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As etapas do pensamento sociológico - Aron Raymond

Max Weber

- Teoria da Ciência:

Segundo o autor, a teoria Weberiana pede que de início se perceba as diferentes


qualificações de ação para o autor, são elas 4:
- A ação racional em relação a um objetivo:
- Define um objetivo e procura os meios necessários para atingi-lo.
Ainda que os meios não pareçam racionais ao observador, weber
considera a racionalidade no ator que age dentro de seu
conhecimento?
- A ação racional em relação a um valor:
- Pelo que me parece aqui Weber considera aqui aspectos da honra,
ou seja, uma ação racional que não visa o alcance externo, mas a
manutenção interna de construções sociais ( que aron enfatiza estar
ligado à honra, como o capitão que afunda com o navio).
- A ação afetiva (emocional):
- Não em relação a um objetivo, nem a um sistema de valores, a ação
afetiva decorre da reação emocional do autor. Não visa nada se não a
satisfação imediata do impulso emocional.
- A ação tradicional:
- Obedece simplesmente a reflexos enraizados por longa prática, a
manifestação de uma segunda natureza gerada pelas crenças,
hábitos e costumes. Ou seja, não advém nem de um objetivo, nem de
um valor, nem de um impulso emocional, apenas da tradição.

“O traço característico do mundo que vivemos é a racionalização”pg449 - Para


weber, nossa sociedade está inclinada à ação racional em relação a um objetivo, cabe, para
o autor, pensar quais aspectos de sociabilidade devem estar sob a guarda dos outros tipos
de ação.
Para weber a ciência é racional tanto em relação à um objetivo como em relação a
um valor, na medida que o cientista deve encontrar os melhores meios de se chegar a
verdade, que é um valor de universalidade válida. A ciência, para ele, assume duas
características: não-acabamento, ou seja, ela não é finita e tão pouco podem ser
delimitados todos os mecanismos fundamentais de funcionamento social, a própria
evolução social geram novas indagações aos humanos; Objetividade.
- A diferença entre as ciências naturais e as sociais:
- Compreensão: Nas ciências naturais, a compreensão de seus
fenômenos precisa ser mediada por processos empíricos de
comprovação. A compreensão do fenômeno nas ciências sociais é
imediato, não são necessários testes para que o agente envolvido no
fenômeno o compreenda, é a capacidade de consciência humana que
permite uma compreensão intrínseca. Há, no entanto, um limite para
essa inteligibilidade intrínseca, e ultrapassado fica obscura a
compreensão de certo fenômeno social pela compreensão, aida que
possa ser explicado.
- Objetividade: Como é possível ao cientista social aplicar-se
objetivamente sobre fenômenos formados por sistema de valores,
como o são os fenômenos sociais? E como chegar a uma validade
universal (verdade, objetivo da ciência) em torno de valores?
- Weber faz a distinção de julgamento de valor; relação com
valores. Julgamento de valor é o que parece ser, uma
proposição a respeito de um valor, diante da qual não se pode
formular uma validade universal, porque é um julgamento
pessoal. Relação de valor é o desafio do cientista social, que
diante de um valor não estabelece características, mas
apenas observa como ele se desenvolveu entre os conflitos e
relações humanas, o valor passa a ser o ponto de referência
para o autor.
- A dificuldade nesse momento se apresenta na seleção
de valores, porque é impossível analisar todos em todo
mundo (Kant). “Todo relato histórico é uma
reconstrução seletiva do que aconteceu no
passado”.pg455. A seleção de documentos, e sua
disponibilidade, também influenciam, e mais, as
respostas sempre serão dadas de acordo com a
pergunta do cientista, por isso é necessário, ainda que
diante da imersão do cientista para com seu objeto,
que ele se afaste dos próprios interesses para se
aproximar de uma resposta de validade universal -
gerada, é claro, por uma paixão do cientista.
As teoria metodológica de Weber se inspira em uma filosofia
existencialista(significação vivida), em que procura o lugar do homem em suas instituições e
sua ação em relação à ela. Sua teoria considera para as ciências naturais uma dupla
negação:
- Não têm a capacidade de dizer aos homens como viver, tão pouco como as
sociedades devem se organizar - o opõe à Durkhein.
- Não tem capacidade de dizer à humanidade qual o seu futuro - o opõe a
Marx.

