:"Leiatambém:
e BrasilemPerspectiva
org.de Carlos Guilherme Mota
Cangaceiros e Fanáticos
de Rui Facó
CapitalismoAutoritárioeCampesinato
- de Otávio Guilherme Velho
OMITODA BCESSIDADE.
- Discurso.eprática«do .
Os Deserdados da Terra n rdestino
de Margarida Maria Moura
sores do IUPERIJ, em especial de Sérgio Abranches, orien-
tador datese, de José Murilo de Carvalhoe de Olavo Brasil
e Lima Júnior. '
No Nordeste e em Brasília muitos colaboraram com
documentos e esclarecimentos sobre a elite política regio-
nal. A todos meu agradecimento pela riquezadas infúrmações
famnecidasearessalvademinhainteiraresponsabilidade pelo uso
e interpretação que fiz delas.
INTRODUÇÃO
já 15
mesmofraca, é percebidacomo o únicomeio capaz de obter manecerampouco: alteradas: Esta situação coloca: uma
decisões favoráveisa grupos sociais.localizados em regiões questão mais geral, ou seja, aquela: dos: processos que
específicas. Portanto, o sistemapolítico possui uma dimen- definemritmos-é profundidade: de mudanças econômicas
são vertical, que permeia a sociedadecom todos os seus e sociais, de-modo espacialmente: diferenciado. “Embora
conflitos, e uma dimensão horizontal, na qual grupos so- esta não seja umaquestãoespecífica para o trabalho,éF
ciais espacialmente |diferenciados também.competem en- certamente a questão maior:queo inspirou. -; :
tre si.: : ao -O:problemapesquisadorefere-se, em,particular,àas
NoBrasilas diferenciações físicas no meioo geográfico, estratégias daelitenordestinapara.preservar ostatusquo
naturalmente esperadas numa extensão territorial tão “politicamente.favorável. àé sua-posiçãona sociedade.Jocal.
grande, algumas vezés disfarçam, ou'confundem outras “Tomamosentãocomoponto departida aexistência deuma
diferenças. Estas, emboranãosendo caudatárias das va- eliteregional, icamente.benerta-dascondições
riações ambientais, terminam por induzir interpretações estruturais da região, :
de relações de causa e efeito, supervalorizando as limi-
tações ou as potencialidades da natureza sobre a qual o
homem se instala. As clivagens sócio-econômicas do terri- materializa na organizaçãodo.
patioeneê
regional..
tóriobrasileiro. devem,-então,ser interpretadas também ParaobterNAAS
analiticamente satisfatórias,op-
como um produtopolítico e comoumfatorda:política, pois,
emisendo o espaço-nacional organizadoeconstruídohistó-
rica-€politicamente, as 'condições'particulares doespaço
pressupõem um-sistema' político regionalizado, com:re-
laçõesinternaseexternasespecíficas: Desse modo,as
disparidades espaciais devemser abordadascomo sujeito
e: objeto: de: decisões: políticas:-Emoutras-palavras, os
desníveisregionaissãoconsequência de açõespolíticase
ao mesmo tempo impõemdecisões políticas; tanto na-esfe-
raregional 'como-nacional:Portanto;uma'abordagem'do centro. EESÓRIOede Sedenopaís,' esisçatiisÉ com
sistemapolítico:brasileiro'que'privilegie'apolíticaregio- algumas indagações relativas ao contextomais amplo em.
nal, sua'relação:coma política:central:e suaarticulação que-seinserem asrelaçõescentro-periferia.'Primeiro, em
como sistemasócio-econômicolocale nacional;pode'ser. se aceitando 4importânciadas elites nas'“determinações
bastanteprofícuae enriquecedoradas análisesjáfeitas; dasdecisões e ações“políticas, seriaválidosupóraelitede
como tambémindicadora denovoscaminhos: : uma região pobre como desprovida de'peso'político?
“Comrelação-àRegião:Nordeste,umaanálise das “Em'segundo, comrelação às condições”econômico-
características sociais eeconômicasindicaque;apesarda sociais desvantajosasda periferia,seriaesta desvantagem
modernizaçãoe do avanço de setoresda economia regional uma-disfunção apenas dosistemaeconômico? Qual'o papel
nasúltimas:décadas,suasquestõessociais-epolíticasper- do sistema social, levando-se em conta que a'pobrezaregio-
16 17
nal-nãoé: vivida igualmente portodas.as:classes sociais
s “o Para a análise específica da Região Nordeste, ainves-
que habitam a;região? siso deseo DÉO tigaçãodefiniu-se-apartirde algunspontos:Em-primeiro
Finalmente, seoyecrutamênto odae elite polítican
nacio- lugar,há que sesuperaralgumas proposições consagradas
nal éfeito:"nas diferentes regioes-do território,é possível pelo uso, como a de trabalhar intelectualmente a Região
que aelite periférica também participe do;poder central eé Nordeste.como se esta-fosse uma questão:Na realidade,a
consequentemente das suas decisões?- : :
“Independente dasrespostasque possam serdadas a elites,sendo:oespaçóregionalinordestino organizadocomo
essas: questões,algumas constatações empíricas:“podem “Suporte aesse poder.Assim,a questão nordestina é uma
indicarcaminhos )paraa formulaçãode' argumentos rela- falsa questãoe deve serdeslocadadaregiãopara o espaço
tivos aos limites dearbítrio daperiferia nas suas relações político “historicamente: ocupado:por suas elites. Neste
com'ocentro. Assim,o centrodo: poder econômiconãoé, ponto estabelecemos queaceitar o Nordeste«comoquestão
necessariamente; ocentrode poder político; orecrutamen- - élegitimar discurso da.elite: egional,e eportanto.signifi-
todeelitesnap riferiaé também importante na composi- = cativo da-vitória. de-sua:estratégia:ideológica:
çãodaelitedirigente;1nemtodaação políticaredunda em . “Em. segundo, trata-se de identificarotegionalismo.
