TRABALHO:
Filomena Carnide
Faculdade de Motricidade Humana
INTRODUÇÃO
1
Na Comunidade Europeia, os resultados de um inquérito sobre
condições de trabalho aplicado em 2000, revelam que 60% dos operadores
consideram que o trabalho afecta negativamente a sua saúde (em 1995, os
resultados eram 57%). Desses, 33% associam este impacto negativo a
sintomas de lombalgias, 23% a dores na coluna cervical e ombros e 17% a
dores nos membros superiores e inferiores (WHO, 2002).
2
responsabilidade do Instituto de Gestão e Informática da Segurança Social.
As lesões músculo-esqueléticas reconhecidas como doenças profissionais,
estão classificadas na lista recentemente publicada no Decreto
Regulamentar nº 6/2001 de 5 de Maio (actualização da lista publicada no
Decreto Regulamentar nº 253/82, de 15 de Outubro), estando incluídas nas
lesões da categoria de doenças provocadas por agentes físicos,
particularmente, as vibrações e os agentes mecânicos. Existe contudo uma
excepção a esta lista, considerando o registo deste tipo de patologias
“qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na
referida lista, desde que se prove ser consequência, necessária e directa, da
actividade exercida e não resulte do normal desgaste do organismo”.
3
consequência, a um incremento da carga de trabalho dos operadores e, por
outro lado, a automatização parcial dos processos de fabrico que aumentou
a repetitividade das sequências gestuais de trabalho, bem como as
exigências de movimentos precisos de pequena amplitude, realizados,
frequentemente, em condições desfavoráveis (INRS, 1996). Outras razões
não necessariamente distantes das anteriormente enunciadas, são o
aumento do número de operadores do género feminino como parte
integrante da força de trabalho e as alterações da natureza do trabalho para
o sector dos serviços, com a utilização quase exclusiva de meios
informáticos (Forcier & Kuorinka, 2001).
4
a estimação da quantificação é, regra geral, imprecisa por se reportar,
apenas, a parte dos factores. Isto poderá ser compreensível, numa primeira
fase, onde não existem ainda resultados de avaliações quantitativas. No
entanto, é da caracterização da interacção dos vários factores de risco que
resulta o conhecimento completo deste problema (Mathiassen, 1993;
Sommerich, McGlothing, & Marras, 1993; Winkel & Mathiassen, 1994).
5
METODOLOGIA
1- Caracterização da amostra
2- Métodos
6
3- Tratamento dos dados
Para o tratamento dos dados, foi efectuada, numa primeira fase, uma
análise estatística descritiva, por análise de frequências para as variáveis
qualitativas categóricas e dos parâmetros de tendência central para as
variáveis contínuas. Esta análise teve como objectivo, fornecer um cenário
global e simultaneamente diferenciador da prevalência de lesões músculo-
esqueléticas por sector de actividade.
RESULTADOS
1- Participação no estudo
2- Caracterização da População
7
Tabela 1- Frequência absoluta e relativa do número de empresas por sector de
actividade económica.
Empresa Trabalhadores
N % N %
Indústria Automóvel 29 5,66 16994 4,14
Indústria de montagem de 10861 2,65
componentes eléctricos ou
electrónicos 14 2,73
Construção Civil 34 6,64 20799 5,07
Indústria Metalo-Mecânica 32 6,25 12228 2,98
Pesca 1 0,20 596 0,15
Exploração Mineira 1 0,20 821 0,2
Outra Indústria 129 25,20 64745 15,77
Empresa de Serviços 178 34,77 224979 54,80
Outra 89 17,38 52726 12,84
Total 507 99,02 404749 98,6
Não responderam 5 0,98 5747 1,4
8
Reportando a uma análise por sector de actividade, verifica-se que
predominância de operadores do género masculino ocorre,
fundamentalmente, na Indústria Automóvel, Construção Civil, Pesca e
Exploração Mineira. As áreas de produção com mão-de-obra
predominantemente feminina são a Indústria de Componentes Eléctricos e
Electrónicos e Empresas de Serviços (tabela 3).
