ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO
CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Niterói, RJ
2016
CAMILA BUENO DE CASTRO
Orientadora:
Prof.ª. Juliana Souza Baioco, D.Sc. - TEQ/UFF
Niterói, RJ
2016
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3
4
DEDICATÓRIA
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AGRADECIMENTOS
À minha mãe Lázara Bueno, pelo apoio em todas as atividades e decisões que já
tomei, principalmente em relação à universidade. À minha irmã Sarah Bueno, por me
visitar em Niterói em várias ocasiões e sempre me lembrar que desistir não é uma
opção, dada todas as conquistas que conseguimos até hoje.
Agradeço também ao Filipe Nathan e ao professor João Felipe Mitre pela grande ajuda
e paciência com minhas dúvidas durante as simulações. Sem eles, esse trabalho não
teria seu objetivo alcançado.
E por fim, agradeço aos colegas e grandes amigos que compartilharam comigo a
experiência de cursar uma universidade e que contribuíram para a minha formação
tanto acadêmica quanto pessoal.
6
“Nossa maior fraqueza é a desistência. O
caminho mais certeiro para o sucesso é sempre
tentar apenas uma vez mais.”
(Thomas Edison)
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RESUMO
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ABSTRACT
This paper aims to analyze the simulation of gas flow in unconventional reservoirs of
tight gas, applying hydraulic fracturing as the stimulation method. In the beginning,
the characteristics of unconventional reservoirs and its development around the world
are discussed. Afterwards, it is presented definitions of stimulation methods for this
type of reservoir and fluid models. For the study of the reservoir recovery, simulations
are performed at IMEX module of CMG program (Computer Modelling Group), with
different fracture spaces in horizontal well. The importance of this work, then, is in the
presentation of the advantages and possibilities of hydraulic fracturing in
unconventional reservoirs as a future option for the brazilian energy matrix.
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 50
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 65
APÊNDICE A ............................................................................................................... 73
11
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Produção de gás natural nos EUA em trilhões de pés cúbicos ............................... 18
Figura 4 – Maiores reservas de coalbed methane nos EUA (em vermelho). ........................... 20
Figura 12- Produção de gás natural nos EUA por bilhão de pés cúbicos por dia (2000-2015).
.................................................................................................................................................. 28
Figura 17 - Produção anual de shale gas de Barnett por tipo de poço. .................................... 33
12
Figura 24 - Diagrama de pressões de uma operação de fraturamento hidráulico..................... 40
Figura 26 - Análise da condutividade do propante pela tensão efetiva para diferentes tipos de
propantes................................................................................................................................... 42
Figura 29 - Possíveis cenários de propagação de uma fratura induzida com uma fratura
natural. ...................................................................................................................................... 44
Figura 33 - Modelos tridimensionais: (a) malha cartesiana, (b) coordenadas cilíndricas. ....... 48
Figura 34 - (a) malha refinada, (b) malha com refinamento local de bloco. ............................ 49
Figura 43 - Vista frontal do poço produtor (plano 2D IxK, camada J33) ................................ 58
Figura 44 - Vista lateral do poço produtor (Plano 2D JxK, camada I5). .................................. 59
Figura 45 – Vista superficial da fratura no poço horizontal em vermelho na camada k3: (a)
fratura em preto e matriz em verde, (b) refinamento da fratura. .............................................. 60
13
Figura 46 - Espaçamento entre fraturas de 50 ft ....................................................................... 60
Figura 49 - Fator de recuperação do gás (%) para os modelos de diferentes estágios de fratura.
.................................................................................................................................................. 62
Figura 50 - Imagem de gás por unidade de área total para o modelo de 9 estágios de fraturas
(espaçamento 200 ft). ............................................................................................................... 64
14
1 INTRODUÇÃO
O cenário energético mundial tem sofrido com mudanças nas últimas décadas. A
variabilidade e disponibilidade de recursos energéticos têm aumentado significantemente,
apesar da queda na demanda energética mundial no último ano. Conforme a BP Statistical
Review of Wolrd Energy 2016, o consumo de energia primária cresceu apenas 1,0% em 2015,
um crescimento baixo em relação aos anos anteriores. Apesar disso, o fornecimento de
energia tem sido impulsionado pelos avanços tecnológicos na área.
Cada vez mais os RNC’s vêm ganhando espaço na matriz energética de alguns países,
como nos Estados Unidos da América (EUA). O país tem passado pela Revolução do Shale,
onde a exploração desse tipo de reservatório tem contribuído significativamente para a
segurança energética norte-americana. O shale gas foi o maior responsável para o aumento da
oferta de gás natural, reduzindo o preço do mesmo no país. No entanto, a produção de outros
RNC’s, como tight gas e coalbed methane, também tem influenciado significativamente na
produção de gás.
E apesar desse tipo de recurso não ser muito rentável, devido à grande complexidade
técnica envolvida no seu desenvolvimento, a indústria encontrou uma boa solução na
combinação da perfuração horizontal com o fraturamento hidráulico, o que tem
proporcionado maior acesso a grandes volumes de óleo e gás (EIA, 2016a).
