DIREITOS FUNDAMENTAIS
AULA 1 – DIA 04/02/2019
1) Apresentação
2) Conteúdo
1º Pilar: Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
2º Pilar: Direitos Fundamentais em Espécie (Art. 5º até 17 da CF 1988).
Só o art. 5 tem 78 incisos e IV parágrafos.
3) Metodologia:
Duplas ou trios, depois do intervalo farão apresentação de casos.
1º Etapa: apresentar um relatório contando os fatos do caso. (ou seja, o que levou
aquele caso à justiça).
2ª Etapa: Argumentos do caso, ou seja, a fundamentação.
3ª Etapa: Conclusão do Tribunal
4ª Etapa: Opinião sobre o caso.
5ª Etapa: Criatividade – Trazer algum elemento não jurídico que tenha relação
com o caso.
4) Bibliografia
George Marmelstein Lima – Curso de Direitos Fundamentais (MELHOR!!)
Dimitri Dmoulis e Leonardo Martins - Teoria Geral dos Direitos Fundamentais
(SEGUNDO LUGAR!!)
Ingo Sarlet – A eficácia dos Direitos Fundamentais.
5) Avaliações
8/4 A primeira
10/06 A segunda-feira
Fontes essenciais da avaliação (4 fontes)
Caderno (Anotações)
Casos (a dupla deve fazer um resumo de 1 ou 2 páginas e compartilhe
com a turma).
Textos obrigatórios (Disponibilizados no portal).
Posição Doutrinária Inédita (Não vale de outra fonte que não seja livro).
Alguma posição do livro, de livre escolha, que não foi citada na matéria.
(Alguma classificação e etc...).
AULA 2 – 11/02/2018
Direitos Fundamentais Conceito e Etimologia:
Conceito: “(1) Disposição Normativa + (2) Previsão na Constituição + (3) Que garante a
uma pessoa + (4) Tutela de uma situação jurídica [de Defesa, Promoção e Participação].”
(Inspirado em vários autores).
Vários autores cunharam expressões para falar sobre Direitos Fundamentais e melhor
escolha foi justamente fundamentais.
1. Disposição Normativo:
O que é uma norma? O que é uma norma que tutela Direitos Fundamentais?
1.1 Texto X Norma
Texto é o material com o qual temos contato. A norma é o produto da interpretação. Logo,
o Direito Fundamental é resultado de uma interpretação.
(Ex1): Luz Amarela no semáforo. Um símbolo que pode trazer vários significados. Ou
seja, diante da luz amarela podemos ter diferentes comportamentos a depender do horário
e local.
(Ex2): Quando fazemos prova e vários alunos possuem interpretações distintas.
1.2 Normas Estrutura
As normas são formadas em modais deôntico/Functor Deôntico (Dever-ser). Os 3 modais
usuais são: Obrigatório, permitido e proibido.
(Ex1): Proibido > Art. 121 do código penal Texto: “Matar Alguém”. Norma: É proibido
matar alguém.
Permitido > Legitima Defesa para matar alguém. Ou em alguns cenários como
guerra, pena de morte e etc...; Temos o exemplo do Art. 5º da CF (Liberdade de reunião).
Obrigatório > Ex: Obrigações Tributárias.
1.3 Normas (Especies)
Normas-Regras
Normas-Princípios
Existe uma tendência a dizer que os Direito Fundamentais, geralmente, estão na condição
de normas princípios.
Futuramente ler Teoria dos Direitos Fundamentais – Robert Alexy
2. Previsão na Constituição
Várias expressões competiram com a expressão Direitos Fundamentais e porque ela
venceu?
Direitos da Pessoa Humana (por que não?) – Por que temos, por exemplo, pessoas
jurídicas, então a expressão humana representa uma limitação da matéria.
Direitos do Homem (por que não?) – Traz um viés patriarcal machista e não inclusiva,
pois excluiria as mulheres.
Direitos Humanos (por quê não?) – Está no plano internacional.
Venceu Direitos Fundamentais, pois está associada previsão em ordem especifica de um
certo país. No Brasil estão do art. 5 ao 17 da Constituição Federal de 1988.
