Alegre, ES
CAUFES
2015
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
CCA-UFES
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo
Alto Universitário, s/n, Guararema, Alegre-ES
Telefone: (28) 3552-8955 – Fax (28) 3552-8903
www.cca.ufes.br
ISBN: 978-85-61890-69-8
Editor: CAUFES
Outubro 2015
Diagramação:
Wagner Nunes Rodrigues
CDU: 631
PREFÁCIO
3
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
elas a criação e a oferta de mais três cursos da área agrária, o que levou em 2001
a mudança de sua denominação para Centro de Ciências Agrárias - CCA. Outro
feito importante foi a criação do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal no
ano de 2004, em nível de Mestrado. Em 2010, o Programa foi autorizado a ofertar
também o curso de Doutorado, motivo este de muito orgulho para a Comunidade
Acadêmica do Centro, por se tratar do primeiro Doutorado no Estado na área de
Ciências Agrárias. No início, para o seu funcionamento, o Programa passou por
algumas dificuldades, mas devido à persistência e o posicionamento ideológico dos
professores que iniciaram o programa, bem como a chegada de novos professores
e a parcerias com instituições públicas e privadas, essas dificuldades foram
sendo superadas. Hoje, o CCA se encontra em posição de ascensão no cenário
nacional em pesquisa, com demandas pelos cursos de Mestrado e Doutorado por
profissionais de vários estados do país e até mesmo oriundos do exterior.
A presente publicação apresenta o seu conteúdo dividido em capítulos
com textos técnicos contendo importantes contribuições em diversas áreas
do conhecimento de abrangências das Ciências Agrárias, reproduzindo parte
das dissertações apresentadas e defendidas no Mestrado e no Doutorado pelos
discentes orientados pelos professores do programa.
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LISTA DE AUTORES
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yahoo.com.br
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SUMÁRIO
BIOTECNOLOGIA E ECOFISIOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS
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FITOSSANIDADE
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FITOTECNIA
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Biotecnologia e Ecofisiologia
PPGPV do Desenvolvimento de Plantas
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Capítulo 1
Adésio Ferreira
Tércio da Silva de Souza
Fúlvia Maria dos Santos
Elias Terra Werner
José Augusto Teixeira do Amaral
1. INTRODUÇÃO
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2. METABOLISMO SECUNDÁRIO
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Embora nem sempre seja necessário o metabolismo secundário para que uma
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planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação
das plantas com o meio ambiente. Desse modo, produtos secundários possuem
um papel contra a herbivoria, ataque de patógenos, competição entre plantas e
atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e
microrganismos simbiontes. Os produtos secundários também apresentam ação
protetora em relação a estresses abióticos, como aqueles associados às mudanças
de temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição à UV e deficiência de
nutrientes minerais (TAIZ & ZEIGER, 2013).
Segundo Biswas et al.(2009) e Dewick (2009) existem três grandes grupos
de metabólitos secundários: terpenos, compostos fenólicos e alcaloides. Os
terpenos são biossintetizados a partir do ácido mevalônico (no citoplasma) ou do
piruvato e 3-fosfoglicerato (no cloroplasto).
Os compostos fenólicos são derivados do ácido chiquímico ou ácido
mevalônico. Por fim, os alcaloides são derivados de aminoácidos aromáticos
(triptofano, tirosina), os quais são derivados do ácido chiquímico, e também de
aminoácidos alifáticos (ornitina, lisina).
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Três propriedades distintas das enzimas permitem que elas exerçam papel
central na promoção e regulação dos processos celulares, caracterizando-as como
componentes vitais aos sistemas vivos: elevada especificidade da reação. Como
regra geral, cada reação sob condições apropriadas é catalisada por uma enzima
específica. Diante de várias rotas potencialmente possíveis, a enzima escolhe a com
menor energia livre de ativação; condições reacionais mais brandas. A atividade
de cada enzima é dependente do pH, da temperatura, da presença de vários
cofatores e das concentrações de substratos e produtos e capacidade de regulação
da concentração e da atividade o que permite o ajuste fino do metabolismo em
diferentes condições fisiológicas (MURRAY et al.,2003; NELSON & COX,
2004).
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3. ÓLEOS ESSENCIAIS
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Nas plantas várias atividades biológicas têm sido atribuídas aos terpenoides,
agem na adaptação da planta ao meio ambiente, atuando na defesa contra o ataque
de predadores, atração de agentes polinizadores, proteção contra perda de água e
aumento da temperatura e como os inibidores de germinação, apresentam funções
hormonais (giberelinas), inibidores do crescimento, pigmentos fotossintéticos
(carotenoides), constituintes da cadeia de transporte de elétrons (ubiquinonas).
Muitas das atividades biológicas dos terpenoides estão relacionadas com
os óleos essenciais, onde cerca de 90% é constituído de monoterpenos. Estes são
altamente hidrofóbicos e seus efeitos biológicos estão relacionados à atração de
polinizadores e com interações com a membrana dos microrganismos (TURINA
et al. 2006). Estão relacionados com uma série de funções químicas, tais como
álcoois, aldeídos e éteres. Já os sesquiterpenos apresentam funções protetoras
contra fungos e bactérias.
Esses óleos essenciais têm sido empregados como bactericidas, fungicidas
e inseticidas, bem como podem apresentar propriedades anti-inflamatórias,
analgésicas e antissépticas. Apresentam grande potencial de aplicação industrial:
alimentos (aromas), perfumes (fragrâncias), fármacos, química fina com materiais
de partida para as sínteses de moléculas mais complexas. Com a crescente
demanda por aditivos naturais vem ganhando cada vez mais importância no
mercado mundial em aplicações biotecnológicas (ZWENGER & BASU, 2007;
SEO et al. 2008; OKOH et al., 2010).
Contudo, o mecanismo exato de ação dos óleos essenciais não é conhecido.
Sua atividade biológica, porém, pode ser comparada com a atividade de produtos
farmacológicos sinteticamente produzidos. Em geral, a ação dos óleos é o
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Figura 2. Esquema das duas vias possíveis para a síntese de IPP (isopentenil
difosfato) e DMAPP (dimetilalil difosfato), mostrando a comunicação entre
ambas (ROBERTS, 2007).
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3.4. Monoterpenos
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3.5. Sesquiterpenos
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4. REFERÊNCIAS
46
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ENFISSI, E. M.; FRASER, P. D.; LOIS, L. M.; BORONAT, A.; SCHUCH, W.;
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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STESEVIC, D.; MIHAILO, R.; VUKO, N.; MARIJANA, N.; CAKOVIC, D.;
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TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
954p.
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Capítulo 2
MICROPROPAGAÇÃO DE ESPÉCIES
OLEAGINOSAS UTILIZADAS NA PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
1. INTRODUÇÃO
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somática (TOMLIN et al., 2002; HIRAGA et al., 2007; YANG et al., 2009).
Kumari et al. (2006), estabeleceram um eficiente protocolo para indução de
embriões somáticos e regeneração de plantas de soja a partir de explantes axilares
embriogênicos. A maior frequência (92,9%) de formação de embriões somáticos
foi obtida no meio MS contendo 180,8 µM de 2,4-D (2,4-Diclorofenoxiacético)
e 2,22 µM de BAP (6-Benzilaminopurina). A Regeneração das plantas de soja
a partir de cultura de tecidos tem sido difícil e, recentemente, tornando-se uma
rotina. As plantas regeneradas de técnicas da cultura de tecidos vegetais têm
apresentado variações morfológicas e bioquímicas, provenientes de variações
somaclonais (RADHAKRISHNAN & KUMARI, 2009).
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5. REFERÊNCIAS
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CAI, L.; FU, L.; JI, L. Regeneration of Jatropha curcas through efficient somatic
embryogenesis and suspension culture. GM Crops, v. 2, n. 2, p. 110-117, 2011.
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LI, X.; AHLMAN, A.; YAN, X.; LINDGREN, H.; ZHU, L.-H. Genetic
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73
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74
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75
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YANG, C.; ZHAO, T. J.; YU, D. Y.; GAI, J. Somatic embryogenesis and plant
regeneration in Chinese soybean (Glycine max (L.) Merr.) - impacts of mannitol,
abscisic acid, and explant age. In Vitro Cellular and Developmental Biology -
Plant, v. 45, p. 180-188, 2009.
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Capítulo 3
1. INTRODUÇÃO
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2007).
Além dos nutrientes mais conhecidos como proteína, amido e minerais, os
grãos de feijão apresentam outros compostos importantes para a saúde humana.
Os grãos de feijão apresentam alta concentração de antocianina e polifenóis. Há
diferença acentuada entre os genótipos de feijoeiro em relação à concentração
de antocianina, sendo que os feijões dos grupos comerciais preto, vermelho e
roxo apresentam as maiores concentrações, em relação aos genótipos dos grupos
comerciais com tegumentos mais claros. A antocianina é um grupo de pigmentos
hidrossolúveis, que contribui significativamente para as colorações vermelha e
azul das plantas (AKOND et al., 2011).
Estudos demonstram variabilidade para os teores de antocianinas e taninos
condensados, e uma relação existente entre esses compostos e a cor do tegumento
das sementes de feijão. A herança genética de taninos e antocianinas em feijão de
cor é predominantemente quantitativa, com muitos genes envolvidos, embora a
antocianina possa ser controlada pelos mesmos genes relacionados com o padrão
de cor das sementes. Os monômeros predominantes na estrutura de taninos
condensados presentes em grãos de feijão são: catequina (60,3%), galocatequina
(25%) e afzelequina (14,7%) (DÍAZ et al., 2010).
Com as informações dos monômeros predominates na estrutura dos taninos
condensados e a composição das antocioninas, os geneticistas podem estudar
e desenvolver estratégias para a seleção de variedades que têm um equilíbrio
positivo entre as atividades anti-oxidantes e anti-nutricionais destes compostos,
selecionando aqueles mais benéficos para a saúde nutricional humana, e permitindo
assim, um aumento do potencial nutritivo dos grãos de feijão (DÍAZ et al., 2010).
Os grãos de feijão, além de apresentarem compostos nutricionais, contêm,
adicionalmente, substâncias com propriedades medicinais como: flavonóides
(kaempferol e quercetina), isoflavonas (daidzeína e genisteína) e saponinas, no
entanto, com grande variação em sua concentração nos diferentes genótipos.
Estes grupos de compostos com propriedades medicinais ainda são pouco
explorados pelos melhoristas de feijoeiro, contudo, é possível selecionar
genótipos com maiores teores destes compostos (DORIA et al., 2012). Algumas
isoflavonas promovem proteção contra o câncer e doenças cardíacas (ESTEVES
& MONTEIRO, 2001); os flavonóides são importantes no combate aos radicais
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
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DORIA, E.; CAMPION, B.; SPARVOLI, F.; TAVA, A.; NIELSEN, E. Anti-nutrient
components and metabolites with health implications in seeds of 10 common bean
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KUMAR, S.; VERMA, A. K.; SHARMA, A.; ROY, R.; KUMAR, D.; BH, G.;
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KUMAR, S.; VERMA, A. K.; SHARMA, A.; KUMAR, D.; TRIPATHI, A.;
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2013.
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91
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Capítulo 4
1. INTRODUÇÃO
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2. MYRTACEAE FRUTÍFERAS
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assimetria tem sido observado nos cariótipos de espécies com de frutos carnosos
quando comparadas com as de frutos secos, nas quais os cariótipos são altamente
simétricos. Na tabela 4 foram mostradas as classificações dos cromossomos de
algumas espécies com base na razão dos comprimentos dos braços (braço curto/
braço longo).
Psidium é um dos gêneros mais diversificados e que concentra a maior
proporção de espécies poliploides em Myrteae, com os números cromossômicos
variando de 2n=22 a 88 (COSTA & FORNI-MARTINS, 2006a,b). Para esse gênero
tem sido relatada a presença de cromossomos metacêntricos e submetacêntricos
(COSER et al., 2012), e geralmente menores que 2,0 μm e com cariótipos
moderadamente simétricos (COSTA et al., 2013).
Considerando o tamanho genômico ou conteúdo de DNA nuclear,
relativamente poucos gêneros e espécies de Myrtaceae tiveram seu valor estimado
(Tabela 4). Na maioria das vezes, as mirtáceas são reportadas como possuidoras
de genoma diploide, estável e pequeno (GRATTAPAGLIA et al., 2012), tendo
sido sugerido por Costa et al. (2008) que as o tamanho do genoma das espécies da
tribo Myrteae era menor em relação ao das espécies de frutos capsulares e secos.
A primeira espécie da tribo Myrteae investigada foi Psidium guajava
L., com 0,33 pg/1C (BENNETT & SMITH, 1976), outras mensurações foram
também registradas por Bennett e Leitch (1997) com 0,6 pg/1C e a mais recente
por Costa et al. (2008), com 0,254 pg/1C. Segundo Costa et al., 2008, tem sido
descrita, no gênero Psidium, uma variação de ploidia da ordem de até 9x, que
pode fornecer subsídios para discussões taxonômicas e indícios adicionais sobre a
evolução alopoliplóide entre algumas populações. Poucas espécies que possuem
frutos capsulares (gêneros Callistemon, Eucalyptus e Melaleuca) tiveram seu
tamanho de genoma estimado (BENNETT & LEITCH, 2005).
Tem sido relatado que espécies diploides ocorrem com maior frequência nas
espécies de frutos secos, enquanto a poliploidia é mais comum em táxons de frutos
carnosos (COSTA et al., 2008). Costa (2004) e Costa & Forni-Martins (2006a,b)
ressaltaram a importância da poliploidia como um importante processo evolutivo
em Myrteae, registrando origem por poliploidia (2n = 33 e 44) em espécies dos
gêneros Eugenia e Psidium. Também verificaram a ocorrência frequente de
citótipos diferenciados pelo nível de ploidia em diversas espécies, variando de 22,
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33 e 44 cromossomos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
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DE ASSIS, E. S.; DOS REIS, E. F.; PINTO, J. F. N.; CONTIM, L. A. S.; DIAS, L.
A. S. Genetic diversity of gabiroba based on random amplified polymorphic DNA
markers and morphological characteristics. Genetics and molecular research, v.
12, n. 3, p. 3500, 2013.
112
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GOVAERTS, R.; SOBRAL, M.; ASHTON, P.; BARRIE, F.; HOLST, B. K.;
LANDRUM, L. R.; MATSUMOTO, K.; MAZINE, F. F.; NIC LUGHADHA,
113
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
HE, X.; WANG, Y.; LI, F.; WENG, Q.; LI, M.; XU, L. A.; GAN, S. Development
of 198 novel EST-derived microsatellites in Eucalyptus (Myrtaceae). American
Journal of Botany, v. 99, n. 4, p. 134-148, 2012.
114
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116
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RYE, B.L. Chromosome number variation in the Myrtaceae and its taxonomic
implications. Australian Journal of Botany, v. 27, p. 547–573, 1979.
SITTHER, V.; ZHANG, D.; HARRIS, D. L.; YADAV, A. K.; ZEE, F. T.;
MEINHARDT, L. W.; DHEKNEY, S. A. Genetic characterization of guava
(Psidium guajava L.) germplasm in the United States using microsatellite
markers. Genetic Resources and Crop Evolution, v. 61, n. 4, p. 829-839, 2014.
117
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8, 2011.
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Capítulo 5
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al., 2006; AGGARWAL et al., 2007; SILVESTRINI et al., 2007, VIEIRA et al.,
2010, FERRÃO et al., 2014), em que foi demonstrado que a variação genética no
gênero Coffea é baixo, especialmente entre variedades cultivadas de C. arabica.
Os dados de fingerprinting para já disponíveis para C. canephora e C.
arabica podem ser usados para construir uma base de dados de DNA de referência
que auxilie na identificação molecular de variedades, como já foi sugerido
(AGGARWAL et al., 2004; HENDRE et al., 2008; VIEIRA et al., 2010).
Diversos marcadores moleculares estão disponíveis para estabelecer a
origem das variedades de café para fins científicos, mas não tem sido utlilizados
e validados para fins comerciais. Com o avanço da ciência forense na área
alimentícea, metodologias de análise de DNA começaram a ser requeridos para
avaliar grãos de café verdes ou torrados, dos grupos Arabica, Robusta ou em blends.
Este tipo de informação pode ser aplicado para verificar possíveis contaminações,
permitir a rastreabilidade, e verificar a autenticidade do produto (TORNICASA
et al., 2010). A pesquisa sobre café neste campo ainda é incipiente. Destacam-se a
utilização de métodos baseados em PCR-RFLP (Spaniolas et al., 2006) e PCR em
tempo real (TORNICASA et al., 2010).
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TALE têm sido aplicados com sucesso para culturas vegetais, e seus impactos
esperados para o melhoramento de plantas são enormes (SHUKLA et al., 2009;
MORBITZER et al., 2010).