- História e Sociologia

A ciência da cultura não se limita, no entanto, à relação de valores, o autor se


empenha em identificar a relação causal anterior e posterior à relação de valores, ou seja, à
que tipo de conduta social, econômica e religiosa, aquela relação de valor identificada leva.
Dessa forma, sendo a determinação causal uma análise dada a partir de um
acontecimento, sendo ela posterior ou anterior, é necessário, em primeiro lugar, ao cientista
a determinação de um recorte histórico, de um acontecimento palpável - construção da
individualidade histórica. Em segundo lugar ele sugere que, diante um fato historicamente
singular, é necessária alterar ficticiamente um de suas determinações causais, respondendo
a pergunta, o que teria ocorrido se….? Para ter a certeza que o valor alterado é parte
essencial do indivíduo histórico, e qual o lugar que esse valor ocupa na exposição histórica.
- Mas como é possível construir um desenvolvimento histórico irreal,
modificando, e até impossibilitando uma individualidade histórica? A
dificuldade está em negar algum acontecimento como causal à uma
individualidade histórica.
- Pode - se observar o que procedeu em locais e tempos nos quais,
ceteris paribus, aquele sistema de valor estivesse alterado. Ou pode-
se apenas analisar o período precedente tentando excluir o aspecto
selecionado para análise.

- O tipo ideal: Convergência da metodologia weberiana, o tipo ideal é “uma


organização de relações inteligíveis própria a um conjunto histórico”, ou seja, ele é o
que podemos compreender - parcialmente, na medida que a relação causal se dá
em probabilidade) da dinâmica de racionalização de uma época no espaço, de uma
sociedade. Existêm, para weber, 3 espécies de tipos ideais:
- Indivíduos históricos: têm um aspecto global - um sistema limitado o
representa - e é singular no tempo.
- Tipos ideais abstratos: São eles os referentes a aspectos não singulares no
tempo, e tão pouco globais. Aqueles que o idealtípico é abstrato, ou seja,
pode se modificar no tempo e espaço. Modificação que, sendo com
diferentes intensidades, manifestam nesses tipos ideais níveis diferentes de
abstrações.
- Abstrações inferiores, são exemplos a burocracia e o feudalismo.
- Mais altos níveis de abstração seria, por exemplo, os 3 tipos de
dominação: o racional, o tradicional e o carismático.
- Níveis superiores de abstração, os tipos de ação.
- Tipos ideais particulares: Referentes a reconstrução de conduta racional
idealtípico de um indivíduo.

O tipo ideal é uma ferramenta sociológica.


A busca de uma natureza humana é é sem sentido?

- As antinomias da ação humana:

Estando Weber de acordo com a idéia que a existência histórica permite a geração
constante de valores, afirma ele ser a dificuldade da ciências da cultura em identificar, a
partir dos documentos, métodos razoáveis de se fazer a relação de valores,
compreendendo sistemas de racionalidade (tipos ideais) que respondam às suas questões
como sujeitos históricos. Dessa forma ele discorda da preocupação em torno de valores
permanentes nos humanos, que possam servir de base para a delimitação do que é a
natureza humana, e, subsequentemente, para a definição de uma maneira como se deve
viver, ou governar. Weber está preocupado com o que determina as finalidades.
- Antinomia da ação: moral da responsabilidade que se prende ao meio-fim, ou seja,
considera a finalidade para adotar certos meios. No entanto, fica ainda a questão de
qual a racionalidade exercida sobre a concepção do fim, e aqui weber entra em uma
concepção que strauss chamou de niilista, uma vez que weber nega um objetivo
universal a alcançar, tão pouco uma hierarquia universal de fins - usa como
argumento a existência de conflito entre diferentes valores que levam a diferentes
fins. O problema da definição dos valores nos introduz à moral da convicção, a
partir da qual o humano age pelos sentimentos, sem relação - direta ou não - com a
finalidade ou com as consequências.
- Economia e Sociedade:

Obra que pretende reunir os diferentes sistema de valores em uma única teoria
conceitual, com a finalidade de observar na civilização ocidental moderna sua originalidade.
“A sociologia política de weber se baseia numa distinção entre a essência da
economia e a essência da política”pg.495. Isso, é claro, a partir da conduta de valores
humanos, assim, a ação economicamente orientada, é aquela que visa atender a utilidade
material e imaterial(serviços). O autor diferencia essa ação de um comportamento
econômico(pacifista, como o trabalho). Para exemplificar melhor, a apropriação do trabalho
é uma ação economicamente orientada, enquanto o trabalho é o agir econômico.
Enquanto a economia tem a ver com a satisfação das necessidades, organizando
racionalmente a conduta, a política tem a ver com a dominação de um humano sobre o
outro, ou de um grupo sobre outro. Porém ,eles não são de maneira alguma separados, só
o podem ser conceitualmente se o agir econômico estiver completamente livre de qualquer
meio de força, e que a soberania da escassez e das escolhas racionais dos meios impere,
ou seja, não existe não.
- 3 TIPOS DE DOMINAÇÃO:
- Racional: Baseada na legalidade da ordem dos que dos que exercem a
dominação.(Obediência de ação ligada a um fim)
- Tradicional: Fundamentada na tradição, sendo ela mítica ou heróica.
(Obediência de ação tradicional)
- Carismática: Pela força de uma pessoa ao assumir, ou criar, grande
responsabilidade.(Obediência de ação afetiva)

Essa tipologia da dominação leva Weber a perguntar-se qual a determinação que o


tipo de dominação exerce sobre a organização e a racionalidade econômica, e em seguida
qual a relação entre um tipo de economia e um tipo de direito. Causalidade essa que nunca
é unilateral!

