Anda di halaman 1dari 15

A importância dos bancos comunitários para desenvolvimento de

regiões em situação de vulnerabilidade.

João Guillerme Rissi1

Monique Rodrigues da Silva2

Introdução.

   Segundo Arrighi a história do capitalismo é marcada por processos de crise,

caracterizado por “mudanças  com descontinuidade” (ARRIGHI, p.1), este tipo de

modificações pertinentes ao desenvolvimento das sociedades de economia

capitalista reforçam a cada ciclo de modificação uma organização social pautada na

competição, no individualismo; principalmente; dado ao fato de que as teorias

macroeconômicas que norteiam as políticas de desenvolvimento do capital têm

como preceito a expectativa racional para o investimento. Na qual a decisão de

consumo presente ou futuro é inteiramente individual estanque qualquer influência

de forças não-econômicas, como: tradição familiar.

   Neste contexto Singer afirma que numa sociedade pautada nos princípios

supracitados, a interação social encontra-se cindida em um polo que apropria-se  do

fazer humano de forma competitiva e destruidora, usando das forças da produção

como forma de exploração e controle. Mas permite que num polo oposto surjam

como forma reativa a este fazer uma concepção solidária de existir, no qual as força

produtivas são utilizadas para um crescimento econômico e um desenvolvimento

social coletivo.

1 Graduando da UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO/ CAMPUS INSTITUTO


MULTIDISCIPLINAR/ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS.
2 Graduando da UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO/ CAMPUS INSTITUTO
MULTIDISCIPLINAR/ DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS.
   Dentro deste espírito de solidariedade postulou-se uma forma alternativa de

organização econômica dentro do capitalismo, chamada economia solidária, que

não apresenta, conforma as letras de Singer, força para destruir a organização

capitalista competitiva de produção, mas

que permite ao pequenos investidores sobrevivam ao poder descomunal que o

grande capital tem em relação ao consumidor final.

   Em suas diversas formas de defesa deste indivíduo  marginalizado dos ganhos do

grande capital, nos selecionamos os bancos comunitários como objeto de estudo.

Visto que na atual fase do sistema capitalista, o sistema financeiro é o eixo central

da motricidade da engrenagem do capital. Nos interrogamos, se a presença de uma

forma financeira oferecendo crédito aos marginais do capital haveria uma

potencialização do desenvolvimento local.

   Na tentativa de corroborar nossa hipótese apresentaremos uma revisão de

literatura acerca da relação da organização do capital com o empobrecimento da

maior parcela da população, acerca da economia solidária como alternativa a

organização capitalista para existir economicamente. Dedicaremos um capítulo a

discussão de literatura sobre nosso objeto: Banco Comunitário. Por fim, uma

concatenação entre os diversos mecanismo da economia solidária e o banco

comunitário na fomento de possibilidades para regiões em vulnerabilidade.

    Revisão de Literatura.

1)  A abertura comercial da década de 90 e suas consequências para a estrutura social.

A década de 1990 foi marcada pela disseminação mundial de ideias

neoliberais, incubadas sob um processo que provém do final da década de 1980, sob

a formalização do Consenso de Washington, que consolida padrões tendenciosos à


uniformização macroeconômica sob a luz do arcabouço teórico neoclássico em

âmbito internacional.

 De acordo com Picolotto, a expansão capitalista sob a ideologia de livre

mercado trouxe consigo a redução do poder estatal sob a regulação nacional, o que

poderia ser compreendido pela característica de estado mínimo, defendida pela

ideologia neoliberal e a teoria econômia neoclássica, de maior dificuldade de

controle interno sob a demanda, mediante ao fato de que o avanço do livre mercado

mundial viabilizariam a flexibilização da produção e do trabalho. O que poderia ser

compreendido como fator de substitutibilidade de fornecedores, seja através dos

produtos finais; seja pela força de trabalho, de forma internacional ou interna.

