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CADEIA DE CUSTÓDIA: DO LOCAL DE CRIME AO

TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

CADEIA DE CUSTÓDIA: DO LOCAL DE CRIME AO TRÂNSITO EM


JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA
Revista dos Tribunais | vol. 883/2009 | p. 436 | Maio / 2009
Doutrinas Essenciais Processo Penal | vol. 3 | p. 393 - 408 | Jun / 2012
DTR\2009\333

Claudemir Rodrigues Dias Filho


Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp. Perito Criminal da
Superintendência de Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo.

Área do Direito: Penal; Processual


Resumo: A qualidade nos serviços públicos depende de uma série de fatores. Em âmbito
criminal, a qualidade é proporcional à excelência dos trâmites e ritos que o distinguem,
como a perícia. Um dos conceitos em qualidade aplicados à área pericial é a cadeia de
custódia, que não está prevista na legislação. Neste trabalho, são revisados alguns de
seus conceitos, é analisada sua importância por meio de seus elementos essenciais e se
propõe um método de documentação. Distinguem-se vestígios, evidências e indícios sob
uma ótica lógica e etimológica. Propõe-se um conceito para cadeia de custódia,
considerando seu início, seu fim e seus elementos essenciais (registro documental,
rastreabilidade e integridade da prova). É apresentado um paralelo entre cadeia de
custódia e o método científico, além de ponderações de cunho prático e jurídico.

Palavras-chave: Código de Processo Penal - Indício - Qualidade - Perícia criminal


Abstract: The quality of the public service depends on a series of factors. In the criminal
justice, quality is related to the excellence of its procedures. One of the concepts of
quality applied to the criminal justice is the Chain of Custody, which is not foreseen in
the Brazilian legislation. In this work, some concepts of Chain of Custody are reviewed.
Its importance is examined through its essential elements and a method of its
documentation is proposed. Distinction is made between several words used as synonym
of evidence in a logical and etymologic point of view. A concept for Chain of Custody is
proposed, gathering its temporal dimension, its purpose and its essential elements
(documentation, traceability and evidence integrity). A parallel is made between Chain of
Custody and the scientific method, as well as some considerations of legal issues.

Keywords: Criminal justice procedures - Evidence - Quality - Expertise


Sumário:

- 1. Conceitos, definições e comentários relacionados - 2. Vestígios, evidências e indícios


- 3. Início e fim da cadeia de custódia - 4. Elementos da cadeia de custódia - 5.
Proposição de um conceito - 6. Cadeia de custódia e o método científico - 7. Ponderações
finais - 8. Agradecimentos - Bibliografia

Introdução

Todo serviço, essencial ou não, é passível de uma avaliação qualitativa. Aqueles


prestados pelo Estado não são exceção, em especial os prestados em prol da justiça nos
ramos de direito público. Neste setor, a qualidade deve satisfazer o que espera a
sociedade no que se refere à idoneidade material e de conduta do processo.

Em âmbito criminal, a qualidade do serviço estatal é proporcional à excelência dos


trâmites e ritos que o distinguem. Esses, por sua vez, dependem de procedimentos
normalmente previstos em código de normas processuais. O Código de Processo Penal
1
(LGL\1941\8) brasileiro descreve uma série de procedimentos neste sentido, que,
adequadamente empregados, conferem qualidade ao serviço. Entretanto, existem outros
fatores relacionados à processualística penal que influenciam em sua qualidade, o que os
tornam importantes focos de estudo para a melhoria destes serviços.
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TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

A perícia criminal, sob uma ótica minimalista, é um conjunto de procedimentos


científicos relacionados à elucidação de um evento delituoso. Sua qualidade depende de
uma série de cuidados a serem tomados, desde a requisição de exame pericial até a
análise do laudo pericial por parte da autoridade judiciária. Especial atenção deve ser
dirigida a um dos conceitos em qualidade aplicados à área pericial: a chamada cadeia de
custódia. Sinonímia de "elo de custódia", a cadeia de custódia não está prevista na
legislação brasileira de forma precisa, tampouco normatizada, ao contrário do que ocorre
em outros países.

Este trabalho tem por objetivo revisar alguns conceitos de cadeia de custódia, analisar
sua importância por meio de seus elementos essenciais e propor um método de
documentação para tal.

1. Conceitos, definições e comentários relacionados

O que é cadeia de custódia? Muitos autores definiram o termo. Eis algumas dessas
definições e alguns comentários acerca delas. Não é o objetivo descrever
cronologicamente tais definições, mas apresentá-las em ordem de complexidade, da
mais simples à mais completa.