Com o tempo, a tendência é que os países produtores e com potenciais de reservas não
convencionais passem a produzi-los. No Brasil, já foram mapeadas reservas significativas
desse tipo, que trazem uma boa expectativa em relação ao desenvolvimento do mercado de
gás natural no país. Levando-se em consideração estimativas da ANP para esses volumes de
gás não convencional, e um fator de recuperação (FR) de 70%, o volume explotado poderia
chegar a 10,1 trilhões de pés cúbicos aproximadamente, deixando o país abaixo apenas de
países como a Rússia, Irã, Qatar, Turcomenistão e EUA (BESSA Jr., 2014).
15
Apesar das grandes perspectivas, o país precisa ainda enfrentar muitos desafios. O
desenvolvimento dos RNC’s nos países com potenciais de reservas dependerá,
principalmente, de como serão gerenciadas as questões ambientais e energéticas, assim como
serão criadas as políticas de incentivo e a coordenação da infraestrutura necessária (LAGE et
al., 2013).
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Diante disso, é possível dizer que, para os EUA, esse é um recurso já considerado
convencional. O país tem apresentado um crescimento contínuo na produção total de gás
natural, sendo que esse aumento poderá alcançar 55% da produção (taxa anual de 1,8%)
tomando por base os anos de 2015 e 2040, segundo o Annual Energy Outlook 2015
(AEO2016). Este explica que tal resultado ocorre principalmente devido ao desenvolvimento
do shale gas. É possível visualizar melhor o impacto desse recurso na matriz energética
americana na Figura 1.
17
coalbed methane. Na Figura 1 é possível ver a contribuição para a produção e gás natural nos
EUA de cada tipo de reservatório não convencional.
Quanto mais próximo à base da pirâmide, maiores são os volumes de tais recursos
encontrados no mundo. Também, maior é o custo para desenvolvimento e produção, além das
tecnologias necessárias devido à maior complexidade e menor permeabilidade apresentados, o
que resulta na necessidade de maior investimento.
18
Figura 2 - Pirâmide de recursos convencionais e não convencionais.
FONTE: Adaptado de Holditch (2006).
Os reservatórios não convencionais também podem possuir fraturas naturais, ou seja,
canais de alta condutividade que conduzem o fluxo de hidrocarbonetos. A Figura 3 apresenta
um exemplo dessas fraturas naturais na formação.
19
2.1.1 Classificação dos reservatórios não convencionais de gás natural
O gás natural nos reservatórios convencionais é estocado sob pressão nos espaços
porosos da rocha. Mas nos reservatórios de coalbed methane, o armazenamento do gás ocorre
pelo fenômeno de adsorção (MACHADO, 2009). Por isso o volume armazenado de gás é
maior do que o normalmente encontrado em reservatórios convencionais.
20
2.1.1.2 Gas Hydrates
Esse gás provém de hidratos, que são formados por moléculas de água que se
solidificam em condições de alta pressão e baixa temperatura, formando uma estrutura que
possibilita conter moléculas de metano, como se pode ver na Figura 5.
Muitas das pesquisas no Brasil relacionadas aos hidratos têm como objetivo
desenvolver inibidores a fim de se evitar sua formação nas linhas de produção de
hidrocarbonetos (Figura 6). Mas existem boas pesquisas sobre reservas de hidratos no Brasil
(Figura 7) que registram hidrocarbonetos na foz do Amazonas e na Bacia de Pelotas, além de
possibilidades para as Bacias de Campos, Espírito Santo e Cumuruxatiba (MACHADO,
2009).
21
Figura 7 - Regiões de ocorrência de hidratos no Brasil.
FONTE: Machado (2009).
A U.S. Geological Survey apresenta estudos onde mostra que o gás de hidratos pode
superar todas as reservas mundiais de carvão, petróleo e gás convencional juntas
(MACHADO, 2009). No entanto, para a produção desse recurso tornar-se significante a nível
comercial, ainda são necessários muitos estudos e novas tecnologias para que seu
desenvolvimento seja possível.
Shale gas refere-se ao gás natural presente em depósitos de folhelhos, rocha rica em
material orgânico. A produção desse tipo de recurso começou quando pequenas empresas
norte-americanas iniciaram técnicas de fraturamento e perfuração de poços horizontais.
22
O folhelho é a rocha sedimentar argilosa mais abundante no planeta. Possui uma
granulação fina que se forma a partir da compactação de partículas minerais de silte e argila.
Os folhelhos, também, apresentam uma permeabilidade extremamente baixa, na faixa de
0,000001 mD a 0,0001 mD, o que o classifica como um RNC’s. Dado isso, o shale gas só é
economicamente explorado por meio da combinação da perfuração horizontal e do
fraturamento hidráulico, que juntos conseguem aumentar a área drenada pelo poço e contornar
o problema gerado pela estrutura de laminação paralela dos folhelhos.
Uma diferença entre o shale gas e as fontes convencionais de gás natural está na
produtividade do shale que é significativamente maior no primeiro ano de produção. Isso
ocorre porque a maneira como o gás está estocado dentro da rocha define o formato de sua
curva de produção. Nesse sentido, é verificado que o gás que se encontra livre na rocha é
produzido a altas taxas rapidamente, enquanto que o gás que está aprisionado na rocha é
produzido lentamente a taxas baixas (CORADESQUI et al., 2013).
