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O QUE É CAPITAL FICTÍCIO E SUA CRISE – NAKATANI E ROSA MARQUES

- O capital é antes de tudo uma relação social. O capital somente existe como forma
dominante em uma determinada sociedade, não sendo, portanto, uma categoria econômica
comum a todos os modos de produção.
- Toda mercadoria é unidade de valor de uso e valor de troca
- Contudo, quando a troca se generaliza, quando ela deixa de ocorrer raramente ou meramente
pelo acaso ou quando ela deixa de ser marginal em relação ao modo de produção, uma
determinada mercadoria é escolhida como equivalente geral, isto é, ela passa a ser o
equivalente de todas as mercadorias.
- Em outras palavras, o valor que está presente em todas as mercadorias agora é visto como
encarnado somente na moeda. A esse processo se dá o nome de fetichismo da moeda.
- O capital industrial é aquele que, associado ao trabalho assalariado, produz mercadorias, as
quais podem responder tanto a necessidades tangíveis (do estômago) como intangíveis (da
fantasia).
- Do ponto de vista do capitalista produtor de mercadorias, a venda de sua produção a um
atacadista significa que ele poderia retomar a produção, pois sua mercadoria já foi vendida
e, portanto, seu lucro já foi realizado. Nos termos de Marx isso resulta no aumento da rotação
do capital.
- Da mesma forma que o capital comercial, a divisão de trabalho levou a que um grupo de
capitalistas se especializasse na atividade de adiantar dinheiro7 tanto para os capitalistas
produtores de mercadorias como para aqueles envolvidos com a atividade comercial.
- Dessa forma o dinheiro - expressão autónoma de certa soma de valor – assume outro valor
de uso, o de produzir lucro uma vez transformado em capital.
- Dinheiro que gera dinheiro, valor que se valoriza a si mesmo sem o processo intermediário
que liga os dois extremos” (MARX, Livro III, volume V, capítulo XXIV), isto é, sem as
agruras do processo de produção. Por isso Marx diz que essa é a forma mais reificada, mais
fetichista do capital
- Encontramos, em Marx, três grandes formas de capital fictício, o capital bancário, a dívida
pública e o capital acionário, todos os três expressando as formas desenvolvidas na época em
que escreve. Se a eles agregarmos o atual mercado cie derivativos, teremos, então, quase todo
o capital fictício que impulsiona a acumulação de capital.
- Atualmente, as gigantescas corporações bancárias efetuam o mesmo, processo, recebendo
depósitos em todas as partes do mundo e fazendo empréstimos muito acima do valor
depositado, criando, então, capitai fictício.
- No primeiro caso, a conversão da dívida em títulos da dívida pública é uma criação evidente
de capital fictício, pois passado o momento do gasto corrente (pagamento de pessoal, por
exemplo), fica apenas a dívida pública que rende juros. No segundo caso, enquanto existir o
capital real (resultado do investimento) ao lado da dívida pública, os títulos de dívida ainda
estarão na forma de capital portador cie juros. Mas a negociação contínua desses títulos no
mercado secundário fará com que suas cotações se distanciem de sua origem, transformando-
se em capital fictício.
- O preço fixado na bolsa sobre 20% dás ações é estendido às demais ações e, assim, o
capital total das ações da empresa se “duplica” . Esse aumento nada mais é do que capital
fictício, atualmente chamado de valor acionário.
- Os derivativos são títulos derivados de outros títulos. Os derivativos são divididos em dois
grupos principais: Hedge e Swap.
- Das commodities, os derivativos generalizaram-se para todo e qualquer produto: moedas,
índices, tudo que seja passível de um contrato de compra e venda no futuro.
- Conforme descrito acima, durante o período de vigência de Bretton Woods formaram-se,
no sistema financeiro internacional, gigantescas massas de capital-dinheiro em busca de
valorização, que eram dificultadas pelas normas, regras, restrições e controles nos diferentes
países. No momento em que termina o acordo de Bretton Woods, instala-se a
desregulamentação e a liberação dos movimentos e fluxos de capitais por todo o mundo.
Assim, com o fim do regime de taxas fixas de câmbio, os fluxos de capital foram
gradativamente desregulados, até a plena liberalização por quase todo o mundo, formando
mercados integrados de moedas e capitais que, com o avanço das redes de computadores,
permitiram a realização de negócios entre vários países quase em tempo real.