Segundo Saferstein (2004), cadeia de custódia é "uma lista de todas as pessoas que
estiveram de posse de um item de evidência". Para este autor, a cadeia de custódia
parece reduzida a uma lista, um documento contendo a identificação dos indivíduos que
custodiaram um item. A documentação é parte integrante da cadeia de custódia e talvez
seja a mais importante delas. Tanto assim o é que alguns autores chamam o documento
propriamente dito, contendo tais informações, de "cadeia de custódia". O documentar
dos procedimentos de custódia é o que garante a responsabilização e a rastreabilidade
da prova, daí sua grande importância. Entretanto, os procedimentos de custódia não
devem se resumir a um documento.

Byrd (2001) acrescenta a responsabilização e a confiabilidade quando define o termo


como "um registro escrito e defensável de todos os indivíduos que mantiveram o
controle sobre as evidências". Defensável é o que pode ser defendido mediante a
sustentação por argumentos e razões. Quanto mais robusta esta defesa, mais confiável
é o que se defende e, consequentemente, maior é o impacto na tão importante
convicção do magistrado. A confiabilidade muitas vezes depende da argumentação e
quando falamos em cadeia de custódia, a argumentação deve ser baseada
essencialmente no documento de custódia ou num sinônimo usado pelo autor, um
"registro escrito".

Outra questão relevante a ser considerada na cadeia de custódia é a dimensão temporal.


Quando ela tem início e quando termina? Neste sentido, o conceito de Giannelli (1996) é
relevante: "a movimentação e a localização de uma evidência física desde sua obtenção
até sua apresentação na corte". Aqui a cadeia de custódia se inicia com a obtenção do
vestígio e termina com sua presença no tribunal. Mas em que momento se dá a
obtenção de um vestígio? E, diante da legislação nacional, a custódia pode ser encerrada
após a apresentação da prova à corte? Estas questões serão mais bem discutidas
adiante.

A cronologia evidenciada no conceito de Giannelli (1996) é um fator importante na


conceituação de cadeia de custódia. Porém sua definição deixa de lado outros pontos
relevantes já mencionados, como a documentação e, por conseqüência, a confiabilidade
e a responsabilização.

Brenner (2004) ressaltou a relevância da inteireza e do armazenamento do vestígio ao


definir o termo como "procedimentos e documentos de importância para a integridade
de um espécime ou amostra pelo rastrear de seu manuseio e armazenamento do ponto
de coleta a sua disposição final; um processo usado na manutenção e documentação da
história cronológica das evidências". Tão importante quanto a documentação é a
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garantia de integridade da prova. A integridade pode ser considerada um elemento mais


amplo do qual fazem parte outros fatores mencionados anteriormente, como a
fiabilidade ou confiabilidade.

O armazenamento também foi objeto da definição de Brenner (2004). Não confundir


armazenamento com acondicionamento. Este último consiste em dotar de condições que
visam preservar da deterioração e é parte integrante do primeiro, que consiste no ato de
armazenar, guardar. Extrai-se daí sua importância, pois reduzida seria a robustez da
prova, no processo, se apresentada sem as mesmas propriedades que possuía ao ser
coletada, eivando, assim, sua integridade.

Brenner (2004) ainda sugere uma resposta ao questionamento sobre o ponto inicial da
obtenção de um vestígio. Depreende-se de suas palavras que a cadeia de custódia tem
início com a coleta do "espécime ou amostra". Também notável é o que o autor expressa
sobre seu fim. Não há um ponto preciso de término, mas uma região difusa no tempo,
expresso por ele como até "sua disposição final".

Melbye e Jimenez (1997) sugerem a seguinte definição:

"Estatuto de que a evidência, como encontrada in situ, foi acompanhada desde sua
descoberta, e de que existe uma sucessão segura desta até a corte. Questões referentes
à cadeia de custódia relacionam-se não apenas à documentação de transferências e
manuseio, mas também à segurança das áreas de armazenamento em que a evidência é
mantida."

Mais uma vez a integridade do vestígio foi ressaltada. Mas, apesar de a ela relacionada,
não é esta a novidade que este conceito traz a tona, e sim a citação de uma área de
armazenamento segura. Tais áreas são frequentemente denominadas centro de custódia
de provas e desempenham papel preponderante, não apenas na manutenção da
integridade e autenticidade do vestígio, mas também na segurança e excelência da
prática forense (Bonaccorso e Perioli, 2002).

Outro conceito bastante completo de cadeia de custódia, mas não isento de reparos, foi
2
dado por Alice Aparecida da Matta Chasin, segundo o qual o vocábulo se refere a "um
conjunto de procedimentos documentados que possibilitam o rastreamento de todas as
operações realizadas em cada amostra, desde sua coleta até o descarte. Registro
administrativo de todos os passos visando fornecer evidências defensáveis quanto à
preservação da amostra, garantia da confidencialidade e validade dos resultados".
3
Norma Bonaccorso questionou este conceito no que se refere ao "descarte" de
amostra. A autora defende que a palavra "descarte" não expressa exatamente o que se
espera do encerrar da cadeia de custódia em âmbito criminal, uma vez que a legislação
brasileira não prevê o descarte da prova.