23
Tais características requerem que seja utilizado nesse tipo de reservatório técnicas para
se conseguir uma produção comerciável, como: acidificação, fraturamento e poços
horizontais. Historicamente, adotavam-se poços com trajetórias verticais para produção de
tight gas, mas com o avanço das tecnologias e estudos sobre o reservatório, novos projetos
com o uso de poços com trajetória horizontal foram utilizados, obtendo-se um grande sucesso
(SMITH et al., 2009).
Segundo a EIA (2015), os EUA, Canadá, China e Argentina são os únicos países que
produzem volumes comerciais shale gas e tight oil. Nos EUA, a produção principal vem da
Bacia de Marcellus. No Canadá, a maior parte da produção de tight oil vem de Alberta e
Saskatcheran, e de shale gas na formação de Montney.
A EIA (2015) também pontua que outros países, como Argélia, Austrália, Colômbia,
México e Rússia, estão tentando produzir RNC’s. Mas várias questões ainda são desafios a
serem superados, como: os inúmeros poços necessários a serem perfurados rapidamente,
logística (malha dutoviária, maquinário, processos, entre outros), e os regimes regulatórios de
cada país, além da questão ambiental.
Tabela 1- Países com maiores reservas de shale gas tecnicamente recuperáveis estimadas
24
2.1.2.1 EUA
Grande parte da experiência no desenvolvimento de shale gas e tight gas tem sido
desenvolvida nos EUA e no Canadá. No ano de 1821, um poço de shale gas foi perfurado em
Nova York, mas não apresentou bons resultados. A produção do gás não convencional
apresentou dificuldades, e ficou para trás em relação à perfuração do primeiro poço de óleo
convencional em 1859, pelo Coronel Edwin Drake (RIBEIRO, 2015).
Assim, a produção de shale gas nos Estados Unidos se dava de forma bem lenta, pois
o gás era produzido a partir de fraturas naturais da rocha, o que tornava esse tipo de formação
pouco atrativa economicamente para as grandes empresas, conhecidas como as "majors" do
setor (CORADESQUI et al., 2013).
Mas ainda se perfuravam poços profundos e verticais, o que resultava em níveis pouco
expressivos de gás. Assim, em 1986, a operadora Mitchell Energy & Development
Corporation, que atuava no play de Barnett, no Texas, desenvolveu uma técnica de
fraturamento que utilizava um fluido com cerca de 99% de água, o que reduziu
significativamente os custos para estimulação de poços (CORADESQUI et al., 2013).
As reservas de shale são encontradas nos estados continentais (lower 48) dos EUA,
sendo que quase todo gás provém de reservas de seis grandes plays. São eles: Barnett,
Marcellus, Haynesville/Bossier, Fayeteville, Woodford e Eagle Ford (Figura 9).
Barnett, localizado no Texas, é o maior play e vem produzindo gás natural por mais de
uma década. Incluindo a área ativa e a não desenvolvida, Barnett possui um Estimated
Ultimate Recovery médio de 1,4 bilhões de pés cúbicos por poço e, aproximadamente,
Technically Recoverable Resource de 43,37 trilhões de pés cúbicos (CARESTIATO, 2014).
25
Figura 9 - Localização dos Plays de Shale Gas nos EUA.
FONTE: Adaptado de EIA (2016a).
Outro importante play dos EUA é Marcellus, no leste. É o mais extenso (50 milhões
de acres) conforme U.S. Geological Survey, sendo compreendido por seis estados: Maryland
(1,09% da área total), Nova Iorque (20,06%), Ohio (18,19%), Pensilvânia (35,35%), Virginia
(3,85%) e West Virginia (21,33%) (CARESTIATO, 2014).
A Figura 10 apresenta a produção de shale gas em bilhões de pés cúbicos por dia dos
plays dos EUA. A Figura 11 é um mapa onde são apresentadas as localizações dos 14 players
de tight gas mais significantes nos EUA. Quatro plays em verde são os que mais produzem
tight gas no país: Pinedale Anticlane, Anadarko, Piceance, e Deep Bossier (KENNEDY et al.
2012).
26
Figura 10 - Produção de shale gas por play nos EUA.
FONTE: Adaptado de EIA (2016a).
Em termos de geração, no shale gas a rocha fonte é a própria rocha que armazena o
gás natural e a sua permeabilidade é ainda menor que a do tight gas. Além disso, com
monitoramentos microssísmicos é possível identificar que, em geral, nos reservatórios de
shale gas forma-se uma rede de fraturas e no tight gas a fratura é planar.
A produção de tight gas é caracterizada por um período de alta produção, porém, com
rápida queda. Segue por um lento período de declínio na produção, podendo ter uma vida útil
27
de até 50 anos. Por isso é importante melhorar a produtividade nos estágios iniciais de
produção, além de gerenciar a produção dos estágios posteriores (SMITH et al., 2009).
Conforme indica um estudo da EIA (2016b), que utilizou dados da IHS Global Insight
e DrillingInfo Inc., o fraturamento hidráulico é a técnica que mais contribui para a produção
de gás natural norte-americana, cerca de dois terços do total de gás comercializado, como se
pode ver na Figura 12. No ano de 2015, o número de poços horizontais fraturados foi tanto
que se levantou uma produção de gás acumulada maior que 53 bilhões de pés cúbicos por dia,
aproximadamente 67% da produção total dos EUA (EIA, 2016b).