MAX WEBER - ECONOMIA E SOCIEDADE


Vol.1 - Primeira parte
Cap.1 - Conceitos Sociológicos Fundamentais

$1. Sociologia é uma ciência que pretende compreender causalmente (conexão de


sentido) uma ação social, em primeiro lugar diferenciando-a do simples comportamento
reativo, ao passo que estabelecemos entre elas um limite fluido. Um processo podem conter
níveis diferentes de compreensão de sua causalidade.
Esse sentido pode ser historicamente condicionado, ou típico, mas de forma alguma
a sociologia toma como hipótese alguma escala de valor entre esses sentidos, tão pouco
procura neles algo de verdadeiro. A compreensão desse processo, dessa causalidade, pode
ser, pelo cientista, racional - que se limita a intelectualidade - ou intuitivo - extrapolando o
inteligível. Quando uma individualidade histórico não pode ser compreendida de forma
alguma, weber diz que deve ser considerado uma irracionalidade, e que a melhor forma de
lidar com sua análise seria considerar um ambiente completamente racional a partir do qual
seja possível identificar o impacto causal da irracionalidade - esse processo é o de criação
de tipos ideais, nos quais os mecanismos racionais são perturbados por comportamentos
irracionais. De qualquer forma, compreensão do “sentido” está ligado à causalidade “meio-
fim”.
A interpretação de uma ação social, dessa forma, deve levar em conta a
necessidade de ela ser a representação de algo vigente, ou que pretende vigência, na
mente das pessoas orientando-as. A sociologia se preocupa com a imputação de sentido,
até onde ele é possível de ser compreendido, classificando-os quanto ao “tipo”.

$2. Diferentes conexões de sentido da ação social:


- Tradicional: Englobando grande parte das ações cotidianas “não passa de
uma reação surda a estímulos habituais que decorre na direção de atitude
arraigada.”pg15.
- Afetivo: Reação desenfreada a um estímulo não cotidiano, chama-se
sublimação quando a ação é uma descarga consciente do estado emocional
- Aqui ela começa a transição para a racionalização.
- Racional referente a valores: Age a serviço de sua convicção, ainda que - e
nisso se aproxima da ação afetiva - tenha no sentido da ação não uma
consequência que a transcende, mas a própria ação, ou seja, ainda que seja
obtida a partir de uma convicção, não age a partir dos meios mais eficazes
para alcançá-la, mas sempre segue sua convicção.
- Racional referente a fins: Planeja racionalmente o meio ideal para atingir
certo fim, levando em conta as consequências secundárias dos meios (ainda
que os fins possam ser orientados por racionalidade referente a valores.)

$3. Sendo uma ação social um comportamento dotado de sentido que se orienta
pelo que se espera do comportamento alheio, uma relação social consiste na probabilidade
de um comportamento recíproco, quanto sua conexão de sentido, por uma pluralidade de
agentes. Quando chega a 0 a probabilidade de um grupo de agentes orientar sua ação por
certa conexão de sentido, esperando, inclusive, que seus semelhantes assim também se
orientem, extingue-se essa relação social.
As relação sociais estão sempre em transição, e nelas se apresentam caráteres
perenes e plásticos. Os caracteres perenes são normalmente resultados de uma orientação
racional - que permitem a construção de máximas sociológicas - ao passo que as conexões
de sentido plásticos são os que se inclinam a comportamentos afetivos e tradicionais - mais
suscetíveis às individualidades históricas.

$4. A preocupação da sociologia, uma vez distinguidos as determinações de


conexão de sentidos, está em encontrar a probabilidade de uma regularidade na orientação
da ação social. A regularidade de certa relação social pode se dar por: costume, caso em
que a estabilidade se dá pela qualificação de impróprio ao que age contra o costume; ou
pela situação de interesse, quando o simples interesse de um agente leva-o a especular
sobre o interesse do outro, de maneira que a estabilidade se dá por essa necessidade
primeiro de confiança (sobre interesses que se completam), mas também de satisfazer o
interesse.

