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mm PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

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" & D E JUSTIÇA DE SÃO PAULO
ACORDAO/DECISAO MONOCRÁTICA
REGISTRADO(A) SOB N°
ACÓRDÃO f ffffff fffff I f f f f fffffffffIff If ff ffff f ri f r f ari r ffff f raai

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Apelação / Reexame Necessário n° 990.10.158758-0, da
Comarca de Santos, em que são apelantes PREFEITURA
MUNICIPAL DE SANTOS e JUÍZO EX-OFFÍCIO sendo apelado
MÁRCIA ALTEIRO MARTINHO.

ACORDAM, em 18* Câmara de Direito Público do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AOS RECURSOS. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este
acórdão.

O julgamento teve a participação dos


Desembargadores CARLOS GIARUSSO SANTOS (Presidente),
OSVALDO CAPRARO E FRANCISCO OLAVO.

São Paulo, 29 de julho de 2010.

CARLOS GIARUSSO SANTOS


PRESIDENTE E RELATOR
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO
Secretaria Judiciária
Serviço de Processamento do 7o Grupo de Câmaras de Direito Público

Voto n.° 9790


Apelação com revisão n.° 990.10.158758-0
Recorrente: "JUÍZO EX OFFÍCIO"
Apelante: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS (impetrada)
Apelada: MÁRCIA ALTEIRO MARTINHO (impetrante)
Mandado de Segurança

Ementa: IPTU - ARREMATAÇÂO JUDICIAL - DÍVIDA TRIBUTÁRIA


ANTERIOR - SUB-ROGAÇÃO NO PREÇO - NECESSIDADE.
Diante da arrematação judicial, há a sub-rogação dos créditos tributários
relativos ao IPTU sobre o respectivo preço - art. 130, parágrafo único, do
CTN.
RECURSO E REEXAME NECESSÁRIO IMPROVIDOS.

Ao relatório da r. sentença, acrescenta-se que, nos autos do mandado


de segurança impetrado por MÁRCIA ALTEIRO MARTINHO contra ato do PREFEITO
MUNICIPAL DE SANTOS, foi concedida a segurança, para determinar a inexigibilidade do
crédito do IPTU "...relativamente à pessoa do arrematante, desde que atinente a fato
imponível anterior à arrematação " (cf. fls. 123/127).

Não se conformando, dessa r. sentença, recorre a impetrada alegando,


em síntese: a nulidade do processo por violação à ampla defesa, a carência da ação, por falta
de interesse de agir e que "operando-se (...) a transmissão do imóvel por alienação em hasta
pública, os créditos tributários referentes a impostos e taxas sub-rogam-se ao arrematante "
(cf. fls. 133/141). Em contra-razões, pugna a autora pela manutenção da r. sentença (cf. fls.
143/149).

Os autos foram remetidos à Mesa, independentemente de remessa à


D. Procuradoria Geral de Justiça, que, em casos idênticos, vem sustentando que "... em
litígios nos quais se discutem direitos de notória disponibilidade, como ocorre na espécie,
restam afastados o interesse e a do Ministério Público, como, aliás, vem orientando as

Apelação com revisão n.° 990.10.158758-0 - Santos - 2a V.F.P. - voto n.° 9790
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Egrégias Procuradoria-Geral de Justiça e a Corregedoria-Geral do Ministério Público (Ato


n"313, de 24.06.2003 -PGJ/CGMP -, DOE 25.06.2003) "

É o relatório.

Nega-se provimento ao recurso e ao reexame necessário.

Como se observa, MÁRCIA ALTEIRO MARTINHO impetrou


mandado de segurança contra ato do PREFEITO MUNICIPAL DE SANTOS, consistente na
emissão de certidão "... indicando uma dívida de cerca de R$ 22.184,33 (vinte e dois mil
cento e oitenta e quatro reais e trinta e três centavos) vinculada ao imóvel", referente aos
exercícios de 1998 a 2008, alegando, em síntese, que não é responsável pelo pagamento do
IPTU, pois teria arrematado referido bem em hasta pública realizada em maio de 2009,
incidindo, no caso, a regra prevista no parágrafo único, do artigo 130, do CTN (cf. fls. 2/8).

