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072.03 año 06, mayo 2006

Espaço público, condição da cidade democrática


A criação de um lugar de intercâmbio (1)
Jordi Borja

072.03
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original: português
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072

072.00
Nota sobre o arquiteto
de ontem, hoje e amanhã
Euclides Oliveira

072.01
Curitiba, cidade do
amanhã: 40 depois
Algumas premissas
teóricas do Plano
Wilheim-IPPUC (1)
Salvador Gnoato

072.02
Arquitetura Moderna
Plaza de Bolívar, Bogotá [Villegas Editores] Brasileira: a imagem
1/8 como texto
Nelci Tinem
072.04
A escala desta cidade,
São Paulo
Reurbanização na
confluência dos rios
O que é espaço público? Tietê e Tamanduateí (1)
Anne Marie Sumner
Segundo um livro que acaba de sair na França sobre o urbanismo e a vida 072.05
social atual, titulado Ciudades y su ordenación (escrito por um conjunto Nosso Brasil
de urbanistas, arquitetos, engenheiros e sociólogos franceses), o espaço A utopia dos arranha-
público é ordenamento, desenvolvimento e gestão. E apontam que o elemento céus sustentáveis
central do urbanismo de nossa época é o urbanismo entendido como o fazer Giovanni Di Prete
da cidade um lugar de intercâmbio. O comércio é um intercâmbio; inclusive Campari
em alguns países se utiliza o termo comércio não somente para o
intercâmbio de bens, mas também para o intercâmbio de idéias. 072.06
Segregação sócio-
E acrescentam depois que os outros três aspectos importantes do urbanismo espacial e desenho
atual são: urbano em assentamentos
espontâneos: o caso do
1. criar âmbitos de segurança; bairro São José em João
Pessoa PB
Marco Antonio Suassuna
2. a proximidade nas relações; Lima
072.07
Viver no Japão
3. o bom ambiente, o ambiente cidadão, a qualidade do entorno. Fredy Massad y Alicia
Guerrero Yeste
Isto me lembra algo que me chamou muito a atenção. Uma vez, num seminário
deste tipo em Buenos Aires, faz alguns anos, o diretor de urbanismo da
cidade disse: "A principal infra-estrutura econômica de uma cidade são os
cafés, os bares, os restaurantes, etc., porque aí é onde as pessoas falam
e intercambiam informação, intercambiam projetos, rumores, murmúrios". A

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cidade, então, é o lugar que se perfila no mundo atual, onde cada vez o
melhor urbanismo é aquele que cria espaços de intercâmbio.

O processo de produção do espaço público como uma apropriação coletiva

Quando se estabelece a propriedade privada da cidade, se fazem os


cadastros, etc., e cada um é proprietário até o céu e até o centro da
Terra. Esta apropriação privada da cidade, unicamente limitada pelos
eixos viários, resulta até certo ponto insuportável para a burguesia. Por
quê? Porque não têm onde se mostrar.

Então reagem da mesma forma que nos teatros da ópera durante muito tempo
no século XIX: as luzes se mantinham acesas durante toda a apresentação,
porque assim as senhoras podiam mostrar suas jóias e vestidos. Nas atas
de alguns teatros, segundo li, houve oposição à não acender as luzes nas
juntas de proprietários ou nos conselhos de administração, porque diziam:
"com o que nos custam estas coisas, como vamos permiti-lo?". A burguesia
ascendente necessita um lugar onde se mostrar, onde se apresentar, onde
se encontrar com ela mesma. Então se fazem os passeios, as alamedas, as
avenidas; inclusive em algumas cidades se normatiza como se tem que ir
vestido para passear: com paletó, jaqueta, etc. Ainda há em Barcelona
alguns equipamentos culturais de gestão pública, como o Teatro da Opera,
que antes obrigavam a ir com smoking; agora isto já se perdeu, mas no
círculo onde se pode jantar, ainda se têm que ir de gravata. E isto não é
que se valorize ir de gravata, é uma medida de exclusão social. Quer
dizer, não estranhemos que as políticas de espaço público que começam a
ser desenvolvidas nas cidades européias a finais do século XIX sejam
políticas de embelezamento da cidade, monumentalização de certas partes
da cidade. Há uma grande parte da cidade que ficará fora desta, às que
inclusive não poderia chegar o transporte coletivo nem as infra-
estruturas de saneamento, entre outras.