desenvolvimentismo,ouseja, o desenvolvimento.econômi- nordestinocomo umaconstrução intelectual-de suaselites
co esocial, nos moldes propostospelospaísesocidentais, conservadoras. Este regionalismotransparece naapro-
não é“questãoobrigatoriamente presente na Pauta das priação ideológica daregião-como uma questão-que deve
decisões políticas; o processo de conservação do poder ser nacionalmente equacionada, sendo utilizado com: su-
cesso. como elemento; de barganha nos pactos e alianças
po ítico regional.desen olye suas própriasà gras,nem
políticas com o govérno central. Esta busca de alianças
apoiadas na-identidade regional “nortista”é antiga e foi
analisada porPandolfi;1que ressaltou.o objetivo deabrir
espaço-político,através dessas: alianças,na:estrutura de
poder do Estado,-sendo esta prática fruto da'consciência
de que isoladamenteos estados. pobres não tinhamrele-
vância política: Oconcerto regional-era-orquestrado: por
Estas.questões.e, suposiçõe definem.a região«como Pernambuco, quearticulava os seus.interesseseasua área
território tambémpolíticoenão apenasfísicoou.econômi- de influência? .-
ee iris ; eres ro si eo are
co..Esta.interpretaçãopossibilita. compreender o peso«do Em terceiro, é.supostoq
que o:Nordesteinstitucional
regionalismo na,construção deumprojeto. político,nacio- foi. delineado por-umaelaboração regionalistapreexis-
nal, e remeteéas.considerações.políticas questões sobre as tente:Comoaidéia-de regiãoantecede ade-regionalismo,
maneiras.pelas. quais as:clivagens. sócio-econômicas (ou trata-sede iralém.dadiscussão sobre:avalidadeounão
disparidades regionais) podem.. redefinir. aquele projeto, “do.Nordeste como:região«etentar compreenderas:;formas
quando: as injustiças, espaciais;conseguem s« e:impor.e
como de»manifestação. do seu regit nalismo,de caráterreivindi-
questão.política... catório; extrativo: e conservador: rio
18 19
“ Assim;a partir dainfluência das elites na formação Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Essa
social, em geral, ena Região Nordeste,em particular, e da seleçãonão é arbitrária. Estes estados, depequena exten-
importância da:política-no espaço regional, é possível são, possuíam, em 1985;21,3:milhõesde:habitantes,que
defini o argumentocentraldainvestigação:Aa representavam55% da populaçãoda regiãoe 16%do total
- do país:Em termos deárea:ocupada, 'o conjunto abrange
26% daregião-e 4,8%:do país. Este:étambém o espaço
regional maisfragmentadoem-termos de unidadespolíticas.
preservaçãotem sido possívelpela aliançadaelitereiional “Do ponto de-vista: do domínio político;neste conjunto
comacentral, quesubstanciáuma barganhapara apoio são encontrados:os'subespaços,cujas elitespossuemtra-
mútuo, mais doque uma-relação de cooptação. Essa alian- diçãode participaçãopolíticano Governo Federal;como as
ça,por sua-vez,estabelece as condições para:apreservação . - do nordesteaçucareirona' Zona da Matae-os-nordestes
daestruturapolítica: e social: que, emnão sendoalterada, algodoeiró-e pecuáriono'Sertão. Encontram-se, portanto,
mantém o equilíbrio de: forças na: Região. Emsíntese, a - nestes seis-estados, elitespolíticas:representativas das
hipótese:do trabalhoé queapermanência|das'condições forças sociaismais-atuantes'no contextoregional;-cujos
“estruturais da: Região Nordeste é possi el-pelaconserva: modosdeação-conferemsignificado:aoconjunto que«com-
são!históricadesua«elite:noopoder,utilizando:comorecur- preende a Região Nordesteoficialmentedefinida. -
sos de preservaçãouumarelação dettrocade concessões com -Embora-o: cenário da: pesquisa;seja delineado:Pelo
opodercentral. - ALE CLQEDADINO, Cs grd ES boss ves regiohalisionordestino;:umbalizamento'dos:percursos
: Comose trata:xdo espaço:nordestino, o suposto é que metodológicos passa, necessariamente, pela compreensão
apolítica,enquanto institucionalização do poderdeclasse, da região; enquantobase territorial para a expressãodo
tem-sido domínio daeliteconservadora. Esta; atravésda fato político. Como não há regionalismo sem:um-substrato
sua: prática,preserva a posição: de.classe dirigente;pela | regional,a-conexão entreestesconceitos é necessária, daí
participação: nacoalizãode-poder nacional,mantendoas- a discussão de ambos anteceder aexposição: domodelo: de
simsua posiçãode classe dominantenaescalaregional. A “análise, que definiuos elementos quenortearam-tantoos
fundamentação conceitual,nesse caso;-encontra--senas levantamentos empérico como a: à interpretação dos:seus
elaboraçõesreferentes àdimensão regional doexercício da resultados.:: ais as E
política;o que conduza-compreensãodo:regionalismo eao «Os dados«que: informar sobre.estesegicnalismof to-
seu papel, tanto naorganização do espaço regional,como ram n extraídosdo-conteúdo:temático-de 476 discursos :pro-
no direcionamentodapolítica.nacional. sor fis, feridos por: 84:Deputados» Federais"entre: 1946. e 1985.
