Departamento de Psicologia da
Aprendizagem, do Desenvolvimento
silenciamento presente no processo e da Personalidade do Instituto de
Psicologia da USP.
Contexto e objetivo
O contexto em que esse artigo foi produzido revela seu obje-
tivo. Ele foi construído a partir da discussão que se deu em uma
reunião do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade
realizada em setembro de 2012, quase dois anos depois de sua
criação ocorrida durante o I Seminário Internacional “Educação
Medicalizada: Dislexia, TDAH e outros supostos transtornos”, rea-
lizado em novembro de 2010 na cidade de São Paulo. O Fórum tem
por finalidade articular entidades, grupos e pessoas para o enfren-
tamento da intensa medicalização da vida relacionada à expansão
da jurisdição da profissão médica para outros domínios em relações
de poder que não apenas cerceiam a vida, mas também produzem
um tipo de vida. Formas de viver e agir produzidas em um certo
funcionamento social tornam-se doenças a serem curadas e, como
afirmado no Manifesto do Fórum Sobre Medicalização da Educação
e da Sociedade (aprovado no lançamento do Fórum), os doentes se
tornam pacientes a consumir tratamentos, terapias e medicamen-
tos. Segundo os princípios e desafios presentes nesse Manifesto, o
Fórum se posiciona contra os processos de medicalização, defende
direitos à saúde e à educação valorizando os princípios presentes
Referências
BERGSON, H. A evolução criadora. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 398 p.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1995. 307 p.
COLLARES, C; MOYSÉS, M. A.; RIBEIRO, M. (Org.) Novas capturas,
antigos diagnósticos na era dos transtornos. Campinas, SP: Mercado de
Letras, 2013.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DE SÃO PAULO; GRUPO
INTERINSTITUCIONAL QUEIXA ESCOLAR. Medicalização de crianças
e Adolescentes: conflitos silenciados pela redução de questões sociais e
doença de indivíduos. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo, 2010.
DELEUZE, G. Bergsonismo. São Paulo: Ed. 34, 1999. 139 p.
DELEUZE, G. Rachar as coisas, rachar as palavras. In: ______.
Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.
MACHADO, A. M. Plantão Institucional: um dispositivo criador. In:
MACHADO, A. M.; FERNANDES, A. e ROCHA, M. Novos possíveis
no encontro da Psicologia e da Educação. São Paulo: Editora Casa do
Psicólogo, 2007, p.117-144.
PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Org.) Pistas do método da
cartografia. Porto Alegre: Sulina, 2009. 207 p.