Uma vez que os ciclos de melhoramento do cafeeiro são longos, recomenda-
se que estudos nesta área comecem a ser desenvolvidos. As técnicas de edição de
genoma podem vir a contribuir na obtenção de características específicas com
maior eficácia e rapidez, e menor custo.
126
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
128
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2. FENOTIPAGEM
3. PERSPECTIVAS FUTURAS
129
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
4. REFERÊNCIAS
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Capítulo 6
1. O GÊNERO Passiflora
137
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
150
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Capítulo 7
154
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155
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brasileiras, enorme ênfase foi dada ao melhoramento para resistência a essa doença
e novos programas de melhoramento foram iniciados em diversas instituições.
A partir de então, resistência à ferrugem e outras doenças passou a ser um dos
principais objetivos dos programas de melhoramento dessa espécie. Mesmo já
tendo sido lançadas e recomendadas diversas cultivares de café com resistência
a doenças, tem sido um consenso de que a resistência genética a doenças jamais
poderá ser negligenciada, pois a interação planta-patógeno é parte do processo
dinâmico normal dos seres vivos. O resultado da interação desses dois organismos
tem consequências na durabilidade da resistência das cultivares. Dessa forma, a
resistência de muitas cultivares tem sido efetiva por apenas um período curto de
tempo devido a emergência de novos genótipos do patógeno, os quais a variedade
é suscetível.
As principais doenças do cafeeiro, foco dos programas de melhoramento,
são a ferrugem, Coffee Berry Disease (CBC) e nematoides. A ferrugem do
cafeeiro causada pelo fungo Hemileia vastatrix, devastou plantações de café no
Sri Lanka, em 1868, levando a substituição desta bebida por chá (MEDINA-
FILHO et al., 1984). Essa é considerada a principal doença do cafeeiro e verifica-
se sua ocorrência em todas as regiões produtoras de café do mundo (VAN DER
VOSSEN, 2005). Diferentes fontes de resistência para essa doença
têm sido identificadas e utilizadas no melhoramento genético do café arábica.
Introduções de cafeeiros de C. arabica originados da Índia e África são portadores
dos genes SH1, SH2 e SH4 (BETTENCOURT & NORONHA-WAGNER, 1971). O
SH5 encontra-se em diferentes variedades comerciais. Esses quatro genes já foram
suplantados pelos patógenos que ocorrem no Brasil, não sendo, atualmente, mais
utilizados como fonte de resistência. Em cafeeiros da espécie C. canephora e
híbridos interespecíficos (C. arabica x C. canephora), como Híbrido de Timor e
Icatu, estão presentes pelo menos os genes SH6, SH7, SH8 e SH9 (BETTENCOURT
et al., 1980). SH3 tem origem em C. liberica e foi introduzido em C. arabica na
Índia (BETTENCOURT & RODRIGUES, 1988). No Brasil, este gene está sendo
transferido para cultivares tradicionais. Fontes de resistência em outras espécies
como C. pseudozanguebariar e C. salvatrix já foram identificadas (RODRIGUES
JR. et al., 1975), no entanto, são menos utilizadas no melhoramento, devido a
maior distância dessas espécies com C. arabica e inexistência de híbridos naturais.
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et al., 1999). Além disso, trabalhos com marcadores RFLP sugeriram que, na
meiose, os cromossomos homeólogos de C. arabica não pareiam, não devido
à diferenciação estrutural, mas sim a fatores de regulação de pareamento
(LASHERMES et al., 2000). Essas informações geradas são essenciais para o
melhoramento dessa espécie.
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entre as cultivares ‘Tall Mokka’ e ‘Catimor’ (PEARL et al., 2004). Este mapa
consistiu de 31 grupos de ligação com o número de marcadores variando de 2 a 21.
O comprimento total do mapa foi de 1802,8 cM com uma distância média de 10,2
cM entre marcadores adjacentes. Outros dois mapas parciais foram construídos
com marcadores RAPD. Um deles foi construído a partir de uma população
de retrocruzamento derivada do Híbrido de Timor CIFC 2570 e Mundo Novo
IAC 464-18. Foram mapeados 82 marcadores RAPD em oito grupos de ligação,
cobrindo uma distância de 560,6 cM do genoma (TEIXEIRA-CABRAL et al.,
2004). Outro mapa também obtido de população de retrocruzamento, originado
do cruzamento de outro Híbrido de Timor (UFV 445-46) com Catuaí Amarelo
IAC 30, resultou em 11 grupos de ligação, com 117 marcadores RAPD, cobrindo
803,2 cM (OLIVEIRA et al., 2007). Ainda na tentativa de construir um mapa mais
saturado para essa espécie, Pestana (2010) trabalhou com 110 marcadores AFLP,
SSR e RAPD. Foi obtido um mapa com 94 marcadores distribuídos em 11 grupos
de ligação e cobrindo 964,31 cM.
Apesar dos esforços, até o momento não se dispõe de um mapa completo
para C. arabica, devido às dificuldades de polimorfismo e poliploidia citadas
anteriormente. Visando minimizar tais dificuldades, Caixeta et al. (2012)
propuseram a construção de mapas parciais usando diferentes populações
e classes de marcadores de DNA e subsequente integração dos mapas. Para
desenvolver, adaptar e verificar a eficiência dessa estratégia, foi construído um
mapa integrado a partir de duas populações F2. O mapa integrado ficou composto
por 14 grupos de ligação com 188 marcadores moleculares do tipo RAPD, SSR
e AFLP, cobrindo 1973,35 cM do genoma. A distância média entre marcadores
obtida foi de 11,34 cM, sendo que apenas 18,97% dos intervalos excederam 20
cM. A eficiência da metodologia proposta foi comprovada, sendo demonstrado
o aumento da resolução genética quando comparado o mapa integrado com os
dois mapas parciais. Dessa forma, foi proposta a utilização dessa estratégia para
pesquisas genômicas futuras como identificação de QTL, clonagem posicional e
seleção assistida por marcadores moleculares em programas de melhoramento do
cafeeiro.
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ao gene SH3 (PRAKASH et al., 2004). Quatro desses marcadores AFLP foram
transformados em SCAR e juntamente com outros três marcadores SCAR
proveniente de extremidade de BAC e três SSR formaram dois pequenos grupos
de ligação (5,7 cM e 5,9 cM) contendo o gene de resistência (MAHÉ et al.,
2008). Dois desses marcadores foram utilizados por Prakash et al. (2011) para o
monitoramento do gene SH3 em populações que deram origem a cultivar S.795
lançada na Índia como resistente e que apresenta resistência durável. Os mesmos
marcadores foram também utilizados para piramidação de genes.
Brito et al. (2010) e Diola et al. (2011) identificaram marcadores ligados
ao gene SH?, presente em um acesso de Híbrido de Timor, que confere resistência
a outras raças de H. vastatrix. Foi desenvolvido um mapa genético de alta
densidade, primeiramente com AFLP (BRITO et al., 2010) e, posteriormente,
com seis marcadores SCAR delimitando uma região cromossômica de 9,45 cM e
flanqueando o gene SH? em 0,7 e 0,9 cM (DIOLA et al., 2011). Esses marcadores
moleculares, por estarem proximamente ligados ao gene de resistência, podem
ser utilizados para identificar esse gene SH em populações de melhoramento que
visam resistência a ferrugem por meio da SAM.
Alkimim (2013) utilizou os marcadores previamente identificados como
ligados aos genes de resistência à ferrugem e à CBD, visando a identificação
de genitores e seleção assistida por marcadores moleculares. Neste estudo, tais
marcadores moleculares foram validados e posteriormente analisados em 160
genótipos de cafeeiro. Os dados de genotipagem permitiram identificar genótipos
resistentes homozigotos para o gene SH3, o qual confere resistência a diferentes
raças de H. vastatrix. Também foram identificados cafeeiros que além de serem
portadores do gene SH3 em homozigose, apresentaram o gene SH? que também
confere resistência à ferrugem. Para o gene Ck-1 que confere resistência a CBD,
observou-se que apenas um genótipo apresentou-se homozigoto resistente quando
analisado com os dois marcadores, apesar de não apresentar bandas ligadas aos
genes SH3 e SH?. Estes resultados demonstram que os cafeeiros identificados
como portadores dos diferentes genes de resistência à ferrugem e à CBD poderão
ser utilizados em cruzamentos visando à introdução desses genes em genótipos de
interesse nos programas de melhoramento. Além disso, a utilização de marcadores
moleculares validados será imprescindível para monitoramento dos genes nas
171
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172
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
173
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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178
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 8
1. INTRODUÇÃO
180
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sequenciados atualmente.
191
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Figura 4. Técnica que permite obter a informação genética contida nos RNAs.
Em “A” temos três RNA processados (em vermelho), contendo os códons de início
e final da tradução (em verde e amarelo, respectivamente), e a cauda poli-A. Em
“B”, os RNAs servem de molde para síntese da fita de cDNA complementares.
Em “C”, tem-se a degradação das fitas de RNAs e síntese de uma nova fita de
DNA que poderá ser sequenciada.
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et al., 2006).
Importantes programas têm sido desenvolvidas neste sentido. A plataforma
GeMprospector, por exemplo, possibilita o desenvolvimento de marcadores
ancorados em genes homólogos, a partir de diferentes espécies (FREDSLUND et
al., 2006). Utilizando dados de várias espécies, o programa identifica sequências
evolutivamente conservadas e as utiliza para o desenho de primers.
A exploração de dados de sequenciamentodisponíveis para espécies-
modelos,aliada à conservação gênica entre espécies relacionadas, tem
possibilitado a mineração de genes candidatos, baseando-se principalmente
na homologia entre sequências. Tendo por base este princípio e utilizando-se
ferramentas de bioinformática, Grahan et al. (2006) combinaram vários tipos
de dados de cinco espécies de leguminosas (sequências gênicas, ESTs e dados
de expressão obtidos por northernblot, macro e microarray) para identificar52
genes candidatos em feijão induzidos por estresse abióticocausado por baixo
nível de fósforo. Com este mesmo objetivo, Chauhan et al. (2006) realizaram a
busca de genes candidates para o transporte de ferro e zinco em milho, a partir
de dados de sequências gênicas, visando a biofortificação de culturas como
estratégia sustentável contra a deficiência de micronutrientes. Foram escolhidos
alguns genes envolvidos na captura, direcionamento intracelular e acúmulo de
Fe e Zn, bem caracterizados em outras espécies; e as sequências destes genes
foram alinhadas contra o genoma do milho em busca de homólogos. Foram
identificados 32 contigs contendo genes transportadores de Fe e Zn que podem ser
usados para o desenvolvimento de marcadores gênicos para mapear e selecionar
características envolvidas no acúmulo dos nutrientes.
Com o auxílio das ferramentas de bioinformática disponíveis na base de
dados do genoma café, Vinecky et al. (2012) efetuaram uma análise in silício
de ESTs desta espécie e como consequência, foram identificados vários genes
potencialmente envolvidos na resposta ao estresse hídrico em cafeeiro e que podem
ser objeto de estudos visando a seleção assistida por marcadores moleculares e
para a rápida obtenção de variedades de café tolerantes à seca.
Apesar dos desafios a superar, principalmente no aperfeiçoamento das
ferramentas computacionais e metodologias existentes, a contribuição da
Bioinformática para o Melhoramento Genético é evidente.
200
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
9. REFERÊNCIAS
201
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Coffee Science, v. 7, p. 1-19, 2012
203
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Fitossanidade
PPGPV
204
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Capítulo 9
Dirceu Pratissoli
Carlos Magno Ramos Oliveira
Hugo Bolsoni Zago
João Paulo Pereira Paes
José Romário de Carvalho
1. INTRODUÇÃO
205
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206
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208
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
220
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6. REFERÊNCIAS
221
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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223
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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224
PPGPV
Capítulo 10
1. INTRODUÇÃO
225
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2007).
O solo é um ambiente heterogêneo e muitos fatores abióticos e bióticos
podem afetar a sobrevivência das bactérias nematófagas (VAN VEN et al., 1997).
Neste capítulo serão abordados os fatores abióticos, conforme descritos a seguir.
226
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227
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228
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3.1.5. TEMPERATURA
236
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237
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
et al., 1993).
É crucial que se saiba qual é o substrato mais adequado à atividade e
sobrevivência de bactéria(s) que se pretende introduzir num solo. Caso esse
material orgânico não esteja presente, o mesmo pode ser introduzido para garantir
maior eficiência do controle biológico.
238
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239
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Rau et al. (2009) demonstraram que a tolerância a vários metais pesados foi
variável para rizobactérias (ex: Serratia marcescens IPSr90 e IPSr82, Bacillus
sp. IPSr80, P. aeruginosa BPSr43 e Arthrobacter ureafaciens BPSr55,) inseridas
em 18 gêneros e 38 espécies. A concentração inibitória mínima foi maior para o
arsênio (12,5-20,0 mM) e chumbo (7,5-10,0 mM), embora muitas rizobactérias
tenham apresentado tolerância a cromo, zinco, niquel, cobre, cobaldo e cádmio.
Os perfis de tolerância de rizobactérias para diferentes metais foram colocados
na seguinte ordem decrescente: arsênio > chumbo > cromo > zinco > niquel >
cobre > cobaldo > cádmio > mercúrio. Todavia, esses perfis de tolerância pode
ser variável para outras bactérias. Caso se pretenda realizar o controle biológico
em solos com presença de metais pesados, é necessário que estudos prévios sejam
feitos para que a eficiência do controle biológico não fique comprometida.
240
PPGPV
4. REFERÊNCIAS
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PPGPV
Capítulo 11
251
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
252
PPGPV
2. HISTÓRICO
253
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
sensores mais precisos possuem elevado preço. Porém na última década nos trouxe
um cenário um pouco mais promissor ao desenvolvimento das aeronavesVANTs
com finalidades civis. Esse fato pode ser justificado por preços mais baixos das
aeronaves e o acelerado avanço tecnológico de navegação que utiliza o sistema de
posicionamento global (MARRIS, 2013).
1
O processo de ortorretificação é imprescindível para a obtenção de imagens de alta re-
solução espacial com alta qualidade geométrica. É também fundamental nos casos de
imagens de média resolução espacial obtidas em visada oblíqua (COSTAet al.,2007).
254
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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258
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
260
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 12
PRINCÍPIOS DE EPIZOOTIOLOGIA E O
CONTROLE MICROBIANO
1. INTRODUÇÃO
266
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267
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para ser atingida, precisa sair, tal fato ocorre normalmente de setembro a dezembro,
período de trânsito da broca, quando sai a procura de alimento (DAMON, 2000).
Em relação a insetos de solo, a avaliação do comportamento pode facilitar o
desenvolvimento de iscas atrativas, que promovam um alto potencial de inóculo
e proteção do entomopatógeno a condições adversas (ALVES & LECUONA,
1998). No que tange os insetos sociais, características como, agregação, trofalaxia
(troca de alimento), “grooming” = comportamento de limpeza, são estratégias
utilizadas para evitar doenças, mas que podem, em alguns casos, contribuir com a
disseminação dos microrganismos (ALVES & LECUONA, 1998).
271
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
B. thuringiensis var. kurstaki (Berliner), sendo mais suscetível nos dois primeiros
instares e não afetada na fase pupal (GIUSTOLIN et al., 2001).
Em estudo realizado com bicho da seda observou-se que, quando o agente
patogênico B. bassiana (1 x 105 conídios/mL) foi inoculado 12 horas antes e 6
horas após a ecdise, a mortalidade foi de 100%, contudo, quando a inoculação
foi realizada durante a ecdise e 6 horas antes, a mortalidade das larvas foi menor
(CHANDRASEKHARAN & NATARAJU, 2011). Esse resultado indica a
incapacidade de B. bassiana de invadir o bicho da seda durante a ecdise, fato
que pode está relacionado a processos fisiológicos e hormonais (ALVES &
LECUONA, 1998; CHANDRASEKHARAN & NATARAJU, 2011).
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4.1. Temperatura
4.2. Umidade
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4.3. Radiação
279
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
(320-400 nm) representa cerca de 95% da radiação UV solar total e está associada
com a morte de conídios e retardamento da germinação, mas o componente de
UV-B (280-320 nm) é considerado mais prejudicial e tem sido o foco da maior
parte dos estudos (MOORE et al., 1993; BRAGA et al., 2001).