- Dessa forma, o crescimento do capital fictício nas bolsas de valores de todo o mundo sofreu
uma aceleração que levou o valor acionário das empresas de capital aberto a um montante
sem nenhuma relação com seu património ou sua rentabilidade real.
- Na medida em que o dinheiro passou a representar o valor, mesmo que a forma preço dele
se afaste e se autonomize, a. busca por fazer dinheiro sem passar pelas agruras da produção
se impõe e, se a eia não se colocam obstáculos, ela assume a forma de capital fictício
hipertrofiado. Assim, a crise atual é uma crise do capital, cuja manifestação primeira ocorreu
na esfera financeira, o que não poderia ser diferente.
- O que é certo é que os países onde o setor financeiro tenha mais se desenvolvido (com uma
bolsa girando expressivas somas descoladas da valorização real do capital físico das
empresas e incorporando derivativos de todos os tipos) e que sejam mais integrados ao
mercado internacional (tanto no campo das finanças como no de mercadorias) estão sofrendo
mais os efeitos da crise.

ECONOMIA SOLIDÁRIA – ELEMENTOS PARA UMA CRÍTICA MARXISTA –


MARIA TEREZA DE MENEZES
- O traço que o distingue, dos demais autores pesquisados é que, a sua “economia solidária”
não se restringe apenas a combater o desemprego e a pobreza, mas na crença de que, o sistema
e a prática cooperativistas, na medida que se expandem e se solidificam, viabilizam a
constituição de uma sociedade socialista.
- Com essa inspiração para o desemprego, em 1996, Singer não só demonstrava a sua
dimensão humanista e generosidade social, como também deixava bem claro, que estava
mais próximo de uma atitude política circunscrita na prática do “messianismo utópico”,122
do que no socialismo, vertente a que estava vinculado, desde a juventude.
- Singer produz uma robusta obra sobre “economia solidária” tematizada centralmente, no sistema
cooperativista e no associativismo, numa perspectiva de “(...) reconstrução de um pensamento que,
[para ele], seria certamente socialista, ou alternativo, ou revolucionário enfim”.
- A prática cooperativista concebida e descrita por Lênin não se fundamenta em valores abstratos;
não tem sentido em dimensões micro; local; familiar; a cooperativa não é uma unidade de produção
familiar. Ela é uma possibilidade de produção e troca na economia socialista, a cooperativa não é uma
organização que possa naturalmente ser constituída em função das necessidades mais elementares de
seus associados.
- O pressuposto da cooperação é o socialismo, “o simples crescimento da cooperação se identifica
com o crescimento do socialismo” e não ao contrário como propaga Singer. Mais uma vez se
remetendo aos “velhos colaboradores” Lênin mostra que a tradição conciliadora e eclética que
fundamenta a base política/ideológica dos socialistas utópicos não passa de um sonho, porque sob o
primado da “transformação pacífica da sociedade (...)” ou seja, sem considerar como questões
fundamentais “a luta de classes, a conquista do poder político pela classe operária, o derrubamento
da dominação de classe dos exploradores” enfim, sem tocar nas contradições fundamentais da ordem
burguesa “’o socialismo cooperativo’ [é] uma pura fantasia, qualquer coisa de romântico e mesmo
trivial pelo seu sonho de que é possível transformar pela simples cooperativização da população os
inimigos de classe em colaboradores de classe, e a guerra de classes em paz de classes (a chamada
paz civil).
- No marco da sociedade de classes, Marx exemplifica as cooperativas já existentes e diz que, no
âmbito da sociedade capitalista, elas “só tem valor na medida em que são criações independentes dos
próprios operários, não protegidas nem pelos governos nem pelos burgueses”.
- Não é difícil entender diante destas reflexões de Marx, sobre o movimento cooperativista, que este,
pode ser uma tentativa social episódica, pontual e, até bem sucedida, no interior do ordenamento
burguês. Mas, como um sistema geral de produção ele só tem cabimento no sistema econômico
socialista.
- As primeiras iniciativas de conceber e implementar políticas sociais “alternativas” no Brasil é
concomitante aos “ajustes” econômicos e políticos que começam a ser implantados, para que o país
possa se adaptar à lógica do “(...) projeto político do grande capital”.
