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Ano 6

Nº 26
Mar/Abr 2009
ISNN 0100-1485

ENTREVISTAS
Neusvaldo Lira de
Almeida, coordenador
técnico da 10a COTEQ

Wilma Ayako Taira dos


Santos, coordenadora
técnica do EBRATS 2009

TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE

COMO OBTER UMA


PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Sumário

Artigos Técnicos
18
Efeitos: Intacta Design Noções Básicas sobre Processo
de Anodização do Alumínio
e suas Ligas – Parte 13
6 Por Adeval Antônio Meneghesso
Entrevista
22
Salvador sedia a 10a COTEQ – 2009
Fosfatização de Metais Ferrosos
Neusvaldo Lira de Almeida
Parte 17 – Refinamento de grão
EBRATS marca os 40 anos da ABTS Por Zehbour Panossian
Wilma Ayako Taira dos Santos e Célia A. L. dos Santos

8 26
Matéria de Capa Corrosão e Proteção Catódicas
Como obter uma produção mais limpa de Tubulações Enterradas e Tanques
em Plantas Industriais
14 Por Luiz Paulo Gomes
ABRACO Informa
30
16 Ajuste da espessura do revestimento
Notícias do Mercado de Níquel em Processo de Niquelação
Por Cleiton dos Santos Mattos, Rafael
20 Guerreiro, Vinícius Dantas Cortez,
Treinamento & Desenvolvimento Regina Nagamine, Vicente N. G.
Mazzarella e Zehbour Panossian
21
Segurança & Prevenção

34
Opinião
Vida e morte em empresas familiares
Rogério Yuri Tsukamoto

Redação e Publicidade
Eng. Fernando de Loureiro Fragata – CEPEL Aporte Editorial Ltda.
Mauro José Deretti – WEG Rua Emboaçava, 93
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT São Paulo - SP - 03124-010
A revista Corrosão & Proteção é uma publi- Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Fone/Fax: (11) 2028-0900
cação oficial da ABRACO – Associação Brasileira Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ aporte.editorial@uol.com.br
de Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968,
e tem como objetivo congregar toda a comu- Conselho Editorial Diretores
nidade técnico-empresarial do setor, difundir o Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO João Conte – Denise B. Ribeiro Conte
estudo da corrosão e seus métodos de proteção. Dra. Denise Souza de Freitas – INT
ISNN 0100-1485 M.Sc. Gutemberg Pimenta – PETROBRAS - CENPES Editor
Eng. Jorge Fernando Pereira Coelho Alberto Sarmento Paz - Vogal Comunicações
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Diretoria Conselho Científico Projeto Gráfico/Edição
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Vice-presidente M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior Gráfica
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PETROBRAS/TRANSPETRO Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Diretora Financeira Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE Esta edição será distribuída em maio
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS de 2009.
Gerente Administrativo/Financeiro M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT
Walter Marques da Silva Dra. Olga Baptista Ferraz – INT As opiniões dos artigos assinados não refletem a
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC posição da revista. Fica proibida sob a pena da
Diretoria Técnica Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Université lei a reprodução total ou parcial das matérias e
Eng. Alysson H. Santos Bueno – Akzo Nobel Grenoble – França imagens publicadas sem a prévia autorização
Eng. Fernando Benedicto Mainier – UFF Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ da editora responsável.

C & P • Março/Abril • 2009 3


Carta ao leitor

Conhecimento e negócios
ois eventos da maior importância serão realizados neste mês de maio, proporcionando
atualização tecnológica à comunidade técnico-empresarial do setor e a oportunidade para que as
empresas expositoras mantenham um contato corpo-a-corpo com clientes e demais prospects. Trata-
se do EBRATS – Encontros e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície que será realizado em São
Paulo (SP) e da COTEQ – Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, em Salvador (BA).
Os indicadores apontam que o momento é de recuperação para a indústria nacional, com a retomada
dos pedidos e a volta dos níveis de produção da época pré-crise financeira, situações consubstanciadas pela
demanda reprimida do mercado interno. Novos equipamentos de produção estão sendo instalados e as
encomendas para novos projetos voltam a aparecer.
Países em desenvolvimento acusaram de forma menos intensa a crise financeira mundial, em especial
China, Brasil e Índia. No caso do Brasil, há uma dependência menor das exportações, porém as operações
realizadas com os parceiros do Mercosul terão que administrar as
políticas protecionistas. Aparentemente, caminhamos para fechar o
Toda crise apresenta oportunidades ano de 2009 em patamares interessantes, se levamos em conta a grave
para gestores que conseguem situação sinalizada no final de 2008.
Toda crise, porém, apresenta oportunidades para gestores que
enxergar o lado positivo conseguem enxergar o lado positivo dos acontecimentos. Quem está
dos acontecimentos. Você está tirando proveito desta situação? Certamente as empresas que man-
tiveram seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento, em pro-
tirando proveito desta situação? dução, em marketing, em relacionamento com o mercado, enfim
quem vislumbrou oportunidades de negócios em um momento no
qual a maioria preferia adotar posturas restritivas.
Muito possivelmente, a situação atual deve levar a população a
novos patamares de consumo e, por consequência, a indústria a novos níveis de produção. De qualquer
forma, os que pensam estrategicamente e conseguem detectar mais rapidamente as novas necessidades vão
sair na frente. No setor de tratamento de superfícies, uma área em expansão, busca-se de forma incessante
soluções ambientalmente corretas. As empresas que conseguirem apresentá-las, com melhor relação custo-
benefício, serão as novas referências de mercado e vão ditar as regras pelos próximos anos.

Os congressos técnicos – Abrimos nossa Carta ao Leitor comentando sobre dois congressos. É recor-
rente a pergunta: como, afinal, com tanto avanço tecnológico – que permite ter acesso a informações instan-
taneamente – os congressos técnicos são tão procurados e batem recordes sucessivos de participação?
Não existe uma resposta única, nem um estudo a respeito. Porém, a possibilidade da troca direta de
informações entre palestrantes e ouvintes, o contato com profissionais de inúmeras empresas, a possibili-
dade de avaliar in loco produtos e trocar ideias com os prestadores de serviços durante um período pré-deter-
minado e em um único local nos parece ser indicadores do porquê do entusiasmo dos profissionais com os
congressos técnicos.

Boa Leitura!

Os Editores

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Entrevista COTEQ – 2009

Neusvaldo Almeida

Salvador sedia a 10ª COTEQ – 2009

A COTEQ tem sido um fórum privilegiado para o intercâmbio de conhecimentos e idéias entre
especialistas, engenheiros técnicos e pesquisadores, além de constituir uma grande oportunidade
para somar experiências e ampliar negócios
Por Carlos Sbarai

m dos eventos mais reno- IPT – Instituto de Pesquisa Tec- que sempre tem grande participa-
mados da indústria nacio- nológicas e coordenador técnico ção, inibidores, proteção catódica,
nal, a COTEQ – Confe- da Conferência falou à Corrosão além de naturalmente de novos
rência sobre Tecnologia de Equi- & Proteção sobre o evento. ensaios e das novas tecnologias de
pamentos, chega à décima edição monitoramento.
e mantém a cidade de Salvador Qual a importância da COTEQ
como sede, como forma de ho- para a indústria nacional? Existe algum destaque especial
menagear os 30 anos do Pólo de É importante citar inicialmente na edição 2009?
Camaçari, devido a sua grande que a COTEQ é um evento que a- Almeida – Participar de um even-
importância para a indústria na- contece a cada dois anos e é organi- to técnico com o perfil da COTEQ
cional. O evento acontece de 12 a zado pela ABENDE – Associação é uma forma de obter e transmitir
15 de maio e serão apresentados Brasileira de Ensaios Não Destru- conhecimentos. Esse é um ponto
estudos e inovações tecnológicas tivos e Inspeção, IBP – Instituto extremamente importante. Exis-
sobre inspeção, corrosão e pintu- Brasileiro de Petróleo, Gás e Bio- tem basicamente duas vertentes
combustíveis e ABRACO – Associ- nesse encontro: a primeira é o foco
“ A COTEQ destaca-se pela
contribuição maciça dos
especialistas do setor, dos acadêmicos
ação Brasileira de Corrosão. Este
tem sido um evento importante pa-
ra o setor, pois congrega vários seg-
muito tecnológico – dado pelos tra-
balhos apresentados pelos técnicos
ligados às empresas, e o segundo é a
e dos institutos de pesquisa

ra, análise de falhas, integridade
de equipamentos, tubulações e
mentos industriais além da partici-
pação efetiva dos institutos de pes-
quisas e das universidades. A expec-
participação da comunidade cien-
tífica, trazendo sempre novos temas
para o debate e o resultado de no-
vasos de pressão, análise experi- tativa é de um bom congresso, pelo vos estudos, que certamente encon-
mental de tensões e comporta- número de trabalhos a ser apresen- trarão empresas interessadas em
mento mecânico de materiais, tados e pelo número de expositores. transformá-los em tecnologia. Essa
além de ter uma exposição técni- Esses números são basicamente os troca é fundamental para o desen-
ca e um concurso de fotografia. A mesmos da última COTEQ”. volvimento do mercado.
idéia é promover a troca de co-
nhecimentos e idéias, além de so- Quais os principais temas que Como será a participação in-
mar experiências e ampliar negó- serão abordados nesta edição ternacional?
cios com a troca de informações da COTEQ? Almeida – Algumas apresentações
entre especialistas, engenheiros Almeida – No total, aproximada- de trabalhos estão confirmadas e
técnicos e pesquisadores ligados a mente 250 trabalhos serão apre- essa troca de informações também
Ensaios Não-Destrutivos (END), sentados, além de conferências é muito salutar para o desenvolvi-
Inspeção, Análise Experimental plenárias, orais e pôsteres. Os temas mento do setor. Além disso, mostra
de Tensões Integridade de Equi- são os mais diversificados e envolve que os temas abordados no Brasil
pamentos, Análise de Falhas, basicamente todos os tipos de cor- têm alcance internacional.
Comportamento Mecânico de rosão e as mais diversas formas de
Materiais e Corrosão & Pintura. proteção como revestimentos metá- Mais informações sobre a COTEQ,
Neusvaldo Lira de Almeida, do licos, proteção por meio de pintura, acesse o site www.abend.org.br

6 C & P • Março/Abril • 2009


Entrevista EBRATS – 2009

Wilma Santos

EBRATS marca os 40 anos da ABTS

A cidade de São Paulo será palco, entre os dias 7 e 9 de maio,


do EBRATS 2009, que marca os trinta anos do encontro e os quarenta da ABTS

Por Carlos Sbarai

egundo a coordenadora Santos – No formato que estamos A atual crise econômica global
técnica do evento, Wilma propondo nosso encontro, vamos teve algum impacto na organi-
Ayako Taira dos Santos, o dar a todos os profissionais a opor- zação do EBRATS 2009?
EBRATS tem evoluído a cada e- tunidade de assistir a todas as pales- Santos – O momento incentiva as
vento, com expositores e visitan- tras, sendo algumas de caráter aca- empresas estrangeiras a divulgarem
tes reconhecendo a importância dêmico, outras tecnológicas e técni- seus produtos e serviços no Brasil.
dele ser o palco preferencial para co-comerciais. Acreditamos que Ao contrário de outros países onde a
os debates técnicos e lançamentos assim estamos “presenteando” os crise afeta diretamente seu mercado,
de produtos para o setor de trata- técnicos e profissionais que real- somos vistos como um país que tem
mento de superfícies. Wilma Ay- mente tenham interesse em se atua- grande potencial de consumo inter-
ako falou à Corrosão & Proteção lizar, sem gerar ônus para isto, no e, portanto, campo para o cresci-
sobre as expectativas para a nova tendo acesso aos conhecimentos téc- mento. Nesse contexto, o EBRATS é
edição do EBRATS. nicos desenvolvidos no Brasil e no uma grande oportunidade de se
exterior. Queremos uma participa- aproximar do mercado interno.
Quais as principais novidades ção muito ativa e massiva neste en-
do EBRATS 2009?
Santos – Fizemos algumas altera-
ções para atender melhor visitantes
contro tão importante para o pro-
fissional e para o nosso setor. “ Qualquer visitante poderá
assistir a todas as apresentações sem
nenhum ônus e sem a necessidade
de se inscrever previamente
e expositores. Começamos por alte-
rar o local do evento, que será no
Transamérica Expo Center, em
O EBRATS sempre teve grande
participação do exterior. Isso
vai acontecer nesta edição?
Quais os eventos paralelos ao
EBRATS?