1) Divisão Clássica
2) Novas Gerações
3) Críticas Formais matérias
Karel Vazak – autor dessa construção (Em 1979). Ao redigir seu discurso imaginou uma
teoria para explicar o assunto dos Direito Fundamentais em Geração.
1ª Geração
Eventos Históricos: Final do Século XVIII, EUA e França são embriões do
Constitucionalismo Moderno.
EUA:
o 1776 – Independência Americana.
o 1787 – Criação da Constituição Federal Americana
o 1791 - Aprovação de 10 Emendas Constitucionais
denominada declaração de Direitos.
FRANÇA:
1789 – Criação da Declaração de Direitos do
Homem do Cidadão. (Lembrar do Art. 16 da
Declaração) > uma sociedade só tem
constituição se houver separação de poderes e
garantia de Direitos. O Art. 2 da CF fala da
separação dos poderes. E do Art. 5 ao 17 da CF
temos os Direitos Fundamentais
2ª Geração
Eventos Históricos: Século XIX e início do século XX. Revolução Industrial.
Movimento Socialista. 1917- Constituição do México e 1919 – Constituição de
Weimar. O que muitos chamam de Constitucionalismo Social. Weimar foi uma
fase da história da Alemanha (e não um Pais novo). Temos também em 1917 a
Revolução Russo, preocupada com o trabalhador.
Direitos que integram: Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Lema da Revolução Francesa: Igualdade.
Na Constituição de 1934 o Brasil é atingido por essas inspirações.
3ª Geração
Eventos Históricos: Pós Segunda Guerra (1945), legado de destruição, violência
e etc... Surge a necessidade de se criar uma organização/instituição supre estatal
voltada para essa consciência de fraternidade (ONU). Carta das Nações Unidas de
1945. Declaração universal de Direitos Humanos (DUDH - 1948), com 30 artigos,
que são referência para o mundo. Guerra Fria.
Direitos que integram: Direitos que estão além do indivíduo, mas que envolvem
toda a humanidade, ou seja, a coletividade, chamados transindividuais > divide-
se em 2 grupos: A) Transindividuais Difusos X B) Transindividuais coletivos.
Vamos usar o critério do Código de Defesa do Consumidor para separa-los. A)
difusos são aqueles que a titularidade é indeterminável. B) Coletivos são aqueles
que a titularidade é determinável.
Ex1: O professor marca aula em dia que prejudica a turma > Direitos
Transindividuais coletivos. Pois os titulares são: grupos, categorias ou classes.
Ex2: No desastre de brumadinho ficamos triste pelo sentimento de fraternidade
que é humano. Envolve aqui então o Direito ao Meio Ambiente. (Titular
Indeterminável). > Direito Transindividual difusa. Diferente da questão anterior
que estava ligada a questão da sala de aula. No meio ambiente temos algo que
envolve toda a coletividade.
Lema da Revolução Francesa: Fraternidade
4ª Geração:
Bonavides – Direito á a) democracia, b) informação e c) pluralismo
Norberto Bobbio – a) Biotecnologia, b) engenharia genética.
5ª Geração
Bonavides - Direito à paz.
6ª Geração
Zumar Fachin – Direito à água potável.
* Abertura para Doutrina Inédita.
3) Criticas Formais e Materiais
Formais > São críticas de terminologia, formalidades e etc...
Materiais > Crítica de conteúdo, o assunto não faz sentido.
Formal – Alguns autores acham que a palavra geração não é boa, pois pode dar a ideia de
substituição. Ou seja, que as gerações antigas ficaram para traz. A palavra Dimensão
seria ideal para esses autores, pois possibilita um acumulo progressivo ao longo do
tempo. Cada uma se somando a outra e não substituindo.