280
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5. CONSERVAÇÃO DE ENTOMOPATÓGENOS
281
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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291
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 13
1. INTRODUÇÃO
292
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293
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294
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3. POTENCIALIDADES DO BACULOVÍRUS
295
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
citoplasma (5) e chegam a membrana basal, sem passar pelo núcleo. Em seguida,
os nucleocapsídeos atravessam a membrana celular formando os vírions brotados
(BVs) (6) e passam para a cavidade hemocélica através das traqueólas. Na
hemocele, os BVs iniciam o processo infeccioso secundário, infectando as células
dos órgãos e tecidos por endocitose (7). Os nucleocapsídeos formam novamente
BVs favorecendo a dispersão da infecção (8). Em uma fase mais avançada
do processo infeccioso vírions e OBs (9) formados acumulam-se na célula e
finalmente ocorre a sua liberação no meio devido a ruptura das respectivas células
(CABALLERO et al., 2009).
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5. PRODUÇÃO DE BACULOVÍRUS
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
301
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302
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306
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Capítulo 14
1. INTRODUÇÃO
307
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
308
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4. ESTUDOS DE CASO
310
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é necessário que se acumule a constante térmica, que será dada pelo total de
GDi acumulados (GDA) ao longo da fase ou ciclo. A indicação da exigência, em
graus-dia, para se cumprir um determinado estádio de desenvolvimento é mais
útil do que o tempo cronológico (idade em dias), pois o GDA representa um índice
estável e geral, válido para qualquer região (Pereira et al., 2002).
Empregando raciocínio análogo, o manejo de doenças pode ser feito com
base no GDA, como fizeram Franc et al. (1988) para Alternaria solani em batata.
Os autores verificaram que para a região do Colorado, nos E.U.A., um valor igual
ou superior a 7,2oC (45oF), a partir da data de plantio, pode ser utilizado na previsão
do início dos ciclos secundários do patógeno. Com base nessa informação, um
GDA entre 361 e 625 é requerido para a expressão dos primeiros sintomas,
dependendo do local. É possível, portanto, empregar o GDA na determinação do
início da pulverização. Para tal é necessário determinar os valores específicos de
GDA para cada localidade. De acordo com os autores, a utilização de valores de
GDA para a determinação do momento adequado da pulverização reflete a inter-
relação de numerosas variáveis, como data de plantio, amplitude de temperatura
na área considerada e desenvolvimento da cultura. A previsão baseada em GDA
dá mais tempo ao produtor para agir, em comparação com outros métodos
empregados na mesma cultura como, por exemplo, a utilização de armadilhas
caça-esporos.
A diversidade de solos, clima e biomas brasileiros faz com que se tenha uma
diversidade de habitats e de espécies de animais, vegetais e de microrganismos.
A seringueira tem sua origem no bioma amazônico e passou a ser cultivada no
cerrado e na Mata Atlântica, além de outros biomas pelo mundo, ocupando áreas
desde o Trópico de Câncer até o de Capricórnio.
Isto fez com que a espécie tomasse contato com diferentes microrganismos
benéficos e maléficos. Dentre os maléficos está o fungo Microcyclus ulei, na
313
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Amazônia, que evoluiu com esta hospedeira, e foi levado com ela para outros
locais, se manifestando de forma epidêmica ao longo da costa Atlântica, no
Brasil. Os fungos Colletotrichum gloeosporioides e ultimamente C. acutatum, se
adaptaram a seringueira, a partir de outras espécies cultivadas ou não, e Oidium
hevea, pode ter sido introduzido no país junto com material para dar suporte aos
programas de melhoramento e de plantio de seringueira, em São Paulo, na década
de 1950.
Tanto Colletotrichum como o oídio são problema em parte do cerrado e Mata
Atlântica e nos demais biomas fora do Brasil (África, Índia, Malásia, Tailândia,
Indonésia e China). Estes fungos são responsáveis pela queda secundária das
folhas em plantios adultos de H. brasiliensis. Os centros de pesquisa dos países
citados trabalham há anos para obter materiais resistentes.
Outros patógenos podem ter ocorrência local e em determinada idade da
planta, como é o caso do fungo Tanatephorus cucumeris, que ataca plantas em
viveiros e plantios novos na Amazônia, da alga Stramenopila spp., que ataca
diferentes partes da planta (folha, pecíolo, painel) em diferentes idades, no litoral
da Bahia.
Para uma melhor distribuição das doenças por região de plantio, de forma
regionalizada no Brasil, utilizar-se-á o zoneamento climático para o mal das folhas,
proposto por Ortolani et al. (1983), pois isto pode facilitar para o patologista na
diagnose e na recomendação de região de plantio, modalidade de plantio, clones e
medidas de manejo e controle a serem adotadas em cada região.
Neste zoneamento a região Amazônica foi dividida em 4 zonas ecológicas
distintas: am1, am2, am3 e am4 e as demais regiões em outras 9, com a seringueira
cultivada em 4 delas (Tabela 1), correspondente aos biomas mata Atlântica e
Cerrado.
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natural do país.
Outros exemplos podem ser vistos no Mato Grosso (A1), que apesar da alta
incidência de nematóides, ainda possui o maior seringal contínuo do país, com
8.500 ha, com baixo risco de epidemia de mal das folhas.
Com base neste zoneamento é possível verificar as principais doenças em
cada região e traçar as medidas de manejo adequadas (Tabelas 2 e 3). Além de ter
os cuidados profiláticos necessários para trocas de materiais, compra de mudas ou
mesmo em visitas técnicas.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos exemplos apresentados verifica-se a importância dos dados
climáticos como suporte à tomada de decisão no manejo de doenças de plantas.
Além do uso de tais variáveis, a tomada de decisão também pode ser feita
considerando-se dados do patógeno e/ou do hospedeiro. Independente da variável
empregada, o importante é que a decisão de entrar com uma determinada estratégia
de manejo seja feita com critérios.
Assim, dentro da filosofia do IPM, o que se busca são métodos ou sistemas
que auxiliem o produtor na tomada de decisão, com a aplicação de medidas de
manejo somente quando necessárias e no momento mais apropriado. Caso esse
objetivo seja alcançado, todos serão beneficiados, uma vez que haverá menor
consumo de pesticidas, diminuição dos custos de produção, menor agressão ao
meio ambiente e níveis mais baixos de resíduos de pesticidas nos alimentos, de
modo a garantir a sustentabilidade da cultura alvo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
323
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
324
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KRITICOS, D. J.; MORIN, L.; LERICHE, A.; ANDERSON, R. C.; CALEY, P.
Combining a climatic niche model of an invasive fungus with its host species
distributions to identify risks to natural assets: Puccinia psidii Sensu Lato in
Australia. PLoS ONE, v.8, e64479, 2013.
325
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
PAUL, P. A.; VALE, F. X. R.; ZAMBOLIM, L.; JESUS JUNIOR, W. C.; FONTES,
P. C. R. Efeito de sistemas de condução e regimes de pulverização no controle
da pinta-preta e sobre a produção de tomate. Summa Phytopathologica, v.26,
p.440-444, 2000.
326
PPGPV
327
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 15
FITONEMATOIDES DE IMPORTÂNCIA
ECONÔMICA NA CULTURA DA BANANA
1. INTRODUÇÃO
2. SINTOMATOLOGIA
328
PPGPV
329
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Figura 2. (a) Raízes primárias de muda de bananeira exibindo galhas nas pontas
das raízes parasitadas por Meloidogyne javanica. (b) Fêmeas de M. incognita
globosas de coloração branca visíveis a olho nu, em raízes apodrecidas e
engalhadas de bananeira cv. Nanica. (c) Raíz de bananeira não exibindo sintoma
de galhas, parasitadas por fêmeas globosas de M. arenaria. Fotos: Dilson Costa
330
PPGPV
a três anos após o plantio (MCSORLEY & PARRADO, 1986). Além das raízes,
H. multicinctus pode, também, infectar o rizoma da planta (BLAKE, 1969).
331
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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4. PERDAS
335
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
5. MANEJO
É uma prática que adota leis federais, estaduais ou até mesmo municipais,
promulgadas com o propósito de impedir a introdução de material vegetal
infestado ou infectado com fitonematoides em uma área até então isenta. Cada
produtor deve ter o discernimento da importância dessa medida, não introduzindo
em suas áreas materiais de propagação de outras regiões, em cumprimento às
336
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Cem dias após o plantio, no tratamento com limpeza dos rizomas seguido da
imersão na solução de hipoclorito a 1% durante 5 minutos, apenas um espécime
de Peltamigratus sp. foi recuperado. Com 10 minutos de imersão, nenhum dos
rizomas brotou. Portanto, segundo os autores, a limpeza seguida da imersão na
solução de hipoclorito a 1% por 5 minutos é uma forma eficiente, prática, barata,
exequível, não tóxica e não poluente de obter-se mudas sem nematoides.
No Brasil, Inomoto & Monteiro (1991) avaliaram a eficiência de nematicidas
sistêmicos (aldoxycarb, carbofuran e oxamyl) na erradicação de R. similis e
H. multicinctus em rizomas de 40 plantas de bananeiras ‘Nanicão’. Os autores
concluíram que a limpeza seguida da imersão dos rizomas por 30 minutos, em
solução de 0,5%,1% e 3% dos produtos comerciais, erradicou todos os nematoides
e não apresentou fitotoxidade, exceto para o carbofuran a 0,5%.
Mudas convencionais do tipo chifrinho, chifre, chifrão e adulta podem ser
tratadas antes em solução nematicida ou durante o plantio, sendo capazes de
proteger plantas durante poucos meses contra a infecção por nematoides (DE
WAELE & DAVIDE, 1998). O tratamento de mudas com nematicidas comerciais
é feito com base nas recomendações contidas nas bulas dos produtos autorizados
para uso, visando à eficiência do tratamento e à prevenção de contaminação dos
trabalhadores e do meio ambiente.
5.2.1.3. Termoterapia
339
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
340
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5.2.2.1. Pousio
341
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Entre os materiais orgânicos que podem ser usados como coberturas vegetais
destacam-se as espécies que são cultivadas para incorporação, restos de colheita,
restos de frutos e sementes já processadas (tortas), esterco de curral ou de galinha,
resíduos da indústria do bicho-da-seda, restos de crustáceos, lodo de esgoto, entre
outros materiais.
Testes com produtos biológicos comerciais à base de plantas e adubo
orgânico composto de folhas, caules e sementes de mamona, Ricinus communis L.,
no controle de M. javanica, H. multicinctus e R. similis em bananeiras reduziram
as populações dos nematoides, comparados ao nematicida Phenamiphos,
aumentando também significativamente o crescimento da parte aérea da bananeira
e o rendimento (FERJI et. al., 2004).
Nos plantios orgânicos de bananeiras da região do Vale do Ribeira. SP,
produtores têm utilizado composto orgânico (farelo de osso, gramíneas, restos de
folhas e coração de bananeiras) fermentado por meio de uma mistura de melaço
+ EM4 (coquetel de microrganismos entre fungos, bactérias e outros), para a
melhoria das condições nutritivas das plantas, associando a estas um bom manejo
de fungos e de nematoides patogênicos de forma menos prejudicial ao ambiente.
Esse composto orgânico fermentado, denominado Bokagi, na dosagem de 30 g
por touceira, tem reduzido populações de R. similis, H. multicintus e Pratylenchus
coffeae a baixos níveis, não implicando em danos econômicos, como também
permitindo o replantio de covas, onde bananeiras haviam sido totalmente
destruídas pelo mal do panamá.
Em áreas de cultivo orgânico da região de Petrolina, PE e Juazeiro, BA,
agricultores utilizam os restos das bananeiras colhidas (pseudocaule e folhas)
como cobertura morta, melhorando as características nutricionais, mantendo
boas condições de umidade e incrementando o combate de patógenos, inclusive
da comunidade de nematoides fitopatogênicos com a utilização da aplicação do
EM4 via irrigação, que acelera o processo de decomposição do material vegetal,
favorecendo o aumento da atividade microbiana antagonista.
345
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
350
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held in Kuala Lumpur, Malaysia 2-5 October 1995. Rome: IPGRI; Montpellier:
INIBAP, 1996. P. 27-31.
351
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
352
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353
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355
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Fitotecnia
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Capítulo 16
1. INTRODUÇÃO
357
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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359
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2. IMPORTANCIA ECONOMICA
2.1. Mundial
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361
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2.2. Nacional
362
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2.3. Estadual
3. APECTOS DO CULTIVO
363
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
364
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3.3. Mudas
365
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
3.4. Plantio
3.5. Cultivares
366
PPGPV
3.6.1. IRRIGAÇÃO
3.6.2. CAPINA
367
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
3.6.3. AMONTOA
A amontoa consiste em colocar terra junto aos pés das plantas, de forma
a recobrir os rizomas que começam a aparecer na superfície. Essa operação
deve ser feita de três a quatro vezes durante o ciclo do gengibre. Recomenda-se
iniciar as amontoas quando as plantas estiverem com cerca de 30 cm de altura.
Normalmente, as amontoas são realizadas aos 90, 120, 150 e 180 dias após o
plantio (SOUZA et al., 2003; PEREIRA et al., 2012).
368
PPGPV
árvores em geral, capim seco, palha de arroz ou de cana-de-açúcar etc, podem ser
utilizados como mulching para o cultivo de gengibre.
Na Índia alguns resultados satisfatórios foram encontrados com o uso de
mulching no cultivo do gengibre. A aplicação de 20 t ha-1 de folhas de floresta,
parceladas em duas vezes, a primeira no plantio e a segunda aos 45 dias após o
plantio, aumentou a produtividade de gengibre em 200% (KANNAN & NAIR,
1965) e a mistura de grama, folhas de pinheiro e palha de ervilha foi eficaz como
cobertura morta e também aumentou o rendimento de gengibre (KORLA et
al., 1990). Cabe ressaltar também, que as performances dos cultivos utilizando
coberturas vivas com diferentes leguminosas foram semelhantes ou superiores ao
cultivo sem cobertura (AICRPS, 1990), e que o uso de polietileno como mulching
proporcionou 19,9 t ha-1 de rizoma fresco, enquanto o cultivo sem cobertura
proporcionou produtividade de 12,0 t ha-1 (MOHANTY et al., 1990).
3.7. Colheita
369
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
4. ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS
4.1. Pragas
370
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371
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
4.2. Doenças
372
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373
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
374
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5. BIBLIOGRAFIAS CITADAS
375
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
376
PPGPV
Roscoe. [S.l.]: EMBRAPA, dez. 2001. (Série Plantas Medicinais, Folder 12).
KANNAN, K.; NAIR, K. P.V. Zingiber officinale R. in Kerala. Madras Agric. J.,
v. 52, p. 168-176. 1965.
377
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
MOHANTY, D.C.; NAIK, B.S.; PANDA, B.S. Ginger research in Orissa with
special reference to its varietal and cultural improvement. Indian Cocoa Arecanut
Spices Journal, v. 14, p. 61-63, 1990.
RAGA, A.; COSTA, V. A. Mosca negra dos citros. São Paulo: Instituto Biológico,
2008. 9p. (Documento Técnico, 1). Disponível em: <http://www.biologico.
sp.gov.br/docs/dt/dt_001_2008.pdf>. Acesso em: 20 jun 2014.
378
PPGPV
379
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 17
1. INTRODUÇÃO
380
PPGPV
2013).
Devido a essa capacidade de adaptação, é comum a existência de
variabilidade genética, o que torna possível a seleção de genótipos com
características que predispõem a uma maior eficiência nutricional, tornando-se
um fator preponderante no processo de seleção de materiais promissores nos
programas de melhoramento genético (MIRANDA et al., 2008; SOUZA et al.,
2008; VALE et al., 2013; KUMAR et al., 2014). Assim, esse processo de seleção
de genótipos é favorecido pelo descarte prévio dos materiais menos promissores,
pela seleção de plantas em estádio juvenil e pela utilização de características
correlacionadas. Nesse contexto, é sabido que o pinhão-manso apresenta uma
grande divergência genética, e que o conhecimento sobre os genótipos utilizados
em plantio no Brasil são ainda preliminares (LAVIOLA et al., 2010; LAVIOLA et
al., 2011), principalmente com relação a sua eficiência nutricional.
Com base na capacidade diferenciada de genótipos em converter nutrientes
em matéria seca, as plantas podem apresentar eficiência nutricional distinta (VOSE,
1987). As variáveis consideradas nos processos fisiológicos que abrangem a
eficiência nutricional, tais como absorção de um dado elemento, sua translocação
e utilização pela planta, sugerem controle genético da nutrição (SACRAMENTO
& ROSELEM, 1998). Assim, a eficiência nutricional está relacionada à taxa de
absorção de nutrientes por unidade de comprimento ou de massa de raiz e na
capacidade das plantas em converter os nutrientes em matéria seca (BALIGAR &
FAGERIA, 1998).