São Paulo, que conta com ampla Santos – Sem dúvida, vamos ter Santos – Para potencializar as pos-
infraestrutura. Quanto ao evento, autores e co-autores oriundos dos sibilidades de formação dos profis-
mudamos as apresentações de tra- Estados Unidos, Alemanha e sionais, agregamos ao período do
balhos; reduzimos o número de França. A presença destes autores é encontro cursos que são uma gran-
trabalhos para apresentações orais e importante para a divulgação in- de ferramenta para a atualização
também o número de pôsteres. ternacional dos progressos havidos tecnológica. Os cursos iniciam dois
Qualquer visitante poderá assistir no campo dos tratamentos de su- dias antes da abertura do EBRATS
a todas as apresentações sem pagar perfície. Entre os expositores encon- e durante o encontro em horário que
por elas e sem se inscrever previa- tram-se ainda representantes do não atrapalha a programação do e-
mente. Para que isto se tornasse Canadá, da Espanha e da Itália. vento. São três os cursos oferecidos:
possível, abrimos espaço para que Nesta edição, gostaria de destacar curso de Tratamento de Superfície -
os patrocinadores fizessem apresen- também o Encontro Panamerica- Módulo Protetivo/Funcional e Mó-
tações técnico-comerciais, com per- no, onde pretendemos juntar repre- dulo Decorativo/Metais Preciosos e
missão para divulgar suas marcas sentantes de diversas associações das curso de Cálculos e Custos em Tra-
sem restrições. Américas para discutirmos assun- tamentos de Superfície.
tos afins e encontrarmos na união
A participação será gratuita pa- de todos melhor aproveitamento Mais informações sobre o EBRATS,
ra os profissionais do setor? técnico e intercâmbio cultural. acesse o site www.ebrats.org.br

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Tratamento de Superfície

Como obter uma produção mais limpa


Novas normas do mercado vão exigir das empresas do setor de tratamento de superfície
o desenvolvimento de técnicas que privilegiem uma produção com descarte eficiente de resíduos

Por Carlos Sbarai

s exigências normativas dos grandes mercados consumido-


res, como o americano, o japonês e o europeu, colocaram
na ordem do dia dos fabricantes de processos químicos a
necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento para encon-
trar soluções que agridam menos o meio ambiente e a saúde do tra-
balhador. Essa busca por soluções inovadoras, sempre foi um dos
principais motes da indústria de tratamento de superfícies. O dife-
rencial, no momento atual, é que o foco está justamente no desen-
volvimento de soluções ecologicamente corretas. “Prova disso é que
duas fortes entidades se uniram para elaborar um manual P+L (Pro-
dução mais Limpa), que deve estar disponível em novembro. As
galvanoplastias trabalham com metais pesados, principalmente o
cromo hexavalente. Sendo assim, adotar práticas de P+L e encon-
trar destinação adequada para os resíduos são duas necessidades
básicas para que as empresas do setor possam atuar dentro da for-
malidade legal”, comenta Marco
Antonio Barbieri, da Wadyclor e Marco Antonio
vice-presidente da Associação Barbieri, da
Brasileira de Tratamento de Wadyclor, vice-
Superfícies (ABTS) e do Sindi- presidente da
cato da Indústria de Proteção, ABTS e do
Tratamento e Transformação de Sindisuper
Superfícies do Estado de São
Paulo (Sindisuper).
As entidades citadas por Bar-
bieri são o Departamento de
Meio Ambiente da Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo (FIESP) e a Companhia
de Tecnologia de Saneamento
Ambiental (Cetesb), que firma-
ram um convênio para elaborar um manual de práticas de produ-
ção mais limpa, de forma que as empresas do setor de tratamento
de superfície possam crescer com sustentabilidade e estar ambien-
talmente adequadas ao MPL (Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo). “Esta é uma visão avançada e de vanguarda. Do lado do
mercado exportador, é utilizada a política do REACH, que obriga
as empresas que fabricam e importam substâncias químicas a ava-
liar os riscos decorrentes da utilização das mesmas e a tomar as
medidas necessárias para gerir todos os riscos que identificam.
O ônus da prova da segurança das substâncias químicas
comercializadas é da indústria”, esclarece Barbieri.
Outra ação importante no setor é a parceria entre a
ABTS e o Sindisuper que resultou na contratação de
uma empresa que vai desenvolver um software dedi-
cado à gestão das empresas de galvanoplastia, que
chega ao mercado nacional em novembro. O
projeto galvano-gestão está sendo desenvolvi-
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Aparecida com a grande vantagem de que os usuários poderão ter acesso aos
Helena números macros, ou seja, saberão quanto o setor consumiu de ener-
Fogaça de gia elétrica, quanto emprega, qual a quantidade total de matéria
Almeida, prima, mas nunca dados isolados de uma única empresa, muito
professora e menos suas informações cadastrais.
coordenadora “O software também servirá para que a empresa usuária possa ter
do único curso uma idéia do mercado global e com isso traçar suas ações de mer-
de lato sensu cado. Por sua vez, o sindicato e a associação, com as informações
em tratamento globais poderão proporcionar ações políticas em função dos núme-
de superfície do com a finalidade de ajudar ros que possui e reivindicar dos órgãos governamentais questões
da América empresas do setor. Trata-se de como a redução de impostos, em função do conhecimento que pas-
Latina um software como serviço (SaaS saremos a ter do setor. Teremos ainda uma estatística real do mer-
Software as a Service) exclusivo cado, sem que haja divulgação de informações localizadas de qual-
para o setor de tratamento de quer empresa usuária do serviço. A previsão de funcionamento é
superfícies, no qual as empresas para novembro de 2008. Para as empresas interessadas o serviço
poderão fazer sua gestão admi- também oferece espaço para propaganda”, esclarece Barbieri.
nistrativa, financeira e produti-
va. O software permite fazer o Gargalo é combatido
controle de estoque, de custo e O executivo ainda revela que as duas instituições fizeram um
de venda. Com isso, as entida- diagnóstico dos principais gargalos do setor e uma série de ações
des oferecerão uma ferramenta para superar os problemas já estão em curso. Uma carência do seg-
de baixo custo, com acesso de mento, informa Barbieri, é a falta de mão-de-obra qualificada. Esse
qualquer lugar do mundo e problema começa a ser enfrentado com a instituição de quatro

“ No momento atual, o foco está justamente no


desenvolvimento de soluções ecologicamente corretas.
Adotar práticas de P+L e encontrar destinação
adequada para os resíduos são duas necessidades
básicas para que as empresas do setor
Marco Antonio Barbieri

Como a crise mundial afetou o mercado
Segundo Barbieri, as empresas caminham de fato para a excelência na questão dos cuidados com
o meio ambiente e a saúde e segurança do trabalho haja vista o cuidado com a certificação. “Esta é
uma tendência, tanto que é atualmente existe um número muito reduzido de produção cativa no
mercado. A empresa que fabrica determinado produto e utiliza seu próprio tratamento de superfí-
cie está fadada ao esquecimento. Isso tem haver com a política de meio ambiente e a saúde e segu-
rança do trabalho, onde as normas utilizadas são extremamente rígidas e só mesmo os especialistas
conseguem atendê-las em sua totalidade.
Hoje em dia é muito difícil um empresário de uma metalúrgica, por exemplo, utilizar a produ-
ção cativa, já que as normas são completamente diferentes das exigidas nas galvânicas. Além da
questão das normas rígidas, tem ainda a poluição e o custo financeiro que é muito alto. A terceiri-
zação tem sido a grande saída, pois o serviço oferecido é de qualidade”.
Barbieri destaca ainda que o setor de tratamento de superfície só não está melhor por conta do
caos que teve início no final de 2008 no mercado financeiro dos Estados Unidos. “O Brasil não teria
como não ser afetado, mas ao contrário do que se esperava a indústria da construção civil, por exem-
plo, vem respondendo bem à crise. Além disso, as medidas do governo de combate à crise, que no
meu entender estão corretas, deve surtir um bom efeito, a exemplo do projeto de construção de casas
populares. Pode até acontecer desse segmento passar sem sofrer quase nada com a crise. Outro exem-
plo ocorre nas indústrias de linha branca, que estava encarando a situação de forma mais dura com-
parada a construção civil, e agora devem respirar com mais fôlego depois que o governo também
anunciou incentivos para esse setor”.
Ele ressalta porém que o setor metalúrgico é o que mais está sofrendo por causa da parada nas
exportações de veículos e com o desaquecimento do mercado interno, mas já começa a dar sinais de
recuperação depois dos números registrados no inicio de 2009 e outras iniciativas para melhorar o
crédito. Como em quase tudo que existe na indústria requer a utilização do tratamento de superfí-
cie, pode-se definir que hoje existem segmentos que atravessam uma situação ruim e outros nem
tanto assim. “Mas é importante informar que mesmo diante de uma visão mais otimista, eu diria
que a perda geral no faturamento do setor será de 25% este ano. Não temos também a menor idéia
do final desta crise, mas temos sim convicção que a indústria de tratamento de superfície demorará
de um a três anos para voltar aos níveis registrados em 2008”, comenta o executivo.

Exemplo do mercado
Um bom exemplo de que o mercado começa a dar sinais de recu-
peração pode ser visto na Zincagem Martins, que ao completar 30
anos de existência, conseguiu suplantar a crise com investimentos,
segundo revela seu diretor e fundador, Eneias Martins. “É claro que
nem tudo é um mar de rosas, o repasse dos custos é um grande entra-
ve em nosso negócio. Hoje o mercado está muito mais exigente e a
concorrência é grande. Trabalhar com qualidade e preço é uma tare-
fa desafiadora para qualquer empresa desse setor. Tem custo de perda
de produção, quebra de maquinário, porém só poderemos continuar
competitivos com maior investimento”.
A Zincagem Martins iniciou os pesados investimentos em julho
de 2008, quando começaram a automatizar a empresa.
Recentemente, foram adquiridos um forno desidrogenado, um inves-
Enéias Martins, diretor e timento aproximado de R$ 500 milhões, com capacidade de produ-
fundador da Zincagem ção de 1.500 quilos por hora. A aquisição de uma nova máquina
Martins italiana para banho rotativo para zinco, investimento de R$ 3,5
milhões, também será decisiva para o aumento da produtividade.
“Com isso, vamos produzir mais, com tempo reduzido, com custos mais baixos e com a certeza de levar
ao mercado um produto com mais qualidade. Mesmo com a crise atual, nossa empresa já conseguiu se
adequar e voltamos a operar nos mesmos patamares pré-crise”, comemora Martins.

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escolas de galvanoplastia no técnico de mecânica de precisão pode ser situada a partir da assina-
SENAI, em um investimento tura do convênio de cooperação técnica e cientifica entre o SENAI
de R$ 15 milhões. A nova uni- e a Swisscontact (Fundação Suíça de Assistência ao
dade da Escola Suíço-Brasileira, Desenvolvimento Técnico). A escola foi construída com o apoio de
do SENAI, que foi inaugurada empresas suíças e brasileiras e supervisão dos técnicos da
no início de maio é referência Swisscontact, que também participaram da preparação dos docen-
hoje no Brasil. As melhorias tes e da elaboração dos programas, iniciando atividades em 1973.
também vão se estender para as A Swisscontact continuou prestando assistência e vários docentes
unidades Mario Amato, Osasco foram enviados para a Suíça para estagiar.
e Limeira. A outra grande novidade sobre essa questão das iniciativas para

“ Assim que o aluno chega ao chão de fábrica,


tem dificuldade em aplicar o que aprendeu na faculdade,
pois a complexidade de processos é grande.
Muitas vezes, ele detém o conhecimento,
mas não sabe como colocá-lo em prática

A origem da Escola SENAI


"Suíço-Brasileira" e do curso
Aparecida Helena Fogaça

a qualificação dos profissionais do setor é o inicio do curso de pós-
graduação tratamento de superfície. O Centro de Pós–Graduação
e Pesquisa Oswaldo Cruz, em parceria com a Associação
Brasileira de Tratamento de Superfície (ABTS), iniciaram
em agosto de 2008 o curso de lato sensu em Tratamento
de Superfícies e Proteção. O curso é o único na área em
toda a América Latina e visa a especialização na indústria
de tratamentos e superfícies, já que os recém-formados
REPRESENTAÇÃO NACIONAL saíam da faculdade e chegavam às fábricas sem conseguir
transformar os conhecimentos teóricos em prática.
“Assim que o aluno chega ao chão de fábrica, tem
CÂMARAS DE CONTROLE CLIMÁTICO dificuldade em aplicar o que aprendeu na faculdade e
As melhores câmaras disponíveis no mercado nacional também sofre com alguns detalhes do processo produ-
e internacional. tivo que não foi passado para ele na faculdade, pois a
Alto padrão em matéria de diversidade e a complexidade de processos é muito
pesquisa e desenvolvimento vasta. Muitas vezes ele detém o conhecimento mas não
bem como na fabricação sabe aplicá-lo Isso porque esta é uma área muito com-
e na garantia da qualidade plexa, pois envolve todas as áreas da química”, comen-
ta a coordenadora do curso e professora Aparecida
TECNOLOGIA DE Helena Fogaça de Almeida, que atua há 25 anos na
ÚLTIMA GERAÇÃO área de tratamento de superfície, trabalhando como
• Simulação climática chefe de laboratório e gerência de desenvolvimento de
• Medição e controle novos produtos e processos.
• Iluminação O objetivo do curso está em tornar o aluno e o profis-
• Sistemas a vácuo sional já atuante na área capaz de identificar os problemas
• Soluções em software e resolver o tratamento ideal para cada tipo de superfície,
identificar que tipo de corrosão está ocorrendo e saber
Agende uma visita técnica como tratar cada problema com certeza e eficácia, além de
com nossos profissionais oferecer uma visão das várias técnicas de proteção e trata-
especializados.
mento de superfícies, envolvendo galvanoplastia, pintura,
dentre outros tipos de revestimentos. “Nosso objetivo é
passar todo nosso conhecimento adquirido ao longo desses
Tel: (11) 5188-0000 – Fax: (11) 5188-0006 anos para esses alunos”, diz Helena Fogaça.
www.ckltda.com.br • ckltda@ckltda.com.br
R. Cap. Otávio Machado, 618 – São Paulo – SP
ABRACO Informa