Figura 12- Produção de gás natural nos EUA por bilhão de pés cúbicos por dia (2000-2015).
FONTE: Adaptado de EIA (2016b).
Tendo em vista todos esses resultados, é de se esperar que o fraturamento hidráulico
tenha sua história iniciada também no Brasil, dado os grandes resultados já alcançados em
outros países.
Os RNC’s no Brasil são significativos. Como se pode ver na Tabela 1, o país ocupa a
décima posição no ranking mundial de países que possuem reservas tecnicamente
recuperáveis de shale gas, por exemplo.
28
Apesar do pouco conhecimento geológico das regiões, o potencial de gás natural
convencional e não convencional (shale gas ou tight gas) indica a existência de grande
volume de recursos, maior até que o do pré-sal, e que pode levar o Brasil a ficar entre as seis
maiores reservas do mundo (BESSA Jr., 2014).
29
compartilhadas com o mundo, há várias condições que atrapalham o aproveitamento dessas
pesquisas em países como o Brasil. Estes sofrem com questões que nos EUA, por exemplo,
favoreceram o desenvolvimento de tecnologias para a exploração de RNC’s, como:
infraestrutura, equipamentos e disponibilidade das prestadoras de serviço, regulações,
logística, questões ambientais e custo (KENNEDY et al., 2012).
Outra questão primordial está na logística. Uma das maiores vantagens para o mercado
norte americano de gás natural está na extensa malha dutoviária do país (ver Figura 14). No
Brasil, a infraestrutura para o gás natural ainda é deficiente, como se pode ver na Figura 15.
30
Figura 15 - Infraestrutura de Gás Natural no Brasil.
FONTE: Adaptado de ANP (2013).
Tendo-se em vista essas questões, este trabalho tem por objetivo avaliar a
produtividade de poços com fraturamento hidráulico em tight gas, a fim de justificar o
investimento na produção dos RCN’s no Brasil, dado todo seu potencial. No tópico a seguir,
são abordadas melhor as questões técnicas do fraturamento hidráulico.
A princípio, a trajetória dos poços era vertical, pois são os mais adequados à fase
exploratória. Mas os poços horizontais mostraram-se, posteriormente, capazes de drenar áreas
maiores de shale gas, por exemplo. Além da maior produtividade, essa trajetória permitiu que
um menor número de poços fosse perfurado, o que minimiza os impactos ambientais. A
combinação do fraturamento hidráulico com poços horizontais possibilitou a obtenção de uma
maior área de contato com o reservatório, o que evitou a queda rápida na produção que era
observada no início dessa atividade (CORADESQUI, 2013).
32
Figura 16 - Primeiro fraturamento experimental no campo de Huguton, EUA em 1947.
FONTE: Holditch, 2007.
A produção em larga escala de shale gas só começou a se desenvolver a partir de
atividades pela Mitchell Energy no campo de Barnett, que foi adquirida pela Devon Energy
em 2002. Em 2003, optou-se pela trajetória horizontal ao invés da vertical para poços de
produção de shale gas em Barnett (KENNEDY et al., 2012). E em 2005 alcança-se um
avanço tecnológico decisivo para o atual sucesso do desenvolvimento de shale gas com um
crescimento acelerado na produção de gás com os poços horizontais, como se pode ver na
Figura 17. Nesse mesmo ano, a produção em Barnett alcança uma produção de 500 bilhões de
pés cúbicos (BCF) (CORADESQUI, 2013).
33
e efeitos ambientais. Após esse sucesso, a aplicação de fraturamento em poços horizontais
passou a ser mais utilizado em plays como Fayetteville, Haynesville, Marcellus, Woodford,
Eagle Ford e Bakken (CORADESQUI, 2013).
As fraturas são iniciadas com injeção do fluido de fraturamento a alta vazão e pressão.
Essa pressão de bombeio pode chegar até 8000 psi para a propagação das fraturas em um
folhelho com um raio de 914,4 metros. As fraturas geradas sob pressão podem medir de 0,010
ft (3,175 mm) a 0,021 ft (6,35 mm) de abertura (SCHLUMBERGER, s.d.).
34
Assim que a injeção de fluido é reduzida, a tendência é que os canais se fechem
devido à tensão de confinamento. Para se evitar isso também são bombeados os agentes de
sustentação. Tais agentes são conhecidos como propantes, pequenas partículas sólidas que
preenchem a fratura, com a finalidade mantê-la aberta.
35
A técnica de fraturamento mais comum na indústria é o plug-and-perforate, que usa
um flexitubo ou trator com cabo elétrico para se canhonear várias regiões ao longo do poço
horizontal. Assim, o fraturamento ocorre em estágios separados por tampões, Bridge Plugs
Permanents (BPP), que proporcionam maior facilidade e precisão para se fraturar cada região.
(GOVORUSHKINA et al., 2015). A maior vantagem dessa técnica está no controle e
simplicidade de cada fraturamento. No entanto, uma desvantagem do plug-and-perforate está
nos altos custos com cimentação, canhoneios e corte dos tampões.