Dentre os nutrientes minerais, destacam-se o nitrogênio (N) e o fósforo
(P). Adequado suprimento de N é essencial, devido ao papel que esse nutriente
exerce sobre o crescimento e desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das
plantas (YONG et al., 2010; BATISTA et al., 2014). O P também está envolvido
nos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução, atuando
preponderantemente no sistema fotossintético, na divisão celular, na utilização
de açúcares e amido e nos processos de transferência de energia no metabolismo
vegetal (LÓPEZ-BUCIO et al., 2002; TAIZ & ZEIGER, 2012).
A essencialidade do nitrogênio é indiscutível no desenvolvimento de
qualquer espécie vegetal, e, na cultura do pinhão-manso, este é o elemento mais
requerido (LAVIOLA & DIAS, 2008), por isso o N tem sido estudado, no sentido
381
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
de aumentar a eficiência do seu uso (BALIGAR et al., 2001; YONG et al., 2010).
A adequada disponibilidade de N no solo é um dos fatores necessários para a
obtenção de altos rendimentos e aliado a sua disponibilidade, está o conceito
de eficiência de aquisição e utilização do nutriente, definida como a capacidade
interna da planta de produção por unidade de nutriente, com reflexos diretos no
desenvolvimento da cultura (FAGERIA 1998; MARTINS et al., 2013).
O fósforo é o nutriente que mais limita a produtividade de biomassa em
solos tropicais (NOVAIS & SMYTH, 1999). Dessa forma, muitas vezes, torna-se
necessária a complementação com fertilizantes fosfatados, o que contribui com
o aumento dos custos de produção das culturas. Assim, utilizar genótipos mais
eficientes no uso de P, ou seja, que suportem baixos níveis do elemento no solo
e consigam produzir satisfatoriamente, é uma alternativa de grande valia para
diminuir os custos econômicos e melhorar a eficiência produtiva do setor agrícola.
Nesse sentido, inúmeros estudos indicam variabilidade genética em relação
à eficiência nutricional de fósforo em genótipos de uma mesma espécie, o que
sugere a necessidade de discriminar genótipos eficientes no uso de P (FAGERIA,
1998). Diante do contexto abordado, tem-se por objetivo ressaltar os avanços
alcançados quanto à eficiência nutricional de nitrogênio e fósforo em pinhão-
manso.
382
PPGPV
383
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
genótipos para maioria das variáveis estudadas. Vários trabalhos indicam que
a variabilidade genética entre cultivares foi determinante para diferenciação
dos índices de utilização de nutrientes, inclusive o N (FAGERIA, et al., 1998;
BALIGAR et al., 2001; VALE et al., 2013).
Além da ampla variabilidade genética existente entre acessos de pinhão-
manso (LAVIOLA et al., 2010; ALVES et al., 2013; BHERING et al., 2013),
estes resultados também podem ser justificados pelas diferenças fisiológicas e
bioquímicas inerentes a cada genótipo. Possivelmente os genótipos de alta
eficiência de utilização de N investem relativamente mais em parede celular e/
ou compostos secundários, que talvez aumente o investimento adicional na
performance fotossintética e na maquinaria metabólica, como descrito para outros
estresses em pinhão-manso (YONG et al., 2010; RAJAONA et al., 2013; SAPETA
et al., 2013). As diferenças na utilização de N entre órgãos ou no investimento
em diferentes tipos de compostos podem influenciar decisivamente na eficiência
da planta com relação ao uso de nitrogênio (FAGERIA, 1998; BALIGAR et al.,
2001).
No estudo do pinhão-manso se tem observado que o aumento das
quantidades de N aplicadas no solo implica a aumento linear e crescente do
conteúdo de N nas partes analisadas e consequentemente, aumento de matéria
seca. Entretanto, o ganho expressivo foi maior com a aplicação de doses elevadas
de N, o que necessariamente não evidencia responsividade em relação aos
genótipos (CHRISTO et al., 2014).
A priori, em ambientes com baixo suprimento de N, a relação matéria seca
da raiz e da parte aérea MSR/MSPA é maior, a posteriori, à medida que se eleva os
níveis de N no solo esta relação se modifica, verificado comportamento inverso,
com grande desenvolvimento de parte aérea em detrimento ao crescimento de
raízes (TAIZ & ZEIGER, 2012).
Alguns trabalhos têm evidenciado resultados semelhantes, com aumento
linear do conteúdo de N foliar em relação a elevação do suprimento de N no
solo (YONG et al., 2010; BATISTA et al., 2014). Resultados mostram que a alta
nutrição com N elevou o rendimento de óleo vegetal, do número total de frutos
e de sementes produzidas por planta (YONG et al., 2010) e que estes resultados
estiveram ligados a capacidade da planta em absorver e utilizar o N.
384
PPGPV
385
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
386
PPGPV
387
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
388
PPGPV
BALIGAR, V.C.; FAGERIA, N.K.; HE, Z.L. Nutrient use efficiency in plants.
Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 32, n. 8, 921-950, 2001.
CHUN, L.; MI, LI, J.S.; CHEN, F.J.; ZHANG, F.S. Genetic analysis of maize root
characteristics in response to low nitrogen stress. Plant and Soil, v. 276, n. 2, p.
369-382, 2005.
389
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
HAMMER, G.L.; DONG, Z.S.; MCLEAN, G.; DOHERTY, A.; MESSINA, C.;
SCHUSLER, J.; ZINSELMEIER, C.; PASZKIEWICZ, S.; COOPER, M. Can
changes in canopy and/or root system architecture explain historical maize yield
trends in the US Corn Belt? Crop Science, v. 49, n. 1, p. 299-312, 2009.
390
PPGPV
NOVAIS, R.F.; SMYTH, T.J.; NUNES, F.N. Fósforo. In: NOVAIS, RF,
ALVAREZ, VH, BARROS, NF, FONTES, RLF, CANTARUTTI, RB, NEVES,
JCL. (Eds.) Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência de Solo,
2007. p. 471-550.
SAPETA, H.; COSTA, J.M.; LOURENÇO, T.; MAROCO, J.; LINDE, P.V.;
OLIVEIRA, M.M. Drought stress response in Jatropha curcas: Growth and
physiology. Environmental and Experimental Botany, v. 85, p. 76–84, 2013.
391
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2012. 719 p.
392
PPGPV
Capítulo 18
1. INTRODUÇÃO
393
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2001).
Existe uma contínua busca por uma nutrição que seja ideal, desse modo a
pesquisa permanece continuamente desenvolvendo, avaliando e aprimorando os
métodos de manejo e recomendação de adubação.
2. SOLO
394
PPGPV
Passo 2: Zig-Zag
395
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Para culturas perenes, a coleta deverá ser feita na projeção da copa, seguindo
a mesma área onde é feita a aplicação dos fertilizantes, com a retirada de duas
amostras separadas, uma na profundidade de 0-20 cm e outra na profundidade
de 20-40 cm que será importante na avaliação da necessidade da gessagem. Para
culturas anuais, a profundidade de coleta é de 0-20 cm.
396
PPGPV
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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3. PLANTA
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
400
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Redução da frutificação
402
PPGPV
Fósforo (P)
Cor amarelada das folhas, a princípio
das mais velhas
Folhas novas avermelhadas
Pouco brilho, cor vede-azulada ou
manchas pardas
Potássio (K)
Clorose e necrose das margens e
pontas das folhas,inicialmente nas
mais velhas
Internódios mais curtos em plantas
anuais
Deficiência
Diminuição da dominância apical e
do sistema radicular
Redução do tamanho de frutos
Induz deficiência de Fe
Indução da deficiência de Ca e Mg
Excesso
Efeito salino
403
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Cálcio (Ca)
Amarelecimento de uma região da
margem das folhas mais novas
Crescimento não uniforme das
folhas, formando folhas tortas, às
vezes com um gancho na ponta
Murchamento e morte das gemas
terminais
Dormência das gemas laterais
Deformação de tubérculos,
acompanhada de desintegração
interna
Manchas necróticas internervais
Deficiência
Murchamento de folhas e colapso do
pecíolo
Ponta das raízes com aparência
gelatinosa
Pelos radiculares inchados
Cessação do crescimento apical da
raiz
Pequena frutificação ou produção de
frutos anormais
Pequena produção de sementes,
mesmo com flores normais
Menor nodulação das leguminosas
Magnésio (Mg)
Clorose das folhas, geralmente
começando e sendo mais severa nas
mais velhas
Deficiência
Cloroseinternerval, às vezes necrose
Desenvolvimento de cor alaranjada,
vermelha ou roxa
404
PPGPV
Enxofre (S)
Clorose, primeiro nas folhas mais
novas
Folhas pequenas com enrolamento
das margens
Deficiência Necrose e desfolhamento
Internódios curtos
Redução do florescimento
Menor nodulação nas leguminosas
Boro (B)
Folhas pequenas com clorose
irregular ou sem clorose, de formas
bizarras ou deformadas, mais
grossas e quebradiças, com nervuras
suberificadas e salientes, as vezes
em tons vermelhos ou roxos
Paralisação do crescimento dos
meristemas apicais
Galhas em leque nas brotações
laterais
Aspecto de arbusto
Deficiência
Rachaduras no caule
Raízes escuras com pontas
engrossadas e depois necróticas e
ramificadas
Abortamento floral
Frutos deformados com lesões
externas e internas, com cortiça na
casca
Má polinização
Acúmulo de N nas partes velhas
405
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Deficiência de Fe induzida
406
PPGPV
Fonte: Adaptado de Prezzoti et al. (2007), Fontes (2001), Souza & Fernandes, (2006), Malavolta
(2006), Meurer (2006), Dechen & Nachtigall (2006).
407
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
408
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Passo 2: Amostragem
409
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
410
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Em cada ponto
Coleta o quinto e sexto pares de folhas são pegos 2
Cravo Florescimento de ramos com flor, contando do botão pares de folhas
fechado (com cor) para baixo. em 5 hastes
diferentes
Início da
Crisântemo 4ª folha da ponta (omitir a enrolada) 40 folhas
brotação
411
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
412
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413
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
No
Trigo aparecimento Toda a parte aérea 25 folhas
da espiga
Fim do
Uva Folhas da base do primeiro cacho 30-60 folhas
florescimento
Folhas mais recentemente
Violeta africana 30 folhas
desenvolvidas
Fonte: adaptado de Fontes (2001), Prezzoti ET al. (2007), Dessa (2009), Fontes (2011).
4. REFERÊNCIAS
414
PPGPV
415
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 19
1. INTRODUÇÃO
416
PPGPV
417
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
418
PPGPV
ajustamento osmótico, comparada com o acúmulo de íons como Na+ e Cl- nas
células com ajustamento osmótico. Para algumas espécies, a importância dos íons
inorgânicos pode ser até 10 vezes maior do que os materiais orgânicos (CHAVES
FILHO; STACCIARINI-SERAPHIN 2001; SILVA et al., 2009).
Segundo Calvo-Polanco et al. (2014), as plantas de P. vulgaris são capazes
de superar estresses salinos moderados por um período relativamente curto. As
plantas apresentam modificações capazes de manter o equilíbrio de água por
acúmulo de frutose e redistribuição da localização de proteínas intrínsecas da
membrana plasmática (PIP) no córtex da raiz. A condutividade hidráulica da raiz
é significativamente menor em plantas submetidas ao estresse com NaCl. Isto
pode ser uma das respostas para a redução do crescimento, pois nessas condições
ocorre uma menor condutância estomática e potencial hídrico foliar. Algumas
das proteínas PIP que se modificam durante os estresse salino estão relacionadas
com as aquaporinas das raízes do feijoeiro. De acordo com Gaspar (2011), as
aquaporinas são proteínas relacionadas com o transporte de água e de outras
substâncias. Elas são capazes de manter a condutividade hidráulica da raiz e em
várias espécies já foi demonstrado que as aquaporinas exercem importante papel
sob condições de estresses ambientais.
As proteínas PIP são relocadas para células corticais perto da epiderme e
células circundantes aos vasos do xilema do feijoeiro quando submetido ao estresse
salino. Esta redistribuição dessas proteínas para as células corticais pode facilitar
a entrada de água pela via simplasto, obrigando a água a passar principalmente
pelo plasmodesma ou força o caminho apoplástico (CALVO-POLANCO et al.,
2014), permitindo melhor condução hidráulica das raízes e dificultando a saída da
água para o meio exterior da planta.
Segundo Bayuelo-Jimenez et al. (2012) plantas de feijão sob estresse salino
apresentam decréscimos no crescimento vegetativo por causa da redução da
atividade fotossintética das folhas. As espécies sensíveis ao sal reduzem a taxa
fotossintética devido a uma menor condutância estomática foliar e com isso reduz
a pressão de vapor, e como consequência reduz a transpiração. A consequência
negativa disso é uma menor taxa fotossintética e menor acúmulo de biomassa.
O ajustamento osmótico, de uma forma geral, ocorre em todas as espécies
de Phaseolus sp., sendo que os genótipos mais sensíveis a salinidade apresentam
419
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
420
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424
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426
PPGPV
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
adversas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
AYDIN, A.; KANT, C.; TURAN, M. Humic acid application alleviate salinity
stress of bean (Phaseolus vulgaris L.) plants decreasing membrane leakage.
African Journal of Agricultural Research, v. 7, n. 7, p. 1073-1086, 2012.
428
PPGPV
429
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
430
PPGPV
MUNNS, R. Genes and salt tolerance: bringing them together. New Phytologist,
v. 167, n. 3, p. 645-663, 2005.
NAGESH BABU, R.; DEVARAJ, V. R. High temperature and salt stress response
in French bean (Phaseolus vulgaris). Australian Journal of Crop Science, v. 2,
n. 2, p. 40-48, 2008.
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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86, 2013.
ZEID, I. M. Effect of arginine and urea on polyamines content and growth of bean
432
PPGPV
433
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 20
1. INTRODUÇÃO
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PPGPV
de grande demanda por óleos vegetais, Jatropha curcas L.tem sido divulgado
como uma alternativa para fornecimento de matéria-prima. Esta escolha se baseia
na expectativa de que a planta tenha baixo custo de produção e seja resistente
ao estresse hídrico, o que seria uma vantagem significativa principalmente na
região semiárida do país (BELTRÃO et al., 2007).Além da sua utilização como
biodiesel, o pinhão manso apresenta alto potencial industrial, sendo o resíduo da
extração do óleo rico em proteína (60-65%), podendo ser transformado em um
excelente alimento para aves, ruminantes e peixes (JONGSCHAAP et al., 2007).
O pinhão manso é uma das promissoras culturas energéticas que vem
tomando espaço no mercado de biodiesel. Espécie de porte arbóreo-arbustivo,
pertencente à família Euphorbiaceae, provavelmente originaria da América
Latina, pode surgir de maneira espontânea em regiões semiáridas, de baixas
precipitações e de solos pouco férteis (OPENSHAW, 2000).Na indústria, o óleo
retirado da semente é bastante procurado para a produção de biodiesel (KUMAR
et al., 2008).
Apesar de o seu custo de produção ser muito reduzido, quando comparado
com outras plantas produtoras de biodiesel, ainda existe alguma discussão sobre
o verdadeiro potencial do biodiesel de Jatropha curcas (ACHTEN et al.,2008).
Para além dos fins energéticos, o óleo extraído tem outras aplicações industriais,
tais como a produção de cosméticos, em que se utilizam alguns dos subprodutos
da produção do biodiesel (KUMAR & SHARMA, 2008; ACHTEN et al., 2008).
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
metros, possuindo cinco raízes, sendo uma central e quatro periféricas, isto é,
raízes laterais desenvolvem-se a partir da raiz central (POMPELLI et al., 2010).
As folhas de J. curcassão verdes, esparsas e brilhantes, largas e alternas, filotaxia
em espiral, em forma de palma com três a cinco lóbulos e pecioladas, com nervuras
esbranquiçadas e salientes na face abaxial. Em períodos de seca ou em estação
fria, as folhas caem total ou parcialmente. Floração monóica, apresentando na
mesma planta, mas com sexo separado, flores masculinas, em maior número, nas
extremidades, e femininas nas bases das ramificações. Seu tronco é dividido desde
a base, em compridos ramos, com numerosas cicatrizes produzidas pela queda das
folhas na estação seca, que ressurgem após as primeiras chuvas (SATURNINO et
al., 2005).
O fruto é uma cápsula ovoide, trilocular, indeiscente, carnudo, com diâmetro
que varia entre 1,5 e 3,0 cm. É composto por três sementes cujo teor de óleo se
encontra entre 33-38%. As sementes correspondem a 53-62% da massa do fruto e
medem de 1,5-2,0 cm de comprimento e 1,0-1,3 cm de largura, dependendo dos
tratos culturais, variedade e da conservação após colheita (DIAS et al., 2007).
Ocorre fecundação nos processos de geitonogamia e xenogamia não havendo
autoincompatibilidade na reprodução sexuada (PAIVA NETO de et al., 2010).