$5. É necessário, portanto, identificar a vigência da legitimidade de certas conexões


de sentidos que levem à probabilidades efetivas de regularidades sobre suas respectivas
relações sociais. Quando uma ordem legítima de conexões de sentido está em vigência é
impróprio não aderir a situação de interesse, criando um sentimento de dever.
Weber reconhece a existência de diversas ordens, muitas vezes contraditórias, em
vigência simultânea, inclusive dentro de uma mesma ação - é fácil se levar em conta que na
maioria das vezes o agente é incapaz de explicar a conexão de sentido de sua ação e sua
determinação causal.

$6. Uma ordem pode ser legitimada:


- Afetivamente
- Racionalmente referente a valores (normalmente valores supremos, de
vigência considerada absoluta)
- Religiosamente em busca de bens de salvação
- Pela situação se interesse
Legitimada, a ordem pode ser denominada uma convenção, quando o costume é
tido como vigente por um círculo de pessoas é garantido pela reprovação em massa; ou um
direito, que se refere a existência de um quadro coercitivo - independente do meio de
coação - observando.
A fluidez, como sempre, é a regra para esses conceitos aplicados. Muitas vezes a
convenção é capaz de gerar represálias maiores que o próprio direito.

$7. Como a vigencia de uma ordem pode se dar pela tradição; pelo afeto;
racionalmente referente a valores; e por um estatuto. Dentro da forma estatutário pode-se
ainda encontrar um estatuto advindo de um acordo entre os interessados, ou de uma
imposição baseada na dominação do homem pelo homem.
A mais primitiva e antiga é a dominção pelo caráter sagrado de tradição, enquanto a
mais moderna, e atualmente mais comum como gênero de vigencia é a estatutária jurídica -
que é, na verdade uma composição mútua de aspectos de imposição e acordo, ainda mais
quando se refere ao direito da maioria, ou, ainda, podendo uma minoria dobrar as escolhas
da maioria, consolidando assim uma aparente maioria. A sociologia tem de identificar o
gênero de vigência.

$8. Diante de uma ordem legítima em vigência, é possível compreender o sentido de


“luta”: ação orientada por impor sua vontade, podendo essa ação ser pacífica ou não, e
concorrencial, ou não. Uma luta, ou concorrência, em massa, leva ao longo do tempo à
seleção de caracteres que constantemente modificam a ordem legítima, e o resultado dessa
luta depende dos das condições da luta, dos indivíduos e da própria ordem sobre a qual
disputam.
A seleção é eterna, e isso pressupõe suplantação de relações sociais por outras,
modificando ou não a ordem legitima. A maneira como ela ocorre é:
- Perturbação consciente de certas relações sociais, contra a conexão de sentido de
certas ações sociais.
- Resultados acessórios do curso da ação social capazes de diminuir a probabilidade
de certa relação subsistir e se renovar.

$9. Categorias de relações sociais:


- Relação comunitária: Repousa no sentimento - afetivo ou tradicional - de
pertencer ao mesmo grupo.
- Relação associativa: União de interesses racionalmente motivados -
referentes a valores, ou fins - podendo resultar em um acordo racional.

$10. Relação social aberta e fechada:


- Fechada é quando alguma coisa impede que indivíduos com(ou sem) certas
característica faça parte da relação social.Essa característica pode ser
tradicional, afetiva e racional, com vista a valores e fins.

Em muitas relações sociais podemos observar alternativamente sua expansão e


fechamento, de forma que - novamente - os limites entre os dois estados é fluida. Os
motivos para o fechamento de relações sociais são:
- Manutenção de uma qualidade que confira prestígio.
- Escassez no espaço vital alimentício
- Escassez de probabilidades de ganho (espaço vital de ganho).

$11. Sobre a atribuição de ações dentro de uma relação social, os indivíduos podem
ser companheiros solidários, na medida em que a ação de um se imputa a todos os demais,
ou os indivíduos passam a se dividir entre representantes e representados, de maneira que
a ação dos primeiros se imputa aos segundos - assim como a probabilidade de
consequências. A transição entre solidariedade e representação acompanha, na maioria das
vezes, o grau de fechamento para fora.

$12. Uma associação é uma relação social fechada para fora a partir de uma
convenção de ordem legítima - podendo ser autônoma(contituída pelos próprios membros),
ou heterônoma(constituída por estranhos) - garantida por um grupo de indivíduos com essa
finalidade, os representantes, formando um quadro administrativo. O poder desse quadro
administrativo pode ser apropriado, ou delegado - autocéfala se delegada por membros,
heterocéfala se delegada por estranhos.

$13. A ordem legítima da relação associativa pode, também, ser oriunda de um


acordo entre os membros, ou imposta. Ainda assim, a probabilidade efetiva de haver
submissão ao quadro administrativo é o que chamamos de constituição.