“A: região. de interesseparaa pesquisaé a'“que consi- Organizadas as informações, ficou clara; ainfluência da
deraidos!comoum'“espaço-vivido” nordestino.Apesar:de elite. econômica regional na condução dos interesses poli-
menor:do:“que o Nordeste: oficialmentedelimitado, é um - ticos;«aimportância dos. laços: de lealdade com o:poder
espaço representativo da imagem:Projetada, tanto:regio- central eos:fluxos: de recursosque eles garantem...
nal'como nacionalmente; da Região:Aárea proposta:para. «Alguns: problemas;são-evidentes:na:utilização desse
oestudo se estende do CearáatéSergipe,inclúindo o Rio: material de pesquisa. O maisgraveestá no risco desubje-
20 21
tividadenaanálise:Arsua redução aumnível:maiscom- pacial: nacional, estadual, municipal e regional. No capí-
pativel:comuma-investigaçãoacadêmica: foi obtida .me- tulo 5 são analisados os temas centrais dos discursos e, no
diante-criteriosa:identificaçãodaestrutura-temáticados capítulo 6, as suas abordagens, ou seja, as proposições
discursosé pelaeliminação:preliminar daquelessem:cla- relativas aos temas.
reza-dos:seus:objetivos-e-proposições:A: quantificação e Finalmente, no sétimo capítulo são explicitados os
posterior análise'dosresultados-indicaram'que os discur- textos dos discursos mais significativos para os argumen-
sosdeparlamentares,apesar das dificuldadesiinerentes-à tos propostos, como recurso de discussão do conservadoris-
sua'natureza; são um-recurso empíricocom forte conteúdo mo da elite regional e das coalizões extrativas que lhes
explicativoparaà 'conipreensão:de dimensõesespecificas garantem os retornos de sua performance política. À partir
do
omegiorialismo.es; : ATE Fusios sie desse ponto, são encaminhadas a: s conclusões da pesquisa
“=A-apresentação dos resultados:de todasaas:etapas da realizada.
pesquisa foi organizada em»sete: capítulos. -O-primeiro
contém: os elementos:maisgerais: da investigação consti- Notas
tuídos'pelos substratos teórico -e-empírico:A discussão
sobre a regiãoeo regionalismo;teérritório:emodo:de: ação 1. PANDOLFI (1980).
-2.. FREYRE (1976), o Manifesto Regionalista é exemplar do conteúdo
política, respectivamente;indicamos requisitos: concei- do regionalismo nordestino eda sua condução ideológica pela elite
tuaispara'aelaboraçãodomodelo de pesquisa—adaptado pernambucana.
“ do desenvolvido:porSidney Tarrow3 em trabalho sobre as 3. TARROW (1977).
relações: centro-periferia na:Itália e-na: França;com as
devidas-adequações para oregionalisio nordestino-— e
dos procedimentos'empíricos: “00 cost uno
“= “Nosegundo e'terceiro capítulos, o Nordesteééo otema
central. Sãoapresentadas; no segundo;as principais pers-
pectivas:daelite regional'sobre:aregiãoe:a imagem por
elaprojetada nacionalmente;compondo o cenário delinea-
do, historicamente, pela sua ideologia; a estruturasócio-
econômicaregional; suasmudançaseresistênciasforjadas
pelas:relações sociaisé analisadanoterceiro:capítulo.:
s capítulos 4; 5:e6 sãocompostospelasinformações
relativas aoconteúdo temático dosdiscursos de parlamen-
tares;além-deoutrasnecessáriasàsuainterpretação. O
quartocapítulo apresenta: ediscute o perfil-sócio-político
da eliteestudadae seus.espaçosde interesse;ou seja, as
referênciasespaciais de'seus' pronunciamentos; que se
desdobram-emquatro-escalas:básicas: deabrangência 'es-
22 23
PRIMEIRA PARTE
RE-VENDO A
REGIÃO NORDESTE
“REGIÃO,RECIONALISMOE
MODELO:DE ANÁLISE |
um condicionanteinescapável«dessas. relações«edasiino-
vaçõesque,elas,propõem. A.dimensão territorialé é, então,
“continente-do, ocial, umavez queseus limites são. estabe-” 8
lecidos, pela.sociedade. que o-«ocupa. Assim, o:território.é
uma- unidadegeográfica, 'mas:-é também'umaunidade-
social. e uma unidade:política.JPodemos. falar então em
espaço-territorial, que constitui um sistemadeestruturas
tanto sociais comoespaciais,estabelecido: através:daação
humana:sobre anatureza. Cv siso
28 29
Porém, como o acontecer sobre o espaço não é homo- pontos. de partida para uma:análise regional, tendo em
/ gêneo (ea perspectivaestruturalsubentendea dinâmica Ho
identidade.territorialqueeconsideramos.fundamen-,