A propagação do pinhão manso pode ser seminal ou vegetativa, de acordo
Nunes (2007) a propagação seminal garante um maior vigor e longevidade, porem
pode ocorrer polinização cruzada e assim aumentar a variabilidade genética entre
as plantas. Na propagação vegetativa ha precocidade na produção e plantas mais
uniformes, mas apresentam menor desenvolvimento vegetativo inicial (ALVES
et al., 2008).
Quando comparado com os óleos de mamona e de dendê, o óleo de pinhão
manso apresenta as melhores características para a produção de biodiesel, devido
a sua composição predominantemente de ácidos láuricos. Porem, devido ao
elevado teor de ácidos insaturados seja necessário o uso de aditivos ou o preparo
de misturas com outros óleos, para garantir a sua estabilidade oxidativo (SARIN
et al., 2007).Embora seja utilizado para a produção de óleo, o pinhão-manso
também pode ser utilizado para outros fins, como cercas vivas, adubo verde,
mitigação de efeitos do desmatamento e erosão, e uso na medicina doméstica,
devido à capacidade cicatrizante do látex (ARRUDA et al., 2004).
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
acordo com Mariano et al. (2009), sob condições de déficit hídrico, tem sido
demonstrada uma relação direta entre a redução da concentração intercelular de
CO2, em razão do fechamento estomático, gerando decréscimos na assimilação
do CO2 e no rendimento quântico do fotossistema II. Entretanto, também tem
sido relatado que sob estressehídrico severo, além das restriçõesestomáticas no
suprimento de CO2,podem ocorrer limitações em componentes nãoestomáticos,
com danos nos centros de reação do fotossistema II, os quais podem apresentar
reversão parcial após reidratação (ANGELOPOULOS et al., 1996).
Quando submetidas à deficiência hídrica, as plantas apresentam inibição
no crescimento; alteração na razão raiz e parte aérea, promovendo aumento na
alocação de biomassa para as raízes em detrimento da parte aérea (BARGALI
& TEWARI, 2004); modificações na área e comprimento do sistema radicular,
para explorar um maior volume de solo (TAIZ & ZEIGER, 2013) e melhorar a
absorção de água e nutrientes (GUO et. al., 2010) (Figura 1). Algumas espécies
reduzem o potencial hídrico interno das suas células através do acúmulo de solutos
compatíveis que favorecem a absorção de água do solo, ou simplesmente fecham
os estômatos nos horários de maior demanda evaporativa para manter o equilíbrio
hídrico dentro da célula (NOGUEIRA et. al., 2005)
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
planta assimile mais moléculas de CO2 para cada unidade de água transpirada,
sendo mais eficiente na utilização da água disponível (TAIZ & ZEIGER, 2013).
A aplicação da deficiência hídrica, em plantas de J. curcas, se mostrou promissor
para o aumento de eficiência fotossintética de uso da água na fase inicial do
crescimento. Observou-se uma economia em torno de 20%, em indivíduos
cultivados sob menor disponibilidade hídrica (Ψm = -27kPa) em relação ao
controle, que apresentava Ψm de -15kPa (ROZA, 2010).
Apesar de ser considerada uma espécie tolerante ao déficit hídrico, J. curcas,
como todas as espécies, apresenta condições edafoclimáticas adequadas para
uma elevada produção econômica (ACHTEN et al., 2008). Kheira & Atta (2008)
avaliaram a eficiência de uso da água (EUA) e o rendimento de J. curcasem
diferentes regimes hídricos e constataram diminuição no rendimento de óleo,
tanto com a diminuição quanto com o aumento da água disponível no solo, em
relação a um ótimo, considerado pelos autores como 100% da evapotranspiração.
Estudos apontam J. curcascomo tolerante à seca por desenvolver estratégias
morfológicas e fisiológicas de resistência ou tolerância a solos com baixo teor
de água disponível. Dentre estas estratégias encontram-se ajustamento osmótico
(SILVA et al., 2010),aumento da suculência caulinar (MAES et al., 2009),
redistribuição de fotoassimilados, (DÍAZ-LOPEZ et al., 2012) e outros fatores que
envolvem alterações fotossintéticas. Pompelli et al. (2010) relatou, em trabalho
com J. curcas, diminuição da gs, causada por redução do teor de água no solo.
Como consequência, a diminuição da concentração de CO2, devido à menor gs,
implicou na menor taxa fotossintética. Já Arcoverde et al. (2011) estudando plantas
de J. curcas, cultivados em vasos de 10 L, apresentaram reduções significativas
nos valores de gs no segundo dia de imposição de estresse moderado (50% da
irrigação do controle).
O deficit hídrico ocasiona uma redução da taxa fotossintética devido ao
fechamento estomático. Com os estômatos fechados, ocorre um impedimento da
entrada de CO2 para o interior foliar, limitando o substrato disponível para a enzima
Rubisco, reduzindo a taxa fotossintética e a assimilação de CO2 (CHAVES et al.,
2009). Entretanto, Oliveira (2013), estudando plantas de J. curcas verificou que
após 34 dias de exposição das plantas ao deficit hídrico, gs apresentou redução de
≈70% em relação ao controle, alcançando valores médios de 0,33 mol H2O m-2 s-1
440
PPGPV
para plantas irrigadas e 0,09 mol H2O m-2 s-1 para as estressadas. Comportamento
semelhante ocorreu com a transpiração (E), com uma redução de 50% em relação
ao controle.
Para avaliar o grau de deficiência hídrica de uma planta, é comum utilizar
variáveis que possam ser medidas em folhas, como o teor relativo de água (TRA)
e o potencial hídrico foliar (Ψw), sendo este último o mais utilizado em estudos
fisiológicos (ANGELOCCI, 2002). O Ψwantemanhã é considerado um indicativo
do estado hídrico das plantas (TAIZ & ZEIGER, 2013), pois Ψw acompanha as
variações da demanda evaporativa da atmosfera, alcançando o seu valor máximo
nesse horário e as plantas o seu maior momento de turgescência. Santana, (2012)
ao estudar três genótipos (CNPAE-126, 137 e 139) de J. curcas sob deficit hídrico
moderado (60%), verificou que não houve diferenças do Ψw entre os genótipos.
Dados semelhantes foram verificados por Silva (2013), estudando a deficiência
hídrica (60% da irrigação do controle) com os mesmos genótipos. Essa não
variação do Ψw pode estar relacionada com a presença de caule suculento que
esta espécie apresenta, fazendo com que a água seja redistribuída para evitar a
desidratação dos tecidos (MAES et al. 2009).
Ao estudar dois genótipos de J. curcas(CNPAE-183 e 191) sob deficit
hídrico moderado (50% da irrigação do controle) e seca severa (corte total da
irrigação), Oliveira (2013) verificou que não houve diferenças entres os genótipos,
mostrando assim, que a conservação do teor de água nos tecidos vegetais pode
ser considerada uma estratégia dessa espécie para suportar períodos de deficiência
hídrica no solo. Segundo Silva et al. (2011) o mecanismo de ajustamento osmótico
é o responsável pela manutenção de um alto TRA nos tecidos de J. curcas.
O ajustamento osmótico permite a absorção de água, crescimento de plantas
e expansão da turgescência foliar durante o estresse hídrico, associado à abertura
parcial dos estômatos, permitindo a assimilação de CO2 em baixos potenciais de
água, que são de outra maneira inibitória (ALVES & SETTER, 2004). Entretanto,
com a diminuição da disponibilidade de água no solo, a planta responde
osmoticamente com o aumento dos teores de alguns solutos osmorreguladores,
visando ajustar-se ao ambiente com deficiência hídrica.
Silva (2013), ao pesquisar genótipos de J. curcas submetidos ao deficit
hídrico (60% da irrigação do controle) por um período de 66 dias, verificou que
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
442
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS
443
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
DIAS, L. A. S.; LEME, L. P.; LAVIOLA, B. G.; PALLINI FILHO, A.; PEREIRA,
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PPGPV
MAES, W. H.; ACHTEN, W. M. J.; REUBENS, B.; RAES, D.; SAMSON, R.;
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 918p.
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
448
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Capítulo 21
1. INTRODUÇÃO
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
hídrica (seja por excesso ou escassez, seja por alteração dos padrões de
pluviosidade) e o aumento de irradiância a que as plantas serão expostas, e avalia
o seu impacte na produtividade vegetal. Apenas através de estudos que integrem
essas diversas variáveis se poderá conseguir uma perspectiva realista da afectação
provocadas pelas alterações climáticas globais sobre a produtividade e qualidade
dos produtos agrícolas (DaMATTA et al., 2010). No caso particular da cultura do
café, que detém uma enorme importância econômica e social, quase nada se sabe
sobre os potenciais efeitos destas alterações ambientais, quer ao nível fisiológico
e bioquímico da planta, quer na qualidade do grão produzido. Assim, o objetivo
deste capítulo é fazer uma sumula do conhecimento existente para o cafeeiro,
relativamente à sua capacidade de aclimatação, a sua produtividade e a qualidade
do grão, tendo em conta as previsões de aumento de temperatura e [CO2] do
ar apresentadas pelo Painel Intergovernamental sobre as mudanças climáticas
(IPCC) (IPCC, 2014).
O gênero Coffea inclui pelo menos 124 espécies (DAVIS et al., 2011),
das quais Coffea arabica L. e C. canephora Pierre ex A. Froehner são as mais
relevantes em termos econômicos, pois são responsáveis por cerca de 99% da
produção mundial de café (DAVIS et al., 2012). Nos últimos anos, a produção de
café tem-se situado acima de 8 milhões de toneladas de café beneficiado (ca. 8,7
em 2012 e 2013), proveniente principalmente de países da América do Sul e Ásia
(ICO, 2014a). Estima-se que a cadeia de valor do café (considerando todas as
actividades desde a exportação e transformação até ao produto final para consumo)
gere receitas globais de ca. 173,4 mil milhões US$ (ICO, 2014b), constituíndo a
base económica e social de muitos países da região tropical. O Brasil é o maior
produtor e exportador de café, com cerca de 2,9 milhões de toneladas na safra de
2013 (ICO, 2014a), produzido em diversos Estados, sendo os maiores produtores
Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná, que no seu conjunto
são responsáveis por cerca de 95% da produção brasileira (CONAB, 2014). Esta
cultura envolverá ca. 287 mil produtores, em 1900 municípios, gerando mais de 8
milhões de empregos diretos, tendo facturado ca. US$ 5,28 mil milhões na safra
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aumentando actualmente a uma taxa de ca. 2 μL L-1 por ano e estimando-se que
venha a atingir valores entre 450 e 600 μL L-1 até 2050, e entre 800 e 1150 μL
L-1 em 2100 (DaMATTA et al., 2010; COLLINS et al., 2013; RAMALHO et
al., 2013b). Tendo em conta estas previsões relativas ao aumento da [CO2], o
IPCC estima um acréscimo de temperatura entre 3,7 e 4,8°C até 2100 (IPCC,
2014). Deve contudo referir-se a existência de correntes de pensamento científico
defendendo que o aquecimento global pouco ou nada terá a ver com tal aumento
da [CO2]. As alterações da temperatura estariam particularmente ligadas aos ciclos
de actividade solar, tal como se conseguiu estabelecer relativamente a alterações
climáticas no passado (STEINHILBER & BEER, 2013). Outra hipótese que
defende que o aumento de CO2 não é a causa primário de um eventual aquecimento
global, relaciona as variações (de arrefecimento e aquecimento) do ar com as
variações cíclicas das temperaturas da água do mar, como a Pacific Decadal
Oscillation (PDO), que tem um ciclo bem estabelecido de 60 anos. Estes ciclos de
aquecimento/arrefecimento já foram observados no passado não tendo qualquer
ligação com as variações da [CO2] atmosférica (ALEO & EASTERBROOK,
2011).
Sabe-se que as alterações na [CO2] do ar afetam o metabolismo das plantas e
podem alterar a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas (DRAKE et al.,
1997; OLIVEIRA et al., 2010). De facto, as temperaturas elevadas podem afetar a
generalidade dos processos metabólicos, com impacte na assimilação fotossintética
do carbono, respiração, relações hídricas e na fluidez e estabilidade dos sistemas
de membranas, além de modular os níveis de reguladores de crescimento e de
metabolitos primários e secundários (WISE et al., 2004; WAHID et al., 2007).
Assim, será crucial avaliar se, por um lado, as plantas têm uma capacidade de
adaptação (genética) e de aclimatação (fenotipica) dos seus processos vitais a
uma velocidade compatível com essas transformações ambientais e, por outro,
se a seleção e melhoramento clássico de genótipos serão capazes de obter plantas
adequadas aos cenários climáticos previstos ou se haverá necessidade de utilizar
a engenharia genética para criação de novos genótipos, na tentativa de manter a
produtividade e qualidade das culturas agrícolas.
Em relação ao cafeeiro, tendo por base as estimativas do IPCC relativamente
ao aumento da [CO2] e da temperatura atmosféricas, diversos modelos têm
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
O cafeeiro é uma planta com metabolisno C3, pelo que, ao contrário das
plantas C4, a fotossíntese é limitada pela [CO2] nos sítios ativos da enzima
riboluse-1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase (RuBisCO), no estroma do
cloroplasto (DRAKE et al., 1997). Tendo isso em consideração, o aumento da
[CO2] poderá actuar como uma “fertilização” de Carbono, promovendo o aumento
da taxa de fotossíntese líquida (Pn). Esta subida ocorre assim devido ao aumento
da disponibilidade de substrato nos sítios de carboxilação (CO2) da RuBisCO,
mas também pela competição do CO2 com o O2, levando ao decréscimo da taxa
de oxigenação (e portanto da fotorrespiração) catalizada pela mesma enzima
(DRAKE et al., 1997; LONG et al., 2004; AINSWORTH & ROGERS, 2007;
KIRSCHBAUM, 2011; RAMALHO et al., 2013b). Contudo, a longo prazo, o
aumento de Pn pode levar a uma acumulação de fotoassimilados, devido a uma
insuficiente capacidade de consumo pelos drenos (DRAKE et al., 1999), levando
por seu turno à redução do potencial fotossintético, i.e., à down-regulation (ou
aclimatação negativa) da fotossíntese. A acumulação de fotoassimilados é comum,
levando à desencadear processos de sinalização em cascata da expressão gênica,
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1965; NUNES et al., 1968; KUMAR & TIESZEN, 1976; 1980), reportando-se
valores negligíveis de Pn pouco acima dos 30 ºC. Contudo, esta forte sensibilidade
térmica da Pn não é usualmente observada em condições de campo (DaMATTA &
RAMALHO, 2006). De facto, ao subir a temperatura de 24 para 33 ºC verificou-
se uma redução de 40% na Pn. Contudo, este efeito perdurou apenas nos primeiros
seis dias, tendo-se alcançado valores semelhantes aos obtidos a 24 ºC ao fim de 12
dias, apesar de um aumento de 50% na respiração (FRISCHKNECHT et al., 1982).
Outros trabalhos reportam valores satisfatórios de Pn e gs para temperatura foliar
próxima de 34ºC (CARELLI et al., 1999), enquanto a temperatura necessária para
obter a taxa de fotossíntese máxima atingiu 35 ºC em plantas de C. arabica e C.
canephora (DaMATTA et al., 2001). Dados recentes, mostram igualmente que
Amax se manteve até 37 ºC em ambas as espécies, sendo somente afectada a 40-42
ºC (RAMALHO, com. pessoal).
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um manejo mediado por podas poderá ser imprescindível. Para além disso, podas
regulares das plantas poderão ajudar a manter uma alta capacidade de dreno,
se as condições ambientais relacionadas, por exemplo, com nutrição mineral,
disponibilidade hídrica e temperatura, forem adequadas, de forma a poderem
acompanhar o efeito de fertilização de C proporcionado pelos elevados níveis de
CO2 atmosférico.
