RESUMO
observado que 68 destes eram fumantes, um dado que ensino fundamental completo, 32 (32%) possuíam ensino
despertou a curiosidade. médio completo e 7 (7%) eram analfabetos.
Cientes de que a Comunidade da Cidade 2000 é Quanto à prática do tabagismo, foram encontrados 55
composta de 7459 habitantes, de acordo com o IBGE( 7 ), (55%) tabagistas e 45(45%) não tabagistas. Sendo que dos
resolveu-se realizar nova pesquisa e aplicamos um fumantes estudados 34 (34%) indivíduos iniciaram a prática
questionário a fim de ser levantado o percentual de tabagistas nos últimos nove anos, 19 (19%) fumavam há menos de 10
de uma amostra da população e identificar as possíveis anos.
complicações cardiopulmonares associadas ao tabagismo
Nº fumantes
relatadas pelos próprios participantes da pesquisa. Desejamos
identificar a necessidade de um acréscimo ambulatorial no 20 19
serviço fisioterapêutico para o atendimento preventivo e
primário das complicações respiratórias dos indivíduos 15
13
fumantes da Comunidade da Cidade 2000.
10 9 9
MÉTODO
5 5
Este trabalho observacional de natureza quantitativa
compõe-se em um inquérito epidemiológico do tipo
0
descritivo e transversal.
< 10 anos 10 a 20 anos > 40 anos Tempo de
Foi realizado na Comunidade da Cidade 2000, bairro (34,5%) (23,5%) (9%) (16,5%) (16,5%) vício
da Região Metropolitana de Fortaleza Ceará que, segundo
dados do IBGE apresentam um total aproximado de 7459
habitantes. Os dados foram coletados aos sábados e feriados, Figura 1: Distribuição dos tabagistas quanto ao tempo da
durante o segundo semestre do ano de 2004. prática. Fortaleza, Ceará. 2004.
A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação Em relação às principais queixas referidas relacionadas
de um questionário constituído de questões fechadas e ao tabagismo, foram relatadas entre outras a tosse (22%),
abertas. As variáveis estudadas foram: 1) distribuição por pigarro (16%), a falta de ar (14%) e o acúmulo de secreções
sexo; 2) nível de escolaridade da amostra estudada; 3) a (14%) (Fig. 2). Dentre estes fumantes, 54% procuram o
prática do tabagismo; 4) tempo de evolução da prática; 5) atendimento do posto de saúde local para tratamento de saúde
sintomatologia referida relacionada ao fumo e 6) motivação nos casos mais imediatos.
para a prática do tabagismo.
Após a prévia delimitação da área da comunidade, foi
escolhida de forma aleatória uma amostra constituída por
100 indivíduos, independentemente do sexo, todos com idade
superior a 15 anos.
A participação das pessoas se deu por meio da aceitação
do convite a ingressarem na pesquisa tendo como
contrapartida a assinatura de um termo de consentimento
livre e esclarecido tendo sua identidade e todas as
informações reveladas mantidas sob sigilo. O projeto de
pesquisa foi submetido à avaliação e aprovação do comitê
de ética e pesquisa da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
RESULTADOS
Em nossa pesquisa na Cidade 2000 foi preenchido um
total de 100 questionários sendo 61% mulheres e 39%
homens.
Quanto a escolaridade da amostra estudada: 10 (10%) Figura 2: Distribuição dos tabagistas segundo as
indivíduos possuíam alguma graduação, 51 (51%) tinham complicações relatadas. Fortaleza, Ceará. 2004.
Quanto a motivação de manutenção do tabagismo as contamos com cerca de 33 milhões, no Brasil. Isso implica
principais causas relatadas foram: o vício propriamente dito um crescimento da ordem de 32% em 10 anos(9).
(33%), pelo prazer percebido (31%) e pelas influências das No que se refere às complicações relacionadas ao fumo,
companhias (23%). apesar de não procedermos com exames para diagnósticos,
cada pessoa questionada poderia assinalar mais de um item
% e o que observamos com maior número de citações foi a
35 33 tosse. Logo depois, ocupando a segunda e terceira posições
31
30 em complicações citadas, vieram a falta de ar e acúmulo de
25 secreções consecutivamente. Sinais estes que podem estar
23
relacionados com futuras implicações respiratórias que
20
deverão ser tratadas.
15
10 A fim de respaldar nossa pesquisa quanto à necessidade
10 de um acréscimo ambulatorial no atendimento fisioterápico
5 3 4
2 1 no posto de saúde, um quesito do questionário perguntava
0 motivação qual serviço de saúde era procurado caso houvesse a
Por prazer necessidade de atendimento para tratamento destes sinais de
Para se sentir seguro
complicações respiratórias relatados pelos próprios
Contra a timidez Pelo vício
entrevistados. Encontramos que dos 55 tabagistas, 54,5 (%)
Para esquecer problemas Por causa dos pais
procuravam o serviço público do posto de saúde enquanto
Pelas companhias Quando bebe que 45,5 (%) possuíam planos de saúde. Ninguém assinalou
o serviço privado e nem filantrópico.
Figura 3: Distribuição dos tabagistas por suas razões à prática
do vício. Fortaleza, Ceará. 2004.
CONCLUSÃO