NACE International – Corrosão 2009 reúne 4,5 mil profissionais


O congresso anual da NACE International
– Corrosão 2009, que aconteceu no mês de
março, na cidade de Atlanta, nos Estados
Unidos, foi um grande sucesso, contabilizando
a presença de mais de 4.500 profissionais da
indústria corrosão. Os participantes foram
contemplados com mais de 240 reuniões técni-
cas, fóruns e simpósios, além de ter contato
direto com cerca de 300 empresas expositoras.
O reflexo direto dessa mobilização é que o
Corrosão 2010 já tem mais de 70% do espaço
para exposição comercializado. Na abertura do
evento, o presidente da entidade Mark Byerley universidades, institutos de pesquisas e empre-
Sr. ressaltou que, apesar da atual conjuntura sas, fato não muito comum em congressos na-
econômica, houve um crescimento de 8% no cionais, que se restringe a trabalhos não comer-
número de participantes. ciais. “Os trabalhos apresentados eram basica-
O Brasil esteve presente no evento com pro- mente voltados para o setor de óleo e gás, alguns
fissionais de várias entidades brasileiras do com aplicações bem práticas e outros, poucos,
setor, entre elas o IPT – Instituto de Pesquisas mais teóricos. Um ponto alto desta sessão foi o
Tecnológicas. Segundo a Dra. Zebhour Panos- trabalho apresentado pela doutora Matilde De
sian, responsável pelo laboratório de corrosão e Romero, onde ela fez uma revisão bibliográfica
proteção do IPT, o evento foi realmente sur- sobre o tema proteção catódica e corrosão
preendente. “O nível dos trabalhos apresenta- microbiológica, propondo inclusive a revisão da
dos, assim como a interatividade entre todos os norma técnica NACE RP-01-69 (2002)”.
participantes superou todas as minhas expecta- Outra sessão interessante apontada por Már-
tivas. O IPT apresentou dois trabalhos e a cia Teresa foi a de biocombustíveis, com vários
repercussão foi tão grande que fui procurada trabalhos sobre etanol e biodiesel, sendo o Brasil
depois do meu retorno para o Brasil por profis- sempre citado como pioneiro nesta área. “Nesta
sionais que não tiveram oportunidade de parti- sessão, questões sobre a possibilidade de ocorrer
cipar do congresso, mas tiveram acesso às in- biocorrosão em metais que entram em contato
formações e queriam mais detalhes sobre o ma- com biodieseis foram levantadas. Vale destacar
terial apresentado. Também participamos de que os dieseis para mistura ao biodiesel utilizados
várias reuniões, nas quais pudemos discutir di- na Europa é o LSD e ULSD, enquanto que no
versos temas ligados à corrosão em concreto, Brasil ainda utilizamos o S-500. Sem dúvida, um
revestimentos, materiais não metálicos, dutos, congresso do porte da NACE é uma excelente
refinaria, entre outros”. oportunidade de divulgação mundial das ativida-
Segundo a doutora Márcia Teresa Soares des dos pesquisadores e instituições, sem contar
Lutterbach, que é gerente do Laboratório de na troca de experiências tanto para quem apresen-
Biocorrosão e Biodegradação – LABIO do ta trabalho como para quem assiste”.
Instituto Nacional de Tecnologia – INT, a A NACE Internacional foi inicialmente co-
NACE 2009 contou com a participação de cin- nhecida como "The National Association of Cor-
co pesquisadores das três diferentes áreas da Di- rosion Engineers", quando foi criada em 1943
visão de Corrosão e Degradação do INT, Labo- por onze engenheiros que trabalhavam na área
ratório de biocorrosão e biodegradação (LA- de proteção corrosiva em oleodutos e que esta-
BIO), Laboratório de H2S, CO2 e corrosividade vam envolvidos em um evento regional sobre
(LAH2S) e Laboratório de Corrosão e Proteção proteção catódica. O grupo formado na década
(LACOR). “O LABIO contribuiu neste evento de 1930, quando o estudo de proteção catódica
com a apresentação de dois trabalhos técnicos foi introduzido.
na área de biocorrosão realizados em parcerias Com mais de 60 anos de experiência no
com a PETROBRAS e a Universidade Federal desenvolvimento de corrosão prevenção e nor-
do Rio de Janeiro – UFRJ”. mas de controle, a NACE Internacional se tor-
Márcia Teresa conta ainda que foram apre- nou a maior organização do mundo comprome-
sentados trabalhos de várias nacionalidades de tida com o estudo da corrosão.

14 C & P • Março/Abril • 2009


Notícias do Mercado

Bayer investirá R$ 140 milhões em 2009 no Brasil


O grupo alemão Bayer anun- mero de colaboradores”.
ciou, no início de abril, que vai O Grupo Bayer no Brasil alcançou lucro líqui-
investir R$ 140 milhões em do de R$ 152,1 milhões no acumulado de 2008,
2009, um aumento de 31,7% em revertendo prejuízo líquido de R$ 143,8 milhões
relação ao ano passado. Segundo no ano anterior. O faturamento do grupo no País
o presidente da empresa e porta foi de R$ 3,7 bilhões no período, o que represen-
voz do grupo no Brasil, Horst- tou um incremento de 21% em relação a 2007.
fried Laepple, a iniciativa se deve "As vendas brasileiras representaram 36% dos ne-
aos bons resultados registrados no gócios da empresa na América Latina e 4% do
ano de 2008. “Existe muita incer- total global, em 2008. O faturamento global da
teza sobre o futuro da economia Bayer foi de 32,9 bilhões de euros, uma alta de
mundial. Mesmo assim, o Grupo 1,6% em relação a 2007", declara Laepple que
Bayer olha para o futuro com destacou ainda o crescimento de 57% das expor-
relativa confiança porque sua es- tações em 2008.
Marc tratégia corporativa mostra-se eficaz mesmo neste O presidente para América Latina da Bayer
Reichardt, ambiente difícil. Os recursos serão usados na ex- CropScience, fabricante de defensivos agrícolas,
presidente para pansão da área de farmacovigilância, na reforma e Marc Reichardt, disse que as perspectivas para a
a América modernização da sede empresa no Brasil, na ex- agricultura brasileira são muito boas. “Mesmo com
Latina da pansão e atualização tecnológica das nossas três fá- o risco de crédito, os preços dessas commodities em
Bayer bricas no país, em Belford Roxo (RJ), São Paulo moeda local influenciarão as decisões dos agriculto-
CropScience (SP) e Porto Alegre (RS), no sistema de informáti- res. O dólar nos níveis atuais favorece a rentabilida-
ca, além do crescimento planejado de 5% no nú- de das culturas em moeda local”, diz o executivo.
Notícias do Mercado

Adelco lança o retificador pulsado ERPm–9000


A Adelco, fabricante de equipamentos para pervisório/PLC.
tratamento, condicionamento e conversão de Nos retifica-
energia em corrente alternada e corrente con- dores pulsados
tínua, apresenta um novo produto no merca- (onda qua-
do nacional. Trata-se do Retificador Modular drada), a em-
para eletro-deposição chaveado em alta fre- presa ainda a-
quência, lineares a pulsados, com sistema mo- presenta a op-
dular que permite o incremento da potência ção de rever-
de saída. são de polari-
Os Retificadores Modulares são micropro- dade. O lançamento oficial do produto foi no
cessados e com corrente de 100 A a 5.000 A e EBRATS – Encontro e Exposição Brasileira de
tensões de 6 a 60 Vcc, ripple <1%, fator de Tratamentos de Superfícies, que aconteceu em
potência >0,92, contador de Ah, arquivo de meados de maio, em São Paulo.
programas/receitas de cada processo, log de
eventos e interface para comunicação com su- Mais informações: vendas@adelco.com.br

Tintas WEG nas novas Plataformas da Petrobrás


Proporcionar um acabamento que confira restrições de apli-
maior durabilidade a uma Plataforma com vida cação em dias chu-
útil média de 25 anos, instalada em alto mar, vosos ou com umi-
sem trazer danos ao meio ambiente. Essa é a dade relativa alta.
missão da tinta Lackpoxi 76 Wet Surface, pro- Outra característica
duzida pela WEG Tintas. O produto atende as do produto é a
necessidades de clientes como a Petrobrás, que ausência de sol-
em maio inicia a pintura de mais duas vente, fazendo com
Plataformas, a P-59 e P-60, consumindo cerca que a tinta não
110 mil litros de tinta. cause danos ao meio
A tinta Lackpoxi 76 Wet Surface é uma ambiente.
solução eficiente para aqueles clientes que Todo o trabalho
necessitam de um produto que permita a apli- de pintura das plataformas será monitorado por
cação em ambientes com umidade relativa do um técnico da WEG Tintas, que acompanha a
ar acima de 85%, proporcionando um aumen- preparação da superfície, forma de aplicação e
to de produtividade, já que não possui questões relacionadas à garantia do produto.
Artigo Técnico

Noções Básicas sobre Processo


de Anodização do Alumínio
e suas Ligas – Parte 13
13ª Etapa – Defeitos

sta parte do artigo irá tra- Causas: Dissolução do filme Causas: Ataque preferencial
tar dos defeitos que, em- MgO/Al2O3 por partículas de sobre a linha de contato entre o
bora sejam revelados no pó ácidas. papel e o metal em presença de
processo de anodização, são Essas partículas se deposi- radicais ácidos, principalmente
oriundos de diversas fontes e tam sobre a superfície do alu- cloretos e sulfatos, contidos no
diversos estágios de manuseio, mínio, resultando numa rápida papel, mais a presença de umi-
Por Adeval estocagem e transporte das corrosão nessas áreas. dade, gerando uma corrosão
Antônio peças a serem tratadas. intergranular.
Meneghesso Onde ocorre: No tanque de
Defeitos no processo de fosqueamento. Onde ocorre: No tanque de
anodização, manuseio, fosqueamento e estocagem.
Colaborador: estocagem e transporte Correção: Uma boa estoca-
João Inácio gem, visto que o MgO é muito Correção: Usar papel com
Gracciolli Corrosão ácida ou alcalina sensível à corrosão. Polir os per- composição controlada, baixo
(Surface Característica: Aparece na fis atingidos. teor de umidade e relativamen-
Finishing – CBA) forma de pitting profundos, te livre de sulfatos e cloretos.
distribuídos ao acaso, muitas Corrosão por atritos Evitar umidade durante o
vezes isolados, na superfície do Característica: Aparece na transporte e estocagem.
material. forma de manchas escuras, ra-
zoavelmente pequenas, com- Defeitos de origens diversas
Causas: A corrosão é causa- postas de grupos de arranca- Característica: Diferenças
da por borrifos ou gases am- mentos e riscos. de tonalidade em materiais
bientais alcalinos ou ácidos. A coloridos eletroliticamente, em
corrosão ácida caracteriza-se Causas: Atritos gerados pelo produtos extrudados para cons-
pelo ataque intergranular, en- contato entre duas secções em trução civil, pode ser um pro-
quanto a corrosão alcalina pelo movimento relativo, produzin- blema de processo (tempo e/ou
ataque em forma de cratera e do um pó fino de alumínio, o condições elétricas), da compo-
ausência de corrosão intergra- qual se oxida rapidamente para sição da liga de alumínio, do
nular. Al2O3 (duro), causando abra- tratamento térmico de homo-
são rápida e acumulativa no geneização antes da extrusão ou
Onde ocorre: No tanque de local. do tratamento térmico de enve-
fosqueamento. lhecimento após a extrusão.
Onde ocorre: No transporte
Correção: Melhorar a esto- ou manuseio, por escorrega- Composição química
cagem. Após a ocorrência, a re- mento e por movimentos osci- Respeitadas as faixas dos
cuperação dos perfis torna-se latórios. elementos de liga e os limites
difícil devido à profundidade de impurezas, o teor do ele-
do pitting. Correção: Melhorar o siste- mento químico Fe merece
ma de embalagem e manuseio, uma consideração especial, de-
Corrosão atmosférica geral através de fixação e amarração vendo estar situado entre 0,16
Característica: Aparece na dos pacotes e da carga. – 0,30 % nas ligas 6060 e
forma de pitting, distribuídos 6063. Abaixo de 0,16% o bri-
ao acaso na superfície do alumí- Corrosão por papel lho torna-se muito intenso,
nio. Característica: Pits, distri- devendo ser utilizada a liga
Tende a localizar-se ao lon- buídos ao acaso, na superfície 6463 em anodizações que
go das linhas da matriz. do material. requerem “alto brilho”.
18 C & P • Março/Abril • 2009
Treinamento & Desenvolvimento