Por outro lado, as altas temperaturas podem reduzir o crescimento do
cafeeiro, seja pelas alterações fisiológicas/bioquímicas, como o decréscimo da
capacidade fotossintética e aumento da taxa respiratória, seja, por exemplo, pela
redução do sistema radicular, o que dificulta a absorção de nutrientes. Além
disso, as altas temperaturas também podem provocar aumento da síntese de
etileno (FINGER et al., 2006), que é responsável pela a senescência foliar, pelo
que a queda precoce das folhas pode ser estimulada, com diminuição da área
fotossinteticamente activa. Em muitas culturas agrícolas, os efeitos dos estresses
de altas temperaturas são mais severos no desenvolvimento reprodutivo do que
no vegetativo, associados, por exemplo, com a infertilidade do pólen (YOUNG et
al., 2004). No caso do café, ainda que a Pn possa mostrar afectação apenas acima
de 37 ºC em condições de alta [CO2], a persistência de temperaturas acima dos
35 ºC, particularmente se associadas a uma estação seca prolongada, aumenta
a probabilidade de formação de flores estéreis (tipo “estrelinha”) (CAMARGO
& CAMARGO, 2001), o aumento do aborto de flores (CAMARGO, 2010), ou
a queima da flor antes da antese, afetando a germinação e crescimento do tubo
polínico e consequentemente a fecundação do ovário, impossibilitando a produção
do fruto (CUSTÓDIO et al., 2014). Estes efeitos ao nível da biologia floral terão
portanto severas consequências para a produção. Contudo, é possível que com
o aumento da disponibilidade de assimilados possa aumentar o vingamento
da florada visto que este é um processo muito exigente em termos energéticos
(CHAVES FILHO & OLIVEIRA, 2008). No entanto, a falta de informação
relacionada com os eventos bioquímicos/fisiológicos da floração torna difícil
uma previsão mais exacta dos impactes na produção e sua qualidade. Esta será
assim uma área de estudo a merecer particular atenção no sentido de garantir a
sustentabilidade económica da cultura.
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al., 2001). Tal atraso na maturação permitirá ainda uma maior acumulação de
compostos precursores do aroma (VAAST et al., 2006). De facto, a temperatura
do ar durante o desenvolvimento do grão influencia fortemente o perfil sensorial,
pois atributos positivos tais como a acidez, caracter frutado e qualidade de sabor
foram positivamente correlacionados em cafés produzidos em climas mais frescos
(BERTRAND et al., 2012). Quando comparados com cafés produzidos entre 720
e 920 m de altitude, os cafés produzidos entre 920-1120 m apresentaram menor
corpo e acidez, juntamente com maior teor de açúcares, levando à conclusão que
a altitude promoveu a qualidade (SILVA et al., 2004). Por outro lado, comparando
café produzido a três diferentes altitudes, verificou-se que, independentemente
do genótipo de C. arabica estudado (Bourbon, Caturra e Catuaí), as propriedades
organolépticas como aroma, corpo e suavidade aumentaram a maiores altitudes
(SOLARES et al., 2000). Forte influência da temperatura, pluviosidade, altitude e
latitude na qualidade dos cafés de Minas Gerais foi também observado (BARBOSA
et al., 2012), assim como foi demonstrada uma relação similar entre a qualidade e
a altitude em cafés produzidos nos terraços cultivados da Costa Rica (AVELINO
et al., 2005). Neste último caso, encontrou-se uma correlação positiva entre
altitude e preferência dos provadores, apesar dos teores de cafeína, trigonelina,
lípidos, sacarose e CGA não se terem correlacionado com as características
sensoriais (AVELINO et al., 2005). Complementarmente, Barbosa et al. (2012)
estabeleceram que as variáveis que mais contribuíam para uma descriminação
positiva relacionada com a qualidade eram a temperatura, trigonelina e cafeína,
estando a presença de 5-CQA associada a uma pior qualidade. De facto, a
trigonelina é um importante precursor de compostos voláteis que contribuem
para o aroma e sabor do café torrado (MALTA & CHAGAS, 2009), enquanto a
presença de 5-CQA foi associado anteriormente a bebida de qualidade inferior
(FARAH et al., 2006). Assim, este conjunto de trabalhos associa a maior altitude
e temperaturas mais amenas à melhor qualidade do café produzido, o que estará
relacionado com uma maturação mais lenta e prolongada do fruto.
Por outro lado, trabalhos realizados na Ilha da Reunião, mostraram que o
clima não influenciou os teores totais de lipídos, açúcares e ácidos clorogénicos.
Contudo, observaram-se correlações positivas com a temperatura/altitute e
os teores de 3-CQA e 4-CQA, enquanto o inverso foi observado para 5-CQA,
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contrariamente ao que foi observado por outros autores referidos acima, pelo que
estas variações no teor de ácidos clorogénicos poderá ser altamente dependente
do genótipo em estudo (JOËT et al., 2010). Por outro lado, os ácidos gordos
mais representativos, ácidos linoleico (C18:2) e palmitico (C16:0), motraram
correlação negativa com o aumento da temperatura, enquanto os ácidos esteárico
(C18:0) e oleico (C18:1) mostraram-se positivamente correlacionados com a
temperatura (JOËT et al., 2010).
Nesta perspectiva, os cenários previstos de aquecimento global apontarão
para uma aceleração da maturação do fruto, com consequente perda de qualidade,
o que poderá implicar a migração da cultura para regiões com temperaturas mais
amenas (em altitude e latitude). Ainda assim, deve sublinhar-se de novo a ausência
de trabalhos que relacionem os aumentos concomitantes da [CO2] e temperatura
com a bilogia, reprodução e qualidade do grão, considerando os actuais genótipos
produtores. Esses estudos serão imprescindíveis para obter conhecimento dos
impactes reais ao nível biológico e ajudar a traçar direções nos programas de
melhoramento, de forma a garantir a sustentabilidade económica, social e
ambiental desta cultura num contexto de alterações climáticas e aquecimento
global.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
467
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
5. AGRADECIMENTOS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
468
PPGPV
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mudanças climáticas no zoneamento agroclimático do café no Brasil. Pesquisa
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GUYOT, B.; CILAS C. Effects of slope exposure, altitude and yield on coffee
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BACA, M.; LA¨DERACH, P.; HAGGAR, J.; SCHROTH, G.; ORIANA OVALLE,
O. an integrated framework for assessing vulnerability to climate change and
developing adaptation strategies for coffee growing families in Mesoamerica.
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480
PPGPV
481
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 22
1. INTRODUÇÃO
482
PPGPV
483
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
484
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485
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
486
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487
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
488
PPGPV
similares, com R2 de 0,76 para ambos, porém o resíduo entre os dados das estações
e o 3B43 apontou uma pequena melhora no desempenho da V.7.
Para gerar o produto 3B42, o algoritmo combina a precipitação estimada
pelo TMI (microondas), corrigidas por meio de informações sobre a estrutura
vertical das nuvens pelo PR (radar de precip.). Os produtos do radar passivo
do TRMM passam por uma validação terrestre (Ground Validation – GV) para
minimizar as diferenças entre estimativas por satélite e medições o solo. Esse
produto inclui taxas de precipitação de estações e intensidades estimadas por
radares localizados em superfície em alguns locais do globo. As estimativas são
convertidas para acumulados mensais por meio de interpolação para preencher as
lacunas na continuidade temporal, decorrentes da baixa frequência de passagem,
gerando o produto mensal com espaçamento horizontal de 0,25° x 0,25°, que é
chamado de 3B31. Em seguida, o 3B31 é usado para corrigir as estimativas de
precipitação feitas através do infravermelho de satélites GOES, que é dada a cada
3 horas. Portanto, o produto 3B42 apresenta espaçamento horizontal de 0,25º x
0,25º e frequência de 3 horas (HUFFMAN et al., 2007; FENSTERSEIFER, 2013).
Finalmente, o produto do TRMM ou TMPA (TRMM Multisatellite
Precipitation Analysis) emprega as três fontes adicionais de dados: o instrumento
combinado TRMM (TCI), que combina dados de ambos TMI e o PR – Produto 2B31;
o Centro Global Climatológico de Precipitação (GPCC) análises pluviométricas
mensais; e o Sistema de avaliação e monitoramento climático (CAMS), análises
pluviométricas mensais desenvolvidas pelo Centro de precipitação climática
(CPC) (FENSTERSEIFER, 2013).
Os sensores de micro-onda passivos que o TMPA utiliza são; SSM/I
(Spatial Sensor Microwave/Imager) do satélite DMSP; AMSR-E (The Advanced
Microwave Scanning Radiometer) do satélite AQUA; TMI (TRMM Microwave
Imager) do satélite TRMM; AMSU (Advanced Microwave Sounding Unit)
do satélite NOAA e MHS (Microwave Humidity Sounders) do satélite NOAA
(HUFFMAN et al., 2007).
O produto TMPA é, portanto calculado em quatro etapas resumidamente: 1-
as estimativas de precipitação de micro-ondas são intercalibradas e combinadas;
2- as estimativas de Infravermelho (IR) são criadas com ajuda de uma calibração
baseada também nos resultados das estimativas de micro-ondas; 3- é feita a
489
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
490
PPGPV
491
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
492
PPGPV
493
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
494
PPGPV
max 0.95 0.91 68.34 23.24 748.3 590.8 1.9 7.4 144.4 139.4
min 0.80 0.63 35.39 -18.85 334.33 380.1 0.0 0.0 72.0 89.5
média 0.92 0.84 46.45 8.22 494.5 465.0 0.1 0.3 102.1 110.3
mediana 0.92 0.85 45.79 9.98
MÉDIA DO TOTAL MENSAL (jan. à dez.)
máx. máx. mín. mín. méd. méd.
prec. prec. prec. prec. prec. prec.
r R2 RMSE BIAS OBS TRMM OBS TRMM OBS TRMM
max 0.999 0.998 26.92 23.24 378.1 347.6 52.4 47.5 144.4 139.4
min 0.92 0.85 4.50 -19.62 186.4 203.9 3.4 5.2 72.0 89.5
média 0.99 0.98 17.73 8.20 260.7 271.4 13.3 17.1 102.0 110.3
mediana 0.99 0.99 18.49 9.98
r= coeficiente de correlação; R2= coeficiente de determinação; RMSE= raiz quadrada do erro médio ;
Bias = viés, desvio, erro; Max= máximo; min.= mínimo; méd. = médio; OBS= estações meteorológicas,
observado; TRMM= precipitação por satélite
495
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERENCIAS
496
PPGPV
497
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
498
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502
PPGPV
Capítulo 23
1. INTRODUÇÃO
503
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
504
PPGPV
505
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
506
PPGPV
eq. 1
Em que:
ETcLoc : evapotranspiração média, na área sob irrigação localizada, em mm/dia;
ETc: evapotranspiração potencial da cultura (ETo x Kc), em mm/dia;
KL: fator de correção devido à localização, em função da fase de desenvolvimento
da cultura, do espaçamento, da área molhada e da área sombreada (K < 1,
geralmente de 0,2 a 1,0).
507
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
508
PPGPV
509
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
510
PPGPV
importantes como as perdas de água por percolação, por evaporação e deriva por
vento, pela uniformidade de distribuição de água do sistema e para promover a
lixiviação do excesso de sais na zona radicular, com o intuito de fornecer uma
lâmina adicional de água para compensar essas perdas.
De um modo geral a ITN deve considerar a eficiência de aplicação (EA) e
a fração de lixiviação (FL) necessária para a remoção de sais da zona radicular,
mantendo assim a salinidade em um nível adequado apara o desenvolvimento da
planta. Segundo Frizzone et al. (2012), para aplicação prática da ITN consideram-
se dois casos:
511
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
balanceada quando os volumes infiltrados são maiores que IRN em uma fração da
área e menores em outra (FRIZZONE et al., 2012)
O parâmetro de maior importância para analisar qualquer sistema de irrigação
e a eficiência de aplicação em potencial, a qual é a estimativa da porcentagem do
total de água aplicada na irrigação que atinge a superfície do solo e, ou, as plantas
(BERNARDO, 2009).
Pode-se observar que a eficiência de aplicação é a eficiência de distribuição
versus a eficiência de aplicação em potencial. Para sistemas de irrigação por
gotejamento podem-se desconsiderara as perdas de água por evaporação, vento e
escoamento superficial, resultando em EA = ED +EA + PP (percolação profunda)
= 100%, (FRIZZONE et al. 2012).
512
PPGPV
e quando irrigar.
Pesquisadores têm utilizado diversos métodos para prever as dimensões
do volume de solo molhado sob irrigação por gotejamento. Estes métodos
podem ser classificados em três grandes grupos: numérico, analítico e empírico
(KANDELOUS & SIMUNEK, 2010b; MALEK & PETERS, 2011).
Há uma série de modelos que descrevem a infiltração de uma fonte pontual
ou de uma faixa molhada que pode ser usada para projetar, instalar e gerenciar
sistemas de irrigação por gotejamento. Alguns destes modelos analíticos,
numéricos e empíricos têm sido desenvolvidos para estimar as dimensões do
volume de solo molhado na irrigação por gotejamento superficial e subterrâneo
de uma fonte pontual. Enquanto os modelos empíricos têm sido tipicamente
desenvolvidos utilizando uma análise de regressão de observações de campo,
modelos analíticos e numéricos, normalmente, resolvem equações que regem
o fluxo sob determinadas condições iniciais e de contorno (KANDELOUS &
SIMUNEK, 2010a).
O uso de modelos para descrever ou estimar a distribuição de água no
volume molhado pode ser uma importante alternativa na definição do manejo
da irrigação, permitindo, até mesmo, antecipar resultados de produção para
diferentes opções de manejo (COELHO et al., 1999). Ben-asher & Phene
(1993) propuseram um modelo esférico para o bulbo, formado por um gotejador
localizado subsuperficialmente no solo. Os volumes de água aplicados tendem a
formar bulbos úmidos com formas arredondadas e elípticas conforme descrito por
Zur (1996).
Os limites do volume molhado de solo são razoavelmente bem definidas e
envoltas por uma faixa de solo cuja umidade é inferior à da frente de molhamento
(ZUR, 1996). Há muitas soluções analíticas para equações descrevendo a
infiltração de água de fontes pontuais que permitem a estimação de padrões de
umedecimento do solo a partir das propriedades hidráulicas do solo (CAMP,
1998). Padrões de umedecimento são, normalmente, caracterizados pelo eixo
radial (r) e vertical (z+, z-) que são as distâncias da frente de molhamento do
emissor. Quando suas propriedades hidráulicas são conhecidas, estes modelos
podem fornecer um sistema geral para os valores de r e z (THORBURN et al.,
2003).
513
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
514
PPGPV
515
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
516
PPGPV
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
517
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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PPGPV
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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PPGPV
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521
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 24
1. INTRODUÇÃO
522
PPGPV
2. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
reuso, mas não estabelecem padrões ou diretrizes para sua utilização (BRASIL,
2005; 2010).
523
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
524
PPGPV
525
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
526
PPGPV
3. IMPACTOS AMBIENTAIS
527
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
pode reduzir a possibilidade de contaminação por nitrato, mas isso dependerá das
taxas de assimilação pelas plantas e das taxas de aplicação de esgotos no solo.
A profundidade do lençol freático também poderá determinar a magnitude
do impacto da lixiviação de nitrato. Em áreas com lençol freático raso os efeitos
da lixiviação sobre a qualidade das águas subterrâneas são provavelmente maiores
do que em áreas com lençol freático profundo (HANJRA et al. 2012).
O acúmulo de contaminantes químicos no solo é outro efeito negativo que
pode ocorrer. Dependendo das características dos esgotos, a prática da irrigação
por longos períodos e de forma irrestrita pode levar à acumulação de compostos
tóxicos no solo, como metais pesados (HIDRI et al., 2014). Porém, se o esgoto
for essencialmente doméstico, sem a contribuição de efluentes industriais, o risco
de contaminação por metais pesados é menor, devido ao teor encontrado nessas
águas (VON SPERLING, 2005).
A irrigação com águas residuais também tem o potencial de adicionar
grandes quantidades de sal e sódio ao solo, que podem afetar a disponibilidade de
água para as culturas e interferir nos atributos físicos do solo, causando dispersão
da argila, entupimento dos poros e redução da permeabilidade (MUYEN et al.
2012).
Segundo Bernardo et al. (2006) algumas opções para evitar ou tratar
problemas de salinidade e de sodicidade no solo consistem em realizar uma
drenagem adequada, lixiviar o excesso de sais, utilizar culturas mais tolerantes e
aplicar corretivos, como o gesso.
Além de problemas físicos e químicos, o aproveitamento agrícola de águas
residuárias também está associado a alguns riscos sanitários, pela possibilidade
da presença de microrganismos patogênicos, como vírus e bactérias que têm o
potencial de causar doença e impacto na saúde humana e animal (SOUZA et al.,
2011). Segundo a Organização Mundial da Saúde vários fatores podem afetar a
sobrevivência dos microrganismos no meio ambiente, entre os quais destacam
a umidade, a temperatura e a radiação solar. Temperaturas elevadas, baixa
umidade e incidência direta dos raios solares contribuem para um menor tempo
de sobrevivência dos microrganismos (WHO, 2006).
Apesar dos efeitos negativos causados pelo reuso de esgoto de forma
indiscriminada, o correto manejo da irrigação, a utilização de taxas de aplicação
528
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4. ASPECTOS NUTRICIONAIS
529
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
530
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532
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533
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
6.1. Nitrogênio
534
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6.2. Fósforo
6.3. Potássio
535
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
6.4. Cálcio
Pode-se observar que o teor de cálcio na parte aérea no capim Tifton 85 foi
superior em relação ao teor na parte aérea da Brachiaria em todos os níveis de
nitrogênio aplicados, notando-se maior extração desse nutriente pelo capim Tifton
85, que é um cultivar de grande exigência nutricional.