36
Figura 20 - Relação da perfuração e completação para o custo médio de um poço.
FONTE: Adaptado de EIA (2016c).
Assim, para se diminuir os custos e reduzir o impacto no meio ambiente (causado pela
perfuração de inúmeros poços de produção em uma área), além de simplificar a logística,
alguns poços de shale gas são concentrados em locações específicas, conhecidas como pads
(POLI, 2014). A Figura 21 mostra uma representação tridimensional do desenvolvimento de
um campo a partir de quatro pads de perfuração na superfície (círculos em vermelho). De
cada pad saem seis poços produtores horizontais e fraturados.
Os pads nos EUA são geralmente de quatro a dez poços, mas também há superpads de
até dezesseis poços no Canadá, como o da Figura 22 (KENNEDY et al., 2012). Neste, as duas
sondas e todos os materiais e equipamentos necessários para o fraturamento hidráulico
37
ocupam uma área de 0,05 km², sendo que a área drenada pelas fraturas chega a 5,2 km². Isso
mostra o benefício de se usar pads para a produção de shale gas a fim de se reduzir custos e
impactos ao meio ambiente.
A iniciação e propagação da fratura são influenciadas por diversos fatores, tais como:
fluido utilizado, taxa de bombeio, tensões atuantes na formação rochosa ao redor do poço e
propriedades da rocha. (TAVARES, 2010).
A Figura 23 representa a orientação das tensões axiais que a formação rochosa está
submetida: 𝜎𝑣 representa a tensão vertical, 𝜎ℎ a tensão horizontal mínima, e 𝜎𝐻 a tensão
horizontal máxima.
38
A magnitude e direção dessas tensões são fundamentais na análise dos aspectos
mecânicos do fraturamento, pois controlam a pressão necessária para criar e propagar a
fratura, além da direção e extensão. A fratura hidráulica é propagada perpendicularmente à
menor tensão principal. Em formações rasas, a menor tensão é a resultante da sobrecarga,
resultando em uma fratura horizontal. Já em reservatórios mais profundos, a tensão de
sobrecarga provocará a maior tensão, tendo a fratura gerada verticalmente.
39
representa a pressão em excesso que havia na fratura sendo absorvida pela formação. Depois
de atingida a pressão de fechamento da fratura, a tendência da pressão é de com o passar do
tempo se distribuir e igualar-se à pressão original do reservatório (TAVARES, 2010).
2.2.6 Produtividade
Muitos dos poços de óleo e gás, em seu estado natural, não produzem como o desejado
e a produção é aumentada através do fraturamento hidráulico. O fluxo radial do reservatório
para esses tipos de poços não é um regime eficiente. Assim que o fluido vai se aproximando
do poço, ele tem de passar sucessivamente através de menores espaços, causando uma
compressão, consequentemente reduzindo o fluxo e diminuindo a eficiência na produção. A
inserção de um fraturamento hidráulico de maneira apropriada, muda o fluxo radial para
quase que totalmente linear, elevando o nível de produtividade (ALI, 2010).
40
Assim, esses dois fatores podem ser melhores representados por meio da
condutividade da fratura adimensional, que é definida pela Equação 1 a seguir:
𝑘𝑓 . 𝜔𝑓
𝐶𝐷 =
𝑘. 𝑥𝑓
O propante pode ter, como tipo de material, grãos naturais de areia ou especialmente
projetados, tais como: areia revestida de resina ou materiais cerâmicos de alta resistência. Mas
esse material também pode comprometer a condutividade gerada na fratura durante a
produção do poço, devido principalmente: ao aumento da tensão sobre o propante; à corrosão
sob tensão, que afeta a força desse; ao esmagamento do propante; à decantação (embedment)
do propante na formação; e aos danos resultantes de resíduo de gel ou aditivos de perda de
fluido (ACHILLES, 2016).
41
Figura 26 - Análise da condutividade do propante pela tensão efetiva para diferentes tipos de propantes.
FONTE: Economides (2000)
42
geometria de fraturas (Figura 27), que influenciam tanto na taxa de produção quanto declínio
inicial da produção.
43
principal, de onde são propagadas fraturas secundárias que podem se interconectar (Figura
28).
Figura 29 - Possíveis cenários de propagação de uma fratura induzida com uma fratura natural.
FONTE: Barbosa (2016).
44
distribuição de fases, entre outros), e estudar novos eventos para o mesmo (número de poços,
métodos de recuperação ou estimulação, entre outros). Existem vários tipos de modelos para
se alcançar esses objetivos, e aqueles baseados na equação de balanço de materiais são os
modelos numéricos mais simplificados.
45
mistura é feita com alta precisão. Apesar disso, a forma composicional não necessariamente
implica em melhores resultados que a utilização da análise black-oil, devido à alta presença de
componentes líquidos.
47
geologia é muito complexa para uma representação 2D. Podem representar qualquer modelo
de processo de recuperação de reservatório, com a limitação do número total de blocos ou
células, que limita o grau de detalhamento na descrição.