| do processo sócio-espacial),a noção de subespaço(lugar, “talao conceito de região. rios ego
* área, região) se impõe mediantea categoria da escala, ou “Abrimosum:parêntesis: para.esclarecer, maisuma
seja, à noçãode fração do espaço dentrodo,espaço total.4 vez; que não se trata de ighorar as-mediações das relações
“Assim, no paradigmado espaçoversus te itório, a sociais; mastrata-se, sim, de identificar: as bases sobre as
“região” constitui umníve deanálise do t , quais estas médiaçõessão estabelecidas.Fechamos parên-
tabelecido não de forma. arbitrária, mas,ao contrário, tesis reafirmandoque;as. sociedades: compõem o: espaço e
«significativodoacontecerparticulardc fato socialtotal, se tornam, muitás.vezes, presas dele:
Fe lenemá-io é,nomíni-
é
definidopelolugar em queele ocorre. região,portanto, mo;
, imprudente. 11 Res sito rerieção eae Foro
é escala”sócio-espacial, quepossui uma especificidade fun- “É preciso reconhecerque.o:éspáço, em:sendo:a:morada
“ cional, definidanosprocessossociais, quecondicionam e dohomem, estabelece:com-ele-seus.laços:Na realidade,
sãocondicionadospor espaçosdiferenciados. FD apesarda agilidade e mobilidadedo indivíduo e dasfacili-
A diferenciação espacial define-sena:identidade: que dadese induçõesao deslocamento, provocadas pelasimpo-
se realiza: nas relações homem/meio; emseu nível'mais sições da'necessidade .de: reprodução. e: acumulação:do
elementar. Assim,/arelação dohomemcomo espaçoque o capital, as facilidades demudançanão:devem:mascarara
cerca pode.ser interpretada como um: arquétipo, como um normarelativa,masreal, de fixidez, segundo a:qual. os
elemento essencialda estrutura psicológica doindivíduo. - grupos e-as massas humanas estão enraizadasnosolo:
“Emsua PoéticadoEspaço,Bachelarddesvenda“os valores “Um gruposó se desenraíza pelo impulso:irresistível. de
“doespaço|habitado”,“onão-eu que protegeoeu”.8Oespaço umacrise demorte,de misória eu fome, ou, emSonsequiên:
de suas.reflexõesééacasa, é“aconcha poteiarase criadora ciaa de medidas,políticasteiz
numa
maperspectiva da análiseespacialas
Passamosà
dosespaços deposse, es "ças adve
espaços amados”.”oestudo de Bachelard estápotado
cepção: eadas.dife enças.encontradas a an
daterra. Porém,se a: percepção.“das. diferenças. parece
clara,a sua delimitação tem sido questionável. Alémdisso,
-a ampliação,das relações econômicas, sociaise políticasem
pelasrelações sociais, estabelece--seum“elo afetivoentre escala mundial indica que: o “conteúdo” da regiãoé cada
apessoa eo-lugar ou“ambiente físico”:9:Essarelaçãoé vez-mais complexo; que a-sua:«explicação não pode se
suficientemente forte para afetaraestruturapsicológica limitar2a-aparência, pois-se encontra;emparte,foradela;”
doindivíduo(Bachelard propõe;inclusive, uma “topoaná- e que asdificuldadesde.delimitar a regiãode formanão ,
lise”,comoum “estudo psicológico sistemático-dos lugares arbitrária, e:capaz de traçaroslimites de uma:especifici-
físicos da nossa vida íntima)”,10..e: deve:estabelecer: os dadesócio-espacial,pareêcem-terseampliado. Apesardis-
30. 31
m
E
logia epolítica. vás
víncias do Norte”). Ofato: de esseNordeste institucional “Nossa questão. central está referenciadaàa“elite:nor-
“ter se ampliado em relação ao real decorre mais do opor- destina”queimprimeumcaráter conservador à organiza-
tunismode outras eliderançes doqque da:sua
a artificialidade ção 'sócio-econômica:regional. “Porém, a Região Nordeste
não é um caso isolado, mas, aocontrário, constitui uma
situaçãoparadigmáticada importância daselites«conser-
para aatuação desórgãos de fomentobase ser, à primeira vadoras nas relações centro“periferia.22. irinepieoh
vista, confundida“comuma “regiãoplano”,20. cuja delimi- Aliteraturasobreas escolhas' boliticás nas relações
tação. é
aanã definida.para, a aplica ção de'uma centro-periferiaindica queo comportamento e as ópções
ideológicasdas elites: periféricas,*e suas relações com'as
elites centrais, são um componentefundamental'dos mo-
dos dearticulaçãoda políticaregional:Aselitesperiféricas
tantopodem estabeleceralianças como poder central, o.