Assim, Bonaccorso (2007) propõe que se entenda por cadeia de custódia "o conjunto de
procedimentos que visa garantir a autenticidade dos materiais que serão submetidos a
exames, desde a coleta até o final da perícia realizada". Este conceito, tal qual o de
Giannelli (1996), não faz menção ao registro documental das etapas seqüenciais que
compõe a cadeia de custódia de forma clara, citando-as apenas com um "conjunto de
procedimentos".

Outro aspecto do conceito de Bonaccorso (2007) que vale a consignação é, novamente,


quanto à cronologia dos procedimentos de custódia. Depreende-se desta definição que a
cadeia de custódia termina com "o final da perícia realizada". No entanto, a custódia da
prova deve findar coincidentemente com as disposições finais do processo penal
brasileiro. E, de acordo com o Código de Processo Penal (LGL\1941\8) brasileiro, o
processo termina com o trânsito em julgado do mérito, e não quando findada a perícia.
Essa ponderação tem lugar no escopo da discussão por questões de ordem prática:
existe um intervalo entre a realização dos exames periciais e o fim do processo penal.
Desconsiderar tal intervalo na cadeia de custódia, seria aceitar que a prova deixa de ser
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custodiada a partir da emissão do laudo pericial, quando, em verdade, o ponto máximo


da prova emerge em sua apresentação perante o magistrado ou o júri, se acabando,
portanto, a posteriori.

2. Vestígios, evidências e indícios

Alguns dos conceitos apresentados e as discussões que se seguem falam em vestígios,


evidências e indícios. Esses termos são freqüentemente utilizados como sinônimos.
Porém, num contexto criminalístico, existe uma diferenciação importante em suas
semânticas formais. Visando evitar acroases, vale introduzir neste trabalho definições
destes termos. Apesar de relacionados, tais conceitos podem gerar equívocos
interpretativos caso deixem de ser bem delineados. Enquanto o vestígio abrange, a
evidência restringe e o indício circunstancia. Como se nota a seguir.

O Código de Processo Penal (LGL\1941\8) brasileiro traz que, na presença de vestígios,


4 5
o exame de corpo de delito será indispensável sob pena de nulidade. O objetivo
primo do exame referido é a comprovação dos elementos objetivos do tipo,
essencialmente no que diz respeito ao resultado da conduta delituosa, através de
vestígios. Entretanto, não há dispositivo legal que defina precisamente o que vem a ser
um vestígio, mesmo porque a lei não é o espaço para fins de definição. Mas é provável
que esta ausência de definição jurídica também decorra do fato de a palavra ser
empregada num sentido próximo do comum, não necessitando de um critério normativo
específico. Etimologicamente, o termo deriva da palavra latina vestigium que, por sua
vez, possui significado bastante abrangente: planta ou sola dos pés (das pessoas e dos
animais), pegada, pista, rastro; traço, sinal, marca. Em termos periciais, o conceito de
vestígio mantém a característica abrangente do vocábulo que lhe deu origem, podendo
ser definido como todo e qualquer sinal, marca, objeto, situação fática ou ente concreto
sensível, potencialmente relacionado a uma pessoa ou a um evento de relevância penal,
e/ou presente em um local de crime, seja este último mediato ou imediato, interno ou
externo, direta ou indiretamente relacionado ao fato delituoso.

Ao chamar uma coisa qualquer de vestígio, se está admitindo que sua situação foi
originada por um agente ou um evento que a promoveu. Um vestígio, portanto, seria o
produto de um agente ou evento provocador. Nesta dinâmica, pressupõe-se que algo
provocou uma modificação no estado das coisas de forma a alterar a localização e o
posicionamento de um corpo no espaço em relação a uma ou várias referências fora e ao
redor do dele. O correto e adequado levantamento de local de crime, por exemplo,
revela uma série de vestígios. Estes são submetidos a processos objetivos de triagem e
apuração analítica dos quais resultam diversas informações. Uma informação de
relevância primordial é aquela que atesta ou não o vínculo de tal vestígio com o delito
em questão. Uma vez confirmado objetivamente este liame, o vestígio adquire a
denominação de evidência. Nas palavras de Mallmith (2007), "as evidências, por
decorrerem dos vestígios, são elementos exclusivamente materiais e, por conseguinte,
de natureza puramente objetiva". Portanto, evidência é o vestígio que, após avaliações
de cunho objetivo, mostrou vinculação direta e inequívoca com o evento delituoso.
Processualmente, a evidência também pode ser denominada prova material.