Sob esta conjuntura, poder-se-ia visualizar que países com produção

majoritária de commodities e com uma fraca estrutura industrial tenderiam a

tornarem-se cada vez menos independentes, em função da adoção das ideias de

vantagens comparativas apresentadas por Ricardo, indicando que a dedicação

produtiva de determinada região deveria ser voltada para aquilo que melhor se

produz. O ponto mais sensível nesta questão diz respeito à deterioração dos meios

de troca, ao subentender-se que países voltados à atividades volumétricas, como

agricultura, nela investiram assim como países  com forte estrutura industrial

também à ampliaria, ocasionando na troca de bens primários pela quantidade

equivalente em valor agregado de tecnologia, ponto que tornaria o Brasil um

exemplo de sociedade sensível a tais alterações.

A característica de flexibilidade organizacional, como cita Picolotto, tornaram

o emprego mais instável, assim como os avanços tecnológicos os tornaram

substituíveis, e, uma vez que não mais fator predominante no sistema de

acumulação capitalista, ocorre com este um enxugamento do poder de barganha

desta classe, que encontra-se, em parcelas, vulnerável. Nesta lógica competitiva de

dissolução das organizações sociais, alarga-se os espaços ocupados pelo invisíveis


sociais.

 A fase atual do capitalismo, o capitalismo informacional, conceito gerado à

luz de Castels, baseia-se na tecnologia da informação como nova fonte de riqueza e

acumulação por meio de economias de escala, provenientes do baixo custo de

produção marginal de economias de rede. Reinert pontua economias de escala

como um dos argumentos neoclássicos à globalização, expondo-as como geratrizes

de bem-estar social em decorrência da maior produção que estas possibilitam,

beneficiando a sociedade como um todo. Schumpeter assimila a sistemas

capitalistas a tendência de geração de progresso/inovação tecnológica como forma

de acumulação via criação de monopólios temporários que maximizam a geração

de excedente. Dado as condições atuais de países desenvolvidos, a tecnologia de

bens de informação seria a geratriz de um processo de retenção de lucros cada vez

maiores, tendo que a estrutura destes é facilitadora para o desenvolvimento de

novas tecnologias da informação, tornando estas as beneficiárias do processo de

globalização por meio a socialização das perdas e acumulação de lucros por

grandes corporações, que acumulam exponencialmente devido às características

excludentes da tecnologia.

               Devido aos altos custos de implementação das tecnologias da informação,

faria-se necessário uma indústria forte e bem estruturada para sustentá-lo, fator que

exclui países subdesenvolvidos deste tipo de produção, explicitando a congruência

da teoria schumpeteriana acerca da formação de monopólios, e tornando

questionável a veracidade do discurso neoliberal pregado pelas instituições

internacionais, que Chang chama de “boas instituições”, de produção focada em

vantagens comparativas. Ao decorrer de seu livro, Chutando a escada, o autor expõe

uma análise histórica que questiona a veracidade dos benefícios de produzir

baseando-se em vantagens comparativas e políticas de laissez-faire, dados os

fatores que levaram ao desenvolvimento de nações como a Inglaterra, que


desenvolveu-se bem longe dos padrões, que após desenvolvida, impôs ao resto do

mundo.

A questão da busca por acumulação tornaria-se latente dada a característica

excludente da tecnologia, que cresce, como supracitado, em busca de maiores

lucros em função do comércio internacional, sendo desta forma possível apresentar

o caso da redução de postos de trabalho no brasil, como cita Piccoloto, como um

caso de expulsão da mão-de-obra humana em função do crescimento tecnológico,

conceito apresentado por Sassen, que descreve o processo de acumulação como

fator de exclusão do capital humano em função do aumento da produtividade do

trabalho dada a ampliação tecnológica, impulsionada, como supracitado por

Schumpeter como ferramenta maximizadora de lucros por meio da criação de

monopólios temporários. Tais dados sustentam a apresentação de perspectivas tais

como as de Gaiger, que debate a queda da estabilidade e qualidade dos postos de

trabalho como questão de grande relevância para a análise do cenário de queda do

nível de empregos formais no Brasil logo após a abertura comercial da década de

1990.