$14.($5)
$15.($5 e $12)

$16. Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem. Uma


associação é sempre, em algum grau, uma associação de dominação, em vista de seu
quadro administrativo. A peculiaridade da associação se dá na legitimidade na qual
fundamenta sua dominação(cap3) e nos objetos e na amplitude da dominação.

$17. Uma associação de dominação se torna uma associação política quando o


quadro administrativo de caráter institucional - sobre um território - garante a vigência de
sua ordem mediante constante ameaça e aplicação de coação física.
Ele caracteriza o estado atual(1900) como:
- “A característica formal do Estado atual é a existência de uma ordem
administrativa e jurídica que pode ser modificada por meio de estatutos, pela
qual se orienta o funcionamento da ação associativa realizada pelo quadro
administrativo(também regulado através de estatuto) e que pretende vigência
não apenas para os membros da associação - aos quais pertencem a esta
essencialmente por nacimento - senão, também, de maneira abrangente,
para toda ação que se realize no território dominado(portanto, à maneira da
intituição territorial). É característica também a circunstância de que hoje só
existe coação física “legitima”, na medidaque a ordem estatal a permita ou
prescreva...Esse caráter monopólico do poder coativo do Estado é uma
característica tão essencial de sua situação atual quanto seu caráter racional,
de “instituição”, e o contínuo, de “empresa”.”pg35.

Cap.3 - Os tipos de dominação


1- A vigência da legitimidade

$1. Em torno da definição dada no capítulo 1($16) sobre a dominação é necessário


compreender a necessidade de certa legitimidade, sendo ela nada mais que uma vontade
de obedecer à certa ordem, ou seja, um motivo diante do qual o quadro administrativo se
consolida, o mesmo motivo que o fundamenta.
Entre os motivos o autor salienta que a exclusividade econômica não é capaz de
gerar relações estáveis, essas têm de ser vinculadas à motivos não materiais - afetivos,
tradicionais ou racionais - o que, por fim, acabam recaindo sobre um tecido social no qual
todas essas relações podem ser vistas como costumes. Ainda assim, sendo essas as
possíveis origens da obediência, a forma como ela se legitima é essencial como
fundamento de uma dominação.
- É da natureza da legitimidade que se irradia as bases da obediência, do
quadro administrativo, e do próprio exercício da dominação. E também, com
isso, seus efeitos.

É necessário compreender a dominação como uma obediência voluntária, ou seja,


não se obriga alguém a ser dominado, se convence. “A involuntariedade absoluta só existe
no caso do escravo”. pg 140
A involuntariedade se sustenta por alicerces não legítimos, normalmente algum tipo
de violência, o que não é dominação, apenas poder - ainda assim, os dois estão,
normalmente, combinados em diferentes proporções. Uma forma comum de ver uma
dominação desdenhar de toda pretensão de legitimidade é a partir de uma comunhão de
interesses concreta entre o senhor e o quadro administrativo, que quando diante de
dominados indefesos descartam a necessidade de se legitimar.

$2. Os três tipos puros de dominação são:

- Racional: Dominação legal, na qual, sendo uma ordem legítima, os


nomeados para exercer a dominação estão em posse do poder de mando.
- Todo o direito deve ser instituído de maneira racional, com a
pretensão de ser respeitados por aqueles no seu âmbito de poder. O
papel da administração é garantir que os interesses legitimados pela
associação sejam alcançados dentro dos limites de normas
abstratas(leis).
- A dominação legal ‘típica’ exige um limite para o poder de
mando do ‘senhor’. Dessa forma, aqueles que obedecem o
senhor não o fazem à pessoa do senhor, mas sim à ordem
impessoal legal, ou seja, só existe obediência dentro de
competência objetiva.
Ao exercício organizado da dominação racional, em que as funções do corpo
administrativo são objetivas ligadas à regras, chamamos autoridade institucional. Essa
autoridade institucional, normalmente está dividida em setores diferentes de administração,
o que à burocratiza, tornando cada vez mais técnica a seleção de funcionários. Ou seja, a
exigência de qualificação profissional é uma exigência que acompanha os graus de
burocratização, da mesma forma que a separação entre as esferas domiciliares e
profissionais.
A isso tudo leva a documentação dos feitos e à fazer(pautas; atas; contratos).

$4. “O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um
quadro administrativo burocrático.”pg 144
- Burocracia monocrática:
- Funcionários individuais, livres, nomeados de acordo com uma comparação
entre as especificações técnicas do cargo e as qualificações profissionais do
candidato. Têm essa função como profissão principal, pela qual é
remunerado. Rigoroso controle sobre suas tarefas, garantindo a competência
objetiva.
- Sendo, dessa forma - comentário do parágrafo acima - necessário que exista
certa dependência contratual entre os funcionários e o senhor, dependência
garantida pelo caráter eleitoral do segundo, uma dominação burocrática
necessita, em seu topo, de ao menos um aspecto não burocrático.

