Anda di halaman 1dari 4

7ª aula

Sumário:
Introdução ao estudo do electromagnetismo. Força electrostática e lei de Coulomb.

Introdução ao estudo do electromagnetismo

O Electromagnetismo desenvolveu-se como disciplina independente, a partir do


séc. XVIII, embora só tenha ficado estabelecido no séc. XIX depois do trabalho de
síntese de Maxwell.
O nosso estudo do electromagnetismo começará pela análise dos efeitos
produzidos por cargas eléctricas umas sobre as outras. Essas interacções são forças que
a Física Clássica descreve com grande precisão, embora nada adiante quanto à razão por
que existem. As interacções ao nível elementar entre átomos e entre moléculas, que
determinam o comportamento macroscópico dos sistemas, são em grande medida
interacções entre cargas eléctricas o que, só por si, atesta a importância do assunto.
Passaremos depois à descrição de fenómenos onde intervêm correntes eléctricas que são
movimentos orientados de partículas com carga eléctrica. Os campos magnéticos têm
uma relação directa com as correntes eléctricas, como veremos na parte final desta
introdução ao electromagnetismo.
Há muito que se sabe que existem dois tipos de cargas eléctricas designadas por
positivas e negativas. Esta designação é meramente convencional como, de resto, a
própria designação “carga eléctrica”. A carga eléctrica é uma propriedade dos corpos
como o é a massa, etc. Faz todo o sentido dizer “este objecto tem carga eléctrica” do
mesmo modo que dizemos “este objecto tem massa”. Os electrões são corpúsculos
indivisíveis com carga eléctrica negativa. Os protões têm carga eléctrica positiva (igual
em módulo à do protão) e, sabemos hoje serem compostas por outras partículas. A carga
do electrão, cujo valor se designa por e e no SI vale

e = 1,602 × 10 −19 C (7.1)

é a “carga elementar”. Nunca se detectaram cargas eléctricas que fossem mais pequenas
do que esta ou que não fossem múltiplos inteiros desta. Contudo, os constituintes dos
protões e neutrões − chamados quarks − têm cargas fraccionárias de acordo com a teoria
que descreve o comportamento de protões e neutrões. Apesar da comprovação
experimental dessa teoria em numerosos aspectos, a observação de um desses quarks
num estado isolado (fora do protão ou do neutrão a que pertence) nunca foi
experimentalmente possível. De facto, nunca se mediram experimentalmente cargas
eléctricas que fossem fracções da carga do electrão.
No SI, a unidade de carga eléctrica é o coulomb (símbolo C). Esta unidade é
“grande” no sentido em que corresponde a um deficit ou excesso de 6×1018 electrões
[ver Eq. (7.1)] pelo que o seu submúltiplo microcoulomb (µC) é muito utilizado.
Ao nível macroscópico a matéria é, geralmente, electricamente neutra. As coisas
são feitas de átomos e o número de protões (no núcleo desses átomos) é igual ao
número de electrões (nas nuvens electrónicas em torno do núcleo); a consequência da
igualdade do número de cargas positivas e negativas é a neutralidade eléctrica da
matéria. Contudo, pode electrizar-se um corpo o que significa que ele fica com excesso
de electrões (fica carregado negativamente) ou com deficit de electrões (fica carregado
negativamente). Há várias formas de electrizar um corpo, sendo uma delas por fricção.

1
Quando se carrega um corpo há uma redistribuição de cargas eléctricas que
envolvem, sobretudo, os electrões. Alguns materiais, como os metais, apresentam uma
propriedade interessante: muitos dos electrões não pertencem a um só átomo, como no
caso de um átomo isolado: são “livres”, deslocam-se no material e “pertencem” a vários
átomos. Claro que este movimento não põe em causa a neutralidade da matéria pois o
número de cargas negativas não deixa de ser igual ao de cargas positivas. Os materiais
com estas características chamam-se condutores. As cargas eléctricas colocadas num
destes materiais redistribuem-se muito rapidamente. De acordo com o Princípio de
Energia Mínima, essa redistribuição dá-se de maneira a que se tenha a menor energia
possível.
Há outros materiais − chamados isoladores − em que essa distribuição de carga
não ocorre porque não há electrões livres. A carga depositada nesses materiais fica no
sítio onde é colocada.
Uma propriedade importante das cargas eléctricas é exercerem entre si
interacções ou forças de atracção e de repulsão. São forças, cujos pares acção-reacção
têm a mesma linha de acção. As cargas eléctricas com o mesmo sinal, repelem-se; se
tiverem sinal contrário atraem-se (Fig. 7.1)