Por conseguinte, tais dados sustentam a apresentação de perspectivas tais

como as de Gaiger, que debate a queda da estabilidade e qualidade dos postos de

trabalho como questão de grande relevância para a análise do cenário de queda do

nível de empregos formais no Brasil logo após a abertura comercial da década de

1990, que desde então abriram questões quanto a sustentabilidade da adoção da

postura neoliberal e debates acerca de novas possibilidades que serão citadas

posteriormente neste trabalho.

2. A Economia Solidária como alternativa.

Dadas as características da globalização neoclássica supracitada, somada à


característica de substitutibilidade da força de trabalho humana em um âmbito

capitalista, o emprego e, consequentemente, a renda teriam tendências à redução,

dado que a quantidade e qualidade dos postos de trabalho no Brasil sofreram

alterações como afirma Piccoloto, abrindo espaço para questionamentos e buscas

por alternativas, como a economia solidária, que apresenta-se como uma forma de

produção coletiva, que ocupa-se de causas sociais e geralmente minoritárias, como

apresenta Gaiger.

O surgimento de ideias solidárias é proveniente de períodos anteriores à sua

formalização, entretanto se fortalece após o Fórum Social Mundial, um evento

sediado no Brasil que discutia formas mais sustentáveis e igualitárias de produção,

baseada na gestão coletiva e social.

A economia solidária, como apresentada pelo Forúm Brasileiro de Economia

Solidária (FEBS) se apresenta como contra-regra do praticado sob a doutrina

neoliberal, apresentando formas autogeridas de produção, finanças, comércio e

crédito, onde os agentes atuam como donos e trabalhadores de forma simultânea,

importando-se com a questão regional e, geralmente, ecológicas, fatores que a

tornam o que pode considerar-se um movimento social.

Gaiger aponta que fundamentalmente distingue-se economia solidária da economia

capitalista ao observar-se a relação de trabalho e também a implementação de

tecnologias, dado que o excedente não tem o mesmo fim nas duas situações. A

apresentação da economia solidária como alternativa ao capitalismo torna-se uma

questão densa quanto questiona-se eficiência e bem estar social, como apresenta

Piccoloto, ao apontá-la como socialmente eficaz, dada a qualidade e condições de

trabalho, que não são somente ponderadas por minimização de custos a fim de

auferição de maiores lucros, e a questão social do igualitarismo.

Por fim, a economia solidária apresenta-se como possibilidade à realidade

brasileira dado o exército de reserva gerado pela ampliação tecnológica e


desigualdade setorial,  dado que, conforme supracitado, a globalização neoliberal

possibilita a mobilidade de capital, que propicia a extração de lucros por meio de

distribuição espacial de acordo com a maximização dos lucros, extinguindo setores

de determinadas economias em função da especialização em vantagens

comparativas, fator que cria lacunas laborais dada a expansão tecnológica e

redução setorial, deixando parcelas da população em situação de vulnerabilidade.

Dada a característica de autogestão da economia solidária e sua agenda

solidária, apresenta-se esta como alternativa à população desocupada, que poderá

ocupar-se de atividades não atrativas ao capitalismo em função de baixo retorno

financeiro obtendo renda e desenvolvimento regional, como apontado por Piccoloto

ao abordar as consequências da economia solidária.

3. O Papel Das Políticas Públicas.

De acordo com Silva, a busca por uma renda mínima no projeto de

erradicação da extrema pobreza trouxe a economia solidária à agenda pública

durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, que ampliou uma pauta já presente

no governo anterior sob mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, buscando na

economia solidária uma saída ao desemprego e combate à extrema pobreza no país,

sob a concessão de incentivos e investimento no desenvolvimento de

empreendimentos solidários. Tais objetivos deram origem ao SENAES (Secretaria

Nacional de Economia Solidária), que buscou, de acordo com Godoy, buscou orientar

e subsidiar a execução de políticas para o desenvolvimento da questão solidária no

país. A autora também cita o programa Economia Solidária em Desenvolvimento,

que busca aproveitar as bases e redes já existentes de municípios e prefeitura para

promover combate à pobreza e inclusão social.