Nem todos querem dar


100% de si próprio
Se a pessoa não está disposta a dar-se a chance de aprender o que errou, pelo meio do esforço
individual obstinado, sequer merece a benesse do que acertou!
extremamente recorren- a estas expectativas aviso, logo de cara, que em minha primeira
te me deparar com pes- prova duas serão as notas possíveis, ou o acadêmico vai conseguir
soas e profissionais dis- nota máxima (10) ou ele conseguirá a nota mínima (zero), sem a
postos a “lei do mínimo esfor- possibilidade de notas intermediárias! O acadêmico respeita, faz
ço” ou ainda dispostos a darem uma cara de desconfiança, às vezes resmunga um pouco, mas nor-
Por Orlando
o “mínimo minimorum” de sua malmente espera para ver que tipo de prova lhe será oportunizada!
Pavani Júnior
capacidade, normalmente ale- No dia da prova, chega a ele um exemplar clássico com o for-
gando que não foram contrata- mato de que existam dez coisas diferentes a responder ou a de-
dos para fazer esta ou aquela monstrar conhecimento, valendo cada uma das proposições um
atividade, nitidamente fora do ponto, permitindo assim que, caso acerte 100% das proposições,
escopo original de sua função, ele consiga a nota máxima (10). A partir daí é que os problemas
ou de que não ganham suficien- acontecem, pois se o acadêmico acertar, por exemplo, apenas sete
temente para tanto! Raramente das proposições, sua nota será a mínima (zero)!
estas pessoas conseguem enxer- Assim que constato que ele acertou menos do que as dez propo-
gar a oportunidade do apren- sições digo a ele a seguinte frase: “Querido, você quase chegou lá,
dizado que está contida em ou seja, acertaste apenas sete das dez proposições, portanto, se tudo
todas as atribuições diferentes se mantiver como está, sua nota final nesta avaliação será realmente
daquelas que normalmente exe- zero! No entanto, tenho uma proposta a lhe fazer para viabilizar
cuta-se com tranquilidade! nosso acordo de que exijo 100% de você, ou seja, lhe darei mais
O mundo corporativo, e até uma semana para pesquisar as proposições que erraste no intuito
nas relações extra-profissionais único de dar-lhe mais uma chance de sair do zero e merecer seu 10.
(tais como nos relacionamentos Se não conseguir nesta semana, dou-lhe mais uma, e mais uma, e
afetivos, nos ambientes acadê- mais outra, até o limite da data da segunda prova, para que consi-
micos etc.), cada vez mais de- gas acertar com total perfeição as três questões erradas. Este é o
mandam uma postura muito preço para não merecer o zero, dedicar-se para acertar as três ques-
diferente do “comodismo” pu- tões erradas! Topa?”
rista e irritante! A “moleza” pre- E você, leitor, acha que os acadêmicos topam!?
cisa dar espaço a proatividade, é O mesmíssimo exemplo aconteceria se ele tivesse acertado nove
preciso encorajar os seres hu- proposições e errado somente uma.
manos a dizerem mais freqüen- Infelizmente, o que tenho constatado é que uma grande quan-
temente a expressão “me des- tidade de acadêmicos não aceitam o desafio e pleiteiam fortemente
culpe…” (típica de quem toma (indo até, às vezes, as vias de fato) o merecimento pela nota que re-
iniciativa e realiza coisas, as ve- presenta seu índice de acertos (7), sem desejar qualquer esforço adi-
zes até erradas, mas realiza) do cional para reparar a deficiência de aprendizado (exemplificado
que a expressão “me dê licen- pelas proposições respondidas erradamente).
ça…” (típica de quem sempre Minha alegação sempre foi: “se a pessoa não está disposta a dar-
espera que alguém lhe fale o se a chance de aprender o que errou, pelo meio do esforço indivi-
próximo passo). dual obstinado, sequer merece a benesse do que acertou”!
Eu, como professor acadê- Pense nisto!
mico, tenho aplicado um desa- Tirá-lo da zona de conforto e fazê-lo refletir e agir é a minha
fio que demonstra claramente principal função… Você sempre é o único culpado… por tudo de
esta tendência. Em minhas dis- bom… e de ruim, em sua vida!
ciplinas costumo dizer a meus
acadêmicos que espero 100%
do empenho deles durante as
aulas, da mesma forma que
imagino que eles esperam Adm. M.Sc. Prof. Orlando Pavani Jr.
100% de meu empenho Consultor Titulado CMC pelo IBCO/ICMCI e Diretor da Solutty, empresa de soluções em
durante as exposições! Alinhado gestão comercial – pavani@gaussconsulting.com.br

20 C & P • Março/Abril • 2009


Segurança & Prevenção

Educar para agir


de forma preventiva
O impacto da educação na prevenção de acidentes e doença no ambiente de trabalho

sse artigo tem por finali- quívocas, vinculadas ao processo ligado à segurança e à saúde do traba-
dade apresentar uma vi- lho. Assim, cada trabalhador deve conhecer perfeitamente os riscos ine-
são geral das questões re- rentes a cada operação que realiza, bem como os prováveis efeitos da
lativas à necessidade de educação exposição aos agentes tóxicos e físicos envolvidos em suas atividades.
dos trabalhadores, no que se re- Além disso, não só trabalhadores operacionais como também os
fere aos riscos em suas atividades Gerentes de Linha e Supervisores devem estar cientes sobre as formas
laborais. Inclui ainda uma apre- mais seguras de se executar cada atividade de sua área de atuação. Isso
ciação de quem são os principais tem a ver com a responsabilidade perante a lei em manter e zelar pela
interessados no assunto preven- integridade física e a saúde do trabalhador. Para isso, necessita tam-
ção de acidente e doença no bém obter informações de acordo com cada circunstância específica,
ambiente de trabalho. tornando-se consciente de todos os riscos potenciais que afetam seu
Um estudo realizado em quadro de pessoal no dia-a-dia e conhecer as possíveis medidas pre-
1981 sobre a formação em ventivas, direitos, responsabilidades e recursos ao seu alcance, que
Segurança e Saúde dos trabalha- podem ajudar a cumprir suas obrigações perante a legislação.
dores, realizado pela Organiza- Segundo a Norma "Ocupational Health and Safety Assessment
ção Internacional do Trabalho Series" – OHSAS 180001, similar ao programa da qualidade norma-
(OIT) começava com a seguinte lizado pela ISO9001, no processo de treinamento, conscientização e
citação do francês Victor Hugo: competência, é recomendado que os seguintes elementos sejam in-
"Nenhuma causa pode triunfar cluídos, entre outros:
sem que se faça primeiro a edu- • identificação da necessidade de conscientização em assuntos relacio-
cação como aliada". Esta obser- nados à Segurança e Saúde em cada nível e função dentro da orga-
vação é bastante apropriada para nização;
qualquer tipo de organização • medidas para identificar e corrigir pequenas falhas entre o nível atua!
que tenha trabalhadores empre- de conhecimento e o nível de conscientização e competência em
gados e em todos os níveis de Saúde e Segurança Ocupacional de cada pessoa;
ações laborais. • fornecimento de treinamento identificado como necessário, de
Educar para agir de forma forma sistemática e em prazo adequado;
preventiva é, sem sombra de dú- • avaliação dos funcionários a fim de assegurar que adquiram e man-
vida, um dos meios de capacitar tenham o conhecimento e a competência exigidos;
o trabalhador a prevenir lesões e • manutenção do registro apropriado referente ao treinamento e à
doenças relativas ao trabalho. Na competência de cada funcionário;
proporção em que cada lugar de • treinamento sobre perigos e medidas locais de saúde e segurança, ris-
trabalho se faz cada vez mais cos, precauções a serem tomadas e procedimentos a serem seguidos.
complexo, surgem novas exigên- Assim, entende-se por treinamento, conscientização e competên-
cias de uma melhor compreen- cia, como sendo um processo contínuo de comunicação e treinamen-
são das causas e meios de preve- to, de modo a manter os trabalhadores atualizados mediante a inicia-
nir os acidentes, lesões e enfer- tiva de promover informações necessárias para a melhoria da seguran-
midades. E aqui, neste caso, a ça e qualidade do desempenho das suas tarefas.
alta administração e, em especi- A Empresa, ao estabelecer uma política educacional nesta área,
al, o pessoal de RH, têm um estará garantindo pessoas mais capacitadas para o desenvolvimento de
importante papel a desempenhar seu trabalho. Utilizando-se de procedimentos mais seguros advindo
no desenvolvimento das ações desta atividade, estarão evitando, certamente, ações trabalhistas e des-
voltadas para esse assunto. pesas extraordinárias com saúde e, principalmente, contribuindo para
É preciso facilitar aos traba- o estabelecimento de uma política de respeito ao trabalhador e atuan-
lhadores as instruções necessárias do com responsabilidade social.
ao desenvolvimento de suas ativi-
dades com segurança. é necessá- José Jorge Viegas Fereira
rio promover condições para que Engenheiro de Segurança do Trabalho especialista nas Normas ISO 14000 e OHSAS
recebam instruções claras e ine- 18000 – maestsms@yahoo.com.br

C & P • Março/Abril • 2009 21


Artigo Técnico

Fosfatização de Metais Ferrosos


Parte 17 – Refinamento de grão
Neste artigo, o foco será o estágio de refinamento de grão, também denominado
ativação ou condicionamento, o qual é fundamental para a obtenção
de camadas fosfatizadas uniformes

