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Copyright © 1999 by Eliane Marta Teixeira Lopes fe Maria Cristina Soares de Gouvea capa Jairo Alvarenga Fonseca sobre tela pintada por Monteiro Labato « ftegrafad por Candido Neto) PROJETO GRAFICO Clarice Maia Scotti REVISAO Roberto Arreguy Maia Lendoe escrevendo obato / Blane Marta Teixeira Lopes. L564 [et al] ~ 2, ed. ~ Belo Horizonte: Auténtica, 1999, 126p. ISBN 85-86583-28-6 1. Lobato, Monteiro, 1882-1948 — Critica e inter- pretagio. I. Lopes, Eliane. (CDU: 869.0981) 2001 Todos 08 direitos desta edicio reservados & AUTENTICA EDITORA Rua Tab, Ferreira de Carvalho, 584, Cidade Nova - 31170-180 Belo Horizonte/MG - PABX: (031) 3423-3022 Televendas: 0600 2831322 ‘www autenticaeditora.com.br Agradecimento Agradecemos i familia de Monteiro Lobato, particu- larmenteo sr. Jorge Kornbluh e sra. Joyce Lobato Korntluh, © a0 professor Luiz Cindido de Souza Dias, sem os quais 4 produgio deste livro teria ficado empobrecida. A ima- gem que ilustra a capa e as cartas —inéditas — so a rova de que nouns pesquisas sobre Lobato poderao nos levar a deliciosas surpresas. A literatura infantil © © pé de pirlimpimpin Maria Cristina Sexes he Cnt! Oestudo do percurso histérico de constituicao da literatura infantil brasileira permite-nos analisar os elementos e recursos textuais utilizados para estabe- lecer sua identidade como producdo diferenciada das narrativas dirigidas ao leitor adulto, bem como com- preender a representacao de infancia presente nas obras. Nesse sentido, percebe-se que esta producéo literéria consolidou stia especificidade ao associar 0 texto dirigido ao publica infantil a uma linguagem no realista, fundada na imaginacao, compreenden- do a fantasia como caracteristica propria a crianga. A producao inicial de uma literatura enderegada a crianca no Brasil data dos primeiros anos deste sc culo. Esta se caracterizava por uma concepgéo de ¢3+ crita voltada para descricao de um cotidiano infan- til modelar, apresentando personagens esquem ticos, dotados de virtudes a serem incorporadas ¢ defeitos a serem evitados e corrigidos pelo leitor in fantil, veiculando-se através do texto preceitos mo. rais, cfvicos e religiosos. us A partir da década de 20, observa-se no Brasil uma transformacao da literatura infantil. Por um ado, escrever ao leitor infantil era situar a narrativa para além dos tempos e espacos reais, opondo-se & realidade cotidiana a construcao de universos para- lelos, onde animais assumem caracteristicas huma- nas, figuras se transformam, rompem-se 0 tempo e © espaco teal, criam-se mundos onde as possibilida- des so definidas pela imaginacao do autor. Ao mes- ‘mo tempo, significou recorrer a historias da tradi 80 oral européia, indigena e africana como matri- zes das narrativas dirigidas crianca. Tais caracte- risticas seriam préprias ao género, numa concepcdo que imperou por longo tempo na conformacao das obras dirigidas & crianca, em oposicéo a uma lingua- gem realista que seria propria as narrativas enderecadas ao leitor adulto. Nesse sentido, a marca inauguradora dessa re- presentacao do texto literrio destinado a crianca no Brasil é a obra de Lobato e, especificamente, a publi- cago em 1921 da historia A menina do nariz arrebita- do, que rompia com os cénones que regiam e baliza- vam o texto literério destinado ao publico infantil e estabelecia novos referenciais, centrados no estabele- cimento de uma linguagem fundada no recurso ao fantéstico e a imaginacao. Analisando-se a génese historica da literatura in- fantil européia, a imaginacao e fantasia aparecem como bases constitutivas jé presentes na obra de Perrault e dos irmdos Grimm. Tais autores utiliza- ram os chamados contos de fadas como referencia para a producdo de um texto dirigido a crianca, situ- ando a narrativa num dominio imaginério, para além. dos tempos e espacos reais, com personagens que mes- clavam caracteristicas humanas com caracteres fan- tésticos. Tal producdo, no entanto, como demonstra are Cus Sonetoe Govt Darnton? tem origem em histérias da tradigilo orl européia, compiladas por tais autores, as quois erarn, na Idade Média, dirigidas no apenas & crianga, mii também ao adulto, indistintamente. Ou seja, a ma: triz da literatura infantil européia foram as narrati- vas orais da sociedade medieval, sociedade esta marcada por uma quase indiferenciacdo étéria na or- ganizacao da vida social. Posteriormente, mas ainda no século XIX, no con- texto da sociedade vitoriana, Lewis Carrol, com Alice no Pais das Maravilhas e Atratés do espelho e 0 que Alice encontrou Id, produziu um texto dirigido & criana que lancava mao da fantasia na construgSo da narrativa, mas que dialogava e retirava elementos do real. Como aponta Sebastido Uchoa Leite,’ o texto de Caroll tem como referéncia, nao a construgao de “caprichosas fan- tasias”, mas faz alusdes e dialoga com a prépria hist6- ria do autor, com outras obras literarias e cientificas. Para Bachelard:* “A imaginacdo no é, como su- gifea etimologia, a faculdade de formar imagens da realidade; ela é a faculdade de formar imagens que sultrapassam a realidade, que cantam a realidade. Ela uma faculdade de sobre realidade”. Assim é que a imaginacio, no texto literério, nao construiria um uni- verso paralelo, diferenciado do real, mas o ultrapas- saria através de elementos alegéricos. Como aponta George Jean, “hablar a infancia es construir el nifio”.? Ao tomar a linguagem fundada na imaginacao como eixo de uma escrita dirigida a crianca, a literatura to= mou a imaginagio como caracteristica relativa 0 wna psicologia infantil A esta matriz, fundada na utilizacdo desses nv cursos, contrapés-se toda uma producéo que tinh como parametro a construgao de um texto de earster realista, que retratasse 0 cotidiano infantil e apresen= tasse modelos de comportamento, valores € atitudlen Areveuna newer 19m oe rman

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