Além desses modelos citados, a geometria pode ser dividida em malha cartesiana,
coordenadas cilíndrica e corner-point. As geometrias cartesianas de bloco centrado são
obtidas alinhando-se os blocos ao longo das três direções no espaço, resultando em um grid
ortogonal. A malha retangular é flexível o suficiente para se ajustar qualquer geometria do
reservatório, e o espaçamento pode não ser uniforme.
Além desses modelos de grid, esse pode ainda passar por um refinamento local
(Figura 34), onde se usa uma malha secundária, mais “fina”, sobre a malha primária, a mais
“espessa”, nas regiões de interesse. Isso permite deixar um mínimo de blocos ativos no
restante do modelo, o que promove uma melhor definição das áreas vizinhas.
48
Figura 34 - (a) malha refinada, (b) malha com refinamento local de bloco.
FONTE: Souza Jr (2013).
49
3 METODOLOGIA
Revisão Modelo de
Livros e artigos
bibliográfica fluidos
Análise e
Conclusões e
discussão de
recomendações
resultados
O módulo GEM – Compositional & Unconventional Oil & Gas Reservoir Simulator
seria o programa mais indicado para esse estudo, pois é voltado para a modelagem de
50
reservatórios natural e hidraulicamente fraturados, de modelo de fluido composicional, além
de possuir uma representação mais explicita das dimensões da fratura no grid. No entanto, o
IMEX foi o módulo escolhido por possuir algumas vantagens, como: modelagem mais precisa
da transferência da matriz-fratura em reservatórios fraturados, além de apresentar resultados
de simulação mais rápidos para reservatórios não convencionais dos tipos tight gas e shale
gas (BESSA Jr., 2014).
Logo, para uma maior otimização da produção, assim como redução do custo de
materiais e fraturas, as operações sofrem sempre com alterações e são melhoradas com base
em estudos e pesquisas.
Bessa Jr. (2014) reuniu em seu trabalho estudos e pesquisas realizados nas últimas
décadas que contribuíram para o desenvolvimento de reservatórios de Tight gas. O primeiro
citado foi o de Charles et al., que realizaram um estudo em 1982 no reservatório de tight gas
em Medida, a fim de otimizar o projeto de fraturas. Coletaram dados de campos e, com um
simulador bidimensional, puderam aperfeiçoar a estimulação variando a geometria da fratura
e obter, assim, uma produção de gás maior com o novo projeto que era viável
economicamente.
51
Em seguida, Bessa Jr. (2014) cita o trabalho de Ehrl et al. (2000), que simularam
modelos de poço horizontal com múltiplas fraturas para o poço Z10 do campo de Sohlingen,
na Alemanha. Eles criaram um modelo 3D a fim de otimizar o desenvolvimento futuro
reservatório de tight gas. Usaram um grid de 250 m x 250 m de 3105 blocos que, após a
aplicação do fraturamento com refinamento, passou a ter 20 mil blocos. O poço Z10 foi
perfurado a uma profundidade de 5750 m, com 640 m de comprimento horizontal com quatro
fraturas, e o sucesso desse poço, tanto a nível técnico quanto a nível econômico, foi um
avanço para o desenvolvimento do tight gas.
Além desses, o trabalho de Feng et al. (2012) mostrou como a aplicação de fraturas
hidráulicas em poços horizontais pode ser eficaz para tight gas. A princípio, eles realizaram
um estudo de caso em um reservatório com poços verticais e horizontais fraturados. O campo
que utilizaram para estudo SU6 está localizado no campo de Sulige na Bacia de Ordos, no
norte da China. O resultado da simulação de fraturas no poço vertical desse campo mostrou
uma capacidade de 1,2x106 m3/d de fluxo de gás, mas a taxa caia abruptamente em cerca de
três anos. Assim, múltiplas fraturas foram aplicadas para poços horizontais, o que apresentou
um aumento na produção cerca de três vezes mais que o poço vertical (BESSA Jr., 2014).
Assim como esses, existem muitas pesquisas que buscam encontrar soluções para a
otimização do desenvolvimento dos RNC’s. Algumas, principalmente, aplicaram a técnica de
fraturamento hidráulico com poços horizontais a fim de encontrar as melhores soluções para
determinado casos. Alguns estudos serviram como base para a modelagem de fraturas no
poço horizontal desse trabalho, que será apresentado no Capítulo 3.
52
Figura 36 - Comparação de FR para modelos de fraturas em poços verticais.
FONTE: Ribeiro (2015).
Nesse gráfico, pode-se ver que o aumento no número de poços provoca uma diferença
positiva no FR, assim como utilizar fraturas hidráulicas nos poços. O FR de um poço vertical
sem fraturas, nas condições simuladas por Ribeiro (2015), não ultrapassam 11% em 40 anos,
algo muito diferente para poços verticais fraturados que obtiveram um FR de 40% a 50% de
gás, para o mesmo período de tempo. Isso mostra a importância da estimulação de poços na
produção os RNC’s.
Já a Figura 37 mostra o resultado de uma simulação para quatro poços horizontais com
fraturas verticais ao longo de toda a extensão dos poços, de quatro e de sete estágios. Ribeiro
(2015) conclui que, ao ser feito o fraturamento a uma profundidade de 3180 m, nas condições
iniciais de seu estudo, as fraturas tendem a se estender na direção de maior tensão e se abrir na
de menor tensão.