$5. A forma mais racional de exercício da dominação é a burocrática monocrática, e


é a partir dessa forma de dominação que se consolidaram os modernos estados nacionais
do ocidente. Isso porque ela tem a capacidade de elevar a utilidade da técnica empregada,
o que é essencial para a administração das massas - a administração burocrática é uma
dominação em virtude do conhecimento, superior a ela nesse sentido somente a
administração da empresa capitalista. De tal forma que os próprios dominados, se quererem
defender-se da dominação, devem criar uma organização também sujeita à burocracia.
A tendência natural de uma dominação racional burocrática monocrática é fazer com
que seus funcionários, ou melhor, as competências objetivas às quais os funcionários estão
submetidos, se inclinem a uma execução materialmente utilitarista à serviço dos dominados.
(Essa é a problemática da democracia).
- Burocracia colegial:
-

- $6.Tradicional: Crença cotidiana (“existente desde sempre” ou seja, está


intimamente ligada ao passado) na santidade das tradições, a partir dessa
tradição se constitui a legitimidade daqueles que representam a autoridade. “
A ele se obedece em virtude da dignidade pessoal que lhe atribui a
tradição”pg148
As relações entre o senhor e o quadro administrativo são pessoais, não existe
objetividade nas funções do servidores (não mais funcionários) pessoais. A dominação
tradicional se legitima pelo conteúdo tradicional das ordens, cuja transgressão poderia pôr
em perigo a posição do próprio senhor, ainda que exista certo livre arbítrio nas ações do
senhor tradicional - dupla natureza da ação do senhor, dependente ou não da tradição.
Não necessariamente existe um quadro administrativo para a dominação tradicional.
- Os tipos primários da dominação tradicional são sem corpo administrativo:
- Gerontocracia
- Melhores conhecedores da tradição
- Patriarcalismo primário
- Situação doméstica - econômica e familiar - exercida por um
indivíduo determinado (normalmente) segundo regras de
sucessão, estritamente ligado à tradição.
O comum entre as duas é que, sendo ambas resultados de legitimação tradicional
sem um corpo administrativos, ela se reproduz integrando-se aos interesses dos
associados, desdenhando, acredito eu, da coerção - pois consolida uma vontade de
obedecer.

- Quando surge o corpo administrativo, normalmente militar, existe uma tendência


para o patrimonialismo, e os companheiros pessoais tornam-se súditos

- É estamental quando os poderes de mando e as oportunidades econômicas são


apropriadas pelo quadro administrativo.
$9. “A dominação tradicional costuma atuar sobre as formas de gestão econômicas,
em primeiro lugar e de modo muito geral, mediante um certo fortalecimento das ideias
tradicionais.”Pg.156
A maneira com que essa atuação ocorre depende de como se organizam as
finanças da associação de dominação.
- O patrimonialismo impede o desenvolvimento de uma economia racional, em
vista de: não haver funções objetivas, organizadas racionalmente e com
qualificação profissional, em seu lugar reside apenas o direito pessoal do
senhor e seus privilegiados; dificuldade que o tradicionalismo impõe ao
desenvolvimento de estatutos formalmente racionais.
- Legitimidade da dominação ------------> Legitimidade da propriedade

- Carismática: Veneração do poder heróico, ou do caráter excepcional


daquele que exerce a dominação a partir de uma ordem que ele próprio
criou/revelou.
Essa veneração nasce do entusiasmo, seja oriundo da miséria ou esperança
do dominado. No entanto é o tipo de dominação mais frágil porque exige
comprovação constante e precisa gerar bem-estar para a não ser questionada.
O quadro administrativo não é selecionado de maneira racional - qualificação
profissional - nem de maneira patrimonial, ou tradicional - dependência doméstica ou
pessoal - somente nomeações dadas pela senhor. Ela é uma grande força
revolucionária em tempos de dominação tradicional, podendo orientar de
forma totalmente nova a consciência e as ações (a racionalidade global).
É alheio a economia pois condena a apropriação por parte dos abençoados,
principalmente quando ela se manifesta de forma tradicional - regime de
acumulação.