Outros autores preferem Espécies pois traria a ideia de que tivemos categoria de Direitos
que não obedeceram a essa ordem cronológica vista anteriormente. Ou seja, podemos ter
um Direito da 3ª geração (na denominação de Vasak) que surgiram antes de direitos de
1ª. Dimoulis e Martins dizem que no Brasil tivemos Direitos Sociais antes de Direitos
Individuais como a CF de 1824 > nesta CF o Brasil ainda tinha a escravidão (negação do
Direito Individual), e tinha Direito à educação (Direito Social). Ou seja, quebra essa ideia
de que os Direitos surgiram na ordem organizada de Vazak.
Material – Alguns autores acham que essa classificação é apenas didática. (George
Marmelstein). Pois, o mesmo Direito pode integrar mais de uma geração. Ex: Direito de
Liberdade de locomoção e Direito à saúde.
Na liberdade de locomoção temos o Estado não interferindo nesta liberdade (1ª geração).
Porém, eu só consigo pôr essa liberdade em prática mediante a atuação do estado na
construção de estradas e etc... (2ª geração). Cada vez mais pensamos numa locomoção
sustentável (3ª geração).
Na saúde temos geralmente a ideia do Estado construindo hospital medicamentos e etc...
(2ª), Temos a ideia da doação de sangue e medula (3ª); O estado não pode obrigar alguém
a se submeter a tratamento experimental (1ª).
A preocupação é pensar quais eventos históricos que colaboraram para que pudéssemos
pensar na proteção do ser humano, o reconhecimento da dignidade humana e etc...
1) Periodo Axial - A 1ª experiência é o 1) Período Axial – (Fábio Konder Comparato >
Livro: Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. Comparato cita Karl Iaspers para
construir o reconhecimento na história do mundo de um período axial.
. VIII a II Antes de Cristo > Coincidência histórica feliz. Vários pensadores do mundo
perceberam que o ser humano seria um ente dotado de liberdade e razão (compreensão
da realidade na qual se insere. Esses autores em países diferentes sem contato entre si,
tiveram essa percepção: Zaratustra, Confúcio, Buda, Profetas de Israel.
A expressão Axial é porque apesar de religiões e locais diferentes eles chegam a mesma
conclusão > Liberdade, Razão, e proteção dos Direitos do Ser humano. Axial = período
VIII a II A.C.
2) Kant
Tem um livro chamado Fundamentação sobre a metafísica dos Costumes que é a base da
aula.
Dessa obra sai a diferença entre: Imperativo Categórico e Hipotético.
Hipotético => Raciocínio vinculado às “coisas”. As coisas são meios para que alcancemos
uma finalidade. (Ex: Roupa, Cadeira, Mesa).
Categóricos => Raciocínio vinculado às “pessoas”. Genuinamente moral, pois as pessoas
são fins em si mesmas. O fato da pessoa ser humana já faz com que tenhamos que protege-
la.
Obs1 (DPH) > Dignidade da Pessoa Humana. Art. 1, III da CF/88
Obs2 (2ª Guerra Mundial) – Lei Fundamental de Bonn de 1949 (Alemanha Ocidental).
Com a queda do Muro de Berlim torna-se a constituição de toda a Alemanha. Trata-se da
primeira constituição a declarar em seu artigo 1 a dignidade da pessoa humana como
inviolável. Existe o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha que interpreta a
Constituição e constrói a rica jurisprudência sobre Direitos Fundamentais.
Na 2ª guerra tivemos o auge da coisificação do ser humano. Esse processo de coisificação
escolhe alguns inimigos, dos quais o mais famoso foram os Judeus, mas tiveram outros.
Através dessa escolha de inimigo atiça-se a ideia do revanchismo. Os alemães fizeram
uma indústria de morte, ou seja, com etapas industriais, cada um encarregado de uma
parte para aumentar a eficiência de matar pessoas.
DUDH – Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), em seu art. 1 Todos
nascemos iguais em dignidade e direito.
Filosoficamente o embasamento dos Direito Fundamentais é Kantiano.
Historicamente: a) 1948 DUDH igualdade em dignidade de direito. b) Lei Fundamental
de Bonn – inviolabilidade.
3) Declarações de Direitos:
As sociedades humanas perceberam que documentos escritos e solenes teriam o condão
de proteger direitos.