ão é por acaso que este camadas à base de fosfato de zin- solução de ativação. Caso se use
estágio de pré-tratamento co são soluções levemente alcali- água de dureza elevada esta efi-
é conhecido por três de- nas contendo compostos de titâ- ciência cai, devendo-se adicionar
nominações: refinamento de nio ou soluções diluídas de ácido à solução de ativação aditivos es-
grão, ativação ou condiciona- oxálico (BIESTEK & WEBER, peciais para diminuir a ação pre-
Por Zehbour mento. A primeira, refinamento 1974, p. 167; DEBNATH, BAHR & judicial da dureza (RAUSCH,
Panossian de grão, parece óbvia visto que ROY, 1989). Estudos conduzidos 1990, p.86; FREEMAN, 1988,
este estágio foi introduzido para com estes dois tipos de soluções p.104). Cuidados devem ser
promover um refinamento de mostraram que o efeito benéfico tomados também com a tempe-
grão das camadas formadas sobre dos compostos de titânio é supe- ratura do refinador. Um aqueci-
superfícies desengraxadas e/ou rior aos do ácido oxálico (DEB- mento excessivo (>66ºC) pode
decapadas. A segunda, ativação, NATH, BAHR & ROY, 1989). prejudicar a ação do refinador
deriva do fato de que o tempo A descoberta da influência (METALS HANDBOOK, 1987,
Por Célia A. L. para a obtenção da camada de benéfica dos compostos de titâ- p.439).
dos Santos fosfato é reduzido. A terceira nio nos processos de obtenção de Outras soluções contendo
resulta do fato de que a superfí- camadas à base de fosfato de zin- compostos de titânio também
cie a ser fosfatizada é previamen- co ocorreu durante a Segunda podem ser usadas, citando-se (BI-
te condicionada de modo a se Guerra Mundial, 1943, por Jern- ESTEK & WEBER, 1974, p.167):
obter uma camada com caracte- stadt que descobriu a influência • solução de polifosfatos conten-
rísticas desejadas. A denomina- da imersão em solução de fosfato do de 0,1 mg/l a 100 g/l de
ção mais adequada parecer ser a monoácido de sódio contendo titânio;
de condicionamento, fato justifi- titânio sobre as características da • solução contendo fosfato de
cado mais adiante. camada de fosfato (FREEMAN, titânio, terpenos e agentes ten-
O estágio de condicionamen- 1988, p.7). soativos.
to faz parte dos processos de ob- O composto ativo para os A maneira com que os com-
tenção de camadas à base de fos- processos à base de fosfato de postos de titânio atuam como
fato de zinco e de manganês zinco é obtido da seguinte ma- refinadores de grão não é muito
(FREEMAN, 1988, p.76) e precede neira: evapora-se uma solução de bem esclarecida. Acredita-se que
imediatamente o de fosfatização, fosfato monoácido de sódio con- as partículas de titânio (que se
sem interposição de lavagem, e tendo compostos solúveis de ti- encontram na forma de colóides)
tem por objetivo principal con- tânio até a secagem. O produto são atraídas eletrostaticamente
trapor a influência dos estágios seco é novamente dissolvido em pelas zonas catódicas da superfí-
de desengraxamento e de deca- água, de preferência destilada, cie do substrato constituindo
pagem que determinam a obten- constituindo-se na solução de núcleos ativos para a formação
ção de camadas de granulação ativação. As condições de prepa- de cristais de fosfato. Informa-
grosseira. Assim, este estágio ração do composto ativo são es- ções complementares podem ser
torna-se imprescindível quando pecíficas de modo que variações obtidas a partir de estudos mais
se adota desengraxamento com podem levar à obtenção de com- aprofundados realizados por
solução alcalinas fortes e/ou postos ativos inadequados. A (TEGEHALL, 1989, 1990) e (WOL-
decapagem em solução de ácidos concentração de titânio na solu- PERS e ANGELI, 2001).
fortes, podendo ser dispensado ção de ativação é de aproximada- Análises realizadas em cama-
quando, por exemplo, o pré-tra- mente 0,01% e a de fosfato das obtidas a partir de banhos à
tamento consiste apenas esfrega- monoácido de sódio varia de 1% base de fosfato de zinco com o
mento com querosene. a 2% (BIESTEK & WEBER, 1974, estágio de ativação mostraram a
As soluções mais utilizadas p.167). O uso de água destilada presença de titânio juntamente
neste estágio para obtenção de é para prolongar a eficiência da com a hopeíta e a fosfofilita
22 C & P • Março/Abril • 2009
(DEBNATH, BAHR & ROY, 1989). bém ser utilizadas na ativação de da camada;
Na tabela 1, a título de ilus- processos de obtenção de cama- • solução de nitrito de sódio.
tração, apresentam-se os resulta- das à base de fosfato de zinco, Neste caso, o nitrito presente
dos de ensaios objetivando veri- citando-se (LORIN, 1974, p. 117; na superfície do substrato exer-
ficar o efeito da ativação com BIESTEK & WEBER, 1974, p. 167; ce ação de acelerar o processo
compostos de titânio em proces- RAUSCH, 1990, p. 86; FREEMAN, de fosfatização.
sos de fosfatização a base de fos- 1988, p.107): Os banhos de fosfato de
fato de zinco. Observando a • solução diluída de sulfato de manganês apresentam tendência
tabela 1, fica claro o efeito bené- cobre ou de níquel (1,0 %). intrínseca em produzir camadas
fico do estágio de ativação sobre Durante a imersão nestas solu- de fosfatização grosseira, por esta
a influência prejudicial do de- ções, ocorre a deposição galvâ- razão, a ativação torna-se uma
sengraxamento em solução alca- nica de cobre ou de níquel que etapa de fundamental importân-
lina forte e da decapagem em agem como catodos efetivos cia nos processos à base de fosfa-
meio ácido. durante a fosfatização determi- to de manganês.
Cabe lembrar que os com- nando refinamento de grão; Até 1967, nos processos à
postos de titânio são efetivos • suspensão de fosfato de zinco base de fosfato de manganês,
apenas nos processos de fosfati- neutro (Zn3(PO4).4H2O) fi- não era possível a utilização de
zação à base de fosfato de zinco. namente dividido. Esta solu- desengraxantes alcalinos fortes
No entanto, quando o banho ção requer agitação constante e/ou decapantes. Com o advento
utiliza banho de fosfato de zin- para manter em suspensão as das soluções de ativação, foi pos-
co modificado com cálcio, seu partículas de fosfato de zinco. sível incluir estes dois estágios de
efeito não é bem estabelecido Por esta razão, esta solução é pré-tratamento. Neste caso, a so-
(RAUSCH, 1990, p.86). adequada para aplicação por lução da estágio de ativação con-
A maneira com que o ácido aspersão; siste de uma suspensão aquosa
oxálico age como refinador de • solução ácida contendo com- de fosfato de manganês insolúvel
grão é atribuída à formação de postos de bismuto ou antimô- finamente dividido (RAUSCH,
oxalatos na superfície do substra- nio. Com esta solução obtêm- 1990, p.89; FREEMAN, 1988,
to. O ácido oxálico é utilizado na se camadas fosfatizadas escuras: p.76, 80, 104). A eficiência desta
forma de soluções contendo de os sais de bismuto ou antimô- ativação depende da estrutura
5,0 g/l a 10,0 g/l à temperatura nio depositam-se na superfície cristalina das partículas de fosfa-
ambiente (FREEMAN, 1988, do substrato e são incorpora- to de manganês mantidas em
p.103). dos na camada fosfatizada fato suspensão através de agitação efi-
Outras soluções podem tam- que determina o escurecimento ciente. Quando se utilizam par-

Tabela 1 – Efeito da ativação com compostos de titânio em processos de fosfatização à base de


fosfato de zinco com pré-tratamentos diferentes (RAUSCH, 1990, p. 87)
TIPO DE PRÉ-TRATAMENTO
Percloroetileno, Solução alcalina Percloroetileno
CARACTERÍSTICAS DOS BANHOS fase vapor forte fase vapor + solução
de ácido sulfúrico
Ti sem Ti Ti sem Ti Ti Sem Ti
Banho acelerado com nitrato/nitrito a 60ºC
Massa de fosfato (g/m2) 4,05 6,94 4,11 9,81 4,19 8,42
Rugosidade superficial (m) 1,0 8,0 2,5 10,0 6,5 9,5
Tempo mínimo de fosfatização (min) 1,0 3,0 1,5 5,0 1,0 8,0
Banho acelerado com clorato a 70ºC
Massa de fosfato (g/m2) 1,54 1,77 2,09 1,97 1,71 4,93
Rugosidade superficial (m) 1,0 4,5 1,5 4,0 1,5 4,5
Tempo mínimo de fosfatização (min) 0,5 3,0 3,0 3,0 2,0 8,0
Banho acelerado com nitrato a 60ºC
Massa de fosfato (g/m2) 5,26 11,23 5,36 11,56 4,91 13,42
Rugosidade superficial (m) 2,0 12,0 4,5 17,0 3,0 14,0
Tempo mínimo de fosfatização (min) 1,5 3,0 1,0 6,0 1,5 6,0

C & P • Março/Abril • 2009 23


1a 2a

1b 2b

Figura 1 – Efeito da introdução do estágio de Figura 2 – Efeito da introdução do estágio de


condicionamento no tamanho de cristais de fosfato condicionamento no tamanho de cristais de fosfato
sobre substratos de aço carbono laminado a frio em substratos de aço carbono laminado a frio (banho
(banho à base de fosato de zinco acelerado com à base de fosato de zinco acelerado com nitrato e
nitrato e nitrito). Na figura 1a, é mostrada a nitrito). Na figura 2a, é mostrada a morfologia da
morfologia da camada de fosfato obtida sem o estágio camada de fosfato obtida sem o estágio de
de condicionamento e na figura 1b com o estágio de condicionamento e na figura 2b com o estágio de
condicionamento (Aumento 350 x) condicionamento (Aumento 350 x)

tículas de hureaulita cristalina os em substratos submetidos a um estágio de refinamento, a cama-


resultados são melhores. Tem-se desengraxamento e/ou decapa- da obtida apresentará cristais
ainda a influência do tamanho gem fortes. No entanto, nem maiores, porém ainda bastante
das partículas: quanto menor as sempre isto ocorre. Experiências finos e muito uniformes. As fi-
partículas, maior é a capacidade mostraram (LEITE et al., 2000) guras 1 e 2 ilustram este fato. Em
de ativação. Na prática, utilizam- que para uma superfície metálica ambos os casos, as camadas fo-
se suspensões com concentração altamente encruada, por exem- ram obtidas em processo contí-
entre 1,0 g/l a 2,0 g/l, com agita- plo devido a um tratamento me- nuo a partir de um banho a base
ção contínua. A aplicação por cânico de laminação, este estágio de fosfato de zinco acelerado
aspersão também pode ser utili- poderá determinar aumento do com nitrato e nitrito. O pré-tra-
zada. Para melhorar as caracterís- tamanho de cristais, fato que tamento consistiu na imersão
ticas de dispersão adicionam-se à contradiz a própria denomina- rápida em um desengraxamento
suspensão pirofosfatos alcalinos ção dada a este estágio, qual seja, alcalino fraco seguido de imersão
(RAUSCH, 1990, p.89). Acredita- estágio de refinamento de grão. em ácido muito diluído. Chapas
se que o fosfato de manganês se Superfícies altamente encruadas de aço laminadas a frio foram
deposita mecanicamente sobre o apresentam muitos sítios ativos utilizadas nos dois casos. Pode-se
substrato e age como núcleos e, portanto, a camada de fosfato verificar que na ausência do está-
para a formação da camada de formada sobre elas apresentará gio de condicionamento, a ca-
fosfatos. granulação extremamente fina mada de fosfato apresenta cristais
Cabe citar, novamente, que (caso não se adote um desengra- finíssimos. No caso da figura 2a,
este estágio foi introduzido para xamento forte, nem uma deca- a camada não é uniforme devido
conseguir uma diminuição do pagem forte e nem este estágio). a não-uniformidade do grau de
tamanho dos cristais de fosfato Se, no entanto, for introduzido o deformação do substrato. Em
24 C & P • Março/Abril • 2009
ambos os casos, as camadas ob- metais alcalinos ou de amônio FíCIE, 10. São Paulo, 2000,
tidas, após a adição do estágio (lembrar que estes banhos já o- Anais… São Paulo : ABTS, 2000
de condicionamento, são muito peram com valores de pH relati- (CD ROM).
uniformes e apresentam cristais vamente elevados, de modo que LORIN, G. 1974. Phosphating of
de fosfato ainda finos. Face ao qualquer arraste pode determi- metals. Great-Britain: Finishing
exposto verifica-se que real- nar aumento significativo do pH Publications. 222p.
mente a denominação estágio do banho). Além disso, o desen- METALS Handbook. 1987. 9 ed.
de refinamento de grão não é graxamento alcalino determina a Metals Park: ASM, 17v. v.5: surface
adequado. passivação do aço o que dificulta cleaning, finishing and coating.
Por outro lado, a denomina- o início da formação dos cristais p.439.
ção estágio de ativação pode tra- de fosfato. RAUSCH, W. 1990. The phosphating of
zer algum tipo de dúvida visto Por estas razões, é comum metals. 1st.ed. Great Britain :
que esta mesma denominação é introduzir um estágio de neutra- Redwood Press, 416p.
utilizada para um outro caso: lização após o desengraxamento TEGEHALL, P.-E. Colloidal titanium
quando o substrato a ser tratado e lavagem com água e antes da phosphate, the chemical activator in
não necessita de um estágio de fosfatização. Esta lavagem con- surface conditioning before zinc phos-
decapagem, costuma-se mergu- siste em imersão em uma solução phating. Colloids and Surfaces, v.
lhar o substrato desengraxado acidificada com ácido fosfórico 42, p. 155-164,1989.
em um banho de ácido diluído até pH 4,0 a 4,5 (HAMILTON, TEGEHALL, P.-E. The mechanism of
para neutralizar os possíveis resí- 1979). Uma sequência típica, chemical activation with titanium
duos provenientes do desengra- para este caso, é a seguinte: phosphate colloids in the formation of
xante. Em algumas empresas, o • desengraxante alcalino; zinc phosphate conversion coatings.
estágio de imersão em ácido • lavagem com água; Colloids and Surfaces, v. 49, p. 373-
diluído também é denominado • neutralização; 383, 1990.
de estágio de ativação. Isto por- • fosfatização.
que a solução desengraxante
determina a passivação do subs- Na próxima edição, esta série
trato de aço o que dificulta o iní- de publicações terá continuidade
cio da formação dos cristais de com um artigo sobre pós-trata-
fosfato. A imersão no ácido mento das camadas fosfatizadas.
diluído despassiva o aço, portan-
to ativa o aço. Referências bibliográficas
Assim sendo, o nome mais BIESTEK, T.; WEBER, J. 1976.
adequado para este estágio seria Electrolytic and chemical conversion
o de condicionamento pois nem coatings. 1st ed. Wydawnictwa :
sempre este estágio determina o Porteceilles. 432p.
refino de grão e não é o único DEBNATH, N.C.; BHAR, G.N.;
que ativa a superfície, mas sem- ROY, S. The effects of grain refining
pre tem a função de condicionar chemicals on the morphology and cor-
a superfície para que os cristais rosion resistance of zinc-phosphate
de fosfato sejam formados de coating on mild steel substrates.
maneira uniforme com granula- JOCCA. n.12, p. 492-494, 1989. Zehbour Panossian
ção fina o suficiente. FREEMAN, D. B. 1988. Phospating Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
and metal pre-treatment. 1st ed. Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
Neutralização New York : Industrial Press, 229p. Proteção – LCP. Doutora em Ciências
Nos processos de fosfatização HAMILTON, A. J. Iron phosphate spray (Fisico-Química) pela USP.
em que não se usa decapagem systems. Plating and Surface Responsável pelo LCP.
ácida, a probabilidade de au- Finishing. v.66, n.8, p. 28-34, 1979. Célia A. L. dos Santos
mento do pH do banho de fos- LEITE, E.; SILVA, S. A. B.; FERREI- Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
fatização devido ao arraste de RA FILHO, A.; BONFIM, M. F.; Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
desengraxante alcalino é muito OLIVEIRA, W.; PANOSSIAN, Z.; Proteção – LCP. Doutora em Química
elevada. Este fato pode prejudi- ALMEIDA, L. A.B. Otimização de (Fisico-Química) pela USP.
car a formação adequada de ca- produção de chapas fosfatizadas em Pesquisadora do LCP.
madas fosfatizadas, principal- processos contínuos para estampagem. Contato com as autoras:
mente nos casos em que o In: ENCONTRO BRASILEIRO zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
banho é à base de fosfatos de DE TRATAMENTO DE SUPER- fax: (11) 3767-4036