As políticas públicas supracitadas obtiveram resultados aquém dos

desejados em função do ineditismo destas práticas, que tornaram o processo um


pouco mais delicado. A relevância da participação pública na implementação da

economia solidária para desenvolvimento de grupos em vulnerabilidade torna-se

extremamente relevante pois o aval público tem a capacidade de tornar

empreendimentos solidários maiores  mais diversos e melhor regulamentados, o

que ampliaria a oferta e a sustentação de uma rede solidária por meio de

investimentos diretos, subsídios ou fomentação.

Desta forma, pode-se analisar que as políticas públicas tem papel

fundamental para o desenvolvimento de empreendimentos solidários pois estas têm

a função de gerar possibilidade destes existirem e funcionarem de forma

sustentável. A fomentação e sobretudo planejamento governamentais tornam a rede

solidária mais comum e ampla, tornando-a uma real opção para a população e

fornecendo regulamentação suficiente para a solidez desta alternativa.

Banco comunitário: seus efeitos em sociedades vulneráveis.

Conforme disposto no site do Instituto Banco Palmas, Banco Comunitário


“são serviços financeiros solidários, em rede, de natureza associativa e
comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda na perspectiva de
reorganização das economias locais, tendo por base os princípios da
Economia Solidária.  Seu objetivo é promover o desenvolvimento de
territórios de baixa renda, através do fomento à criação de redes locais de
produção e consumo. Baseia-se no apoio às iniciativas da economia
popular e solidária em seus diversos âmbitos, como:  de pequenos
empreendimentos produtivos, de prestação de serviços, de apoio à
comercialização e o vasto campo das pequenas economias
populares”(Instituto Banco Palmas,
http://www.institutobancopalmas.org/o-que-e-um-banco-comunitario/).