Comparando a adubação mineral com as doses de esgoto doméstico
aplicadas, em ambas as forrageiras, o teor de cálcio na parte aérea não diferiu.
Esse resultado tem relação à maneira de adubação adotada, assim como ocorreu
com outros nutrientes.
O teor de cálcio na parte aérea no capim Tifton 85, com adubação mineral
e fertirrigadas com efluente, encontra-se na faixa adequada (0,3-0,8 dag dm-
3
) recomendada por Werner et al. (1996). Contudo, para Brachiaria, os teores
estão abaixo do esperado (0,3-0,6 dag dm-3), mas as mesmas não apresentaram
deficiência nutricional em virtude do período de crescimento, pois estavam no
período de senescência e não foi realizado adubação complementar.
6.5. Magnésio
536
PPGPV
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
537
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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PPGPV
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541
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 25
1. INTRODUÇÃO
542
PPGPV
Diante do exposto, esse capítulo tem por objetivo usar o nível crítico e a
faixa de suficiência para avaliar a condição nutricional de uma lavoura de café
conilon (Coffea canephora) no sul do estado do Espírito Santo.
2. MATERIAL E MÉTODOS
543
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
N 3,00 Fe 131,00
P 0,12 Zn 12,00
K 2,10 Mn 69,00
Ca 1,40 B 48,00
Mg 0,32 Cu 11,00
S 0,24 - -
544
PPGPV
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
Figura 1. Valores médios dos macronutrientes (dag kg-1) e o nível crítico adotado
para a lavoura cafeeira (dag kg-1).
545
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
546
PPGPV
547
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Figura 5. Valores médios dos micronutrientes (mg kg-1) e o nível crítico adotado
para a lavoura cafeeira (mg kg-1).
548
PPGPV
do ferro pode estar muito crítica e mesmo assim, em curto prazo, a planta continuar
frutificando bem. O Fe e o Zn são nutrientes de difícil translocação das partes
mais velhas do vegetal para as mais novas, podendo ocorrer deficiência quando o
crescimento da planta é rápido.
O Mn e B estavam acima da faixa de suficiência, ou seja, esses micronutrientes,
podem estar causando toxidez na planta ou simplesmente na faixa de consumo de
luxo, não sendo necessário aplicar fertilizantes que contenham os mesmo. O Cu é
o nutriente em maior equilíbrio da lavoura, sendo que 71,43% das amostras estão
dentro da faixa de suficiência.
4. CONCLUSÃO
549
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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551
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
552
PPGPV
Capítulo 26
1. INTRODUÇÃO
2. EVAPOTRANSPIRAÇÃO DA CULTURA
553
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
554
PPGPV
entre locais e climas. Doorenbos & Pruitt (1977) ressaltam que é indispensável a
coleta de dados no local, para culturas irrigadas, de preferência sobre o período
vegetativo e desenvolvimento da cultura. Portanto, o Kc é dependente do tipo de
cultura, de variáveis climáticas, da taxa de evaporação do solo e do estágio de
desenvolvimento da cultura.
O coeficiente de cultivo, para uma determinada fase, pode se constituir de
um único valor (Kc único) ou da soma de dois valores, descrevendo separadamente
o efeito da evaporação (Ke) e da transpiração (Kcb) entre as superfícies (grama x
campo cultivado). Para fins de planejamento e manejo da irrigação, normalmente
tem sido utilizado o Kc único, sendo esta metodologia mais popular. Assim, os
efeitos da transpiração e da evaporação da água do solo são combinados em um
único coeficiente. Apesar desta metodologia ser mais recomendada para o cálculo
da ETc nos caso em que a freqüência de aplicação de água seja maior ou igual a 7
dias, a mesma pode também ser utilizada para períodos diários.
Os valores de Kc normalmente apresentados na literatura e utilizados
pela maioria dos técnicos que trabalham com irrigação se baseiam em uma
frequência de umedecimento para uma cultura padrão, sob condições ideais de
desenvolvimento, em uma área irrigada. Isso quer dizer que os mesmos são válidos
para culturas que estejam em desenvolvimento pleno, sem apresentar qualquer
tipo de deficiência hídrica ou nutricional. Além disso, os valores divulgados pela
FAO são válidos para clima sub-úmido, no qual a umidade relativa média mínima
diária (URmin) se encontra na faixa de 45% e a velocidade média do vento, medida
a 2,0 m da superfície (u2), de 2,0 m.s-1. Sempre que as condições climáticas locais
diferirem destas, os coeficientes devem sofrer correções para que possam melhor
representar a evapotranspiração do cultivo (CARVALHO & OLIVEIRA, 2012).
Carvalho et al. (2006) estimaram a demanda de irrigação suplementar
para a cultura do milho, no Estado do Rio de Janeiro, utilizando-se coeficientes
de cultivo corrigidos para as diferentes fases de desenvolvimento da cultura.
Utilizando dados de 34 estações meteorológicas, os autores constataram variações
expressivas nos valores de Kc para as diferentes fases de desenvolvimento da
cultura e encontraram diferenças de até 103 mm na lâmina total de irrigação,
correspondendo a 48% da necessidade hídrica da cultura do milho.
Os boletins FAO 24 (DOORENBOS & PRUITT, 1977) e FAO 56
555
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
556
PPGPV
kc − kc ini (2)
kc i (fase 2) = kc ini + med i
L fase + 1
em que:
kci = valor de kc para o dia i, na respectiva fase;
Lfase = duração da fase 2 ou fase 4, em dias;
i = número de dias após o início da fase 2 ou fase 4.
2.2.1. Kcini
557
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2.2.2. Kcmed
h (5)
kc med = kc med (tab) + [0,04.(u2 - 2) - 0,004.(URmin - 45)].( )0,3
3
em que:
kcmed (tab) = coeficiente de cultura médio tabelado;
u2 = velocidade média diária do vento (m.s-1) a 2,0 m de altura, , para 1,0
m.s-1 ≤ u2 ≤ 6,0 m.s-1;
URmin – umidade relativa média mínima diária (%), para 20% ≤ URmin ≤
80%; e
h = altura da planta na fase correspondente, m.
2.2.3. Kcfim
558
PPGPV
h (6)
kc fim = kc fim (tab) + [0,04.(u2 - 2) - 0,004.(URmin - 45)].( ) 0,3
3
em que:
kcfim (tab) representa o coeficiente de cultura tabelado para o final do ciclo.
559
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
∆ARM = ±(I + P ± ES − P + A
C ± ∆FS − ET ) (8)
ET = I + P ± ∆ARM (10)
560
PPGPV
561
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Com a técnica do balanço de água no solo foram desenvolvidos estudos
para se determinar o coeficiente de cultivo da figueira (ANDRADE et al., 2014),
batata (CARVALHO et al., 2013) e beterraba (OLIVEIRA NETO et al., 2011).
Nestes trabalhos foram considerados diferentes manejo do solo, sistemas de
cultivo, métodos e frequência de irrigação.
Na Tabela 1 estão apresentados os dados de coeficiente de cultivo da
batata, cultivada no período de maio a agosto de 2010, sob espaçamento de 0,8 m
entre linhas de plantio e 0,4 m entre plantas, além dos coeficientes recomendados
pela FAO. As irrigações foram efetuadas por um sistema de irrigação por
gotejamento. O ciclo da cultura foi dividido quatro fases de desenvolvimento:
Plantio até emergência (fase I); do final da fase I até o surgimento dos tubérculos
(fase II); do final da fase II até o início da senescência (fase III); do início da
senescência até a colheita (fase IV).
562
PPGPV
563
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564
PPGPV
565
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1.4
1.2
Coeficientes de cultivo (Kc)
T1 T2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
jun/11 jul/11 set/11 nov/11 dez/11 fev/12 abr/12 mai/12
Período de avaliação
Figura 2. Coeficientes de cultivo (Kc) mensal da cultura da figueira. T1: turno de
rega igual a 2 dias; T2: Turno de rega igual a 4 dias. (Fonte: Andrade et al., 2014).
4.2. Lisimetria
566
PPGPV
567
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
isolado e consorciado com os valores propostos por Doorenbos & Kassam (1994),
observam-se diferenças nas fases inicial e final do ciclo. Segundo Souza et al.
(2012), os valores para o consórcio encontraram-se bem similares aos valores
recomendados pela FAO 33, quando corrigidos diariamente, enquanto que para
o cultivo solteiro, as oscilações na fase inicial e final foram mantidas. Esse
comportamento pode ser influenciado pelas alterações energéticas e aerodinâmicas
proporcionadas pelo sistema consorciado.
Na fase I o Kc do milho consorciado foi inferior ao milho solteiro, sendo
constatado que a partir desse momento a mucuna-cinza possivelmente passou a
influenciar o incremento de demanda hídrica. Adicionalmente foram observadas
diferenças significativas entre as durações das fases de desenvolvimento, com
acréscimo de 4 dias no ciclo total do consórcio. Segundo Fancelli & Dourado
Neto (2005) os valores de Kc na fase I, para o milho no Brasil, vão de 0,20 a
0,40. Todavia, com base nos resultados obtidos por Souza et al. (2012), caso
esses valores fossem adotados para as condições estudadas, a cultura passaria
por estresse hídrico no início do desenvolvimento, podendo haver reflexo na
produtividade.
Tratando-se do Kc da berinjela obtido pelo lisímetros comparado ao
recomendado pelo boletim FAO 56 (ALLEN et al., 1998), verifica-se uma
diferença significativa em ambos os sistemas de cultivo. O valor Kcini obtido para
o plantio direto foi inferior ao apresentado por Allen et al. (1998), e para o Kcmed,
ambos os valores foram inferiores, apesar de apresentar um valor próximo ao
Kc do preparo convencional do solo. Os valores Kcfim observado em ambos os
sistemas foram maiores do que o Kc sugeridos pela FAO.
Apesar da produção de berinjela nos dois sistemas de preparo do solo não
apresentarem diferenças significativas (CARVALHO et al., 2012), observa-se que
a partir do florescimento (fase II), o sistema convencional apresentou os maiores
valores de Kc. Tal resultado pode ser justificado pela falta de cobertura do solo,
o que elevaria o potencial da contribuição da evaporação da água. Na fase IV
é verificada uma redução da diferença entre os valores de Kc, provavelmente
provocado pela redução de resíduos sobre a superfície do solo no sistema plantio
direto.
Ao verificar os valores de Kc sugeridos por outros estudos para as culturas
568
PPGPV
5. REFERÊNCIAS
BISCARO, G.A.; LEAL FILHO, O.M.; ZONTA, T.T.; MENDONÇA, V.; MAIA,
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
CARVALHO, D.F.; SILVA, D.G.; ROCHA, H.S.; ALMEIDA, W.S.; SOUSA. E.S.
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Agrícola, v. 33, p. 201-211, 2013.
570
PPGPV
571
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 27
1. INTRODUÇÃO
O solo é constituído de poros (ocupado por água e/ou ar), material orgânico,
organismos e principalmente por partículas minerais, as quais dependem, como
outros atributos, da rocha de origem e do grau de intemperização (REZENDE
et al., 2002). A porção mineralógica da fração argila é a mais influenciada pela
intensidade do intemperismo e serve como base para distinção dos solos e também
para orientação de práticas de manejo (KER, 1998). O grau de intemperismo pode
ser observado, dentre outras questões, através do componente textural do solo,
em função da relação entre diâmetros de partículas e pela qualidade do material.
O termo textura refere-se à proporção relativa das frações granulométricas
(argila, silte e areia) que compõem a massa do solo. Diz respeito à granulometria
do material sólido que integra cada horizonte (OLIVEIRA et al., 1992).
Dentro dos métodos de atributos diagnósticos do solo tem-se a relação silte/
argila, que é normalmente utilizada para diferenciar horizonte B latossólico de
B incipiente, quando eles apresentam características morfológicas semelhantes,
principalmente para solos cujo material de origem é proveniente da alteração de
rochas do embasamento cristalino. A relação silte/argila é utilizada como base
para avaliar o estágio de intemperismo presente em solos de região tropical.
Vários autores afirmam que a mineralogia dos solos é resultante da integração
dos processos e fatores de formação, o que leva ao estudo do relevo como fator
condicionador de teores e cristalinidade dos minerais da fração argila.
De acordo com EMBRAPA-SNLCS (2013), o horizonte B latossólico
apresenta espessura mínima de 50 cm, textura mais fina que franco arenosa com
572
PPGPV
baixos teores de silte, de maneira que a relação silte/argila seja menor que 0,7. No
caso específico dos Latossolos vermelho-amarelos, Ker (1998) afirma que este,
além de ser o solo que apresenta a maior e mais ampla distribuição geográfica
no Brasil, é caracterizado por grande heterogeneidade no que diz respeito à
fertilidade natural e também à composição textural, sendo esta última desde 15%
até mais de 80% de argila.
Montanari et al. (2005) constataram, estudando a variabilidade espacial
de duas formas do relevo que, apesar de os latossolos serem considerados solos
antigos, altamente intemperizados, dependendo na posição da paisagem, podem
apresentar características não próprias desta classe. Esses resultados se devem
à variabilidade espacial dos atributos do solo relacionados com as variações do
relevo.
Em vários trabalhos tem-se adotado o modelo digital de elevação (MDE)
no auxilio das relações que influenciam a topografia e a hidrologia, com isso,
contribui para os levantamentos pedológicos, estabelecendo limites exatos entre
classes de solo (CAMPOS et al., 2006). A relação entre propriedades do solo e
relevo tem sido muito abordada em diversos estudos, devido ao seu conhecido
papel como fator de formação do solo (CHAGAS et al., 2013).
Park & Burt (2002) afirmam que atributos do terreno são os mais importantes
indicadores da variação das propriedades dos solos, por isso o entendimento do
solo como um corpo natural que possui variação tridimensional e que se origina
a partir da inter-relação dos fatores de formação e sob a ação dos processos
pedogenéticos favorece a compreensão da geografia dos solos, assim como
a predição do comportamento destes (BOCKHEIN et al., 2005). Comentam
ainda que, os solos de uma encosta variam em resposta ao movimento de água
e ao transporte superficial de sedimentos, processos estes que são controlados
pelas formas da superfície. Segundo Campos et al. (2007) o entendimento do
comportamento da granulometria do solo é importante para se compreender a
distribuição dos sedimentos, a dinâmica de formação de uma vertente e fazer
inferências sobre o comportamento do solo.
Cabe ressaltar que o objetivo deste capítulo não é utilizar a relação silte/
argila para a caracterização de horizontes do solo em estudo e sim analisar a
variabilidade espacial desta relação em amostras coletadas nas camadas de 0-20
573
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
cm e de 20-40 cm.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1. Modelo digital de elevação (MDE) da área de estudo a partir dos pontos
amostrais indicando os vetores de escoamento superficial.
574
PPGPV
575
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
576
PPGPV
577
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578
PPGPV
Silte/Argila
0-20
579
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Silte/Argila
20-40
580
PPGPV
4. CONCLUSÕES
5. REFERENCIAS
581
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
RESENDE, M.; CURI, N.; REZENDE, S.B.; CORRÊA, G.F. Pedologia: base
para distinção de ambientes. 4.ed. Viçosa: NEPUT, 2002. 338p.
582
PPGPV
583
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584
PPGPV
Capítulo 28
Eduardo de Sá Mendonça
Paulo Roberto da Rocha Junior
Felipe Vaz Andrade
Guilherme Kangussú Donagemma
1. INTRODUÇÃO
585
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2. DISCUSSÃO
586
PPGPV
587
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588
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589
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
590
PPGPV
591
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
et al. 2012).
O preparo convencional na camada superficial do solo (denominada camada
arável) promove momentaneamente o aumento da rugosidade e tortuosidade do
solo, eleva a porosidade total do solo, reduz à resistência do solo a penetração de
raízes e aumenta a infiltração de água (BOLUAL et al., 2011; BRAMORSKI et al.,
2012). Por outro lado, com o advento das chuvas rapidamente estas características
do solo arado/gradeado podem ser alteradas, podendo levar a maiores perdas de
água e de solo já nos primeiros eventos de chuva (ÁLVAREZ-MOZOS et al.,
2012; BRAMORSKI et al., 2012).
Atualmente a aração e gradagem são os procedimentos mais comuns para
a reforma ou estabelecimento de pastagens do Brasil. Este manejo visa eliminar
pelo menos momentaneamente as plantas espontâneas, além disso, reduz a
compactação superficial e aumenta a infiltração de água no perfil do solo (DIAS-
FILHO, 2011).