Percebe-se que o maior FR foi para a fratura vertical em toda a extensão dos poços
horizontais, seguido pelo modelo com sete estágios e pelo de quatro estágios de fraturamento.
Conforme Ribeiro (2015), isso acontece devido à maior exposição da área ao fluxo, além da
permeabilidade do gás que aumenta devido ao aumento da permeabilidade absoluta.
53
Comparando-se as figuras, também, percebe-se como o fraturamento em poços
horizontais é mais vantajoso que em poços verticais: para 18 poços verticais fraturados
obteve-se um FR de 51%, e para quatro poços horizontais com fratura vertical ao longo do
poço e de sete estágios obteve-se aproximadamente FR de 51% e 62%, respectivamente, em
um mesmo período de tempo e para as mesmas condições iniciais de reservatório.
54
3.3 MODELAGEM
O objetivo desse estudo foi simular diferentes estágios de fraturas no decorrer do poço
horizontal e comparar o FR obtido por cada modelo. Os dados utilizados para as condições
iniciais foram baseados em dados disponíveis na literatura.
55
3.3.2 Propriedades da Rocha Reservatório
Para o modelo de fluido, foi definido o modelo black-oil gás-água, sendo a densidade
do gás de 0.818. As curvas de permeabilidade relativa para esse modelo são apresentadas na
Figura 39 e Figura 40.
56
Figura 40 - Curva de permeabilidade relativa gás/líquido.
FONTE: Elaboração própria no módulo Builder.
57
Figura 42 - Gráfico viscosidade vs pressão.
FONTE: Elaboração própria no módulo Builder.
58
Figura 44 - Vista lateral do poço produtor (Plano 2D JxK, camada I5).
FONTE: Elaboração própria no módulo Builder.
Direção da fratura J
Abertura ω (ft) 0.0025
Comprimento da asa xf (ft) 250
Permeabilidade efetiva kf (mD) 100000
Refinamento em I 13
Refinamento em J 11
Refinamento em K 1
Camadas acima do canhoneado 1
Camadas abaixo do canhoneado 1
As fraturas foram refinadas a fim de se atingir a abertura ideal (Figura 45).
59
Figura 45 – Vista superficial da fratura no poço horizontal em vermelho na camada k3: (a) fratura em
preto e matriz em verde, (b) refinamento da fratura.
FONTE: Elaboração própria no módulo Builder.
60
Figura 47 - Espaçamento entre fraturas de 100 ft
FONTE: Elaboração própria no módulo Builder.
61
4 DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Para a simulação dos três modelos (33, 17 e 9 estágios de fraturas), descritos no item
3.3.6 - Modelos com diferentes estágios de fraturas, foi definida uma quantidade máxima de
50 iterações newtonianas e 200 iterações para as soluções lineares, a fim de se obter uma
convergência na simulação com resultados dentro do erro. A data inicial para a simulação foi
definida em 1º/01/2016, e os resultados de FR são apresentados para uma simulação de 2500
dias.
Figura 49 - Fator de recuperação do gás (%) para os modelos de diferentes estágios de fratura.
FONTE: Elaboração própria no módulo Results Report.
62
O modelo com estágios de fratura espaçadas em 50 ft é aquele que apresentou uma
produção de gás mais acelerada. Mas a recuperação máxima (de 86,5%) já é alcançada com
100 ft de espaçamento, assim como a de 200 ft de espaçamento também se aproxima do
máximo.
A conclusão em que se chega, ao observar esse gráfico, é que um modelo com menor
espaçamento entre as fraturas pode acelerar a produção e tornar possível uma recuperação
máxima do campo, mas também é possível conseguir o mesmo resultado esperado com um
menor número de estágios.
É certo que quanto maior o comprimento do poço horizontal, assim como maior o
número de estágios e fraturas, maior será o volume de gás recuperável. Mas em compensação,
seria necessário um grande volume de água para se conseguir esses resultados, assim como
um maior volume de aditivos, serviços, equipamentos, entre outros. O custo, então, pode
tornar-se insustentável em determinado cenário.
Para um bom projeto de fraturas, a melhor estratégia deve ser utilizar um maior
número de estágios de fraturas possíveis, desde que se alcance uma máxima recuperação de
forma viável economicamente (MAYERHOFER et al., 2006).
Logo, o modelo com 200 ft de espaçamento, para esse caso de reservatório ideal,
apresenta um mesmo bom resultado que o modelo de 50ft de espaçamento, produzindo por
mais tempo e com menos recursos. Por ter um menor número de estágios e fraturas, o custo
para o desenvolvimento da área pode ser consideravelmente menor em relação ao modelo
com mais fraturas. Além da questão do custo devido ao número de estágios, deve-se levar em
consideração que o espaçamento entre poços e estágios deve ser tal que o comprimento das
fraturas não comprometa a drenagem da área uma das outras por sobreposição das mesmas.
63
um maior tempo de produção, evitando o declínio acentuado da produção tão precocemente.
A Figura 50 apresenta como o gás é rapidamente drenado em apenas três anos de produção
para o modelo de 9 estágios. Por isso é importante que estudos sejam realizados, para que
sejam otimizados os projeto de fraturamento hidráulico a nível comercial.