Os pontos essenciais desta instituição são revelados de forma concisa em


sua conceituação, o qual seria permitir através do acesso ao dinheiro(crédito) o
desenvolvimento pessoal e social de uma região em condições marginais de
existência. Esta forma de fazer social como alternativa de acesso a mercadoria que
movimenta a economia – moeda- surgiu em Bangladeche com Yunus, segundo
Rangel et al, que ao emprestar 27 dólares a cada 42 mulheres artesãs em Jobra
para terem acesso a insumos para produção de seus artesanatos, instaurou-se com
ajuda do Banco Central de Bangladeche o primeiro banco especializado em
microcrédito do mundo.
Isso revela que há um elemento incitador a formação de bancos comunitários,
haja vista o crédito. Mas qual seria a essencialidade do crédito para o desempenho
econômico? Segundo Costa et al, o crédito é o instrumento de importante papel no
processo de acumulação de capital essencial ao funcionamento dos setores
produtivos e das famílias. Mas o acesso a este intermediário de acesso a insumo e a
mercadoria no mercado financeiro de ideologia capitalista (visando maximização de
lucro) tem um preço -juros- que no Brasil conforme a supracitada autora é um dos
mais elevados, juros médio de 23.446% para modalidade capital de giro com prazo
superior a 365. Isso revela que “numa sociedade capitalista, mas sem capital” como
Costa et al constata, é muito restrita a parcela que teria acesso ao crédito.
Nesta mola mestra, adquirir meios de produção exige-se a presença do
mercado financeiro como financiador a um preço excludente de grande parcela da
população, diante desta encruzilhada de ser uma sociedade capitalista, mas com
uma população quase inexistente de capital acumulado, o governo implementa uma
modalidade de crédito direcionada a parcela mais pobre e aos microempresário na
sociedade brasileira. Esta modalidade formaliza-se de forma não claramente
definida, segundo Silva, nas legislação geral ( lei das sociedades, código tributário) e
financeira. Como a definição de microcrédito sendo “ a concessão de financiamento
a pessoas físicas e microempresas, com vista a viabilização de empreendimentos
de natureza profissional, comercial ou industrial de pequeno porte”. (COSTA,p.120,
2014) aparece de forma tácita na lei das sociedades de crédito ao
microempreendedor. Segundo Silva(2014), Garcia (2012) as inciativas de
microcrédito nas instituições financeiras tradicionais são norteadas pelo mesmo
princípio do capitalismo tradicional, auferir lucros, por mais que os juros sejam
menores do que os praticados pela modalidade tradicional de crédito, as garantias
exigidas para concessão não escapam as leis do mercado, onde o emprestador e
tomador de empréstimos são indivíduos desconhecidos que se encontram
unicamente no mercado de créditos, exigindo-se do último não comprometimento
do nome em instituição avalista, como SERASA.
Nesta lacuna surge como proposta os bancos comunitários, os quais tem como
princípio de funcionamento a solidariedade, redistribuição e reciprocidade. No Brasil
o primeiro banco comunitário foi o de Palmas em Conjunto Palmeiras, uma
comunidade pobre localizada em Fortaleza-Ce. Criado pela associação de
moradores desta comunidade com a finalidade de oferecer autonomia e
empoderamento aos habitantes através da gestão participativa do elemento
econômico – moeda.
O diferencial dos bancos comunitários (BC) na oferta de crédito das instituições
financeiras tradicionais reside exatamente na primazia dos valores não econômicos
aos econômicos. O que encontre-se em jogo na relação de crédito do BC
prioritariamente o reconhecimento das pessoas da comunidade com sujeito de
direito e impulsionador da mola social, não um mero paciente a espera de
assistência de uma agente econômico com poder de subjulgo, com afirma: “O
Objetivo do banco é proporcionar o desenvolvimento local e solidário do Conjunto
Palmeira, a baixo custo e de forma sustentável, melhorando a qualidade de vida de
seus moradores” (GARCIA, p.5, 2012). Para alcançar este objetivo, os BC utilizam
programas de microcrédito produtivo, microcrédito produtivo orientado e
microcrédito individual instrumentalizados pela moeda social. Uma forma monetária
de atuação com lastro em real, cujo valor restringe-se a população que não pode ser
superior a 60 mil habitantes.
Nesta seara outros BCs surgiram no Brasil vislumbrando o desenvolvimento
local através do concessão de crédito via confiança social, na literatura há exemplos
de BC próximo a realidade Nova Iguaçu. Um é o banco comunitário da Cidade de
Deus(BCCDD), outro é o Banco comunitário de Proventório em Niterói ambos de
iniciativa dos moradores. Cabe antes de enveredarmos nesta seara destacar que
tais processos ocorreram com participação ativa de políticas públicas a partir dos
anos 2001, em destaque da iniciativa exclusiva da política pública temos como
exemplo o banco comunitário de Marica. O qual a primeira vista parece uma prática
assistencialista, mas com destaca Silva a olhares mais atentos, nota-se o incentivo a
prática solidária de reciprocidade, visto que exige-se para autossustentabilidade do
BC, como o fortalecimento do comércio; adesão de todas as partes do meio social,
como também a assunção de “perdas financeiras” pela concessão de desconto aos
usuários da moeda social.
Em termos de participação política temos no banco Palmas a presença do
governo quando o banco enfrentava dificuldade de gestão como, esclarecimentos
ao particípios do que seria a estrutura de um BC, na gerência dos recursos e
resguardo de sinistros. Para tal Melo, elenca os elemento de atuação do governo,
citaremos dois que ao nosso olhar agregou capital humano no sentido da economia
solidária de gestão democrática, como a Secretaria de Trabalho e Ação Social do
Estado que ofereceu capacitação e qualificação dos empreendedores do bairro. E o
Projeto Prorenda/ GTZ (Agência de cooperação técnica Brasil-Alemanha) ofertando
ajuda na estruturação na carteira do banco e capacitação a gestão do banco, no
verdadeiro intuito do dito popular: “ não dar o peixe, ensinar a pescar”, com tal
ensinamento o Banco Palmas orientou o Banco Comunitário União Sampaio, a
implantação de seu projeto na comunidade Campo Limpo-SP principalmente na
cunhagem da moeda social a fim de evitar falsificação.
Os bancos localizados no estado do Rio de Janeiro contaram com a atuação de
políticas públicas da instituições, sendo no BCCDD participou da criação a
Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário da Prefeitura do
Município do Rio de Janeiro através do Projeto Rio Eco Sol. No banco Preventório
atuação pública deu-se pela atuação através da Universidade Federal Fluminense.
Por fim o banco de Maricá que teve sua estruturação totalmente pautada na lei
municipal 2448/13. Destacada as nuances de participação pública, através de
políticas, devemos destacar que todos os BCs discorridos nesta linhas ou não tem
como princípio constitutivo a constatação de um problema social provocado pela
dificuldade de acesso aos meios monetários de desenvolvimento econômico que
produz segundo Castell uma desfiliação do social. E diante deste imbróglio sua
resolutividade dar-se-ia pelo meio comum de atuação da sociedade capitalista,
oferta de capital para aquisição de mais capital, numa lógica diferente da
maximização de Lucro, proporcionar as famílias e as microempreendedores acesso
aos insumos necessários a sua inserção nos mercados.