$11. A rotinização do carisma: Processo que torna a dominação


carismática, originalmente extracotidiana e ligada ao caráter extraordinário do
senhor, em uma relação permanente. Segundo o autor, uma dominação carismática
é somente in statu nascendi pura, pois ao se tornar permanente ela se tradicionaliza
ou se racionaliza.
É importante notar a participação do corpo administrativo nesse processo
“Somente uma pequena camada dos discipulos ou sequazes entusianmados
dispoem-se a viver dessa maneira, coloca sua vida a serviço de sua ‘vocação’,de
modo apenas ‘ideal’. A grande maioria quer fazê-lo (ao longo do tempo) também de
modo material, e tem de fazê-lo, para não desaparecer.”pg.164
- Em virtude dessa necessidade do corpo administrativo, a rotinização
do carisma pode se dar, também pela apropriação dos poderes de
mando e oportunidades aquisitivas.
- O que pode levar a estamentos tradicionais, em que o poder
de mando e as oportunidades aquisitivas são transmitidas com
legitimidade tradicional.
- “Condição prévia para a rotinização do carisma é a eliminação de sua
atitude alheia à economia, sua adaptação a formas fiscais
(financeiras) da provisão das necessidades e, com isso, a condições
econômicas capazes de render impostos e tributos.”pg165
- Dessa forma, a rotinização do carisma leva-o, normalmente, ao
patrimonialismo, especialmente o estamental e o burocrático.
Nesse processo, pelo fato de a sucessão se dar em virtudes de legitimidades
diversas, pode o carisma pessoal, sentido inicial da dominação carismática, faltar
por completo - como é o caso da sucessão por consanguinidade, designação,
nomeação pelo corpo administrativo, acredito que apenas no caso de eleição o
carisma pessoal pode se manter.
O carisma pode ser objetivado como um carisma de cargo, no qual seu
portador recebeu do antecessor, ou desenvolveu pelas funções, a qualidade do
cargo, fazendo do primitivo caráter particular um prestígio de liderança - olhar a
teoria dos estamentos (Cap.4?).
Dessa forma, podemos dizer que o principal motivo para a rotinização do
carisma é a necessidade de perpetuar as posições sociais de mando e
oportunidades econômicas. Para isso é necessário: a adaptação das ordens e dos
quadros administrativos às exigências e condições normais de uma administração
cotidiana; é preciso haver uma ordenação dos membros do quadro administrativo;
adaptação do quadro administrativo às condições econômicas cotidianas - regime de
acumulação? - nesse processo a economia é parte dirigente, não dirigida.
“A qualificação em virtude da capacidade pessoal foi substituída pela
qualificação em virtude da descendência. Esse fenômeno constitui por toda parte o
fundamento sobre os quais se desenvolveram os estamentos hereditários(...)nos
modernos estudos de pedigree da nova aristocracia americana e, em geral, em todo
lugar onde se convive com a diferenciação ‘estamental’”.pg167.
$12.b) Feudalismo: Distinto tanto do patrimonialismo quanto do carismático
genuíno ou hereditário.
$13. “Mas, em geral, cabe observar o seguinte: o fundamento de toda
dominação, portanto, de toda obediência, é uma crença: a crença no ‘prestígio’ do
dominador ou dos dominadores. Raramente esta é uma obediência inequívoca. Na
dominação ‘legal’ nunca é puramente legal: a crença na legalidade é um hábito,
condicionada, portanto, pela tradição - o rompimento desta é capaz de aniquilá-la. E
é também carismática, no sentido negativo de que o insucesso contínuo e notório é
a ruína de todo governo, ao quebrar o prestígio e permitir a maturação de revoluções
carismáticas.”pg.173
Toda dominação exige o esforço constante, por parte do corpo administrativo,
mediante realização e imposição de ordem,
A solidariedade de interesses entre senhor e corpo administrativo depende
do tipo de dominação, ela é mais comum em dominações de tipo estamental, e
menos nas de caráter pessoal. Para Weber a realidade histórica é uma luta contínua
entre o senhor e o corpo administrativo, e isso foi o decisivo para o desenvolvimento
de toda cultura - não a luta de classes - porque determinou as tendências da
educação e o modo de formação dos estamentos.