Assim como ocorre com o vestígio, a origem da palavra indício também vem do latim:
indicium, cuja semântica é "sinal, indicação, revelação, denúncia, descoberta, acusação,
indício, prova". O próprio radical latino index, por si só, tem sentido de "aquilo que
indica" (Mazzilli, 2003). Porém, ao contrário do vestígio e da evidência, o indício
apresenta uma conceituação legal prevista no Código de Processo Penal (LGL\1941\8)
6
brasileiro. Neste sentido, indício seria uma circunstância conhecida, provada e
necessariamente relacionada com o fato investigado, e que, como tal, permite a
inferência de outra(s) circunstância(s). O termo "circunstância" é aqui utilizado como
expressão próxima, semanticamente, de "conjuntura", como a combinação ou
concorrência de elementos em situações, acontecimentos ou condições de tempo, lugar
ou modo.
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Considerando a definição legal, é de se reparar que um indício, sendo uma circunstância,


autoriza a conclusão indutiva de outros indícios, também circunstanciais. Nos termos da
lei, a circunstância conhecida e provada seria uma premissa menor, ao passo que a
razão e a experiência seriam uma premissa maior; da comparação entre as premissas
menor e maior emerge a conclusão indutiva de que trata o texto legal (Mirabete, 2003).
Via de regra, essa premissa menor vem apresentada de forma objetiva por se tratar de
"circunstância conhecida e provada". Cumpre consignar que o indício se reveste de uma
situação circunstancial, cuja interpretação pode ser objetiva ou subjetiva, ainda que
relativamente. Nesses termos, a premissa menor referida acima coincide com a
evidência, por se afastar do caráter subjetivo e, consequentemente, por se revestir de
objetividade.

A subjetividade potencial do indício é a ele inerente dado o momento pós-pericial de sua


gênese. O indício surge num instante processual, quando às evidências foram agregados
fatos apurados pela autoridade policial (quando do inquérito) ou ministerial (quando da
denúncia). Então, toda informação que tem relação com o relevante penal é um indício,
seja ela objetiva ou subjetiva. Entretanto, o indício se aparta das conclusões periciais
quando puramente subjetivo. Logo, o indício originário de uma evidência é sempre
decorrente de um procedimento pericial e, portanto, objetivo. Na processualística penal,
há quem intitule o indício resultante de subjetividade de prova indiciária (Mazzilli, 2003).

Assim sendo, podemos deduzir que a evidência é o vestígio que, mediante


pormenorizados exames, análises e interpretações pertinentes, se enquadra inequívoca e
objetivamente na circunscrição do fato delituoso. Ao mesmo tempo, infere-se que toda
evidência é um indício, porém o contrário nem sempre é verdadeiro, pois o segundo
incorpora, além do primeiro, elementos outros de ordem subjetiva.

3. Início e fim da cadeia de custódia

Como visto, os vestígios são coletados, examinados e, depois de provado seu vínculo
com o fato, classificados em evidências. Estas, por sua vez, são somadas aos autos de
inquérito policial e, ao seu término, são interpretadas como indícios em fase processual.
Mas qual o procedimento que mantém as etapas consecutivas desta dinâmica coesas e
confiáveis? A resposta a esta pergunta é cadeia de custódia.

A apresentação de uma prova material, em uma corte judiciária de foro criminal, é o


momento clímax de todo um processo, que se estende da preservação do local de crime
ao trânsito em julgado de um processo penal. Antes disso, a prova material já foi um
vestígio, uma evidência, um indício; esteve exposta às condições de um local de crime e
armazenada até os encaminhamentos devidos; passou pelas mãos de peritos criminais,
autoridades policiais, estafetas, funcionários do fórum e do Ministério Público.

Como se sabe, a prova material do processo foi, incontestavelmente, um vestígio


quando do início dos procedimentos periciais. Se o vestígio, antes de ser reconhecido,
está no local de crime, então a custódia deste nasce no momento em que os
procedimentos de preservação de local de crime se iniciam e são assegurados pela
7
autoridade policial. Nestes moldes, o início da cadeia de custódia pode ser delimitado
pela adequada preservação de local de crime.

Quando os peritos criminais chegam ao local, a responsabilidade sobre os vestígios em


potencial ali presentes passam do policial responsável pela preservação de local para os
primeiros. Estes, por sua vez, realizam os exames pertinentes, elaboram um laudo
8
pericial e, após a liberação das peças e do local, encaminham as evidências para a
9
apreensão pela autoridade policial, instante em que a responsabilidade sobre a guarda
e integridade destas passa à referida autoridade.
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Até a conclusão do relatório que ultima o inquérito policial e seu encaminhamento, as
evidências permanecem sob a custódia da autoridade policial, pois estas, por previsão
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legal, acompanham os autos do inquérito. Remetidas ao juízo competente, a custódia
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sobre as provas materiais passa a ser exercida pelo fórum ou, eventualmente, por um
centro de custódia, e nesta situação permanecem até transitar em julgado a sentença
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final, quando dos efeitos da condenação poderão resultar em perda de instrumentos e
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produtos do crime em prol da União ou em destinações diversas.