Género
Masculino Feminino
Sector de actividade
X Sd Med X Sd med
Sector
Administrativo Produção
Actividade
X Sd Med X Sd med
9
Quanto à caracterização da idade, mais concretamente, à média de
idades associadas ao género e ao número de operadores com idades
superiores a 45 anos, por sector de actividade, observa-se que os sectores
da Pesca e Exploração Mineira apresentam trabalhadores com idades
médias superiores a 49 e 42 anos, respectivamente, sendo que todos os
trabalhadores apresentam um valor de mediana, para ambos os géneros,
superior a 35 anos. Para além destes sectores, regista-se um maior número
de operadores com idades superiores a 45 anos nas Empresas de Serviços,
Construção Civil e Pescas (tabela 5).
Idade Média
Sector de
Género feminino Género masculino > 45 anos (n)
Actividade
X Sd Med X Sd med X Sd med
Indústria Automóvel 35,72 3,57 36,00 35,95 4,29 35,00 95, 66 85,48 75,00
Indústria de montagem
de componentes 36,56 5,61 38,00 36,56 5,05 35,00 106,29 88,53 99,50
eléctricos ou electrónicos
Construção Civil 36,71 4,68 36,34 41,17 2,55 41,00 244,55 282,37 153,00
Indústria Metalo-
38,51 4,54 39,00 39,32 4,95 40,00 133,16 142,62 98,50
Mecânica
Pesca 49,00 49,00 49,00 49,00 450,00 450,00
Exploração Mineira 42,00 42,00 41,00 41,00 281,00 281,00
Outra Indústria 39,15 4,56 39,00 40,77 4,75 41,00 180,34 453,19 117,50
Empresa de Serviços 37,45 5,38 38,39 38,37 6,45 40,00 309,28 594,03 137,00
Outra 38,12 5,23 38,50 40,60 6,19 40,95 209,44 232,03 133,00
2- Prevalência de LMERT
10
Membros superiores, designadamente, a tendinite do ombro, do cotovelo,
do punho e o Sindroma do Túnel Cárpico, muito provavelmente devido à
especificidade da natureza das condições de realização do trabalho (tabela
7). Não obstante, podemos observar que a lombalgia mantém-se como a
patologia mais prevalente, qualquer que seja o sector de actividade.
Tabela 6- Descrição dos parâmetros de tendência central das das lesões em estudo,
em função do número de empresas avaliadas.
11
Estes factos podem ser confirmados pelos resultados de análise de
comparação múltipla, onde identificamos diferenças estatisticamente
significativas entre os sectores de actividade no que respeita ao número de
casos diagnosticados de cervicalgias, Tendinite do ombro, Síndroma do
Canal Cárpico, Tendinite do Cotovelo e Tendinite do Punho (tabela 7).
Tendinite
Síndroma Tendinit Tendinite
Cervicalgia Tendinite Dorsalgi Lombalgi do
do Túnel e do da mão e
s do ombro a a membro
Cárpico cotovelo punho
inferior
f 8 8 8 8 8 8 8 8
I.A.- Indústria automóvel; I.E.E.- Indústria de componentes eléctricos e electrónicos; C.C.- Construção
Civil; I.M.M.- Indústria Metálo-mecânica; E.M.- Exploração Mineira; O.I.- Outra Indústria; E.S.- Empresa
de Serviços; OUT.- Outra
Cerv.- Cervicalgias; T.O.- Tendinite do ombro; STC- Síndroma do Túnel Cárpico; T.C.- Tendinite do
cotovelo; T.M.P.- Tendinite da mão/punho; Dors.- Dorsalgia; Lomb.- Lombalgia; T.M.I.- Tendinite do
membro inferior
12
O género feminino está positivamente correlacionado com todas as
lesões (com excepção de tendinite dos membros inferiores). No caso do
género masculino, apenas se observam correlações com as lesões de
Tendinite do Cotovelo e dos Membros Inferiores (tabela 9).
