VIRTUDES E VÍCIOS
Podemos, por exemplo, trabalhar com dedicação para tirar o homem de sua
ignorância, podemos ajudar o nosso semelhante a superar suas
necessidades materiais, podemos nos colocar ao lado do nosso semelhante
em suas dores mais profundas, podemos estar ao lado dele quando abatido
em seus males corporais, enfim há vários meios de praticar a solidariedade.
Para que um determinado comportamento moral possa ser considerado uma
virtude não é suficiente à prática de atos morais esporádicos ou isolados. É
necessário antes de tudo haver uma continuidade, um hábito, um estado de
espírito sempre ativo e presente na consciência, a cada dia e a cada
momento.
Dentro do Comportamento Moral, podemos acrescentar o próprio
comportamento social que vivemos para fazermos valer na tríade
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, onde cujas são por excelência, os
elementos para construir em nosso templo interior o verdadeiro espírito
maçônico. E para tanto, ao entender das pesquisas, temos que praticar
constantemente as virtudes que relacionamos a seguir:
A Virtude da Justiça: por justiça entende-se como virtude moral, pela
qual se atribui a cada indivíduo aquilo que lhe compete no seio social:
praticar a justiça. A justiça em nossa Ordem é a verdade em ação, é a arma
para as conquistas da Liberdade.
A Virtude da Prudência: é a Virtude que nos auxilia a nossa inteligência
para distinguir a qualidade do ser humano que age com comedimento, com
cautela e moderação, enriquecendo nossa igualdade, e respeito entre os
irmãos, estendendo à sociedade que vivemos em nossa vida profana.
A Virtude da Temperança: podemos relacionar diretamente a virtude da
Temperança com uma espícula extremamente dura a ocupar uma das
infinitas arestas da Pedra Bruta, pois é ela que disciplina os impulsos,
sabido que mesmo após muitos anos o espírito dentro de sua cavalgada na
busca da perfeição não consegue absorver o verdadeiro sentido do que é
uma fraternidade. Não conseguem deixar-se dominar pela cumplicidade
maçônica. Nesses momentos deve agir o sentimento de temperança dos
demais irmãos para serenar os ânimos e não deixar os ressentimentos se
avolumarem. O Importante é não deixar de lutar pela fraternidade a cada
dia e a cada instante, mas para isso é preciso termos em primeiro lugar
domínio sobre nossos vícios, cujo também alvo desta peça, discuto a
seguir, pois do que vale pregar o bem, sem o entendimento do mal?
Percebi em minhas pesquisas, que pouco se fala sobre os Vícios, até
mesmo a própria Bíblia Sagrada, O Livro dos Espíritos, Livros afins e
várias peças de arquitetura que o entendimento da palavra e do substantivo
declarado Vício é de forma singela e simploriamente declarada como o "O
oposto da Virtude", havendo logicamente mais espaços destinados ao
assunto "Virtude", o qual não sou contra, pois dentro dos conceitos atuais
de estruturalismo, é mais fácil corrigir o mal com o reforço do ensino e
prática do bem, tal como o V.'. M.'. dita no ritual de iniciação do
R.'.E.'.A.'.A.'. o seguinte discurso:
".'. É o oposto da Virtude. É o hábito desgraçado que nos arrasta para o
mal; e é para impormos um freio salutar a esta impetuosa propensão, para
nos elevarmos acima dos vis interesses que atormentam o vulgo profano e
acalmar o ardor das paixões, que nos reunimos neste templo.'.".
O Vício pode ser interpretado como tudo quanto se opõe a Natureza
Humana e que é contrário a Ordem da Razão, um hábito profundamente
arraigado, que determina no individuo um desejo quase que doentio de
alguma coisa, que é ou pode ser nocivo. Em síntese, tudo que é defeituoso e
que se desvia do caminho do Bem. Do ponto de vista abstrato, podemos
dizer também que tudo que não for perfeito é Vício, mas do ponto de vista
prático, é um termo relativo que depende do grau de evolução do Individuo
em questão, pois o que seria um Vício para um Homem cultivado, poderia
ser uma virtude para um selvagem. Na verdade, nenhum vicio poderá ser
jamais uma desvantagem absoluta, pois toda forma de expressão indica um
desenvolvimento de força. O que devemos realmente é estabelecer e
proclamar nossa guerra interna, conflitarmos espiritualmente o combate às
nossas imperfeições seja nessa vida ou nas próximas que estamos por vir.
De todos os vícios que sofremos e estamos expostos no dia a dia para com
a sociedade, nosso templo, nosso ego, enfim, aquele que podemos declarar
como o Orientador a todos os outros vícios é o egoísmo, e este vem
assolando todas as comunidades, todas as religiões, todas as irmandades,
enfim, todo o Mundo está submisso ao Egoísmo, e , na prática e exercício
deste de forma desequilibrada, teremos os demais vícios aflorando
facilmente e deflagrando em cada canto do mundo, a discórdia,a
intemperança, as guerras, o fanatismo, a injustiça, a fome, as doenças, a
infelicidade, enfim, as mortes prematuras que assolam os ditos países não
desenvolvidos.
Quando citei o exercício desequilibrado do egoísmo, quis demonstrar que
jamais um vício pode ser uma desvantagem absoluta (dito a dois parágrafos
anteriores), pois como exemplo, podemos citar que o Egoísmo de um PAI
na proteção de seu filho não pode ser tratado como um desequilíbrio
egoísta e sim uma reação que não podemos condenar desde que para isso
não tenha praticado o mal ao seu semelhante. Assim como tudo na vida e
em nossas ações estaremos submetendo ao equilíbrio, os vícios também o
são submetidos, pois com certeza, nós homens nunca seremos perfeitos, a
imperfeição faz parte do Homem, e isto é lógico e notório, partindo do
"Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo, Quem é mau é escravo,
ainda que seja livre."
Ir.´. Luciano Doutor, M.´.M.´.
ARLS Gloria de Goiânia