A adoção de práticas de preparo mínimo comparado ao preparo convencional
é uma excelente opção para a reforma e estabelecimento das pastagens uma vez
que este procedimento reduz drasticamente as perdas de solo além de promover
maior índice de cobertura (Tabela 3) (SANTOS et al., 1998). No entanto, a
utilização do preparo mínimo ainda é pouco explorada, isso porque a transição
do preparo convencional para o plantio direto nem sempre é uma tarefa fácil
(GARCIA-PRÉCHAC et al., 2004).
Tabela 3. Índice de cobertura e perdas de solo por erosão, sob chuva natural, em
diferentes tratamentos de pastagem
Tratamento Índice de cobertura % Perdas de solo (t ha-1 ano)
Solo descoberto 0 151,2
Pastagem plantada em covas +
2,62 17,3
escarificação
Pastagem plantada em covas 2,5 22,9
Pastagem escarificada 3,93 4,3
Fonte: Adpatado de Santos et al. (1998).
592
PPGPV
593
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594
PPGPV
595
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
596
PPGPV
nutrientes no solo. Ressalta-se que parte da forragem consumida pelo gado é re-
depositada ao solo de modo concentrado, por meio das fezes e urina, entretanto
nem sempre esta distribuição ocorre de forma uniforme (DIAS-FILHO, 2011).
O que se observa de maneira em geral é que a deposição ocorre próximo as áreas
de descanso, onde grande parte pode ser perdida por lixiviação. Este aspecto
foi observado por Kayser et al. (2007) em estudo desenvolvido na Alemanha,
onde observaram que ate 25 % do potássio que é depositado pela urina pode ser
lixiviado.
Já Di & Cameron (2004) com estudo de mesmo enfoque de Kayser et al.
(2007) demostraram na Nova Zelândia que as perdas de Ca e Mg por lixiviação da
urina são da ordem de 213 kg ha-1 e 17 kg ha-1, respectivamente.
Cabral et al. (2012) mostrou que grande parte das perdas de nutrientes
está ligada a compactação do solo. De acordo com estes autores o aumento
da densidade solo leva a menor absorção pela planta de nutrientes como N, P
e K. A compactação favorece as perdas do solo por escoamento superficial em
áreas de pastagens. Devido à redução da produção de matéria seca da pastagem,
culminando na redução da cobertura do solo e consequente aumento do processo
erosivo.
Embora sejam diversas as formas de manejo inadequados capazes de
interferir na ciclagem de nutrientes e acarretar degradação da pastagem, o manejo
adequado da fertilidade pode levar ao aumento da produção da pastagem, e
reduzir a exposição do solo diminuindo os riscos de perda por erosão (PERON
& EVANGELISTA, 2004). Townsend et al. (2010) verificaram que a correção
da acidez do solo elevando a saturação por bases para 40 % e a adubação do solo
com 100 kg ha-1 de N, 50 kg ha-1 de P2O5 e 60 kg ha-1 de K2O, pelo menos a cada
dois anos promoveram incrementos no acúmulo forragem, na cobertura de solo e
na altura de planta da gramínea, reduzindo a participação de plantas invasoras em
pastagem degradada de U. brizantha cv. Marandú.
Por sua vez Noronha et al. (2010), em estudo desenvolvido em Rondônia,
verificaram em diferentes formas de manejo para a recuperação de pastagens de
U. brizantha, que a adubação fosfatada (75,5 kg ha-1), associada à sua reforma
com plantio direto do arroz ou da soja, proporcionaram incremento na matéria
seca, obtendo produtividade em valores acumulados de até 30.025 kg ha-1.
597
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
598
PPGPV
Figura 4. Efeito das diferentes adubações na taxa de cobertura do solo por Capim
Marandù e plantas espontâneas após 35 dias de repouso. Barras seguidas da
mesma cor não diferem entre si pelo teste Scott-Knott (p > 0,05). Fonte: Adptado de
Cabral et al. (2012).
599
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
600
PPGPV
601
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
602
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
603
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
1085-1094, 2010.
612
PPGPV
Capítulo 29
TECNOLOGIAS EM FERTILIZANTES
NITROGENADOS A BASE DE URÉIA
1. INTRODUÇÃO
613
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
2. DISCUSSÃO
614
PPGPV
615
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
N
H 3 (aq ) → N
H 3 (ar ) ↑
Assim em solos ácidos, como os que predominam no Brasil, ao contrário do
que ocorre com a ureia, outros fertilizantes nitrogenados contendo N amoniacal,
tais como o sulfato de amônio e o nitrato de amônio, tendem a manter a maior
parte do N na forma NH4+, que é estável.
Após a aplicação ao solo, a ureia é hidrolisada pela enzima urease, uma
enzima extracelular produzida por bactérias, actinomicetos e fungos do solo. A
ureia aplicada pode ser rapidamente hidrolisada em dois ou três dias, dependendo
da temperatura e umidade do solo, quantidade e forma pela qual a ureia é aplicada
616
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O (N
C H 4 ) 2 + 2 H 2O ↔ ( N
H 4 ) 2 3H 3
(N
H 4 )2 C
O 3 ↔C O 2 + 2NH 3
N
H 3 + H 2O ↔ N H 4 +OH −
617
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Segundo Trenkel (1997), não existe uma definição oficial que diferencie
fertilizantes de liberação lenta (slow release fertilizer) e controlada (controlled
release fertilizer). Entretanto, os fertilizantes de liberação lenta são comumente
referidos no comércio como os dependentes de decomposição microbiana (ureia
formaldeído), enquanto os fertilizantes de liberação controlada se referem aos
revestidos ou encapsulados.
Bennett (1996) não diferencia fertilizantes de liberação lenta e controlada.
618
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619
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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ponto de fusão típico entre cerca de 47 e 64 °C. Outros tipos de ceras são ceras
à base de petróleo ou minerais sintéticos. As ceras são geralmente utilizadas por
um aditivo, ou um agente de aderência para fazer boas propriedades de vedação
(ZHANG, 2005).
Revestidos com polímero (PC) - Fertilizantes revestidos com polímeros
(PCF) representam os mais avançados tecnicamente fertilizantes de liberação
controlada. Eles incluem um núcleo de fertilizante solúvel em água e um ou mais
camadas de polímero. Existem grandes variedades de polímeros para revestir
os fertilizantes. Nesses fertilizantes, a liberação de nutrientes vai acontecer por
difusão através de uma membrana semipermeável de polímero. A água penetra o
revestimento e dissolve o núcleo. A velocidade de liberação pode ser controlada
pela variação da composição e da espessura do revestimento. A variação de
pressão pode causar fissuras ao granulado, a partir da qual passa o fertilizante
para o solo (SHAVIV, 1996).
Para Trenkel (2010) os principais problemas na produção de polímeros
revestindo fertilizantes são as escolhas do material de revestimento e o processo
utilizado para aplicar esse revestimento ao grânulo do fertilizante. A liberação
do nutriente através de uma membrana de polímero não é significativamente
afetada pelas propriedades do solo, tais como: pH, salinidade, textura, atividade
microbiana, potencial redox, força iônica da solução do solo, mas sim pela
temperatura e umidade e permeabilidade do revestimento de polímero. Segundo
o autor é possível prever a liberação de nutrientes a partir do revestimento de
polímero dos fertilizantes para um determinado período de tempo.
O processo de encapsulação/revestimento influi diretamente no mecanismo
e intensidade do processo de liberação. A espessura e a natureza química da resina
de recobrimento, a quantidade de microfissuras em sua superfície e o tamanho do
grânulo de fertilizante também contribuem para determinar a curva de liberação
de nutrientes ao longo do tempo.
Segundo Chitolina (1994) nos fertilizantes recobertos por resinas e
polímeros ocorre liberação de nutrientes quando da disponibilidade de água e
temperatura do solo por volta de 21°C. A taxa de liberação de nutrientes pelos
grânulos de fertilizante está diretamente relacionada ao aumento da temperatura
do solo, que promove expansão da camada de resina, provocando aumento
623
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
624
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
625
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
e reduzir gastos com mão de obra e energia. Entretanto a diminuição das perdas
e o aumento na disponibilidade de nutriente deve ser de forma significativa para
a possível diminuição das doses aplicadas e o maior custo do fertilizante, o que
se concretizará através de muita pesquisa associada a uma analise econômica
(relação custo-benefício).
A incorporação desta nova tecnologia possibilita, também, a distribuição
mais homogênea dos nutrientes no solo favorecendo a sincronização entre o
fornecimento destes e a demanda fisiológica da planta, que se encontra em plena
atividade metabólica (OERTLI, 1980 & PERIN et al., 1999).
Entretanto apesar do alto potencial dos fertilizantes de liberação lenta e de
liberação controlada em aumentar a eficiência de aproveitamento dos fertilizantes
nitrogenados, o uso desses produtos ainda é limitado pelo alto custo em comparação
com os fertilizantes convencionais (CANTARELLA, 2007).
Com base nos conhecimentos expostos, fica evidente que as indústrias de
fertilizantes têm contribuído significativamente com a agricultura, investindo em
tecnologias que podem resultar em ganho de produtividade, reduzindo as perdas
de N, evitando-se consequentemente possíveis prejuízos para os produtores
e também futuras contaminações para o meio ambiente. Para tanto, cabe à
comunidade científica, investir em experimentos que permitam a validação dessas
novas tecnologias em fertilizantes.
4. REFERÊNCIAS
626
PPGPV
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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633
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 30
1. INTRODUÇÃO
634
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635
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
636
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2.2. Macrofauna
637
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638
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640
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641
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
642
PPGPV
4. AGRADECIMENTOS
643
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
5. REFERÊNCIAS
644
PPGPV
and disturbed soil cores. Soil Biology & Biochemistry, v.60, p. 142-155, 2013.
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
Capítulo 31
1. INTRODUÇÃO
648
PPGPV
649
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
as limitações físicas uma vez que, com a drenagem, o solo pode tornar-se coeso
dificultando o desenvolvimento radicular que pode ficar restrito à superfície. Com
isso, a reserva de água, na parte subsuperficial do solo, pode não ser aproveitada.
Os solos tiomórficos geram problemas além da parte agronômica, afetando
outros objetivos com os da engenharia civil. Nesse sentido, deve-se observar o
tipo de concreto, ferragens, planejamento de estradas, e sistemas de drenagens
devido à corrosão; particularmente em relação à corrosão do concreto: duas
situações podem ocorrer (Van HOLST & WESTERVELD, 1973) como a
formação de estringita um alumíniotricálcio (3CaOH.Al2O3) e sua reação com o
gesso (CaSO4) na presença do sulfato resultando na formação da sulfo-aluminita
hidratada (3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O) que gera grande incremento em volume
na sua cristalização e uma alta pressão no concreto, reduzindo a sua resistência, e;
a presença do sulfato causando a formação direta do gesso que também aumenta
de volume, embora menos acentuado do que a estringita. Além disso, o manejo
inadequado dos SSA afeta aspectos sociais e econômicos quando os desertos
químicos são formados impactando ainda o ambiente com a eliminação da
vegetação e formação de água com valores de pH extremamente baixos.
3. OCORRÊNCIA
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4. IDENTIFICAÇÃO
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
do enxofre quanto maior o teor de matéria orgânica no meio, maior será o teor
de pirita. Durante o processo de formação, a flutuação da maré remove HCO3-
formado durante a redução do sulfato, diminuindo o pH favorecendo o equilíbrio
para formação da pirita. Essa flutuação ainda fornece pequenas quantidades de
O2 necessários para a oxidação parcial de sulfeto a enxofre elementar (ou para
dissulfito), precursor da pirita, sendo este mecanismo fortemente influenciado
pela taxa de sedimentação e pela vegetação do ambiente.
A Pirita (FeS2) é o principal mineral sulfetado capaz de produzir reação ácida.
A seqüência de reações (figura abaixo) inicia-se pela oxidação do sulfeto pelo O2
(Equação 1). O Fe2+ é então oxidado a Fe3+, podendo sofrer hidrolise produzindo
mais acidez (Equação 2 e 3). Porém em pH mais ácidos (abaixo de 3,5), a hidrólise
do Fe é minimizada, aumentando a atividade do Fe3+. Em condições de excesso de
Fe3+, esse ferro atua como receptor de elétrons na superfície dos cristais de pirita,
tornando o principal mecanismo de oxidação da pirita (Equação 4) (MELLO &
ABRAHÃO, 1998).
656
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Efeitos diretos
SO 42- pH H +
Al 3+ Fe 3+ Fe 2+
⇑ ⇓ ⇑ ⇑ ⇑ ⇓
Efeitos indiretos
NH 4+ (Ca, Mg, K) P
⇓ ⇓ ⇓
NO 3-
⇓
657
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
6.1. Toxidez
6.1.1. ALUMÍNIO
Em solos com valores de pH < 3,5 os íons H+ e Fe3+ podem inibir o
desenvolvimento das plantas, mas o alumínio solúvel é a principal causa. Alumínio
é o principal cátion trocável em solos tiomórficos (RORISON, 1973). Ele também
esta presente como um hidróxido coloidal ou como sulfato básico. Em valores de
pH menor do que 4,0 a 4,5, a sua solubilidade é incrementada (LINDSAY, 1979;
Van BREMENN, 1973).
O alumínio pode ser tóxico em concentrações a partir de 1 a 2 mg.dm-3,
embora haja uma grande variação de tolerância entre espécies vegetais e entre
variedades também. O efeito tóxico do alumínio pode ser, em parte, evitado com
algumas práticas de manejo como; utilização de espécies adaptadas a maior acidez
e a utilização desses solos em épocas de alta pluviosidade de forma a diluir o
efeito da acidez (Van BREMMER, 1993). A adição do fluoreto como complexante
do Al na forma de fluorapatita, resulta em um aumento na disponibilidade do P e
no pH e consequente aumento na produtividade (TANG et al.,1993),
6.1.2. FERRO
658
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(DENT, 1986). Em antigos solos tiomórficos, o teor de Fe2+ normalmente não é tão
alto, porque parte do ferro está nas formas de óxidos cristalizados. Por outro lado,
os solos tiomórficos jovens são os que apresentam maiores valores de Fe2+ em
solução. Concentração de Fe2+ acima de 9 mol.m-3 é tóxico para o arroz (NHUNG
& PONNAMPERUMA, 1966), mas diferentes variedades de arroz apresentam
uma larga faixa de tolerância.
6.1.4. SALINIDADE
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Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
664
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Do ponto de vista químico, esses solos são distróficos. A saturação por bases
desses solos são em média de 27% (Tabela 3). Isso reflete a pobreza química
dos sedimentos que os originaram. A elevada CTC desses solos está relacionada
com a presença de altos teores de matéria orgânica (Tabela 3). A fração argila
que predomina nos horizontes subsuperficiais é composta predominantemente por
caulinita, que pouco contribui na CTC desses solos principalmente quando em
condições mais ácidas.
Um dos pontos importantes é que esses solos podem ser considerados como
ambientes conservadores e de menor erosão. Isto é, quando em condições de
relevo plano a erosão é mínima e como apresentam CTC elevada nos horizontes
superficiais e são pouco permeáveis em profundidade, não há lixiviação intensa.
Com essa função de “filtradores”, adsorvem metais pesados e outros materiais
neles depositados. Em geral, solos orgânicos próximos a manguezais recebem a
carga de contaminação dos rios oriundos da poluição tornando-os contaminados
por metais pesados e desequilibrando esse ecossistema frágil e complexo
(FORTUNATO et al., 2012). Via de regra, a drenagem artificial, com consequente
mineralização da matéria orgânica, pode causar a redução desse poder de reter
cátions e liberá-los para o ambiente. No entanto, a disponibilidade dos nutrientes
não é um dos maiores problemas para o seu uso agrícola, mas sim a dificuldade de
correção da acidez e a possibilidade de fitotoxidez por Fe2+, Mn+, Al3+ e S2-.
A baixa disponibilidade de P (Tabela 3) e elevados teores de matéria
orgânicas são condições típicas sendo comum encontrar teores de Na+ em torno
de 0,26 cmolc kg-1 nos solos não tiomórficos do Estado (SANTOS et al., 1987;
OLIVEIRA et al., 1983, EMBRAPA, 1978) valores estes que são bem inferiores
das médias encontradas para os solos tiomórficos do Tabela 3. Teores de alumínio
trocável elevados são típicos desses solos tiomórficos e, nesse aspecto, no Espírito
Santo, esses solos apresentam elevada saturação por este elemento em torno de
30% a 50%, respectivamente para os horizontes superficiais e subsuperficiais
(Tabela 3).
9. PROBLEMAS AMBIENTAIS
665
Tópicos Especiais em Produção Vegetal V
10. CONCLUSÕES
666
PPGPV
11. REFERÊNCIAS
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