- O autor mostra, do mesmo modo que os revisionistas, que a novidade que atualizou e revitalizou o
antiquado pensamento da esquerda não se encontra mais na luta de classes e nem na centralidade do
trabalho como categoria explicativa da totalidade do modo de produção capitalista, mas sim na
“sociedade civil”.
- A primeira nos faz crer que ele atribui ao Estado capitalista (social-democrata) o papel de ser
protagonista das transformações sociais e econômicas que vão de encontro com os interesses do
próprio capital. E, na segunda, que é intrinsecamente relacionada à primeira, ele não contempla o
envolvimento necessário e obrigatório das forças sociais que potencialmente são os agentes da
transformação: a classe operária.
- Constatamos na leitura da obra de Singer sobre “economia solidária” que o movimento
cooperativista é uma manifestação social que alcança maior vitalidade, no meio dos segmentos
pauperizados da população nos momentos de crise do capitalismo e de retração nos momentos de
expansão.
- Observa-se que os valores e os princípios do cooperativismo se debilitaram e até, se anacronizaram,
como uma possível investida contra o grande capital.
- A conjuntura que compreende dez anos (1994-2004), vem acompanhada de um recuo ponderável
da classe operária em termos de combatividade frente à persistência secular da miséria acelerada pelo
projeto neoliberal conjugado com a “mundialização do capital”.
- CUT  Essa estratégia levou a central à prática hesitante, às vezes contraditória, configurando, no
geral, uma estratégia de conciliação com a política neoliberal que acabara de chegar ao poder.
- Não havia e não há por parte do proletariado brasileiro uma perspectiva classista.
- Este conjunto de fenômenos que delineiam o curso e o perfil do movimento operário no Brasil se
deve às particularidades do nosso desenvolvimento capitalista.
- No Brasil, a burguesia também é submetida aos mesmos condicionamentos históricos que reduzem
o horizonte de luta emancipatória da classe operária.
- Portanto, a reviravolta no campo da classe operária iniciada nos anos 80 do século XX, entendida
como “a mais aguda crise do mundo do trabalho” (id: 63) faz com que o proletariado e os sindicatos
“[abandonem] o sindicalismo de classe dos anos 60/70, aderindo ao acrítico sindicalismo de
participação e de negociação.
- O “socialismo” de Paul Singer – explicitada, através da programática da “economia solidária”, de
que o socialismo pode ser alcançado, através de mudanças lentas e graduais, de pequenos e
sistemáticos ajustes no interior do próprio ordenamento burguês, de revoluções pessoais e
comportamentais, que aos poucos e sem violência, “naturalmente” atingirão a transformação da
sociedade regida pela lógica do capital.
- De acordo com Netto, esta movimentação de ideias de conteúdo exclusivamente reformista, visando
o aperfeiçoamento da ordem burguesa, conta com o apoio da “aristocracia operária” e “de uma
camada de funcionários [dos sindicatos e partidos operários], cujo desempenho de corte
fundamentalmente burocrático conduzia-a a posturas conservadoras”.
- Paul Singer, além da renúncia ao marxismo, operou uma regressão teórica e política com o resgate
idealista do socialismo utópico.
- A burguesia joga ou pretende jogar às costas da classe operária (...) o peso essencial das despesas
de ‘solidariedade’”.
- Entusiasmado com a experiência em Bangladesh, Singer recomenda, que os pobres tenham acesso
a empréstimos para desenvolver suas atividades (SINGER, 2002: 82). Ele se parametrando na
experiência do Grameen Bank como um exemplo a ser seguido, pondera que o Grameen Bank “(...)
pode ser considerado um banco cooperativo” até um “antibanco”.
- A diligência a programas de microcrédito, sob as mais diversificadas modalidades, é um fenômeno
que se espraia por todo o mundo.
- Os exemplos da financeirização da miséria são quase inesgotáveis em qualquer latitude do planeta.
Ela “surge” como receita inquestionável para a solução da miséria e do desemprego.
- Concorrência e crédito, dois aspectos que estruturam a arquitetura da mundialização do capital.