13
Tabela 9- Análise correlacional entre as variáveis demográficas e o número de lesões diagnosticadas.
Síndroma do Tendinite do
Tendinite do Tendinite do Tendinite da
Cervicalgias Túnel Dorsalgia Lombalgia membro
ombro cotovelo mão e punho
Cárpico inferior
Correlation Coefficient 0.09 0.15 0.24 0.12 0.20 0.11 0.09 0.06
Nº de Trabalhadores
Sig. (2-tailed) 0.05 0.00 0.00 0.01 0.00 0.02 0.04 0.16
do género feminino
N 497 498 498 497 498 496 498 498
Correlation Coefficient 0.05 0.07 -0.07 0.11 -0.03 0.03 0.06 0.13
Nº de Trabalhadores
do género masculino Sig. (2-tailed) 0.31 0.10 0.14 0.01 0.56 0.51 0.15 0.00
N 496 497 497 496 497 495 497 497
Nº de Trabalhadores Correlation Coefficient 0.07 0.10 0.03 0.08 0.01 0.01 0.03 0.09
do Sector Sig. (2-tailed) 0.13 0.04 0.53 0.09 0.85 0.90 0.47 0.06
Administrativo
N 461 462 462 461 462 460 462 462
Nº de Trabalhadores Correlation Coefficient 0.13 0.19 0.17 0.26 0.21 0.13 0.16 0.19
do Sector de Sig. (2-tailed) 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00
Produção
N 407 408 408 407 408 407 408 408
Nº de Trabalhadores Correlation Coefficient 0.18 0.17 0.13 0.14 0.08 0.13 0.18 0.20
com idade superior a Sig. (2-tailed) 0.00 0.00 0.00 0.00 0.08 0.00 0.00 0.00
45 anos
N 485 486 486 485 486 484 486 486
Idade média dos Correlation Coefficient 0.11 0.05 0.05 0.04 -0.03 0.05 0.06 0.12
trabalhadores do Sig. (2-tailed) 0.02 0.27 0.31 0.35 0.47 0.30 0.21 0.01
género feminino
N 461 461 461 460 461 459 461 461
Idade média dos Correlation Coefficient 0.13 0.02 0.07 -0.01 -0.04 0.07 0.11 0.09
trabalhadores do Sig. (2-tailed) 0.01 0.60 0.14 0.78 0.44 0.12 0.02 0.05
género masculino
N 462 462 462 461 462 460 462 462
14
Em face às diferenças estatisticamente significativas observadas
entre sectores, globalmente, para algumas das lesões músculo-
esqueléticas, torna-se interessante analisar qual a expressão das diferenças
entre cada sector para cada uma das lesões em estudo (tabela 10).
Tabela 10- Comparação dos valores médios das patologias entre sector de
actividade
15
- não existem diferenças estatisticamente significativas dos valores
de mediana das lesões entre a Industria Automóvel e a Indústria de
Montagem de Componentes Eléctricos e Electrónicos;
16
A idade Média dos trabalhadores do género feminino surge apenas
como preditor da Tendinite do Membro Inferior, em interacção com o sector
de Produção.
17
Tabela 12- Descrição da percentagem de casos diagnosticados com
acompanhamento especial.
CR-
RECOL ECD CO/R CNPCRP MFR
< 10% 74,61 37,70 37,50 70,12 51,37
10 a 25% 5,08 8,79 21,09 1,95 14,65
26 a 50% 2,34 11,52 9,77 2,54 6,05
51 a 75% 0,59 8,20 6,64 1,17 2,93
>75% 1,17 19,34 9,77 3,91 3,91
Total 83,79 85,55 84,77 79,69 78,91
Não
responderam 16,21 14,45 15,23 20,31 21,09
18
Tabela 13- Frequência relativa das lesões diagnosticadas com encaminhamento especial.
19
Propostas de realização de intervenções posteriores
21
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