A origem do espaço público é uma resposta classista ao processo de


apropriação privada da cidade. Depois, como ocorreu em outros aspectos da
vida social, por sorte, há um processo, se querem, de democratização
urbana que é de progressiva apropriação social. Eu recordo que em
Barcelona foi quase uma revolução cultural quando a finais da década de
sessenta ou a princípios da de setenta, os coletivos organizados nos
bairros reclamavam, entre outras coisas, uma praça. Foi uma boa relação
que se estabeleceu naquele momento entre estes movimentos sociais
opositores ou reivindicativos e os setores culturais avançados do mundo
do urbanismo. Propunha-se que não bastava com que houvesse um ônibus ou
um centro de assistência sanitária retirado do lugar de residência, agora
se necessitava também uma praça, um centro cívico de encontro, um
equipamento cultural, etc.

Isto é, houve um processo de conquista democrática, às vezes ambíguo,


porque em ocasiões se reclamava algo para encerrar-se sobre si mesmo.
Isso é o que pode acontecer às vezes com a ambulantagem (vendas
ambulantes): de ser uma presença no espaço público pode acabar sendo uma
apropriação privada do espaço público. Ainda existem muitas cidades, não
somente na América Latina, em que o espaço público comum se entende como
um espaço qualificante, que oferece distintas possibilidades às pessoas
de estarem nele, e que ademais melhora a auto-estima dos cidadãos porque
os faz sentir que são tratados como os outros, como os da cidade mais
formal, mais rica.

No centro de Barcelona existem bairros em que a grande transformação dos


últimos 10 anos soube fazer espaço público. Acabo de finalizar um
trabalho sobre uma das zonas mais proletárias da cidade que se titula Da
marginalição à cidadania, onde afirmo que a grande transformação foi que
em 25 anos esta zona que os mesmos cidadãos de Barcelona viam como extra-
urbana, se converteu numa zona cidadã através da qualidade do espaço
público ou da existência do espaço público.

Portanto, há uma reação positiva, mas a historia não é um processo


linear. Não é como dizia Sartre no princípio de sua autobiografia: "Eu
acreditava que a história era uma linha reta que chegava até aqui". Não,
a historia avança, é uma força escura que avança e retrocede em muitos
aspectos e, ao mesmo tempo, neste processo de apropriação social
democrática da cidade através do espaço público, há algumas dinâmicas que
negam este processo, umas dinâmicas em que algumas cidades foram
substituindo o espaço público pela via motorizada.

Também o dizia Enrique Peñalosa: São Paulo, na década que governou Maluf
e seus amigos, criou vias expressas urbanas que eram um crime, um
"urbanicídio". A propósito existe um artigo muito interessante de Mike
Davis, o autor de Cidade de Quartzo, sobre Los Angeles, que se chama
"Planeta de ciudades - Miseria", no qual mostra como certos
desenvolvimentos urbanos e arquiteturas matam a cidade, porque não
somente são os bairros fechados que se desenvolvem nas periferias ou
inclusive dentro do tecido urbano, ou os parques temáticos fechados sobre
si mesmos. Em Barcelona, vocês viram que, nesta famosa coisa ainda
difícil de definir que foi o "Fórum Mundial das Culturas", foi criada uma
espécie de parque temático somente para congressistas e turistas,
absolutamente alheio ao tecido urbano e à vida da cidade. Ali também há
alguns desenvolvimentos periféricos de casas adossadas, sem outra coisa
que habitações; há apropriações excludentes do espaço público.

Por exemplo, nos Estados Unidos e no México, uma parte das ruas estão
apropriadas pelos hotéis; em Cancun, para ir à praia é preciso passar
pelo hotel. Algo falha. Isto é, temos uma tendência que está destruindo
não somente o espaço público, mas destruindo a cidade. Estamos, então,

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numa época histórica em que a cidade se joga a seu futuro e este depende
de como se dirimam estas dinâmicas contraditórias.

Pois bem, no planejamento do espaço público é importante definir os usos


do solo para o futuro desenvolvimento urbano e, portanto, dizer que um
30% ou 40% tem que ser espaço público; definir também usos do solo para
quando mude o uso atual. Em algumas cidades, foi muito importante dizer
que tudo isto vai ser zona industrial, ou comercial, mais se deixa de
ser, se deixa de ser indústria, pois terá que passar a ser equipamento ou
espaço público. É uma forma de conseguir o solo barato: "você como gestor
desta operação de desenvolvimento imobiliário tem que ceder 20% para
vias, tem que ceder um 15% ou 20% do solo para habitação social; tem que
ceder tanto para espaço público", à margem do viário.