C & P • Março/Abril • 2009 25


Artigo Técnico

Corrosão e proteção catódica de


tubulações enterradas e tanques
em plantas industriais
A instalação de um sistema de proteção catódica é a única solução que garante proteção contra a
corrosão das tubulações enterradas e tanques de armazenamento das plantas industriais

or serem enterrados e de teção catódica, que permite eli- tica forçada, fazendo com que al-
difícil inspeção visual, os minar por completo a corrosão, gumas delas comecem a furar an-
fundos dos tanques e as sem interferir na operação nor- tes mesmo da entrada em opera-
tubulações enterradas existentes mal da fábrica, mesmo que o ção da planta.
nas fábricas, plantas industriais, processo corrosivo já esteja adi- Essa grande quantidade de
Por Eng. Luiz indústrias petroquímicas e termi- antado. variáveis faz com que o solo seja
Paulo Gomes nais de armazenamento tendem considerado um dos meios cor-
a ser esquecidos pelos técnicos de Corrosão pelo solo rosivos mais complexos que e-
operação e manutenção, que ge- O comportamento do solo xistem, sendo praticamente im-
ralmente são surpreendidos como meio corrosivo em uma possível de se determinar com
quando os primeiros furos causa- planta industrial é muito impor- exatidão sua ação agressiva para
dos por corrosão começam a tante de ser estudado e depende os materiais metálicos nele
aparecer. de muitas variáveis, como: aera- enterrados, normalmente o aço
Estamos falando das tubula- ção, umidade, pH, presença de carbono.
ções enterradas de água de com- micro-organismos, condições cli- Os problemas de corrosão
bate a incêndio, água de refrige- máticas, heterogeneidades, pre- das instalações enterradas em
ração, água potável, gás natural, sença de bactérias redutoras de uma planta industrial podem ser
ar comprimido, petróleo, deriva- sulfato, presença de fertilizantes, diagnosticados com boa preci-
dos de petróleo e diversos produ- despejos industriais e produtos são, mediante a determinação e
tos químicos e petroquímicos químicos diversos. análise das seguintes variáveis:
que existem em qualquer planta Os problemas de corrosão • resistividade elétrica do solo
industrial. pelo solo se agravam bastante de- • pH do solo
Os problemas ocorrem, vido à ocorrência de falhas nos • valores dos potenciais das
também, nos tanques de arma- revestimentos das tubulações en- tubulações e tanques, medidos
zenamento enterrados ou com terradas e dos fundos dos tan- em relação ao próprio solo
base apoiada, que apresentam ques e, principalmente, devido • conhecimento das característi-
problemas de corrosão no fun- ao par galvânico aço/cobre, cau- cas de instalação dos tanques,
do (parte externa) ou nas super- sado pela presença da malha de das tubulações enterradas e das
fícies internas do fundo e do aterramento elétrico da planta malhas de aterramento elétrico
costado, dependendo do produ- industrial, necessária para a segu- (comprimentos, diâmetros, ti-
to armazenado. rança elétrica das instalações, po de revestimento e desenhos
O diagnóstico de corrosão mas extremamente prejudicial de instalação).
dessas instalações pode ser feito sob o ponto de vista da corrosão.
com base na interpretação dos Em condições ainda mais ad- Influência das resistividades
valores das resistividades elétricas versas, as tubulações e os tanques elétricas do solo
e do pH do solo e na análise dos de algumas plantas industriais As resistividades elétricas do
potenciais eletroquímicos tubo/ podem, também, ser influencia- solo podem ser medidas por in-
solo e tanque/solo, que podem dos por correntes de fuga, oriun- termédio de um instrumento a-
ser medidos em qualquer época, das de estradas de ferro eletrifica- propriado, pelo Método de
sem a necessidade de escavações das, sistemas de proteção catódi- Wenner ou Método dos Quatros
e com a fábrica em operação. ca existentes nas proximidades, Pinos, em todos os locais onde
O estudo permite verificar as máquinas de solda em operação existem tanques de armazena-
condições de corrosão a que es- e outras fontes de corrente contí- mento ou tubulações metálicas
tão sujeitos os tanques e as tubu- nua. Essas correntes de fuga des- enterradas.
lações e definir a necessidade da troem as instalações metálicas Quanto mais baixas forem as
instalação de um sistema de pro- enterradas por corrosão eletrolí- resistividades elétricas medidas
26 C & P • Março/Abril • 2009
TABELA 1 – AGRESSIVIDADE DOS SOLOS EM FUNÇÃO DE SUA
RESISTIVIDADE ELÉTRICA
Resistividade Elétrica Agressividade
Até 10.000 Ω.cm Alta
10.000 a 50.000 Ω.cm Média
Acima de 50.000 Ω.cm Baixa

mais facilmente funcionarão as corrosão é sempre mais acen- usado nos sistemas de aterra-
micro-pilhas e macro-pilhas de tuado, devido à presença das mento elétrico.
corrosão, sempre presentes nas conhecidas macro-pilhas de c. Valores entre –0,20V e
superfícies enterradas do aço, de- corrosão ou pilhas de resistivi- –0,50V, muito comuns de
vido à variação da composição dade elétrica diferencial. ocorrer em plantas indus-
química, presença de inclusões triais, podem significar a pre-
não-metálicas e tensões internas Influência dos potenciais sença de corrosão galvânica,
diferentes, causadas pelos proces- tubo/solo e tanque/solo causada pelo par galvânico
sos de fabricação, conformação e Potenciais tubo/solo ou tan- aço/cobre, devido às ligações
soldagem dos tubos e tanques. que/solo significam a diferença elétricas diretas (caso dos tan-
Podemos classificar a agressi- de potencial que existe entre uma ques, que são aterrados eletri-
vidade dos solos, sob o ponto de tubulação enterrada ou um tan- camente mediante ligação
vista da resistividade elétrica que de armazenamento e um ele- direta com a malha de aterra-
medida, conforme a tabela 1. trodo de referência em contato mento) ou indiretas (caso das
com o solo. tubulações, que são ligadas
Observações importantes Essas medições são feitas indiretamente à malha de
a. Alguns autores apresentam usando-se instrumentos apro- aterramento, através dos mo-
graus de agressividade dife- tores das bombas e outros
rentes, considerando, inclusi- equipamentos elétricos ater-
ve, que solos com resistivida- rados ou através de ligações
de elétrica superior a com os próprios tanques).
10.000Ω.cm não são agressi- d. Valores iguais ou mais negati-
vos. Nossa experiência mos- vos que –0,70V podem signi-
tra, entretanto, que os solos ficar que os tanques ou as tu-
só podem ser considerados bulações estão recebendo
não agressivos quando apre- corrente de uma fonte exter-
sentam resistividades elétricas na de corrente contínua, que
bastante uniformes e bastante pode ser um sistema de pro-
altas. teção catódica ou um sistema
b. Mesmo em solos de muito priados, normalmente voltíme- de aterramento elétrico cons-
alta resistividade elétrica, po- tros eletrônicos de alta sensibili- truído com anodos galvâni-
de haver corrosão severa em dade e alta impedância, comple- cos de zinco, solução algumas
tubulações metálicas enterra- mentados por uma meia-célula vezes adotadas, especialmen-
das, devido à ocorrência de ou eletrodo de referência de te em tanques, em substitui-
outros fatores importantes, Cu/CuSO4. ção ao aterramento elétrico
como, por exemplo, a pre- Os valores dos potenciais de cobre. Eletrodutos galva-
sença de correntes de fuga e a tubo/solo e tanque/solo podem nizados enterrados, princi-
existência dos pares bi-metá- ser interpretados da seguinte palmente quando novos, cos-
licos causados pelos sistemas maneira: tumam apresentar potenciais
de aterramento elétrico. Des- a. Valores da ordem de –0,50V negativos dessa grandeza,
sa maneira, diagnósticos de a – 0,60V, fixos e sem flutua- devido à influência do zinco
ausência de corrosão não ções, significam os potenciais usado no processo de galva-
podem ser feitos apenas com naturais de corrosão do aço nização.
os valores medidos das resisti- enterrado. e. Potenciais flutuantes, com a
vidades elétricas do solo. b. Valores da ordem de –0,20V, ocorrência de valores positi-
c. Em solos com resistividade e- fixos e sem flutuações, signi- vos ou menos negativos que
létrica variável, o que é co- ficam o potencial natural do –0,20V, significam a ocorrên-
mum de ocorrer, o grau de cobre enterrado, material cia de correntes de fuga, com
C & P • Março/Abril • 2009 27
corrosão eletrolítica grave, usadas nos fundos (parte exter- ser dimensionados, nesses casos,
forçada, causada pela influên- na) dos tanques de armazena- para densidades de correntes
cia de uma ou mais fontes mento são suficientes para prote- mais baixas.
externas de corrente contínua, ger aquelas instalações contra a
como as já descritas anterior- corrosão. Proteção catódica
mente. Os especialistas em corrosão Uma vez diagnosticada a o-
f. Potenciais iguais ou mais ne- sabem, entretanto, que essa corrência de corrosão nas tubu-
gativos que –0,85V signifi- crença é totalmente infundada, lações enterradas e tanques de
cam que as tubulações ou tan- uma vez que os revestimentos armazenamento recomenda-se
ques que operam nessas con- externos aplicados nos tanques e sempre, qualquer que seja o
dições estão protegidos cato- tubulações enterrados possuem tipo de corrosão (pelo solo, gal-
dicamente, e portanto livres poros, falhas, absorvem umida- vânica, por correntes de fuga ou
de qualquer tipo de corrosão. de e envelhecem com o passar todas ao mesmo tempo), a ins-
Essa condição somente pode do tempo, permitindo o funcio- talação de um sistema de prote-
ser conseguida, mediante a namento das pilhas de corrosão. ção catódica.
instalação de um sistema de Dessa maneira, todas as ins- A instalação do sistema de
proteção catódica. talações enterradas, mesmo as proteção catódica é a única solu-
bem revestidas, estão sujeitas à ção capaz de eliminar os proces-
Influência do pH corrosão pelo solo e se corroem sos corrosivos das tubulações
As medições do pH podem em pontos localizados, nas fa- enterradas e tanques com baixo
ser feitas mediante análise em la- lhas e nos poros do revestimen- custo e total garantia.
boratório de amostras do solo to, com maior ou menor inten- O sistema de proteção cató-
colhidas em vários locais dentro sidade, dependendo, como já dica largamente utilizado em
da fábrica. vimos, das características do so- plantas industriais, por corrente
Os valores do pH do solo, lo, dos valores dos potenciais impressa, consiste na instalação
quando comparados com os va- tubo/solo e tanque/solo, da e- de um ou mais retificadores e
xistência dos pares galvânicos anodos inertes de ferro.silí-
aço/cobre (malhas de aterra- cio.cromo, distribuídos dentro
mento elétrico) e da ocorrência da planta e enterrados na pro-
de correntes de fuga (corrosão fundidade de até 3,0 metros.
eletrolítica). Os potenciais tubo/solo e tan-
Quanto melhor a qualidade que/solo, nessas condições, são
do revestimento, entretanto, me- mantidos com valores iguais ou
nores serão os problemas de cor- mais negativos que –0,85V
rosão e mais simples os sistemas (Cu/CuSO4) e a corrosão é to-
de proteção catódica, que podem talmente eliminada.

lores dos potenciais dos tanques


e das tubulações, nos permitem
verificar se as instalações enterra-
das estão operando dentro da
faixa de corrosão, de passividade
ou de imunidade do conhecido
Diagrama de Pourbaix (diagra-
ma E-pH).
Embora seja válido para o
ferro em meio aquoso, esse dia-
grama pode ser usado, na práti-
ca, por aproximação, para as ins-
talações de aço enterradas.