que as tornade certo modobeneficiárias damarginalidade*t
econômica'oupolítica; oupodem'confrontar-se; namedida
em que” maior autonomia: lhestraz benefícios: maiores”
Nessecaso; o protesto de base regional vincula-“se neces-
sariamente”à-marginalidade econômica; mas podetam>
bém sera expressão dograú'de insatisfação: das elites
locaiscom'seu papel marginal nosistema político:
realidade.empírica,elafaz partedacconsciência socialeé “Diferentes modos de encaminhamentodas questões
uma representação, mas, porser tambémeespaço dedispu- regionais são encontrados naEuropa Ocidental, cujahis-
36 Br
tóriade:formação.e:consolidação.dos:Estados:Nacionais é havendo até aqueles: que neguem estasuposição): Nesse
asprópria; história dos-conflitos regionáis,.nos quais as sentido; no seupapel defacilitadorda expansão do capital,
questõessócio-econômicasestão subsumidas, e das manei- o Estadoapóia-senaseliteslocais; estabelecendo alianças ;:
rasmais violentas oumais sutis de colocá-lossob o controle ou cooptando-as: Estas, por sua vez,utilizam seu poderde ”
poder-centralizado: Re barganha para orientar, pelo menosemparte, as decisões *
»:2'Àpersistência,das questões:regionaisinduz, então,éa | segundo seusinteresses:Àaceitaçãodessa suposiçãoper- ,
veflexão sobre os recursos e a materializaçãoda expres- mite-visualizar tanto:úmgrau-dedeterminaçãono-poder ,
são-política-das:.clivagensaregionais.' Pareceevidente, em local; como:o pá essepoderno-esbo daidentidade
países: internamente diferenciados, que:os problemas ét- :» regional Este últimopontoé importante-porqueestabe-
= nicose:culturaissão recursoseficientes:-para “tornar visi- lece:umelo 'entre:oprocesso: de construção: regional, ou
veis osconflitos desencadeadosporumpodereconômicoe seja, deestruturação doseuespaço;eoprocessode:decisão
"políticodesigual, não' sendo; emsi;“desencadeadores'des- : dass elites, de caráternitidamente político.25. 3» <» oiro
sesiconflitos. Em contrapartida, naausênciadediferenças = O-espaço territorial: pode:ser: interpretado, então,
étnicas e culturais marcantes e na presençade desigual- o comoproduto:das relações complexasentreaprodução; as
dadesregionais:importantes,|surge.naturalmente-a in- intervenções do Estado e as heranças espaciais de'modos
dagação-sobre;quais: seriam..osrecursos possíveis de de:produçãoanteriores.26 É:possível-afirmar.também que
mobilização, capazesde. conduziroo:descontentamento réê-
gional paraa arena.políticanacional.. posições le.uma.aclasse.dominante:local, na procurade
Comoavançodo:capitalismo:eoaprofundamento das a expandir suap
própriabase material fé/eno uso do controle
desigualdades regionais: criou-se-umfato político novo, sobre aadministraçãolocal-para-alcançar-seusfins:(por-
diretamente vinculado: à-questão dadistribuiçãoterrito- - , tanto), as classes dominantes desenvolvem formas decontrole
“rial das benesses dodesenvolvimento econômico,queexige político: apropriado: a: seus: interesses-econômicos:(e:de
“respostas, específicas. Narealidade, onde recursosescas- | poder), tanto que-uma' região toma umaspectospolítico
sossãodistribuídosdesigualmentepeloterritório, asre- , peculiar quando'comparada com:outras”.27; As-caracte-
giõesprejudicadas tendemapressionarpara a redistribuição, ui rísticas-regionaisreferem-se, então; a uma'tendênciahis-
enquantoas:mais ricas resistem:ou:ignoram. oproblema. e tórica-patrocinadapelosinteresses-localmente dominantes
Seja: qual-foro.suporteà mobilização, é-certo:que, onde ! —='família, religião, “política e: empreendimentos: no
demandas'de baseterritorial)permanecem nãoresolvidas, : sentido de favorecer práticas compatíveis,:etornar-separte
existeapossibilidadederuptura política.24.. ae 1 da mesma estrutura:de:percepção: cultural.Por
«À abordagem dessaquestão medianteascondiçõesda 4 própriaidentidaderegionalé influenciadapelo:compórta-.
acumulaçãoéé importante portrazerao plano:analítico, de 4 mentodassuaselitesemrelaçãoéàprópria região,-ao poder
modo. obviamente não;intencional,a;necessidade. do su- “cen soutras regiões. Ens atu
porte das:burguesias locais à:tarefa,deremoção.de barrei- “A:partir do-expostoé“Possível estabelécer que a:aná-
ras;empreendida:peloEstado, paraa'expansãodocapital lisedadimensãopolíticado:confrontode interesses regió-
(embora. esta; não seja.a: preocupação dos.seus “teóricos, o nais aponta, necessariamente; paraaquestão do regionalismo.