Deferida parcialmente a medida liminar (cf. fls. 28), a impetrada


ofereceu informações, alegando, em síntese, a inexistência de direito líquido e certo (cf. fls.
32/50), sendo concedida a segurança, no essencial, verbis: \

impetrante venha a ser inscrito na sujeição passiva do IPTU e taxas correlatas relativamente aos
exercícios de fatos imponíveis anteriores à aquisição.
Sem embargo, cumpre notar que tal desfecho não implicará a emissão de 'certidão negativa do
imóvel' como pareceu ao impetrante, haja vista que não se está a reconhecer a extinção do
crédito em si, este que remanesce para ser exigido de quem de direito, mas tão-somente a
inexigibilidade desse mesmo crédito relativamente à pessoa do arrematante, desde que atinente a
fato imponível anterior à arrematação " (cf. fls. 123/127).

Inicialmente, não há a alegada nulidade por violação à ampla defesa


(cf. fls. 135/136), uma vez que, apesar da concessão da medida liminar sem a oitiva da
impetrada (cf. fls. 28), esta teve à sua disposição os meios próprios para impugnação da

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decisão interlocutória, tendo sido intimada de todos os atos processuais e apresentado


informações (cf. fls. 28/50).

Neste sentido, cumpre destacar que a impetrada interpôs agravo


contra a r. decisão que deferiu a liminar, utilizando-se, portanto, dos instrumentos que
estavam ao seu alcance para o exercício da defesa (Agravo de Instrumento n°
994.09.268652-3, TJSP - 18a Câmara de Direito Público - j . 11/02/2010).

Além disso, cumpre ressaltar que, contrariamente ao alegado na


apelação (cf. fls. 133/141), assiste à impetrante interesse processual.

Neste ponto, convém lembrar que "Mandado de Segurança é o meio


constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica (...), para proteção de
direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou hábeas data, lesado ou
ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça... " (in Hely Lopes Meirelles, Mandado de Segurança, 24a ed., p. 21/22,
São Paulo, Malheiros, 2002 - grifo nosso).

No caso, a municipalidade opôs-se à pretensão da impetrante e


sustentou a sua responsabilidade pelas dívidas do IPTU anteriores à arrematação do imóvel,
argüindo, nas informações, bem como nas razões de seu recurso, que "a apelada possui
legitimidade passiva para a execução fiscal" (cf. fls. 138). <

Assim sendo, resta evidente, não só a ameaça de lesão ao direito"


líquido e certo da impetrante em não ser responsabilizada pela dívida, como a controvérsia
sobre a existência de relação jurídica entre as partes, o que demonstra a necessidade de um
provimento jurisdicional para a solução da questão, havendo, portanto, interesse processual
neste feito.

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Superada esta questão, deve-se observar que, em caso de


arrematação, há a sub-rogação dos créditos tributários relativos ao IPTU sobre o respectivo
preço, conforme o disposto no art. 130, parágrafo único, do CTN.

Nesse sentido, vale registrar que foram documentalmente provadas a


arrematação judicial em maio de 2009 (cf. fls. 16), bem como o inadimplemento de débitos
do referido imposto anteriores à arrematação (cf. fls. 22/24).

Desta forma, tem-se que a dívida relativa ao IPTU anterior a maio de


2009 sub-roga-se no preço pago pela autora, evidenciando-se, assim, a inexistência de sua
responsabilidade pelo pagamento dos valores em discussão.

Como já se decidiu:

"EXECUÇÃO FISCAL - Imposto predial e taxas. IMÓVEL - ADQUIRIDO POR


ARREMATAÇÃO - aplicação do art. 130, parágrafo único, do CTN. Os credores tributários sub-
rogam-se no preço da arrematação. O arrematante fica desvinculado da responsabilidade
tributária anteriormente contraída pelo proprietário do imóvel. A obrigação está desvinculada do
imóvel. Extinção da execução. (TJSP - 15a Câmara de Direito Público - Ap. n" 648.742.5/0-00 -
rei. Des. Lellis Almeida - j . 24/09/2009).

Por tais razões, nega-se provimento ao recurso e ao reexame


necessário.

Carlos Albe/ÇoGiprusso Lopes Santos


RelJtor

Apelação com revisão n.° 990.10.158758-0 - Santos - 2a V.F.P. - voto n.° 9790

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