Influência do revestimento
Muitos técnicos acreditam
que os revestimentos usados nas
tubulações e tanques enterrados
ou que as camadas betuminosas
28 C & P • Março/Abril • 2009
Exemplo prático real indicando a presença de corrosão tanques de armazenamento com
Uma indústria petroquímica galvânica, devido ao par aço/ base apoiada podem ser 100%
no Brasil estava com os fundos cobre, contribuindo para o agra- inspecionados, com segurança e
dos tanques, tubulações da rede vamento da corrosão pelo solo. baixo custo, pelo uso de equipa-
de incêndio e rede de água de Os valores entre –0,5V e mentos modernos de medição de
refrigeração apresentando furos –0,7V são os potenciais naturais espessura, disponibilizados no
frequentes, situação comum de de corrosão do aço enterrado, Brasil pela Rosen, que funcio-
ocorrer em plantas industriais, indicando a ocorrência de corro- nam com tecnologia de fluxo
após alguns anos de operação. são natural pelo solo. magnético de alta resolução.
As medições de campo que A ausência de potenciais po- Esse tipo de inspeção permi-
fizemos (resistividades elétricas, sitivos e a ocorrência de poten- te localizar com exatidão os pon-
pH do solo e potenciais tubo/ ciais fixos, sem flutuações, mos- tos corroídos das superfícies das
solo e tanque/solo), apresenta- traram que as tubulações enter- chapas dos fundos e programar a
ram os seguintes valores: radas e tanques de armazena- substituição apenas das chapas
a. Resistividades elétricas do mento não estavam influencia- mais corroídas, com considerável
solo – As resistividades elétri- dos por qualquer tipo de corro- economia.
cas do solo, medidas em vinte são por correntes de fuga.
pontos diferentes ao longo da c. pH do solo – As determina- Recomendação
fábrica, foram as seguintes: ções do pH do solo, feitas em Para plantas industriais em
• 20% dos pontos medidos laboratório à partir de 10(dez) construção ou já existentes, mes-
eram inferiores a 10.000 amostras colhidas na fábrica, mo que os furos por corrosão
Ω.cm apresentavam 100% dos valo- ainda não tenham começado a
• 80% dos pontos medidos res com pH abaixo de 7, con- aparecer, recomendamos adotar
estavam na faixa entre firmando, mediante compa- o procedimento seguinte:
10.000 Ω.cm e 100.000 ração com os potenciais me- • Providenciar a execução dos
Ω.cm. didos, que os fundos dos tan- serviços de medições de campo,
Comentário: ques e as tubulações enterra- a análise dos valores medidos e
Esses valores mostraram que, das estavam se corroendo, o diagnóstico sobre a ocorrên-
sob o ponto de vista somente da uma vez que operavam na cia de corrosão nas tubulações
resistividade elétrica, o solo da faixa de corrosão do Diagra- enterradas e tanques de armaze-
região apresentava agressividade ma Simplificado E-pH. namento enterrados ou com
variável, desde alta (valores abai- base apoiada.
xo de 10.000 Ω.cm) a baixa Solução adotada • Providenciar a instalação de um
(valores acima de 50.000 Ω.cm), Para eliminar os problemas sistema de proteção catódica,
significando possibilidade de de corrosão que estavam ocor- com base nos resultados e reco-
funcionamento de micro-pilhas rendo, recomendamos, projeta- mendações do relatório de
e macro-pilhas de corrosão e mos e instalamos um sistema de diagnóstico.
ocorrência de ataque corrosivo proteção catódica por corrente • Para tanques já existentes, pro-
variando de severo a moderado, impressa, que está operando com videnciar a inspeção de seus
justificando, por si só, os proble- eficiência há muitos anos. fundos e costados com a tecno-
mas de corrosão observados. Os tanques e as tubulações logia do fluxo magnético de al-
b. Potenciais tubo/solo e tan- operam agora com potenciais ta resolução, para que se possa
que/solo – Os potenciais tanque/solo e tubo/solo da or- conhecer com precisão o estado
tubo/solo e tanque/solo me- dem de –1,0V (Cu/Cu/SO4) e os de corrosão de todas superfícies
didos apresentaram os se- furos por corrosão foram total- inspecionadas, o que permite
guintes valores: mente eliminados. definir a necessidade ou não da
• 60% dos pontos medidos Cumpre destacar que a insta- execução de reparos, garantin-
apresentavam potenciais lação do sistema de proteção ca- do a segurança operacional do
entre –0,2V e –0,5V. tódica evitou a troca de trechos e parque de armazenamento.
• 40% dos pontos medidos chapas corroídas das tubulações e
apresentavam potenciais tanques, exigindo apenas simples
entre –0,5V e –0,7V. reparos das regiões perfuradas. Luiz Paulo Gomes
Comentário: Engenheiro de Equipamentos de Petróleo pela
Os valores entre –0,2V e Inspeção de fundo de PETROBRAS e diretor da IEC - Instalações
–0,5V mostraram influência da tanques de armazenamento e Engenharia de Corrosão Ltda.
malha de aterramento elétrico, Os fundos e os costados dos Contato: lpgomes@iecengenharia.com.br

C & P • Março/Abril • 2009 29


Case Prumo/TS

Ajuste da espessura do revestimento


de níquel em processo de niquelação
A importância do emprego de cálculos eletroquímicos para a obtenção da espessura almejada

Projeto de Unidades Mó- Um dos clientes desta empresa exigia um valor mínimo de espes-
veis do setor de Trata- sura de níquel de 7 µm em um tipo de mola de aço-carbono, e a
mento de Superfícies – empresa solicitou o auxílio do PRUMO/TS tanto para verificar quan-
PRUMO/TS é um dos projetos to de espessura estava aplicando quanto para ajustar o processo para
do Instituto de Pesquisas Tecno- atingir o valor necessário.
Por Cleiton dos lógicas do Estado de São Paulo As molas recebiam um revestimento inicial de cobre alcalino com
Santos Mattos S/A – IPT, cuja característica é a função de melhorar a aderência do níquel e, em seguida, recebiam o
realizar atendimentos tecnológi- revestimento de níquel por um tempo de eletrodeposição de 1 h. Nos
cos in loco, principalmente às mi- dias do atendimento, foram inicialmente medidas as espessuras de
cro e pequenas empresas algumas destas peças pelo método de fluorescência de raios X, que
(MPEs), com auxílio do Serviço possibilita medir a espessura de revestimentos metálicos inclusive em
Brasileiro de Apoio às Micro e regiões muito pequenas, e o resultado médio obtido está apresentado
Pequenas Empresas de São Paulo na tabela 1.
Rafael Guerreiro – SEBRAE-SP e da Secretaria de Como pode ser observado, a espessura estava abaixo do valor exi-
Desenvolvimento do Estado de gido pelo cliente. Desta forma, a equipe do PRUMO/TS atuou para
São Paulo – SD. corrigir o problema. Primeiramente, foram verificados os parâmetros
Uma das empresas atendidas do banho:
pelo PRUMO/TS em 2008 foi a • a corrente aplicada pelo retificador era de 188 A;
Terrametal Galvanoplastia Ltda., • a área de cada peça era de aproximadamente 32 cm2;
localizada na Mooca, zona leste • a massa de cada peça era de aproximadamente 13,9036 g.
Vinicius Dantas da cidade de São Paulo. O aten- A empresa banhou 17 kg (17000 g) de peças no tambor rotativo.
Cortez dimento foi realizado pela moda- Desta forma, por cálculos simples de regra de três, verificou-se que
lidade “atendimento in-loco” do havia aproximadamente 1223 peças, somando uma área total revesti-
Edital 01/06 do SEBRAE (mais da de 39136 cm2 (391,36 dm2).
informações podem ser obtidas Para atingir o valor de espessura exigido, a empresa poderia alterar
no site www.sebraesp.com.br). dois parâmetros: aumentar o tempo de eletrodeposição ou aumentar
Atualmente, tais atendimentos a densidade de corrente. A alteração do tempo de eletrodeposição seria
têm 80% do valor subsidiado prejudicial, pois geralmente o cliente exige a conclusão do serviço em
Regina Nagamine pelo SEBRAE e a MPE arca so- um curto período de tempo e, além disto, o aumento do número de
mente com uma contrapartida horas custaria mais, apesar de que um aumento na densidade de cor-
de 20% para ter seus problemas rente também custaria, mas no aumento do número de horas, a mão-
técnicos resolvidos. Os atendi- de-obra, que é mais custosa, ficaria defasada para a realização de outros
mentos também podem ser rea- serviços. A alteração da densidade de corrente poderia ser realizada
lizados às médias e grandes de duas maneiras: aumentando-se a corrente no retificador ou
empresas. diminuindo a área total a ser revestida. A alteração de qualquer des-
Neste atendimento, a em- tes dois parâmetros também ocasionaria um aumento nos custos do
presa, que atua no setor de ni- serviço, afinal o valor de espessura exigido não era obtido no pro-
quelação rotativa e reveste pe- cesso convencional, mas para a empresa era mais vantajoso alterar a
ças, principalmente, para o se- área a ser revestida, pois possuía quatro banhos e às vezes um deles
tor eletro-metalúrgico, possuía ficava sem operar. A corrente não poderia ser aumentada, porque o
um problema comum nas gal- retificador não permitia.
vanoplastias, que é a falta de Como a corrente (I) aplicada era aproximadamente 188 A e a área
parâmetros técnicos para aplicar total das peças revestidas (A), aproximadamente 391,36 dm2, a densi-
espessuras adequadas de revesti- dade de corrente (dc) utilizada para a obtenção dos valores de espes-
mentos, de tal forma que as sura apresentados na tabela 1 foi de aproximadamente 0,5 A/dm2, já
peças resistam satisfatoriamente que dc = I/A . Geralmente, as densidades de corrente utilizadas em
à corrosão quando expostas nos banhos de níquel variam de 1,5 A/dm2 a 5 A/dm2, sendo assim, o
mais diversos ambientes. valor estava baixo. Nos tambores rotativos, geralmente as empresas
30 C & P • Março/Abril • 2009
TABELA 1 – RESULTADO MÉDIO DE ESPESSURA DO REVESTIMENTO DE NÍQUEL, PARA CINCO PEÇAS
Peça Tempo de eletrodeposição Espessura média de Ni Valor de referência
Mola 60 min 4,50 µm Mínimo 7 µm