Na Espanha, inclusive o sinistro governo do Partido Popular (PP) que


sofremos durante oito anos não conseguiu mudar de tudo as cessões que tem
que fazer o proprietário numa operação de solo imobiliário: pode ser de
50% entre viário, espaço público e zona para equipamentos, mais uma quota
de habitação social. Também se trata de aproveitar as oportunidades. Por
exemplo, quando há uma zona ferroviária, uma zona militar, uma zona
industrial, uma zona portuária que é objeto de uma operação de
reconversão, o setor público pode ter a tentação de fazer escritórios, em
determinada média. Isto é um grave erro. No Chile, que é um país com um
governo em teoria de centro esquerda, este faz e diz coisas que a direita
européia não se atreveria a dizer. Em Valparaíso, a zona portuária vai
ser renovada. O setor público raciocina sobre a oportunidade de negócio
mais rentável no curto prazo e aposta em projetos privados de habitação,
excluindo da cidade o espaço de maior qualidade e esgotando um uso do
solo que não é recuperável, isto é "matando a galinha dos ovos de ouro".
Acredito que gerar espaço público através da administração pública é
importante, sem importar as morfologias. Podem-se fazer parques, podem-se
fazer ruas, podem-se fazer espaços públicos vinculados a equipamentos, a
entornos de equipamentos, mas em todas as operações de transformação
urbana do espaço público, é preciso deixar que muitas ações sejam
executadas pelo setor privado, mas colocando-se condições. Que tenham em
conta o interesse público, porque a longo prazo também é o melhor para os
agentes econômicos privados. O benefício imediato pode favorecer a uns
quantos; o benefício mediato favorece a muitos, incluindo aos inversores,
aos atores econômicos.

Com isto, o espaço público o faz não só o planejamento, mas a gestão


pública, a gestão urbana. Portanto, quando se realiza uma atuação
setorial num lugar concreto se têm que ser consciente de que se está
fazendo um pedaço de cidade, e que quando se fazem desenvolvimentos
urbanos em zonas não urbanizadas há que apostar pelo longo prazo. Alguém
antes me perguntava: em quanto tempo acabaremos aqui com a economia
informal? Provavelmente, quando não existam pobres. Um setor de economia
informal sempre existirá, mas pode ser marginal: é o que acontece em
cidades européias.

Nos desenvolvimentos urbanos se tem que apostar pelo longo prazo e saber
que o desenvolvimento tem que ser equilibrado quanto a estabelecer
compromissos entre o edificado e o não edificado; entre o que é geração
de emprego, espaço público, equipamento, habitação; que tem que ter
moradia para distintos estratos da sociedade, etc. Mas quando se atue na
cidade existente, também é preciso ter um grande respeito pela história.
Caso se queira fazer uma boa operação de reconversão urbana numa zona
portuária, o que se crie de novo tem que cheirar a porto, do contrário
perderia sua especificidade, sua originalidade. E se quer fazer uma
operação de renovação urbana em uma antiga zona industrial, há que manter
os edifícios das fábricas, primeiro porque é memória urbana; é uma
história de trabalho, é muito suor. É trabalho acumulado o que está
nestas pedras, não somente é memória; é uma história de luta obreira, de
empreendedores com uma iniciativa e, ademais, é o que lhe dá
originalidade àquela zona. Em Londres me maravilhou como certas torres
que estão na moda mantêm essa paisagem. Neste momento estamos imersos
numa batalha com meus amigos de Barcelona porque estão destruindo uma
parte importante do patrimônio industrial, do que se chamou o Manchester
Catalão, que era a zona industrial do século XIX, e não simplesmente por
ignorância mas por falta de sensibilidade.