A custódia sobre as provas materiais, exercida por entes públicos, termina no


encerramento absoluto do processo, portanto, quando a sentença transita em julgado,
circunstância esta que coincide com fim da cadeia de custódia.

Assim, é possível delinear objetivamente o período de existência da cadeia de custódia


como aquele que se inicia com a preservação do local de crime e o ato que legalmente
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determina o término do processo penal, a sentença do trânsito em julgado.

4. Elementos da cadeia de custódia

Conclui-se que a prova material presente na corte judiciária deve estar revestida de
idoneidade e licitude, ainda que submetida a uma série de procedimentos técnicos ou
pelas mãos de algumas pessoas. Genericamente, tais características são presumidas no
processo, quando deveriam ser documentadas. Eis o primeiro elemento da cadeia de
custódia: o registro documental.

A importância do registro em um documento de toda a processualística de custódia é


tamanha que, como já citado, alguns autores (como Byrd, 2001 e Safestein, 2004) o
colocam como sinônimo de cadeia de custódia. Negrini Neto e Kleinubing (2006) citam o
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princípio da documentação como aquele que "define o que se denomina cadeia de
custódia", pois é por meio desta que a fidelidade da prova material se estabelece. Não é
exagero dizer, portanto, que o registro documental é o elemento de maior relevância no
que concernem os procedimentos de custódia.

Uma documentação de custódia completa deve ser escrita e contemplar, inicialmente,


informações de referência (1) ao caso investigado (identificado por um número) e (2) à
natureza do delito. Além dessas, seguindo as recomendações do Scientific Working
Group on Materials Analysis (SWGMAT, 1999), deve incluir anotações permanentes
acerca (3) do local em que cada item foi coletado (incluindo o registro fotográfico,
dimensional e esquemático de localização imediata), (4) da data e hora de coleta, (5) da
descrição do(s) item(ns) coletado(s), (6) de uma identificação única para cada item
coletado (como número do item e número do caso) e (7) do nome da(s) pessoa(s) que
coletou(aram) o(s) vestígio(s). Outras informações relevantes num registro documental
seriam (8) data, hora e nome de todas as pessoas que eventualmente tiveram contato
com um item, (9) uma breve descrição dos motivos para tal e (10) dos procedimentos
realizados por cada pessoa que o tenha manuseado (Galloway et al, 1990).

Mediante um registro documental nos moldes citados, é possível refazer todos os passos
da cadeia de custódia de cada item apresentado como prova material em um tribunal.
Essa característica confere outro elemento aos procedimentos de custódia, a
rastreabilidade. Ao rastrear cada etapa pela qual esteve a prova, preenchem-se as
condições necessárias para a responsabilização das pessoas que mantiveram contato
com ela na medida de suas responsabilidades. Isso credencia tais pessoas a
testemunhar nos tribunais a fim de validar a integridade e a idoneidade da prova
material quando necessário (Nascimento e Santos, 2005), vez que a segurança da prova
(em termos de integridade) é responsabilidade de todas as pessoas que participaram
dos processos de identificação, coleta, empacotamento, armazenamento, transporte e
exame das evidências (SWGMAT, 1999).

A credibilidade dos exames periciais depende não somente da qualidade dos exames
realizados ou das habilidades investigativas e analíticas do perito responsável por sua
condução. A guarda do item também faz parte dos conceitos de qualidade ligados à
cadeia de custódia. Emerge daí um terceiro elemento: a integridade da prova. Por
integridade entende-se o caráter daquilo que está inteiro, ileso, que não sofreu
alteração, incólume, idôneo. Por este motivo, a Integridade da Prova é o elemento que
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incorpora a segurança do vestígio à prova material, a autenticidade do item e,


conseqüentemente, sua confiabilidade perante a corte judiciária.

A integridade da prova, entretanto, não se restringe a estes aspectos. A prova íntegra,


como supra definido, deve se revestir do "caráter daquilo que está inteiro". Logo, à
integridade se soma os procedimentos necessários à manutenção das características
intrínsecas do vestígio, qualquer que seja sua natureza (física, química, biológica, etc.).
Diante deste raciocínio, é notório que se incluam critérios de coleta, transporte,
acondicionamento, preservação e armazenamento como formas de garantir a
integridade da prova. Os procedimentos a serem tomados para garantir a viabilidade dos
exames cabíveis no processo de obtenção de evidências e, por conseguinte, de provas
materiais, devem ser definidos de acordo com a natureza do vestígio.