Considerações Finais.

Como discorrido na revisão de literatura, a sociedade brasileira desde a década


de 90 com a abertura comercial no Governo de Fernando Collor de Mello vê através
de seu padrão de produção alargar a camada da população a margem dos
instrumentos de trânsito na sociedade. Como afirma Costa et al, sociedade
brasileira em sua forma de produção pautada em produtos primários não possibilita
a uma parcela considerável da população acumular capital a ser direcionado a
investimento. A supracitada autora afirma que até para os grandes empresários a
aquisição de crédito no país é um empecilho ao investimento, devido a altas taxas
de juros, com foi demostrado em média cerca de 23, 446 pontos percentuais.
Impraticáveis pelo pequeno e médio empreendedor.
Como solução para questão o governo implementou programa de microcrédito
pela políticos, ainda pouco regulamentadas de microfinanças, que a juros inferiores
aos do mercado permitiram aos microempreendedores acesso aos insumos e
capitais fixos necessários aos seus desenvolvimentos. Mas esta disponibilidade de
crédito nas instituições financeiras tradicionais pouco atingem ao maioria da
população que precisa de financiamento. Diante desta situação os movimentos
sociais impulsionados pela crescente afirmativa da Economia Solidária,
organizaram-se em instituição financeira chamada Bancos Comunitários (BCs),
através de uma lógica diferente da do capitalismo que prima pela maximização dos
lucros, BCs primam pelo desenvolvimento do indivíduo como sujeito de direito
atuante no ordenamento social.
Para desenvolver esta perspectiva de vida na comunidade onde estão
implantados, notou-se pelos texto base acerca dos BCs que o processo ideológico
caminha na contramão da ideologia capitalista do indivíduo meritoso de sucesso
pelo ganhos pessoais. Do contrário, na lógica da Economia Solidária, os BCs
mostram que para a comunidade desenvolver se faz se necessário a participação
atuante dos moradores da mesma. A tal ponto que a concessão de empréstimos
por estas entidades são avaliadas por moradores num conselho de agenciadores de
empréstimo. Outro elemento é que para ver seus negócios fortalecidos o
empreendedores do local trocam experiências entre si para o fortalecimento da
rede, com oferecem desconto para que os consumidores adiram, e tenha seus
beneficiamentos em forma de consumo.
Por fim, percebe-se que os benefícios que os BCs trazem as comunidades em
condições vulneráveis são de uma construção identitária não só como
consumidores conscientes de seu potencial, mas também como cidadãos ativos de
um Estado Democrático de Direito.