colocam muitas peças pequenas, somando uma área total muito eleva- m = massa atômica do metal a ser
da, fazendo com que a densidade de corrente seja baixa. depositado, em gramas (g);
Para atingir o valor de espessura exigido pelo cliente, dois tipos de n = número de elétrons
cálculos poderiam ser aplicados: os simplificados, partindo dos valores na reação;
diretos de espessura obtidos na tabela 1 e os teóricos, que permitem F = constante de Faraday =
calcular os valores desejados de qualquer parâmetro. 96500 Coulomb
Para a aplicação dos cálculos simplificados, seria necessário ter um
medidor de espessura que, na maioria dos casos, é inviável para empre- Para os dados utilizados pela
sas de pequeno porte. De qualquer forma, como as medidas foram empresa, que foram:
realizadas pelo PRUMO/TS, tais cálculos foram aplicados por meio I = 188 A;
de regra de três simples e os resultados estão mencionados a seguir, pri- t = 60 min = 3600 s;
meiramente alterando-se a área e posteriormente alterando-se o tempo mNíquel = 58,7 g;
de eletrodeposição (apesar de ser mais vantajoso para a empresa alte- n = 2 (Ni2+ + 2e- ➔ Ni),
rar a área):
• para obter 4,50 µm de espessura de níquel utilizou-se uma área o valor da massa do depósito
de 391,36 dm2 de peças e para atingir 7 µm seria necessária seria:
uma área de 251,59 dm2, visto que estas grandezas são inversa-
mente proporcionais, pois é preciso diminuir a área para aumen- 188.3600.58,7
M=
tar a espessura, desde que sejam mantidos os outros parâmetros. 96500.2
Isto representaria cerca de 786 peças ou cerca de 10,9 kg.
• para obter 4,50 µm de espessura de níquel foi necessária 1 h de M = 205,85 g
eletrodeposição, portanto, para obter 7 µm, seria necessária
1,56 h, ou seja, aproximadamente, 1 h e 33 min, desde que fos- A massa de níquel para uma
sem mantidos os outros parâmetros. única peça (x), considerando
Já os cálculos teóricos são baseados na Lei de Faraday, conforme 100% de eficiência de corrente,
literatura (BUZZONI, 1991), e uma vez a empresa os conhecendo, passa pode ser estabelecida pela regra
a ter um controle maior de seu processo, pois, por exemplo, é possível de três a seguir, partindo da mas-
estimar qual o tempo de eletrodeposição necessário para atingir um sa total do depósito:
determinado valor de espessura ou qual a espessura será obtida utili-
zando valores de corrente e área determinados etc. 205,85 g – 39136 cm2
Tais cálculos foram aplicados a seguir, considerando-se os parâme- x – 32 cm2
tros utilizados pela empresa. Primeiramente, calculou-se qual seria a x = 0,1683 g
espessura se a eficiência de corrente fosse 100%. A eficiência de cor-
rente é a porcentagem da corrente total que é utilizada na deposição. Cálculo da espessura (e):
Durante o processo, espera-se que toda a corrente aplicada seja utili- M.10000
zada para a eletrodeposição do material de interesse, mas sempre uma e=
fração é perdida. Num processo de deposição, a eficiência de corrente A.d
é função da quantidade de hidrogênio gerada, sendo esta, função dire- sendo:
ta do metal a ser depositado, do tipo de banho (ácido ou alcalino) e e = espessura em micrometros
da natureza dos aditivos. Num banho de níquel, esta eficiência de cor- (µm);
rente, normalmente, é superior a 90% (PANOSSIAN, 1996): M = massa do depósito,
em gramas (g);
Cálculo da massa do depósito (M): A = área da superfície a ser reves-
M = I.t.m tida, em centímetros qua-
C.n drados (cm2);
sendo: d = densidade do metal deposi-
M = massa do depósito, em gramas (g), em um total de 17 kg de tado, em gramas por centí-
peças com área total de 39136 cm2; metro cúbico (g/cm3).
I = corrente, em ampère (A);
t = tempo de eletrodeposição, em segundos (s); Para os dados utilizados pela
C & P • Março/Abril • 2009 31
empresa, que foram: Como a corrente aplicada área, para se obter 7 µm de es-
M = 205,85 g; pelo retificador era de aproxi- pessura de níquel:
A = 39136 cm2; madamente 188 A, conside- e = 7 µm;
dNíquel = 8,908 g/cm3 rando 100% de eficiência, isto M = 187,23 g;
representa que foram realmente dNíquel = 8,908 g/cm3
o valor da espessura com 100% utilizados cerca de 171 A na
de eficiência de corrente seria: eletrodeposição (91% de efi- Portanto, o valor da área a ser
205,85.10000 ciência). A eficiência de corren- revestida é:
e= te pode variar com a tempera- 187,23.10000
39136.8,908 tura do banho, com o pH, com 7=
e = 5,90 µm a quantidade de cloreto, com a A.8,908
concentração de níquel e com a A = 30026 cm2 = 300,26 dm2
Ou seja, usando-se os parâ- densidade de corrente (PANOS-
metros da empresa, a espessura SIAN, 1996). A perda de cor- Dessa forma, seria necessária
de níquel para 100% de eficiên- rente no processo rotativo po- uma área de aproximadamente
cia de corrente seria 5,90 µm e de provir de diversos fatores, 300,26 dm2 para obter uma
não os 4,50 µm obtidos. Isto como, por exemplo, cabos de espessura de 7 µm. Esta área
demonstra que a eficiência de contato elétrico danificados ou corresponderia a um total de
corrente neste banho rotativo oxidados ou feitos de material aproximadamente 938 peças ou
não era de 100%, aliás, nos pro- não adequado, garras de conta- cerca de 13,0 kg de molas a ser
cessos de galvanoplastia, nunca é to danificadas, sujas ou oxida- colocadas no tambor rotativo.
100%, pois sempre há uma das, retificador não calibrado A diferença dos resultados
perda de corrente. etc. Mas este valor obtido está feitos com os cálculos teóricos,
Para determinar a eficiência de acordo com o valor mencio- para os resultados feitos com os
de corrente, é preciso comparar a nado pela literatura (PANOS- cálculos simplificados, está no
massa real do depósito com a SIAN, 1996) para o banho de fato da espessura não ser uni-
massa teórica, para 100% de efi- níquel, que geralmente é acima forme em todas as regiões da
ciência de corrente, conforme já de 90%. peça, o que pode causar erro
foi calculada. A massa de níquel Como, para a empresa, era nos cálculos simplificados. Co-
depositada em cada peça foi melhor alterar a densidade de mo os cálculos teóricos foram
medida em balança analítica e te- corrente, para atingir o valor de realizados considerando a mas-
ve um valor médio de 0,1537 g, espessura exigido, diminuindo sa de níquel depositada, reco-
após a medição das mesmas a área a ser revestida, foram rea- menda-se segui-los para obter a
cinco peças mencionadas na lizados os cálculos para estabe- espessura especificada. Mas lo-
tabela 1. Mediu-se primeira- lecer qual seria a área ideal para gicamente que as contas pos-
mente as peças apenas cobrea- obter o valor de espessura espe- suem aproximações que podem
das (obtendo um valor médio cificado, considerando a efi- causar um certo erro.
de 13,9036 g por peça) e, pos- ciência de corrente de 91% e É importante mencionar
teriormente, as peças após o usando o tempo de eletrodepo- que os resultados obtidos cor-
revestimento de níquel (obten- sição de 1 h. respondem às condições de
do um valor médio de 14,0573 g Parâmetros para o cálculo da operação no momento do
por peça). A subtração deste úl- massa do depósito: atendimento. Qualquer altera-
timo valor pelo primeiro deter- I = 171 A; ção, na concentração dos sais,
minou a massa real de níquel t = 3600 s; na temperatura, no pH, na
depositada. mNíquel = 58,7 g; quantidade de aditivos, na cor-
Como o valor médio da n=2 rente, no tempo de eletrodepo-
massa de níquel para uma única sição ou na área de peças a se-
peça, considerando 100% de efi- Portanto, o valor da massa rem revestidas, pode alterar os
ciência de corrente, foi de do depósito é: resultados.
0,1683 g, a eficiência de corren- 171.3600.58,7 Após estes cálculos, uma
te (y) pôde ser determinada por M= carga de 13,0 kg de molas foi
regra de três, conforme segue: 96500.2 revestida, em um tambor rota-
0,1683 g – 100% M = 187,23 g tivo, por 1 h, mantendo cerca
0,1537 g – y de 188 A de corrente no retifi-
y = 91% Parâmetros para o cálculo da cador, e a espessura média de
32 C & P • Março/Abril • 2009
TABELA 2 – RESULTADO DE ESPESSURA DO REVESTIMENTO DE NÍQUEL, APÓS CORREÇÃO DO PROCESSO
Peça Tempo de eletrodeposição Espessura média de Ni Valor de referência
Mola 60 min 6,92 µm Mínimo 7 µm

níquel foi medida. O resultado ou níquel fosco (Ni s), ou necessário e, para as demais
está apresentado na tabela 2. níquel duplex/triplex (Ni d), peças, recomendou-se adotar
Como pode ser observado, para diferentes condições de tais valores de referência.
se for considerado somente um serviço, sobre peças de ferro ou O sr. Luis Bonatti, proprie-
algarismo significativo, o valor aço. A tabela 3 apresenta estes tário da Terrametal, informou
obtido passa a ser 7 µm, o que valores. que este projeto proporcionou
atende ao valor exigido pelo O revestimento aplicado pe- grande contribuição à empresa,
cliente. Isto demonstra a efi- la empresa era o de níquel bri- pois, além de promover um
ciência dos cálculos emprega- lhante e comparando os resulta- melhor controle do processo de
dos e a importância de aplicá- dos obtidos de espessura, mos- niquelação e aumentar o co-
los, para ter um maior controle trados nas tabelas 1 e 2, com os nhecimento técnico dos envol-
do processo. Tais cálculos são valores da norma, mostrados na vidos, fez atender prontamente
uma receita para as empresas de tabela 3, nota-se que as peças a exigência do cliente e contri-
galvanoplastia e permitem cal- não atendiam nenhuma condi- buiu para a conquista de novos
cular qualquer parâmetro. ção de serviço. Esta norma é clientes. A empresa ficou satis-
É ideal aplicar espessuras geral e não é específica para o feita com a atuação da equipe e
que promovam uma resistência setor, mas serve como nortea- informou que a chamará nova-
à corrosão satisfatória e para o dora para se obter peças com mente caso tenha outro proble-
revestimento de níquel, a qualidade satisfatória. No caso ma técnico.
norma ISO 1458:2002 pode da mola, recomendou-se aten-
ser utilizada para orientação, der o valor de espessura especi-
pois trata sobre os valores míni- ficado pelo cliente, mas se reco-
mos exigidos para a espessura mendou entrar em contato com
de níquel brilhante (Ni b), ou o cliente para que tenha ciência
níquel semi-brilhante (Ni p), da mesma, ajustando o valor se

TABELA 3 – ESPESSURA MÍNIMA DOS REVESTIMENTOS DE NÍQUEL SOBRE


PEÇAS DE FERRO OU AÇO, ESTABELECIDA PELA NORMA ISO 1458:2002

Condição Espessura do Tipo do Cleiton dos Santos Mattos: Coordena-


de serviço* revestimento revestimento dor e executor de atendimentos tecnológicos
de níquel (µm) de níquel às empresas do setor de Tratamento de Su-
perfície pelo PRUMO – Rafael Guer-
30 b reiro: Executor de atendimentos tecnológi-
3 30 p cos pelo PRUMO – Vinícius Dantas
30 s Cortez: Executor de atendimentos tec-
25 d nológicos pelo PRUMO – Regina Naga-
20 b mine: Coordenadora do setor de Trata-
2 20 p mento de Superfície do PRUMO – Vicen-
20 s te N. G. Mazzarella: Coordenador do
15 d PRUMO – Zehbour Panossian: Res-
1 10 b ponsável pelo Lab. de Corrosão e Proteção
10 s do IPT

* A descrição das condições de serviço é: Contato:


• condição 3 (severa): para peças expostas externamente, em ambientes úmidos onde possam Site:
ocorrer chuvas ocasionais ou frequentes; www.ipt.br/atividades/politicasPublicas
• condição 2 (moderada): para peças expostas internamente, em ambientes onde possam ocorrer /prumo
condensação; PRUMO/TS – Tel: (11) 3767 4807
• condição 1 (amena): para peças expostas internamente, em ambientes quentes e secos. E-mail: prumots@ipt.br

C & P • Março/Abril • 2009 33


Opinião

Rogério Yuri Tsukamoto

Vida e morte em empresas familiares


Os problemas ocorrem porque o fundador acha desnecessária a processo preparatório
para sua sucessão. Não importa o tamanho da empresa: o problema ocorre
numa fazenda, num posto de gasolina, ou numa grande indústria

s chineses têm um provér- importante que os sucessores estejam bem preparados para continuar
bio especial para explicar a os negócios do pai e os pais, para passar a empresa aos filhos.
morte de empresas parti- E os problemas, em geral, ocorrem porque o fundador acha des-
culares: "Pai rico, filho nobre e necessário esse processo, não se importa com o assunto. Não importa
neto pobre". Aplica-se esta ver- o tamanho da empresa: o problema tanto ocorre numa fazenda, num
dade em todo mundo. No Brasil, posto de gasolina, ou numa grande indústria.
a revista EXAME fez um levan- O problema tem peso diferente, conforme a área de atuação:
tamento que apontou que de ca- numa indústria, morrendo o fundador, ela pode continuar porque
da 100 fortunas atuais, apenas tem um produto a vender; no comércio, deve-se começar o preparo
18 são herdadas; em outros paí- do sucessor um pouco antes, porque precisa aprender as técnicas de
ses, estudos mostram que dois bem comprar para melhor vender; nas empresas de serviços, sendo o
terços das empresas morrem na produto o próprio serviço, o processo é mais difícil, requer mais
passagem da geração: fundadas tempo para ser ensinado.
100 empresas, na segunda gera- O empreendedorismo, no Brasil, é determinado pela necessidade.
ção restam 33 e, na terceira, 11. Na primeira fase, toda a família dedica-se à empresa, visa-se o sucesso
No Brasil, esses índices são 100, para garantir o sustento. A segunda geração, com conforto e educação
33, 5, porque depois dos filhos a garantidos, vai preocupar-se com segurança financeira, mas, como
empresa passa a ser dirigida por recebe as coisas com maior facilidade, têm os filhos menos motivação
um consórcio de primos e os pa- para se tomarem empreendedores, menos estímulos para criar novos
rentes destes e a unidade desmo- empreendimentos. E se os herdeiros não tiverem vocação ou interesse
rona… em herdar a empresa? Neste caso, existem duas linhas de raciocínio:
A chave para entender uma tratar a sucessão familiar como sucessão de ativos, isto é, como passar
empresa familiar é a indissolubi- a casa, a empresa, etc. para os filhos. Sigo uma corrente diferente, não
lidade de vínculos entre os parti- tradicional, que é a do enfoque empreendedor. O que significa isto:
cipantes; os empreendimentos ensinar aos sucessores que liderança, comunicação, relacionamento,
precisam continuar. Quando visão estratégica, conhecimento dos negócios da família são funda-
digo que dois terços das empresas mentais, quer participem diretamente da empresa ou não. Ainda que
desaparecem, significa que que- a pessoa trabalhe em outra empresa, provavelmente será sócia da
bram ou são vendidas, na troca empresa da família e precisará ser um sucessor esclarecido.
de gerações, por não ter havido Assim, a formação volta-se a ensinar o espírito empreendedor e a
um acerto prévio. Digo que são base sobre a qual se constroem os negócios, que é a existência do binô-
os conflitos familiares, e não o mio risco-retomo. Quer dizer, quanto maior o risco, maior o retomo.
mercado, que barram o desenvol- Seu objetivo não deve ser a sucessão da riqueza recebida, porém o uso
vimento destas empresas. desses ativos para criar novas riquezas. Mas quero deixar um lembre-
E quando começam a surgir te: profissionalizar não é tirar a família da empresa, mas sim alcançar
os problemas? Quando se perde uma maturidade familiar que possibilite a maturidade administrativa.
a maturidade familiar, pois, nes-
sa hora, a maturidade adminis- Rogério Yuri Tsukamoto
trativa costuma desaparecer e, Professor da Faculdade de Administração da Fundação Getúlio Vargas e consultor da Associação
em consequência, a empresa Comercial de São Paulo. Presidente e sócio das empresas Gestare e PRYT International.
quebra ou é vendida. Por isso, é Contato:

34 C & P • Março/Abril • 2009


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