Esses três elementos (registro documental, rastreabilidade e integridade da prova)


sintetizam a importância da cadeia de custódia, pois sua observância confere à prova
material uma comprovação de origem, processamento, vínculo ao evento delituoso e
destinação até o trânsito em julgado. Tal certificação reflete em robustez da
materialidade do delito junto aos meios probatórios.

5. Proposição de um conceito

Conceituar é fazer uma proposta ajuizada e pertinente a algo sob suas diversas faces e
promover, sob uma ótica cognoscível, seu entendimento de forma íntegra, consciente e
válida no momento da propositura. O conceito transcende o tempo, mas sua validade
não. As palavras e os verbetes, com a evolução da língua, tomam outras dimensões,
apresentando novas semânticas com o avançar cronológico.

Este capítulo não possui a audácia, nem a arrogância, de apresentar um conceito eterno
e irrevogável. Tampouco insuperável ou isento de críticas. Afinal, como qualquer
proposta, todo conceito é passível de ser revisto; o que se segue inclusive. Entretanto,
de forma muito mais modesta, este capítulo visa simplesmente propor um conceito que
entrelace os aspectos basilares dos processos de certificação e qualificação da perícia
criminal.

Considerando o que já foi exposto, penso que um conceito de cadeia de custódia deve
incorporar seus três elementos básicos (registro documental, rastreabilidade e
integridade), sua dimensão temporal e sua finalidade. Ao mesmo tempo, seria apreciável
que o conceito abrangesse a semântica dos dois termos que constituem o objeto
conceituado: "cadeia" e "custódia".

O termo "cadeia", no sentido expresso no objeto em estudo, possui um significado


aproximado àquele utilizado ao mesmo substantivo nas ciências naturais, em que seria a
sucessão de fenômenos de caracteres análogos, em que cada um cria os elementos
necessários ao desenvolvimento do seguinte. Já o substantivo "custódia" denota o ato ou
efeito de proteger, guardar alguém ou algo.

De posse desses conhecimentos, podemos conceituar cadeia de custódia como:

Uma sucessão de eventos concatenados, em que cada um proporciona a viabilidade ao


desenvolvimento do seguinte, de forma a proteger a integridade de um vestígio do local
de crime ao seu reconhecimento como prova material até o trânsito em julgado do
mérito processual; eventos estes descritos em um registro documental pormenorizado,
validando a evidência e permitindo sua rastreabilidade, sendo seu objetivo-fim garantir
que a evidência apresentada na corte se revista das mesmas propriedades probatórias
que o vestígio coletado no local de crime.

6. Cadeia de custódia e o método científico

Existiu um tempo em que ciência e justiça tiveram seus atritos. Ou até consideradas
incompatíveis. Aliás, a própria ciência já foi a júri no famoso episódio do julgamento de
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Galileu Galilei, no século VII. Na ocasião, Galileu era questionado pela sua teoria de que
a Terra não era o centro do universo, mas que se movimentava ao redor do Sol. Há
quem diga que foi um litígio entre ciência e religião. No entanto, foi um julgamento com
juízes, advogados e todos os ritos de um processo legal.

Hoje é inegável a contribuição que a ciência fornece à sociedade e à justiça. A prova pelo
DNA talvez seja a contribuição de grande repercussão mais recente, porém muitas
outras têm sido colocadas a prova tribunais afora.

Essa relação entre ciência e justiça tem se estreitado e se tornado cada vez mais coesa.
Mas poucos podem consignar de forma precisa como essa relação se exprime. A maioria
citaria os frutos da ciência como fomento ao meio jurídico, e não a ciência por si só.
Entretanto, basta definirmos ciência para emergir a robustez da ligação com o meio
judicial.

Para efeito deste texto, será adotada a visão de ciência que cabe ao paralelo que se está
construindo, e não a proposta mais recente das mudanças de paradigma de Thomas
Kuhn ou a mais antiga de um observador desinteressado de Francis Bacon. Ciência não é
apenas um amontoado de conhecimento acumulado acerca da natureza. Ciência é, em
sua essência, um processo, um meio de examinar o mundo natural e descobrir
importantes verdades a seu respeito. Logo, ciência e método científico se confundem em
17
uma semântica reducionista em que o segundo é a própria síntese do primeiro.

Sob a ótica popperiana, o método científico tem por base a assimetria de um processo
de falseabilidade, no qual uma hipótese nunca será provada verdadeira por meio da
concordância com as observações experimentais, mas será provada falsa se em
desacordo com as mesmas observações. No cume desse processo se aceita ou se rejeita
uma hipótese inicialmente proposta. Essa hipótese, segundo Popper (2002), tem origem
desconhecida e, por ser este o fator de criatividade da ciência, não pode ser analisado
por qualquer arcabouço filosófico. Mas sua proposição visa explicar fenômenos naturais
previamente observados.