Figura 50 - Imagem de gás por unidade de área total para o modelo de 9 estágios de fraturas
(espaçamento 200 ft).
FONTE: Elaboração no módulo Results 3D.
64
5 CONCLUSÃO
Diante disso, pode-se concluir que nem sempre o maior número de fraturas com menor
espaçamento é o ideal para um projeto de fraturas. Pois quanto mais fraturas, maiores são os
custos com equipamentos, aditivos, propantes, poço, completação, entre outros. E não é
interessante comercialmente produzir grandes vazões por um curto período de tempo sendo
preciso um grande investimento inicial.
65
Por isso são necessários estudos com simulações para se encontrar um meio termo no
projeto: nem fraturas próximas demais, que possam gerar um custo inviável de produção e
que também possam interferir na área drenada uma das outras; nem fraturas espaçadas demais
que não favoreçam a recuperação máxima do reservatório e que compensem o investimento
do projeto.
Após um estudo de simulação para o projeto de fraturas como esse, é preciso realizar
uma análise econômica de VPL (valor presente líquido) para se determinar qual o melhor
projeto para o reservatório em questão. Além disso, todo o estudo em volta do
desenvolvimento dos RNC’s no mundo é, agora, necessário no Brasil, a fim de justificar o
investimento de sua produção. O país tem potencial de reservas, mas ainda é preciso muita
pesquisa e experiências com poços reais a fim de se descobrir os melhores projetos de
estimulação para os reservatórios. Por isso, também são sugeridas recomendações para
continuação desse trabalho.
construção do VPL, com base em custos reais e preços do gás atuais, para
diferentes estágios de fraturas em poços horizontais e avaliar viabilidade
econômica;
realização de simulação para produção de reservatórios não convencionais
utilizando dados reais do Brasil;
avaliação do impacto da variação da espessura das fraturas, do comprimento da
asa, do número de estágios de fraturas e da extensão do poço horizontal na
recuperação do gás não convencional de um mesmo reservatório; e a
avaliação da produção de uma malha de fraturas aplicada em um reservatório
não convencional do tipo shale gas de dupla-porosidade, e comparar o efeito
da interconexão das fraturas induzidas com as fraturas naturais.
66
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
67
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do Norte Fluminense, Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo. Macaé, 2013.
72
APÊNDICE A
Descrição sucinta dos modelos (estes distinguem-se apenas pelo número de estágios de
fraturas aplicados no poço).
MODEL GASWATER
TRES 100
PVTG EG 1
73
** p Eg visg
14.696 5.2463 0.0105568
247.05 92.5917 0.0109124
479.403 189.237 0.0114533
711.757 296.717 0.012177
944.11 416.226 0.0131201
1176.46 547.643 0.0143282
1408.82 688.114 0.0158325
1641.17 831.477 0.01762
1873.52 970.157 0.0196239
2105.88 1098.27 0.0217484
2338.23 1212.98 0.0239034
2570.59 1313.95 0.0260219
2802.94 1402.2 0.0280628
3035.29 1479.36 0.0300054
3267.65 1547.12 0.0318436
3500 1607.02 0.0335795
GRAVITY GAS 0.818
REFPW 14.696
DENSITY WATER 62.4785
BWI 1.00573
CW 3.19387e-006
VWI 0.770621
CVW 0.0
ROCKFLUID
NONDARCY GENERAL 0.5
1.485e+009 1.021 0 10000
1.485e+009 1.021 0 10000
RPT 1
** Sw krw
SWT
0.2 0
0.21 0
0.22 0
0.26875 1.52588e-005
0.3175 0.000244141
0.36625 0.00123596
0.415 0.00390625
0.46375 0.00953674
0.5125 0.0197754
0.56125 0.0366364
0.61 0.0625
0.65875 0.100113
0.7075 0.152588
0.75625 0.223404
0.805 0.316406
0.85375 0.435806
0.9025 0.586182
0.95125 0.772476
1 1
** Sl krg
SLT
0.2 0.8
0.23625 0.617981
74
0.2725 0.468945
0.30875 0.348645
0.345 0.253125
0.38125 0.178723
0.4175 0.12207
0.45375 0.0800903
0.49 0.05
0.52625 0.0293091
0.5625 0.0158203
0.59875 0.00762939
0.635 0.003125
0.67125 0.00098877
0.7075 0.000195312
0.74375 1.2207e-005
0.78 0
0.79 0
0.8 0
NDARCYCOR CON 0
** Initial Conditions
REFDEPTH 4300
REFPRES 3004
DWGC 4750
NUMERICAL
DTMAX 5
DTMIN 0.00001
NORM PRESS 100
NEWTONCYC 50
NCUTS 50
NORTH 200
ITERMAX 200
SHIFT PRESS 5.0e-6
SHIFT SATUR 1.0e-6
RUN
DATE 2016 1 1
DTWELL 0.01
** Production Well
WELL 'Well-1'
PRODUCER 'Well-1'
OPERATE MIN BHP 500.0 CONT
MONITOR MAX STG 5e+007
** UBA ff Status Connection
** rad geofac wfrac skin
GEOMETRY I 0.656 0.37 0.0025 0.0
PERF GEOA 'Well-1'
75