38 39
Estedeve serentendido como a mobilização política de que poderá obter uma vitóriapolítica particular, o caráter
“grupos: dominantes numaregiãoem defesade interesses progressista ouconservador dos objetivos perseguidosde-
. específicos: frente aoutros grupos:dominantes: deoutras pende'dos interesses daqueles que aconduzem: Portanto,
“regiões ou ao próprio Estado. O regionalismo,portanto; é um umaelite. regional. conservadora, certamente,» imprimirá
- conceito eminentemente-político, vinculado, porém,aos este caráter assuas demandas. 29. a ent
interessesterritoriais. Desse modo;-as interpretações e Em nossos pressupostos a interação entre
« espaço e
análisesdo-regionalismoreferenciam-se, conceitualmen- política, numa relação em que cada um é simultaneamente
te, tanto-aotema da-participação: política, como: ao: da determinante e determinado, encontra-se subsumida na |
organização espacial:Em termos objetivos, o regionalismo prática dapolíticaregional nordestina. O regionalismo no :
- constituiaexpressão das relações políticasentre asregiões Nordeste é significativo da especificidade do caráter polí-
“ou destas como poder central, sempre quenessas relações tico das interações regionais do país, e.sua existência
haja opressãopolítica, econômicaoucultural. Assim, tanto advémtantodosfatoreshistóricos locais; como dassuas
aintervenção emanipulaçãopolíticas; comoa'base terri- relações comopoder centralizado noEstado. De umponto
torial; compoemàsduasdimensões:fundamentais do re- de vista sistêmico, esta política regionalistaééum subsis-
giónalismo28- ea Ca REREETTO
temado sistema políticonacional,o que pressupõe. tanto”
À mobilização regionalista éé, pois,«extremamente a independência dassuasarticulações locais+coma depen-;y
complexa e envolve tanto as forçassociaisno interior da dência diante de articulações extralocais. Regionalismo,
região,como a suaarticulação comopodercentralizado do portanto, supõe identificação e coesão internas e competi-
Estado. Oproduto-final desta dupla:articulaçãoémais jexte e padrões,preservação«ou obtenção”
facilmente materializado: mediante:rotulaçõesde lutas de condições maisvant osas. Assim,ocaráter r
específicas: Estas podem'ser étnicas, lingiiísticas-owreli- ta é “simultaneamente intrínseco e relativo. “Aceitando
giosas;emascaram o conjuntode causas e atores envolvi- essassuposições,“qualquer Estado-Nação, a não-ser que
dos, assim como:os interesseslatentes do regionalismo. . seuterritórioànãoapresente regiões estruturadase iden-
Alémdisso, na ausência de umfatorparticularde diferen- tificadas,Possuiú algum, nível de tensão regional, Jatente
ciação culturalcomo:bandeira delutapolítica;'as questões ou manifesto.
regionalistas ficamsendo-vistas: pelo-prisma-dos proble- “ Assim, ao sistema político cabe reduzir os conflitos,
mas setoriais, encontrando maiores obstáculos:para im- mantendo-se emníveis quenão ameacem a integridade
por-sena arena política. rrereraeros are rodaiitos territorial e a estabili de do Estado, pois, quando. ele
A-dificuldade de tornar visível:umacausaaregionslis- golpes ou as guerrascivis. Em
ta de caráter eminentemente sócio-econômico, sem um síntese, a análise doregionalismo implica “espacializar” O.
anteparo cultural:é, porém, agravada: quando-a própria sistemapolítico, buscando compreender suas s articulações
“
luta regional é opressora e envolve:a tentativa; por parte e interações horizontalmente: as ro vs
do:grupo;dominante-na região, de preservar sua posição » A'competição: regional encontra, teoricamente, 'o seu
de-poder:e-deexploração em'relação aos outros grupos. equilíbriono mercado políticono qual os princípiosdemo-
Como oregionalismo é mobilizado por um grupo particular cráticos da competiçãoeleitoral:constituém-o meio mais
Ce
40 41
legítimo, embora não: o único; para que-as:disputasse dominante”, que:se torna: mais: ou:-menos explorativa,
deflagrem:Nessa perspectiva são privilegiadasasrelações dependendo do-grau deestreitamento de seus laços com:o
das regiões como poder central eo poder debarganha que grupo econômico dominante e do grau-de sua integração
cada'umatenta. ampliar mediante a'mobilização regional comgrupossociais periféricos. no
para questões sensíveis, utilizando estratégiasPolíticasda '2) o:modelo de “Difusão:Isolamento”,; quee interpreta
representação. -SO reed = eepoms pu
a dinâmica daperiferiaem função da:acessibilidade ao
centro.e da suacapacidadedeabsorverinovações.Este
modelo permitiu a observaçãodeque;elites, administrati-
* Modelodepesquisa vas;“implementam. políticas. para,a-“periferiaatravés da.
lente simplificadora deum modelode :“hegemonia moral”,
A investigaçãodo papel d: dimensãopolítica na
n for- o qual.pode conflitarmaisou;menos profundamente com
maçãoregional nordestina apresenta algumas direções, os valorese interessesda periferia ;
impondo a priori uma escolha daquelas que se revelam
EBoinodeloda:“Burocracia e Integração Periférica”,
mais proveitosas. A que nos interessa trataa questão
que incorpora:os mecanismosburocráticosde ligaçãocen-
o regionalcomoresultadoda interação]políticaentreopoder
tro-periferia comouma: estrutura que provê serviços e
regulamentos mútuos, “através da “ação“de”fúncionários,
grupos 'de' interesses-e'“agentes territoriais:Enquanto os
dois modelosanteriores negligenciamo papeldaburocra-
cia:comoexpressãomais concreta do Estado:noSéculo XX,
neste modelo:aburocrácia; que surge para“racionalizar o
funcionamentodasociedade;cria em suadinâmica interna
umarede interpessoal deinteressese cumplicidadeentre
“os agentes.“territoriais"do Estado-é os notáveis do-nível
local. Assim;as relações: centro-periferia sãoreguladas
pelocentro“através da mesma estrutura organizacional
que provê um canal para aperiferia influenciar ocentro.
