soares
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Ilustração, tratamento de imagens
Rita Fonseca
Normalização
FabriCO
Diagramação e Ilustrações
i-Comunicação
Projeto Gráfico