Muito antes de Karl Popper, Galileu Galilei já havia criado um método experimental que
postulava que "para que um conjunto de proposições científicas (...) seja válido, deve
ser verificado" (Vera, 1976). Do enlace da experimentação de Galilei e da falseabilidade
de Popper, extraímos uma sucessão de eventos que sumariamente conhecemos como
método científico, qual seja: observação de um fenômeno, proposição de hipótese, teste
de hipótese (verificação) e aceitação ou rejeição da hipótese (validação). Ressalta-se
que uma hipótese só pode ser verificada se sua falseabilidade for possível e sua
validação deve decorrer, necessariamente, dessa verificação. Portanto, em termos
teóricos, não deve existir hipótese aceita ou rejeitada previamente à experimentação.

Emerge daqui o paralelo com a cadeia de custódia da qual trata este artigo. De acordo
com o conceito proposto, cadeia de custódia é um processo, uma sucessão de eventos
tanto quanto a ciência expressa pelo método científico. Neste último, a observação
viabiliza a proposição de uma hipótese, que, por sua vez, permite a experimentação e,
consequentemente, sua validação. É notório o paralelismo com o conceito de cadeia de
custódia proposto, já que este foi aqui documentado como "uma sucessão de eventos
concatenados em que cada um proporciona a viabilidade ao desenvolvimento do
seguinte (...)".

Em um mesmo giro, é possível relacionar estes termos com a progressão de etapas


sucessivas que representa cada um. Ambos se iniciam com a observação: um de um
local de crime, outro de um fenômeno. Ambos se desenvolvem pela verificação: um
verifica se um vestígio é uma evidência, outro verifica uma hipótese. E, finalmente,
ambos deveriam culminar com uma validação: um de uma evidência, outro de uma
hipótese.

A falta de experimentação de uma hipótese sacrifica sua validação, eivando-a de uma


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CADEIA DE CUSTÓDIA: DO LOCAL DE CRIME AO
TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

apreciação duvidosa. Seguindo o mesmo raciocínio, um vestígio já tido como evidência,


mas sem uma cadeia de custódia apropriada deve ser visto com desconfiança, pois não
há como garantir, ao menos documentalmente, que a prova material no processo se
reveste da idoneidade do vestígio no local do crime. Assim como comprometida seria
uma hipótese infalseável, rejeitada como prova, deveria ser a evidência sem um
procedimento de custódia adequado.

7. Ponderações finais

Almeja-se que a leitura atenta deste artigo revele da importância de uma cadeia de
custódia adequada para função processual de uma evidência: prestar-se como prova
material de um evento de relevância penal. Como visto, a custódia legítima e idônea
confere robustez ao conjunto probatório, o que deveria, de alguma forma, sensibilizar a
tão importante apreciação da prova por parte daqueles que julgam, seja um juiz, seja
um júri.
18
A reforma do Código de Processo Penal (LGL\1941\8) brasileiro contemplou a inclusão
de aspectos referentes à cadeia de custódia da prova que recaem sobre o terceiro
elemento aqui descrito: a Integridade da Prova. As alterações dizem respeito a onde a
prova será custodiada (em órgão oficial) e à conservação e disponibilidade das provas às
19
partes, o que é, indubitavelmente, um avanço em nossa processualística penal.
Porém, não contribuiu com novidades em outras frentes, em especial sobre a
obrigatoriedade de um registro de custódia.

Interessante notar que referida reforma retoma o inc. LVI do artigo 5.º da CF/1988
(LGL\1988\3), que dispõe sobre a inadmissibilidade das provas ilícitas, conceituando-as
20
como aquelas "obtidas em violação a normas constitucionais ou legais". Além disso,
enxertou-se expressamente a inadmissibilidade das provas ilícitas por derivação pela
21
teoria dos frutos da árvore envenenada, isto é, quando de uma prova ilícita derivam
22
outras provas, estas últimas ilícitas serão.

Há toda uma atenção voltada à coibição da ilicitude da prova ou do processo de


obtenção desta e pouca ou nenhuma preocupação com os procedimentos de custódia.
Como se garantir que uma evidência obtida licitamente, apresentada durante o
processo, mantém as mesmas características que possuía quando originada? Não há
procedimento legalmente previsto que afiance essa prova. Talvez fosse necessária a
previsão no diploma de um critério de validação da prova, ou seja, uma prova material
somente seria aceita com a possibilidade da verificação de sua cadeia de custódia
adequada e documentada. Do contrário, seria rejeitada e, por conseqüência,
desentranhada do processo, tal quais aquelas obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais, portanto ilícitas.