Além:disso;apolítica :central-pode:serredefinida-pelos
agentes periféricosdo Estadoemseucontato como público
da base. Outra: hipótese desse modelo refere-se ao apoio
Esse modelos:são:a
que os“notáveis” naperiferiaprestam'ao sistema de poder,
D o de “Dependência-Marginalidade”c “que» enfatiza o existente, nãoporque-ele seja'influenciado pela cumplici-
colonialismo-internoe os mecanismos deextração-do cen- dadecom'asuaequipe burocrática, mas peloapoio queeles
tro sobre:aperiferia. Desse modeloo autorextraiua pers- conferem aoseu conteúdopolítico,particularmenteseeles”
pectivadequeelites tentam construirúma “coerente coalizão partilham-a'-mesma-perspectiva ideológica da-elite-no
42, 43
poder: Ouseja;no desempenho da rede burocrática, há que naperiferia (do modelo da Burocracia e Integração Perifé-
considerar, também, os alinharneêntoé da elite local com:
« a
direçãopolítica central. -. ee o ATO Explicitandoas
as variáveis maissignificativas dosseu
modelo,temos: e PED o nono OL qu
- Naelaboração de seu modelo, Tairrow3lprocura inte-
grar:“elementosdessestrês modelos, tendo em vista a
DP Conteúdo da hegemoniamoral da elite,“ou seja; a
proeminênciadasligações dominantes entre o centro e a
orientação da elite política para aperiferia na economia
periferiae das relaçõesentre Estadoemercado. Assim,ele de mercado. Esta orientação pode assumirtrês formas:
extrai doprimeiro os argumentos relativos ao reforço dó equalização normativa; reformismotecnocrático «e welfare
Estado sobrea dominação do capital, do segundoà socia- distributivo.: ne : is
lização da periferia: comválores'modernos, 'oriundos' do No primeiro-caso; a:elite“assegura| igualdade: de
centro,e doterceiroaidentificaçãodos canais dedistribui- acesso à lei, à educação e àmobilidade;usualmente para
ção dos recursos do Estado para acomunidade local.Além fora;para as populações periféricas:No segundoaênfase
disso, foram identificadas três dimensõesfundamentais é na aplicação dos níveis: de-eficiência, concentraçãode
dasrelações periferia-centro, ouseja, a hegemonia,moral mercado: e:“competitividade a estasáreas: Noterceiro a
da eliteque conduz.aquelas relações;-acoalizão extrativa elitedistribui: benefícios aé periferia para compensár as
composta. por.“acordos. ealianças capazes de “ampliar.a extrações'do mercado. cuco voo
capacidadede.obtenção «de, recursos; e adistribuição,poli- Cada-tipo de «hegemoniamoral” da eliteimplica
tica. realizada. através dos.mecanismos institucionais.Es- uma:imagem daperiferiae uma ação:Assim, no primeiro,
tas três. dimensões, inerenteséasrelaçõesdaperiferia com a periferia é vista como potencialmenteprodutiva, desde
o centro,podemvariarseusefeitos combinados de acordo que-ela:possa:serliberada:dos entraves do baixo nível
com: o conteúdo;ideológico d« a.hegemonia!moral-daselites educacional;do:isolamento e daselites locais:tradicionais.
nocentro ena. periferia, a composição Horizontal.evertical No-segundo; os: reformadores tecnocráticos ressaltamo
“da-coalizão nopoder, tambémno centroe na periferia, de entraveao progresso representado pela]pouca'organização
acordocomosconstrangimentos e recursosque são obtidos da periferia, sugerindoações que' promovam:eficiente-
naburocraciado Estadoe na comunidade.para influenciar mente o seudesenvolvimentoeconômico.Àselitesorien-
a políticaparaaperiferia. eco CU bye au tadas para obem-estarvêema periferia como umterritório
Os elementos centrais do
o modelo deTarrowésão,àre- tutelado peloEstado,empregandotrabalhos públicos,jpro-
suinidamente:1) a hegemonia moraldocentro, ouseja, o gramas: de:segurança”'socialve amploacesso: socialaos
poder dedecisão e deinfluênciaideológicaéexercido pela benefícios:nas' áreas deprimidas. isa derarisa
elite central(do: modelo-de Difusão-Isolamento); 2):a im-
portância da coalizão nopoder, ou seja,ostipos de alianças “9Coalizão nopóder e ideologia da elite; ouseja; a
passíveis de:-seremarticuladas:(do modelo de Dependên- forma da: hegemonia moral'dominante'-em função: dos
cia-Marginalidade)e8) adistribuição de políticas,inter- fatoresdeterminantes da;orientação: dadecisão: da elite
pretadacomo'oproduto finaldas ações que sedesencadeiam sobreaperiferia,tais comoaforçada classe trabalhadora, .