$14. Reinterpretação autoritária do carisma: Quando na associação de


dominação o reconhecimento de características carismáticas são o fundamento de
legitimidade, não sua consequência, como é o caso das eleições em uma
democracia. Uma administração composta por funcionários eleitos é muito menos
eficaz que uma burocracia formada por funcionários nomeados.
“A democracia plebicitária - o tipo mais importante de democracia de
líderes - em seu sentido genuíno, é uma espécie de dominação carismática oculta
sob forma de uma legitimidade derivada da vontade dos dominado e que só persiste
em virtude desta.”.pg176
“O funcionário eleito significa por toda parte a interpretação radicalmente
modificada da posição de mando do poder carismático, no sentido de “servidor” dos
dominados”.pg177
Pelo fato de ter sido eleito, o funcionário não se interessa pela aprovação dos
superiores, agindo de forma “autocéfalo”, o que impede, segundo o autor, serviços
de alta qualidade técnica.
Relação com a economia: “A redefinição do carisma como antiautoritário
conduz, em regra, ao caminho da racionalidade”pg177. Um de seus alvos será na
reprodução material, criará interesses que estejam à ele vinculados, servindo-se da
legalização do direito.
Existe um paradoxo na racionalização quando a redefinição do carisma é
eleitoral, uma vez que a economia não poderá se manifestar em racionalidade pura
em vista da preocupação dos funcionários com as consequências eleitorais.
$15. Colegialidade e divisão dos poderes: Associações específicas e
relações pessoais que limitam e restringem a dominação, oriundas, normalmente, do
corpo administrativo;
- Uma dominação patriarcal e feudal por privilégios estamentais.
- Uma dominação burocrática pela hierarquia burocrática, instituições
de observação dos estatutos.
Toda dominação pode ser despojada de seu caráter monocrático pelo
princípio da colegialidade, principalmente pelo seu caráter de obstruir decisões
precisas, inequívocas e rápidas(enfraquece a prontidão das decisões; a
uniformidade da liderança; a ação sem inibições). À custa da rapidez, a
colegialidade permite maior profundidade nas considerações da administração -
menos quando ela é eleitoral?
- “Em estados populosos, nem uma política externa poderosa,e
homogênea nem a política interna pode efetivamente ser dirigida de
forma colegiada.”.pg184
A colegialidade ligada a direção administrativa pode ter seu fundamento no
caráter estamental da camada social que decide a ocupação dos cargos e monopoliza sua
posse - existe, também, a colegialidade consultiva, com diferentes pesos na decisão.
$17. Relação da divisão dos poderes políticos com a economia: A colegialidade
racional pode estimular a economia racional, ainda que não garanta a precisão em seu
funcionamento. Isso se dá pela independência de relações patrimoniais que a colegialidade
estimula. “Mas, justamente por isso, os grandes potentados capitalistas do presente e do
passado preferem, na vida política, na dos partidos e na de todas as associações de
importância para eles, a monocracia como a forma de justiça e administração mais
‘discreta’(no sentido deles), pessoalmente mais acessível, além de mais fácil de fazer
pender para os interesses dos poderosos, e isso com toda razão, como afirmam também as
experiências alemãs.”pg187
A colegialidade das autoridades fiscais contribuíram para a racionalização da
economia - pela necessidade de a rotinização do carisma absorver aspectos cotidianos,
inclusive de taxas e tributos. A simples divisão dos poderes é capaz de estimular a
economia racional, pois fixa objetivamente as funções entre os cargos.
$18. Partidos: Relações associativas , de recrutamento livre, que pretender
proporcionar poder e oportunidade à seus dirigentes e membros. Pode-se dirigir a obtenção
de poder, à interesses estamentais ou de classe, e por objetivos racionais ou ideológicos.
Surgem em associações cuja direção pretendem influenciar ou ocupar.
Quando a direção é determinada por eleição, a atração de votos é o objetivo do
partido. Os mecenas dos partidos sempre permanecem ocultos, a compreensão do
financiamento do partido é essencial para compreender a direção de suas ações.
$19. Administração de associações alheia à dominação e administração de
representantes: As associações podem, também, pretender a minimização máxima da
dominação, consolidando uma administração solidária a associação, limitada inclusive pela
sua autorização.
No entanto, isso costuma se limitar a associação com; contingente tal que a reunião
deliberativa ainda possa existir; e com uma organização não profissional - por isso os
funcionários externos de uma cooperativa, normalmente, são vistos como a decadência da
autogestão e ascensão do profissionalismo.
$21. Representação: As ações dos representantes devem, aos demais, ser
consideradas como vigentes.
- Representação apropriada: Quando o poder representativo tem dimensão
tradicional. O representante se apropria do direito de representar.
- Representação estamental: Muito próxima a apropriada. Não se trata de uma
verdadeira representação, pois o vínculo com os representantes se dá
apenas em pretensão expressa - vontade de se tornar elite - enquanto os
representantes fazem o possível para fazer valer os direitos e oportunidades
próprias - privilégios.
- Representação vinculada: Os representantes são, na verdade, funcionários
dos representados.
- Representação livre: O representante não está ligado à instrução alguma, é
senhor de suas ações.
Relação com a economia: A desagragação dos fundamentos econômicos dos
antigos estamentos é incitada pelo capitalismo moderno, e isso gera condições para uma
representação livre - deixa de ser estamental, e passa a ser de classe?
- Limitação censitária a representatividade e, inclusive, ao voto. Controle do
parlamento pelos capitalistas.

Cap.IV - Estamentos e Classes

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