Maior amadurecimento desta temática e mudanças legislativas seriam necessárias para


inclusão dessa proposta em nosso ordenamento jurídico. E se realizado, a adoção de um
critério rigoroso seria essencial para o feito, pois tal implantação poderia tornar todo o
procedimento criminal, da nottitia criminis ao trânsito em julgado, moroso. Se isso
ocorresse navegar-se-ia na contramão das aspirações mais recentes do que espera a
sociedade frente ao Poder Judiciário. As últimas alterações do Código de Processo Penal
(LGL\1941\8) brasileiro, como exemplo, tiveram por fulcro a celeridade, a simplicidade e
a segurança do processo, visando qualificar a prestação jurisdicional. É exatamente o
que se pretende com este texto: trazer qualidade à processualística penal brasileira,
desde sua origem até suas disposições finais.

8. Agradecimentos - Bibliografia

Há de se agradecer à Dra. Norma Bonaccorso e Dra. Alice Aparecida da Matta Chasin


pelas críticas ao arcabouço de idéias que deu origem a este artigo; e à Dra. Cristiane
Faria Dias e ao MM. Dr. Rodrigo Rodrigues Dias pela leitura crítica e construtiva do
manuscrito.
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CADEIA DE CUSTÓDIA: DO LOCAL DE CRIME AO
TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

Bibliografia

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VERA, Armando Asti. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976.

1. Dec.-lei 3.689, de 03.10.1941. Doravante Código de Processo Penal (LGL\1941\8)


brasileiro.

2. Alice Aparecida da Matta Chasin em disciplina de Toxicologia Forense do Curso de


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CADEIA DE CUSTÓDIA: DO LOCAL DE CRIME AO
TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

Formação Técnico-Profissional para a carreira de Perito Criminal ministrada pela


Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra, realizada entre 19.04.2006 e
26.12.2006.

3. Norma Bonaccorso em argüição da aula-prova do candidato Claudemir Rodrigues Dias


Filho, apresentada no processo de Seleção de Professor Temporário de Biologia Forense
da Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra, realizada em 22.06.2007.

4. Art. 158 do CPP (LGL\1941\8): "Quando a infração deixar vestígios, será


indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado".

5. Art. 564 do CPP (LGL\1941\8): "A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) III -
por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: (...) b) o exame de corpo de delito nos
crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no art. 167".

6. Art. 239 do CPP (LGL\1941\8): "Considera-se indício a circunstância conhecida e


provada, que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência
de outra ou outras circunstâncias".

7. Art. 6.º do CPP (LGL\1941\8): "Logo que tiver conhecimento da prática da infração
penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não
se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais".

8. Art. 160 do CPP (LGL\1941\8): "Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde
descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos
formulados".

9. Art. 6.º, II, do CPP (LGL\1941\8): "apreender os objetos que tiverem relação com o
fato, após liberados pelos peritos criminais".

10. Art. 10, §1.º, do CPP (LGL\1941\8): "A autoridade fará minucioso relatório do que
tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz competente".

11. Art. 11 do CPP (LGL\1941\8): "Os instrumentos do crime, bem como os objetos que
interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito".

12. Art. 118 do CPP (LGL\1941\8): "Antes de transitar em julgado a sentença final, as
coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo".

13. Art. 91 do CP (LGL\1940\2): "São efeitos da condenação: (...) II - a perda em favor


da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos
do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou qualquer bem ou valor que constitua
proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso".

14. O Capítulo V (Da restituição das coisas apreendidas) do Título VI (Das questões e
processos incidentes) do Livro I (Do processo em geral) do Código de Processo Penal
(LGL\1941\8) brasileiro dispõe sobre destinações possíveis dos objetos apreendidos após
o transito em julgado.

15. Outros aspectos pertinentes ao término da cadeia de custódia são passíveis de


revisão, como o artifício da revisão criminal. Nesta circunstância, a cadeia de custódia
seria reiniciada e, portanto, continuada. Estes aspectos, entretanto, não são objeto de
discussão deste artigo.

16. "Toda amostra deve ser documentada, desde seu nascimento no local de crime até
sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer um histórico completo e fiel de
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TRÂNSITO EM JULGADO; DO VESTÍGIO À EVIDÊNCIA

sua origem".

17. A lógica aqui explicitada se traduz no que tange às ciências empíricas naturais.

18. Leis 11.689 e 11.690, ambas de 09.06.2008.

19. Art. 159, § 6.º, do CPP (LGL\1941\8): "Havendo requerimento das partes, o material
probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial,
que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação".

20. Art. 157 do CPP (LGL\1941\8): "São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais".

21. Fruit of poisonous tree.

22. Art. 157, § 1.º, do CPP (LGL\1941\8): "São também inadmissíveis as provas
derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras".

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