III.3.1 CARTULARIDADE
Desta feita, o Código Civil em seu artigo 225, faz o reconhecimento das
provas digitais: “Art. 225 As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros
fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos
ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte contra quem forem exibidos , não lhes
impugnar exatidão.”167
Assim, fica demonstrado que até o princípio da cartularidade fora
flexibilizado, para se adaptar ao mundo informático.
III.3.2.LITERALIDADE
III.3.3 AUTONOMIA
III.3.3.1 ABSTRAÇÃO
III.4.3. ACEITE
O Comércio eletrônico tem sido uma das forças motrizes da Internet, além
dos bancos que são praticamente obrigados a utilizar dela para oferecerem um
serviço rápido, como também as grandes empresas que fazem transações pela
rede mundial, reuniões entre empresas, onde negócios são fechados em tempo
real. O comércio eletrônico tem começado a ter um respaldo jurídico específico,
mas claro que, ainda que não tivesse o juiz a lei prevendo o caso concreto, não
poderia ele negar a prestação jurisdicional ao caso.
Na opinião de Ângela Bitencourt Brasil, o comércio eletrônico tem sua
informalidade também, como no mundo real: “…fazendo uma analogia como o nosso
dia à dia, quando vamos a um jornaleiro pedimos o jornal do dia…Acabamos de fazer uma
transação comercial, verbal, informal…O mesmo se dá na Internet quando compramos um
livro em uma livraria virtual: solicitamos o produto, …e o livro será entregue em nossa
casa…Esta informalidade é que dá o colorido do Direito Comercial, que o torna ágil,
dinâmico e sem maiores burocracias186”.
O que a autora tenta transmitir é que paralelo às grandes negociações,
transferências, transações, haverá também aquele mercado informal, tal qual
existe no mercado real hoje, e que neste mercado talvez não haja a eficácia das
Certificadoras de fato. Ademais, ouso em discordar desse entendimento, pois,
nenhuma relação na Internet é informal o suficiente a ponto de não deixar a
pessoa, consumidora, exposta ao risco daqueles que estão dispostos a obter seu
número de cartão de crédito, ou enviar um vírus a seu computador, portanto, pode
até vir a ser informal na sua compra, que vem a ser concretizada,
que não deve ser encarada dessa forma, quanto a segurança que deve envolver a
Internet para não acarretar a prejuízos posteriores. Não há como se falar em
comércio eletrônico, sem falar de alguns dos sites de comércio eletrônico,
principalmente aqueles chamados de sites de leilão, que disponibilizam espaço
para pessoas físicas anunciarem seus produtos, e inicialmente estes sites existiam
apenas para o leilão de produtos de pessoas físicas.
Atualmente efetua vendas, passando a ser uma extensão de empresas, que
no plano físico talvez não estivessem tão bem, mas que viram no mundo
cibernético, uma maneira de se ganhar dinheiro, âmbito que o Estado ainda não
repousou seus olhos quanto a questão tributária das negociações realizadas. Os
sites de leilão, tema que serviria para uma obra monográfica sozinho, servem
como mediadores, entre o comprador e vendedor, ganhando comissão pela venda,
pelo mero anúncio, e ainda, até disponibilizando formas de pagamento por cartão
e duplicata para aqueles interessados. Dentre essas empresas pode-se citar a
mais famosa internacionalmente, a eBay187, e nacionalmente o Mercado Livre188. O
assunto ainda é novo e os Tribunais estão ainda começando a decidir sobre até
onde vai a Responsabilidade Civil destas junto aquele comprador de boa-fé, que
compra e não recebe, e o vendedor, que envia e não lhe é repassado dinheiro
algum. Essas empresas servem para propagar a evolução digital e comercial,
sendo delas também uma parcela da responsabilidade do aumento do comércio
eletrônico, bem como da circulação de documentos e títulos de crédito eletrônicos,
não se esquecendo, é claro das Instituições Bancárias, que são as principais
difusoras da tecnologia da duplicata virtual.
Para que tudo isso fosse possível, todo esse dinamismo, paradigmas tiveram
de ser quebrados, como também princípios relativizados. Abaixo são dois casos de
princípios que tiveram que ser mitigados, para que assim, a prática das duplicatas
virtuais fosse possibilitada, ainda que pelos usos e costumes.
IV.3.1. LITERALIDADE
Os princípios ao serem formados, não tinham ainda nem como prever o que
seria o sistema cambiário hoje, Wilges Ariana Bruscato explica que: “…tais atributos
datam de uma época em que os meios de comunicação e transporte eram extremamente
limitados, exigindo de conseguinte, que o título fosse cercado das maiores cautelas para
que o terceiro de boa-fé, em caso de circulação cambial, não visse frustrado o seu
direito190”.
Um exemplo disso é a evolução que a lei já vem sofrendo, culminando em
algumas mudanças, como a intermediação por instituição financeira, o resgate ou
pagamento antes do aceite ou vencimento, reconhecendo como prova de
cumprimento da obrigação um recibo dado em separado ou o cheque a favor de
estabelecimento endossatário, em cujo verso se consigne o destino da quantia
espelhada, seja para amortização ou para pagamento da duplicata especificada.
IV.3.2. CARTULARIDADE