+ + +

Figura 7.1

A conservação da carga eléctrica é um facto experimental de grande importância para o


desenvolvimento da teoria do electromagnetismo. Essa conservação significa que, tal
como sucede para outras propriedades de sistemas isolados, como a energia, o momento
linear, o momento angular, também a carga eléctrica se conserva. A carga eléctrica
“antes” é igual à carga eléctrica “depois” qualquer que tenha sido o processo realizado.
De resto, uma das primeiras “regras” que se aprendem para escrever reacções químicas
é precisamente a conservação da carga. Tal não significa que o número de partículas
com carga eléctrica se tenha de manter! As cargas eléctricas podem “aparecer” ou
“desaparecer” mas, no cômputo final, a carga eléctrica terá de permanecer constante. Há
reacções em que, por exemplo, um electrão e um positrão se aniquilam dando origem a
dois fotões gama:

e − + e + → 2γ . (7.2)

Também no decaimento beta (que vamos estudar mais tarde no final do semestre), de
que é exemplo a conversão de um neutrão num protão num electrão e num anti-
neutrino, há desaparecimento de um tipo de carga e aparecimento de outro,

n → p + e− + υ (7.3)

2
mas a carga total conserva-se: era inicialmente zero e continua nula.

Força electrostática e lei de Coulomb

A força entre cargas eléctricas, que foi obtida experimentalmente na segunda


metade do século XVIII. Designa-se por lei de Coulomb e exprime-se por

qQ
F=K ê r (7.4)
r2

onde q e Q são as cargas eléctricas das duas partículas em interacção; r a distância entre
elas; ê r o vector unitário com a direcção da linha que une as cargas; e K uma constante
que, no SI vale

K = 9 × 109 N m 2 C −2 . (7.5)

1
É também habitual escrever esta constante na forma K= , sendo
4πε 0
ε 0 = 8,8542 × 10 −12 F/m a permitividade do vazio. A Fig. 7.2 mostra a força que a carga1
Q exerce na carga q no caso em que as duas cargas têm o mesmo sinal. A força que a
carga q exerce na Q é igual em grandeza e direcção mas tem o sentido contrário (e está
aplicada em Q, obviamente).

F
q
r

êr
Q
Figura 7.2

O princípio de sobreposição observa-se para as forças entre cargas eléctricas: a força


sobre uma carga é igual à soma (ou força resultante) das forças que todas as cargas de
um sistema exercem sobre ela.

1
A palavra “carga” usa-se também para designar a partícula que possui carga eléctrica. Assim, por carga
Q entende-se a partícula que possui carga eléctrica Q.

3
q1

F2
Q
F
q2
F1

Figura 7.3
Na Fig. 7.3 a força que actua sobre a carga Q é a soma das duas forças F1 e F2 devidas
às cargas q1 e q2.
Podemos fazer uma aplicação imediata da lei de Coulomb ao movimento
“clássico” de um electrão em torno do protão no átomo de hidrogénio. Sabendo que o
raio da órbita é 0,53×10−10 m (raio da primeira órbita de Bohr, que também se escreve,
muitas vezes como 0,53 Å embora o angstrom não seja do SI), qual é a sua velocidade?
Basta identificar a força coulombiana (Fig. 7.4) que o protão exerce no electrão
com a força centrípeta.

Figura 7.4

Assim, como a carga do electrão e a do protão são iguais em módulo [o valor desta
carga dado por (7.1)],

e2 v2
K = m . (7.6)
r2 r

No membro esquerdo tem-se a força coulombiana e no membro direito a expressão


genérica da força centrípeta, sendo m = 9,11 × 10 −31 kg a massa do electrão. Resolvendo
a equação anterior em ordem à velocidade,

Ke 2
v= ≈ 0,01 c . (7.7)
mr

A velocidade do electrão é cerca de 1% da velocidade da luz.

Anda mungkin juga menyukai