Na Inglaterra temos 4 exemplos mais significativos (dentre outras):
1. 1215 – Magna Carta Libertatum – 2 polos: Rei João sem Terra X Barões.
a. Clausula 39 -> Os processos e acusações precisam respeitar o “law
of the Land” > Direito da Terra. Trata-se do Respeito ao Devido
Processo Legal.
No Brasil no art. 5°, LIV, LV (Devido Processo Legal,
Contraditório e Ampla defesa).
Devido Processo legal envolve:
I) Imparcialidade
II) Possibilidade de advogado (ampla defesa)
III) as provas devem ser lícitas.
IV) Proporcionalidade da Sanção.
AULA 5 – 11/03/2019
Continuação:
4. 1689 – Bill of Rights
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE:
Anos 70 do século passado. Conjunto.
Consiste em reconhecer que o documento mais importante na sociedade é a
constituição, mas ao seu lado aparecem outros documentos com peso
histórico significativo e semelhante.
As leis, na França, devem obediência à constituição e também a esses
documentos dotados de status constitucional.
No Brasil temos 2 documentos com status constitucional (Bloco
Constitucional):
Protocolo de Proteção a portadores de deficiência
Tratado de Marraquexe > Voltados para deficientes visuais.
Ou seja, tratados internacionais recepcionados pelo Brasil com status
constitucional. Art. 5º, §3°.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG
261, de 2015, DEC 9.522, de 2018)
AULA 6 – 18/03/2019
Declarações (Final)
Neoconstitucionalismo (Barroso)
. O Art. 3º da CF: Contém verbos que trazem objetivos para o futuro (Normas
Programáticas).
Ex2: Direito dos Animais. Como consagrar o status da proteção aos animais (eles
teriam Direitos?). A CF/88 veda crueldade contra animais, e assim como
legislação que traz crimes ambientais.
4.2) Os Direitos Fundamentais não podem ser perdidos pelo seu não exercício.
A passagem do tempo não prejudica o Direto Fundamental. Princípio da
Vedação ao Retrocesso Social. Ou seja, quanto mais o tempo passa (caminha
humana civilizatória) espera-se a expansão na proteção aos Direitos
Fundamentais. Nas épocas de crie esse princípio gera várias críticas. [Doutrina
Inédita > Verificar a possibilidade de retrocesso em Direitos Fundamentais em
época de crise > Buscar algum tema para associar]. Sobre tema, ver: RIBEIRO,
Gonçalo de Almeida & COUTINHO, Luís Pereira. O Tribunal Constitucional e a Crise:
Ensaios Críticos. Coimbra: Almedina, 2014; PINHEIRO, Alexandre Sousa. A jurisprudência
da crise: Tribunal Constitucional português (2011-2013). Observatório da Jurisdição
Constitucional. Ano 7, no. 1, jan./jun. 2014. https://www.conjur.com.br/2015-abr-
11/observatorio-constitucional-proibicao-retrocesso-social-pauta-stf
Caso Luth (1958) > A Tribunal Constitucional Alemão, na análise deste caso chegou a
dois conceitos.
Sentindo Objetivo dos Direito Fundamentais: Constroem uma ordem
objetivamente de valores. Ou seja, os poderes/instituições de um Estado
também são guiados por Direitos Fundamentais, criando assim um
ambiente marcado por Direitos Fundamentais. A ideia é que os poderes
executivo, legislativo e o judiciário devem ser os primeiros a dar exemplo.
Sentido Subjetivo dos Direitos Fundamentais: São Direitos Individuais
– Liberdade, vida, profissão e demais prerrogativas individuais.
6) Caráter Relativo – Não existem Direitos Fundamentais Absolutos, logo todos são
relativos pois são passiveis de ponderação. Então a proibição da tortura e da escravidão
são ponderáveis?
Desenvolve-se na Alemanha a Teoria do Limite dos Limites. Teste/Principio da
Proporcionalidade > Será que essa Lei é equilibrada ou não. Uma MP pode obrigar a
redução do uso de energia residencial.