Então, os espaços públicos não são unicamente aqueles que estão pensados
para espaços públicos, são também outros espaços, e acredito que talvez
muitas vezes não se lhes deu atenção; por exemplo, o que chamamos os
espaços de transição que podem se criar ao redor de uma edificação, ao
redor de um equipamento cultural, de uma zona hospitalar, de uma zona de
universidades, etc. Como os que Marc Augé chamou de não lugares: podem
ser lugares se lhes dá um acréscimo de significado, um acréscimo de
funções. Porque os hospitais podem ser algo mais que hospitais, as
universidades podem ser algo mais que universidades; inclusive as
indústrias podem gerar parques ao redor. Portanto, existem espaços
efêmeros, espaços que podem ser usados como espaço público, ainda que
depois estejam destinados a outra coisa; mas as vezes essa outra coisa
tarda 5, 10, 15 ou 20 anos em suceder; ou espaços públicos intermitentes.
Em Manhattan, você sai um sábado pela manhã e vê que uma série de
esquinas que estavam durante a semana abandonadas, se convertem em uma
espécie de mercado de roupas: são espaços intermitentes, intersticiais.

Podem ter espaços públicos gerados por uma atividade que se desloca; por
exemplo, já disseram que as pessoas não vão comprar livros e não
freqüentam as bibliotecas, então, vamos levar as bibliotecas às pessoas
(com bibliotecas ambulantes) e estão gerando espaço público mais rico que
simplesmente uma praia onde vai tomar sol.

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Há também esse espaço público que é a paisagem urbana. Em Bilbao
conversei com o responsável e diretor do El Corte Inglés, a principal
cadeia de grandes armazéns na Espanha, e lhe disse que não podia fazer
uma arquitetura que se confrontasse com a cidade, que não gerasse nenhum
espaço de transição, porque em longo prazo não seria um bom negócio para
eles. E o de Bilbao, diferente do de Barcelona, era muito consciente
disto e de fato existe uma competitividade entre este grande centro
comercial e as associações de pequenos ou médios comerciantes da zona.

Agora estou fazendo um trabalho para a Cadeia de Comércio Liverpool, em


Polanco, a melhor zona de México DF, e me disseram: "Queremos fazer uma
proposta para que haja uma atuação urbanística em nosso entorno, porque
pensamos que quanto mais animado seja nosso entorno, com restaurantes,
livrarias, espaços de música, centros culturais, lojas, etc., também será
melhor para nós e além de também termos que contribuir com a qualidade da
cidade, não unicamente que venham comprar dentro de nós, mas contribuir
pelo menos com a qualidade de nosso entorno…".

Alguns critérios sobre a atividade econômica no espaço público

Em primeiro lugar, pensem sempre que as cidades em si são o comércio. Sem


comércio não há cidade. Ou como dizia um dirigente já falecido da
esquerda espanhola, mas muito pragmático: "olhem, se podemos fazer a
revolução a fazemos, mas o mais importante é que no dia seguinte as lojas
abram". Isto é, que não se pare a atividade econômica, e especialmente a
atividade comercial.

Segundo, que a cidade como espaço público depende muito da existência de


um comércio desenvolvido no conjunto do espaço urbano.

Terceiro, que o urbanismo pode favorecer a animação urbana integrando o


comércio em suas concepções. Não se pode propor um projeto de
requalificação de um bairro marginal, com altos índices de insegurança,
informalidade, indigência, etc., simplesmente com a visão de fazer uma
"rambla". Cuidado!, o urbanismo não resolve tudo, e menos o resolverá um
espaço público. Se não controlamos o que acontece nos térreos, não haverá
animação urbana. E as pessoas (é o que está acontecendo agora) vão
passear em uma "rambla" 500 metros mais distante porque lhe dá um
ambiente de maior segurança.

Por tanto, ao mesmo tempo em que fazer uma rambla como espaço público, se
deve ter a capacidade de gestão dos primeiros andares que fazem frente ao
espaço público, e de que as mesmas máfias à margem da lei não comprem os
apartamentos novos que façam ao redor do projeto, que é o que está
ocorrendo certamente.

Os centros comerciais extracidadãos, os que estão nestes espaços


lacônicos afastados do tecido urbano, não somente não geram cidade mas
favorecem a informalidade na cidade existente, que é a cidade que fica
nas mãos dos setores mais pobres que não podem se deslocar aos centros
comerciais, nem são soluções para ele. Isto é, que as novas tecnologias,
o pequeno comércio, as galerias, as ruas comerciais, etc., possam dar as
mesmas vantagens que os centros comerciais e que é possível, no tecido
urbano, a competitividade entre grandes armazéns e um tecido de pequeno e
médio comércio; que a produção do espaço público incluindo a presença do
comércio, tem que ser uma produção participativa.