da 45
ograudedesequilíbrio econômico: entre centro e:periferia ixracionalidades, que inevitavelmentese desenvolvem, fre-
eass migrações recentes para as cidades. : quentemente conduzemao desperdício derecursos'e cres-
“Algunspontosdevemser melhor definidos:Para cente sustentação para osburocratas,lado: alado-de seus
o autor, nas sociedades modernas, as alianças-possíveis supostos clientes.
tornam-se também mais complexas. Duas soluções podem Nossistemas burocráticos difusos há uma
a vulne-
emergir para'a elite:aquela que-sé apóia numa aliança vabilidadederivada do caráter dorecrutamento:noserviço
populistae outranuma aliançaprodutiva. Ambas assu- público, dos laços de cumplicidadee assistência mútua
mem;atransmissãodebenefícios: de ordem política do entre a: s forças políticas locais«eosfui ncionáriosdo Estado,
centro para:a periferia.A]primeira mediante uma:ampla apacidade dospartidos|locaisa utilizar«a confusão
política de bem-estar e a segunda através da utilizaçãodos
canaisburocráticosda: administraçãopública. -
RRtendênciapara umaououtrapolíticaéé também
afetada pelo:grau'de desequilíbrios:n nível: de: 'desen-
volvimento econômico“entre:'centroce: periferi .
maior ogap econômico; maior apóssibilidade-de as-cama-
das intermediáriase tradicionais'terem:sobrevivido na
periferia, influenciando decisõesque tendam aneitralizá-las. estabelecida dentrodo
diárioo ordenamento
ana
Então,O controle difuso,a falta dePeeespúblicosuuni-
158) Constrângimentos instituilichais naimplementa-
ção política, ou seja; a influênciaexercida-pela política da
periferiapara-nelaequilibrarásextrações de mercado:e
ampliaro-impacto: distributivodas: decisões: Assim, “a
questão é:sob-quearranjos:institucionais'a implementa-
çãodé políticas centrais serásuficientemente: ampliada 9 Impactos politicos, na,1 periferia,5que “podem:ser
paraproduzir benefíciostangíveis na periferia? Eras redistributivo, dirigista, extrativo ou clientelista.
Aanálise dasligaçõesorganizácionaisindicaque- «Asobservações;sobreasi deologias. daselites, so-
a:reimplieidade:entrefuncionários/doEstadoe seus repre: bre ascoalizões estratégicase sobre.as,ligaçõesinstitucio-
sentantesnaelitepolíticalocal:podeinfluenciar a'imple- nais.podem,ser combinadas num pologiahipotética de
mentação das políticas:do governocentral:Duassituações
são plausíveis: numa, quantomais integrado6sistema:de produtivaoou.populista,e.
» de acordo com ótipo de urocra-
controleterritorial, mais frequentemente as forças políti- cia;integrada ou-difusa.Emseu modelo 'Tarrow.identifica
cas:do topo:podem limitaro uso de: recursos:públicos às quatro-tipos: de impactos na periferia:1)redistributivo,
metas de:suasaliançasverticais: estratégicas; noutra,ao quandoháfortes ligaçõesinstitucionais e:a estratégia da
contrário; os sistemas-burocráticos-difusos não expandem eliteé populista;2)extrativo,quandoe.elitepolíticaapóia-
recursos:pará a-periferia:Nestecaso,'as-duúplicaçõesve se-numa:coalizão:produtiva-eos laços institucionais:são
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fracos; 3)dirigista, quando a estratégia é produtiva e os intraregional. Ou seja, ogrupo dominantelocal articula-
laços institucionais são fortes; e, finalmente, 4) clientelis- se, regional e“nacionalmente, plasmando “caráter. es-
ta; quando: a: coalizão das elites é populista .eoss laços sencial das relações sociais e daorganização do espaço
regional, como. já foi explicitadona“discussão. anterior,
institucionais são fracos. Polo
sobre a região. .
5Estratégiasadaptativasdas elites políticas locais, | A escolha e adaptação do modelo descrito decorre
que variamcom0tipo.de impacto político, podendo ser tanto: dasinter-relações contidas no argumento-do traba-
tanto de ativismo administrativo, para capturar.recursos lho comodas possibilidades dedesdobrá-lo mediânte uma
do centro sob a.ideologia do governo local atuando como empiriacapaz de testar sua validade, enquanto enu iado
empresário; comoclientelista, numa estratésgia ad aptativa de umarealidadeconcreta. E :
daelite local,que, quando o controle burocrático é fraco, Partindo da percepção daregião como um obtida .
evitaexcessiva dependência. doEstadoe tenta ampliar a do sistema político nacional'e do egionalismo como: ex-
“parcel ida c minidadenos recursos públicos através de pressão das forças nela dominantes; “consideramos que:
sm
empreendimentos políticos. no algumas indicações do modelo de Taryow podem adequar-
* Éinteressanteverificar«que a periferiaéé vista como se à situação que nos interessa estudar;ou seja; as relações
caudatária das decisões do centro. Embora Tarrow tenha internas à periferia eas desta com o centro. A inversãoda
avançado«em,aplicar 0 poder de mediação+da elitepolí- ordem é proposital, e indica as condições particulares
dessa relação, pois partimos dasuposiçãode que a perife-
ria também dita suas regras, fazendo exigências emtroca4
do sseuapoio :aocentro.Nesse, sentido, ascaracterísticas