- Esses mecanismos de microcrédito e as práticas propostas como alternativas ao capitalismo pela
“economia solidária” na verdade reforçam a incorporação dos pobres aos circuitos mais avançados
da valorização e da acumulação, num verdadeiro processo de financeirização da miséria.

SOCIALISMO: CAMINHOS MISTIFICADOS E POSSIBILIDADES CONCRETAS –


TAVARES E COSTA
- A partir da segunda metade dos anos 1970 observou-se uma expansão quantitativa do
número de cooperativas e de empreendimentos classificados como pertencentes à economia
solidária.
O fator que desencadeia esse fenômeno é a crise estrutural que acomete as economias
capitalistas, ou melhor, o sistema capitalista.
- Acreditam eles que a Eco Soli supera a forma tradicional da produção de mercadorias do
capitalismo, implantando uma forma solidária e emancipatória.
- A base económica da economia solidária é a cooperativa de produção, prática inserida nas
empresas solidárias dirigidas por uma gestão democrática.
- Assim como afirmou Singer, França Filho, também localiza o surgimento da ES no contexto
de falência dos mecanismos de regulação econômico-política da sociedade atual, em um
contexto de crise do trabalho (limite da sociedade salarial).
- Trabalhador coletivo - Esse novo trabalhador nos parece, de acordo com os escritos da
autora, negar a existência do antagonismo de classes (capital versus trabalho).
- ES é funcional e necessária para a manutenção do modo de produção capitalista.
- O que passa a ser partilhado na ES é o sofrimento provocado pelo trabalho estranhado, com
jornadas muitas das vezes iguais ou maiores que nas empresas “egoístas”.
- No caso das cooperativas, nos dias atuais, verifica-se um processo de cooptação, pelo
sistema capitalista, do trabalho dos cooperados.
- Verifica-se, entre os defensores da ES, a ausência do conceito de luta de classes, processo
de construção do socialismo.
- Dessa forma, a ES tem a função de atrasar o processo revolucionário pelo seguinte motivo:
ela distorce o real, fazendo crer que a construção do socialismo vai se dar por trabalhadores
autônomos, pequenos empresários solidários (patrões) e associados de cooperativas, que
estão subordinados à lógica de valorização do valor e se realizam como homens burgueses.
- “Três condições são necessárias para uma transformação revolucionária da sociedade: uma
teoria revolucionária, um sujeito revolucionário e uma situação revolucionária”.
- A ES não contém na “sua lógica” de funcionamento os elementos que são capazes de levar
às rupturas no sistema capitalista a caminho de um novo metabolismo social.
CAPÍTULO V: “ECONOMIA SOLIDÁRIA” E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL – HENRIQUE
WELLEN
- Para nós, nem a “economia solidária” integra uma perspectiva de transformação social, nem esse
projeto teria capacidade para inaugurar um processo de superação do modo de produção capitalista.
- esse modelo não rompe com os principais elementos do modo de produção capitalista.
- inexiste um projeto de transformação social não apenas possível de ser realizado como também
incorporado pela “economia solidária”.
- Singer se propõe não apenas à crítica do projeto comunista presente nos “clássicos” (como Singer
se refere a Marx e a Engels), mas almeja inviabilizar analiticamente qualquer tentativa oriunda destes
que se destine à construção de uma sociedade emancipada.
- O comunismo não resulta de um caminho natural do capitalismo, mas representa um novo modo de
produção que deve ser imposto pela classe trabalhadora.
- Das quatro partes que compõem Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico (somando-se o
prefácio e os três capítulos), Singer se dispõe a analisar apenas a última parte, referente à exposição
sobre contradições imanentes ao modo de produção capitalista e de que forma esses elementos
poderiam servir à instauração do comunismo.
- Em outras palavras, Engels indica que a contradição central do modo de produção capitalista, que
representa a base em que se erguem todos os seus problemas econômicos, ocorre pela adversidade
entre produção coletiva e apropriação privada, presente nas empresas capitalistas.
- Como conseqüência da contradição entre caráter social da produção e apropriação privada, surge a
contradição entre classe trabalhadora e classe capitalista.
- É apenas a partir desse momento, rejeitando de sua análise a centralidade da contradição entre
produção social e apropriação privada, assim como sua derivação em antagonismo entre trabalhadores
e capitalistas, que Singer principia suas críticas a Engels e aos “clássicos” do marxismo.