Outros elementos adicionais seriam:

– Que na hora de pensar o espaço público é preciso ter em conta não


somente a opinião dos planejadores do setor público, precisa-se ter em
conta a opinião dos atores sociais: os comerciantes entre eles, mas
também os vizinhos, ou os departamentos universitários que estudam estes
processos. Por exemplo, uma equipe universitária está polemizando com a
prefeitura de Barcelona o que significa destruir o tecido industrial.
Este trabalho de pesquisa de uma equipe universitária conseguiu que o
movimento social de vizinhos (o qual primeiramente só reivindicava que se
fizessem habitações) ou dos trabalhadores e dos empresários que estavam
neste tecido (que queiram se manter no lugar ou ser indenizados)
assumissem também o valor da memória inscrita no solo que representa este
conjunto industrial.

– Que a manutenção do espaço público é um custo e tem que encontrar


fórmulas para o financiamento do mesmo. Existem muitas cidades que
encontraram fórmulas de responsabilização da manutenção de certo espaço
público com empresas privadas e comunidades de vizinhança, entre outros.

– Que no espaço público, quanto mais qualidade mais conflito. Que seja
conflituoso às vezes os políticos não entendem. Em uma democracia, o
conflito não desaparece. O que proporciona a democracia são as
possibilidades de regular o conflito de uma maneira pacífica e, até certo
ponto, normatizada. Então, quanto mais rico é um espaço público mais
conflituoso. Portanto, tem que haver uma gestão participativa do
conflito, dos lugares e dos tempos ou tem que haver também uma
participação na definição dos usos efêmeros intersticiais, etc.; tem que
haver uma capacidade de decisão para, em certo momento, dizer não, vocês
têm razões mas não têm a razão. É importante que cada um expresse as
razões, mas não lhe dar a razão.

– Que tem que haver uma participação, depois, na avaliação dos espaços
públicos. Muitas vezes não se avaliam: faz-se uma inversão pública muito
forte e depois se diz: que ocorre?, se não vai ninguém. Algo ocorre. Em
minha época de responsável político me dei conta de que alguns espaços

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públicos que fizemos e pensamos que eram fantásticos e estavam muito bem
desenhados, não funcionaram. Você tem que se questionar por que não
funcionaram, ou por que se degradaram tão rapidamente, ou por que foram
apropriados por um certo coletivo. É preciso abrir uma nova avaliação
participativa.

Finalmente agregaria: a atividade econômica da cidade tem que ajudar a


gerar espaço público cidadão, e um bom espaço público é a melhor garantia
da competitividade econômica da cidade.

notas

1
Artigo publicado no Café de las Ciudades, ano 5, nº 42, em abril de 2006
<http://www.cafedelasciudades.com.ar/politica_42_1.htm>. Transcreve a
conferência apresentada por Jordi Borja no Fórum Internacional Espaço Público e
Cidade, realizado em Bogotá nos dias 10 e 11 de maio de 2005. Publicado com a
autorização do autor; foi editado anteriormente nas memórias de tal Fórum,
editadas pela Prefeitura e a Câmara de Comércio da capital colombiana.

[tradução Ivana Barossi Garcia]

sobre o autor

O autor é geógrafo e urbanista. Atualmente dirige os programas de Máster em


Gestão da cidade, na Universidade Aberta da Catalunha, e o Máster virtual da
UPC e Máster presencial; é diretor do Urban Technology. É autor dos livros
Espacio público, ciudad y ciudadanía e La ciudad conquistada.

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Adriane Matthes
Espaço Público
Me gusta · Responder · 1·5a

Letícia Fernandes Gimenes


"Se não controlamos o que acontece nos térreos, não haverá animação
urbana."
É o que eu sempre digo sobre esses os novos edifícios residenciais de
25 andares com muros de 10 metros faceando as ruas.
Depois o povo reclama que a rua é perigosa, que tem assalto, botam
faixas "cuidado, zona de assalto" e ainda culpam a falta de policiamento.
A culpa é das construtoras e seus arquitetos que não pensam nos
espaços públicos das cidades! A culpa é de quem aprova projetos assim.
O que é mais seguro: uma rua cheia de muros, portões, árvores e pouca
iluminação, ou uma rua cheia de lojas, edifícios residenciais, comércio,
equipamentos culturais, etc?
Me gusta · Responder · 6·3a

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