Referências Bibliográficas.

CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3, ed.

São Paulo: Paz e terra, 1999.

CHANG, Ha-Joon. Chutando a Escada: a estratégia do desenvolvimento em

perspectiva histórica. Ed. São Paulo: UNESP, 2004.

COSTA, Erika Alcino et al. A importância do crédito na economia, Disponível em:

http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2004/trabalhos/inic/pdf/IC6-5.pdf. Acessdo

em: 25 de maio de 2018.

FEBS. Disponível em: https://cirandas.net/fbes/o-que-e-economia-solidaria,


acessado em 13 junho de 2018.

GAIGER, LUIZ INACIO. A Economia Solidária e o Projeto de Outra mundialização.

Dados (Rio de Janeiro. Impresso) , Rio de Janeiro, v. 47, n.4, p. 799-834, 2004.

GARCIA, Daniel Bruno. A contextualização teórica de Bancos Comunitários de

Desenvolvimento. Disponível

em:http://www.institutobancopalmas.org/wp-content/uploads/A-contextualiza%C3

%A7%C3%A3o-te%C3%B3rica-de-Bancos-Comunit%C3%A1rios-de-Desenvolvimento.

pdf. Acessado em: 25 de maio de 2018

GODOY, Tatiane Marina Pinto,  Políticas públicas para economia solidária no Brasil:

a autogestão na reprodução das relações sociais de produção, e-cadernos ces

[Online], 02 | 2008, colocado online no dia 01 dezembro 2008, consultado a 14 junho

2018. URL : http://journals.openedition.org/eces/1256 ; DOI : 10.4000/eces.1256.

MELO, João Joaquim de. Banco Palmas: uma prática se socieconomia solidária.

Disponível

em:http://base.socioeco.org/docs/_upload_89f0c2b656ca02ff45ef61a4f2e5bf24_m

elo_palmas.pdf. Acessado em 26 de maio de 2018.

PICOLOTTO, Everton Lazzaretti . Novos movimentos sociais econômicos: economia

solidária e comércio justo. Otra Economía , v. 2, p. 74-92, 2008.

RANGEL, Tauã Lima Verdan. Redistribuição e reciprocidade na realidade dos bancos

comunitários: o caso do banco preventório e do banco Comunitário popular de

maricá/rj1, Lex Humana, Petrópolis, v. 8, n. 1, p. 118-140, 2016, Universidade

Católica de Petrópolis, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil

SASSEN, Saskia. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global, ed. São

Paulo: Paz e terra, 2016

SCHUMPETER, Joseph. Theorie der Wirtschaftlichen Entwicklung. Ed: Berlim,

Alemanha: Dunker & Humblot, 1964.

SILVA, Maria Cristina Maia. Economia Solidária e o Microcrédito no Brasil: Avanços


ou Insuficiências?

SILVA, Sandro Pereira. . A economia solidária na estratégia de erradicação da

pobreza extrema no Brasil: uma contribuição para o debate. Mercado de Trabalho

(Rio de Janeiro. 1996) , v. 47, p. 47-54, 2011.

Sites.

Banco   Comunitário   da   Cidade   de   Deus:   uma   oportunidade   para   o   desenvolvimento 

socioeconômico   local.   Disponível   em: 

http://www.iterj.rj.gov.br/iterj_site/noticias/banco­comunitario­da­cidade­de­deus­uma­o

portunidade­para­o­desenvolvimento­socioeconomico­local­144.   Acessado   em:   26   de 

maio de 2018. 

O   que   é   um   Banco   Comunitário.   Disponível   em: 

http://www.institutobancopalmas.org/o­que­e­um­banco­comunitario/.   Acessado   em:   25 

de maio de 2018.

Anda mungkin juga menyukai