- Em síntese, enquanto existir o modo de produção capitalista, vai existir contradição entre produção
social e apropriação privada, assim como sua expressão absoluta do desequilíbrio entre produção e
consumo representada nas crises e, conseqüentemente, a necessidade de transformação social pela
classe trabalhadora.
- O que Singer não compreende é que quando Engels se refere ao caráter social da produção não a faz
a partir de uma perspectiva que idealiza, por exemplo, uma autonomia dos trabalhadores dentro dos
limites do capitalismo, mas de uma qualidade estrutural que determina a produção de mercadorias
dentro desse modo de produção.
- Com o surgimento das grandes empresas capitalistas não ocorre apenas a manifestação do caráter
social da produção, mas se ampliam as formas de apropriação privada que se tornam cada vez mais
restritas.
- Estado - O que para Engels é um comitê gestor dos interesses capitalistas, para Singer é uma entidade
isotrópica que paira acima da sociedade.
- Em última instância, o que o autor deseja é referendar a estratégia da “economia solidária” enquanto
projeto capaz de superar o capitalismo por meio de uma disputa econômica nos seus hipotéticos
interstícios, descartando, assim, a necessidade de tomada do poder do Estado.
- O Estado, portanto, aloja em seu interior o meio para a transformação social: “a propriedade do
Estado sobre as forças produtivas não é solução do conflito, mas abriga já em seu seio o meio formal,
o instrumento para chegar à solução.
- A hipótese de que a finalidade do capital pode ser determinada pelos valores individuais não passa
de uma mistificação presente no projeto da “economia solidária” e, dessa forma, não é Engels, mas
Singer, quem enxerga nas organizações econômicas capitalistas uma forma de socialização da
produção.
- em nenhuma das obras de Marx e Engels se encontra uma referência que permita a leitura de uma
passagem mecânica do capitalismo ao socialismo, de forma gradativa ou linear.
- A ditadura do proletariado representa um momento de transição para uma economia planificada,
quando o Estado instaura o processo efetivo de desapropriação das empresas privadas para socializar
a produção.
- Singer acusa Marx e Engels de serem reducionistas por supostamente não defenderem um projeto
social capaz de superar as contradições de classes, uma vez que, como defendiam a abolição da
propriedade privada, não visualizavam a implementação de um modo de produção coletivo.
- Enquanto Engels defende a utilização das forças produtivas no seu desenvolvimento gradativo para
servir socialmente a toda humanidade, superando assim a contradição entre produção social e
apropriação privada pela alteração desse segundo pólo, Singer, ao eleger a tese da “economia
solidária” de configuração social por meio de agrupamentos de pequenos proprietários privados, visa
à superação fictícia e momentânea dessa contradição pela alteração do primeiro pólo: retrocedendo a
produção social para um conjunto limitado de produtores individuais. Enquanto o primeiro visualiza
uma sociedade sem apropriação privada da produção social, o segundo defende um projeto baseado
em produção privada sem caráter social.
- Como vimos ao longo da análise crítica realizada por Singer contra a obra de Friedrich Engels (que,
em alguns momentos, também se destina a Marx), o que está em questão não é somente uma acusação
teórica e política, mas uma explícita oposição entre projetos de intervenção social. No fim das contas,
enquanto o socialista científico propõe uma transformação radical da sociedade, a “economia
solidária” visualiza uma superação gradativa do capitalismo pelas vias econômicas.
- De forma diversa da análise realizada por Engels, o mercado capitalista seria, para os defensores da
“economia solidária”, o fundamento da mudança social, uma vez que permitiria uma coexistência
plural e democrática entre vários tipos de empreendimentos econômicos.
- Sinteticamente, poderíamos afirmar que seriam dois os elementos que fundamentam a mudança
social promovida pela “economia solidária”: aproveitar o mercado capitalista em sua diversidade
econômica e produzir novas identidades autônomas nos seus integrantes.
- Sinteticamente, poderíamos afirmar que seriam dois os elementos que fundamentam a mudança
social promovida pela “economia solidária”: aproveitar o mercado capitalista em sua diversidade
econômica e produzir novas identidades autônomas nos seus integrantes.
- a “economia solidária”, diferentemente do socialismo utópico, não possui nada de progressista.

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