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Caso Prático nº1

3. Estamos perante um problema de determinação da obrigação, esta tanto pode


dizer respeito à certeza como à liquidez da mesma. A determinação do pedido é um
pressuposto processual atípico, segundo o Professor Rui Pinto, porque não estão em
causa factos constitutivos do direito alegado mas condições de configuração do pedido.
É por esta razão que a sentença de oposição à execução que julgue da certeza ou
liquidez da obrigação exequenda não alcança valor de caso julgado material como
decorre do artigo 732º, nº5 CPC a contrario.
No caso concreto o problema que se coloca prende-se com a liquidez. Esta
traduz-se na qualidade da obrigação que esteja quantitativamente determinada. Neste
sentido o exequente não pode, na execução, formular pedido ilíquido sem proceder à
respetiva liquidação. Como tal, deve ter lugar, preliminarmente à execução
propriamente dita, uma operação de quantificação da obrigação, a liquidação.
Regra geral, não podem ser deduzidos na ação executiva pedidos ilíquidos ou
genéricos segundo o sentido do artigo 556º CPC, tal só se verifica em três casos.
Quando se pedem juros vincendos, artigo 716º, nº2 CPC; no caso previsto no artigo
716º, nº3 CPC quando haja sanção pecuniária compulsória e por último quando se
verifique alguma das situações previstas no artigo 716º, nº7 CPC.
No caso concreto não estamos perante nenhum destes três casos.
Assim sendo cabe ter em conta a regra geral prevista no artigo 716º, nº1 CPC
que determina que nos casos de obrigação ilíquida é no requerimento executivo que
devem ser feitos os cálculos do valor do pedido de modo a torna-lo liquido.
No entanto a verdade é que segundo o Professor Rui Pinto, cabe ter em conta a
distinção entre a chamada liquidação por simples cálculo aritmético, que se traduz num
ato processual do exequente assente em factos que estão abrangidos pela segurança do
titulo executivo ou podem ser oficiosamente conhecidos pelo tribunal e agente de
execução e a liquidação que não depende de simples cálculo aritmético que assenta em
factos não abrangidos pela segurança do titulo executivo, não são de conhecimento
oficioso e como tal são passiveis de gerar controversão.
A regra geral do artigo 716º, nº1 CPC diz respeito à primeira modalidade, 724º,
nº1 al h) CPC, podendo o valor liquidado, neste caso, ser impugnado em sede de
oposição à execução.
No caso concreto estamos no âmbito da liquidação que não depende de simples
cálculo aritmético que implica um incidente processual, o incidente de liquidação
porque a sentença na ação declarativa não liquidou os danos resultantes do acidente,
dada a falta de elementos necessários à respetiva contabilização o que permite que os
mesmos continuem a ser controvertidos.
Tais factos carecem por isso de uma valoração judicial a ter lugar em processo
declarativo incidental de simples apreciação do valor da obrigação. Neste incidente
processual o credor, neste caso C, têm o ónus de indicar o valor que lhe parece
adequado aos factos os devedores , A e B, tem o ónus de contestar quer os factos quer o
valor.
A grande dúvida que se colocava neste caso era a de saber se a liquidação teria
lugar em incidente da própria execução ou ao invés se a mesma estaria sujeita ao ónus
de liquidação em incidente na ação declarativa previsto no artigo 358º, nº1 CPC
Tal como já ficou demonstrado, a solução correta é a segunda, de acordo com a
posição defendida pelo Professor Rui Pinto, dado que o titulo executivo em presença é
uma sentença, 703º, nº1 al a) CPC, tendo lugar a aplicação do disposto no artigo 704º,
nº6 CPC ao invés do disposto no artigo 716º, nº 4 CPC, visto não estarmos perante um
titulo executivo extrajudicial. Neste sentido existiria ónus de liquidação nos termos do
artigo 358º, nº1 CPC que não tendo sido cumprido faz com que nos termos do artigo
726º, nº1 e nº2 al a) CPC o juiz indefira liminarmente o requerimento executivo dada a
insuficiência do título executivo por falta de determinação, dada a iliquidez da
obrigação.
No entanto suscitam-me dúvidas tal solução, nomeadamente no que concerne à
existência de ónus de liquidação nos termos do artigo 358º, nº1 CPC, dado que o
mesmo consagra tal ónus para as situações de pedidos genéricos que se reportem a uma
universalidade ou às consequências de um facto ilícito. Ora no caso concreto, a situação
é de responsabilidade objetiva ou pelo risco nos termos do artigo 503º, nº1 CC, isto é, o
agente fica adstrito a indemnizar o lesado independentemente da existência de ilicitude
e de culpa. Disto decorre que não se encontra preenchido o disposto no artigo 358º, nº1
ultima parte do CPC e como tal, não tendo C o ónus de liquidação em sede de ação
declarativa, a liquidação incidental têm lugar em incidente da própria execução cujo
regime é o previsto no artigo 716º, nº4 CPC ex vi 716º, nº5 CPC.
Quanto a A e B, estes são citados para contestar em oposição à execução,
mediante embargos sob pena da obrigação ficar fixada nos termos do requerimento
executivo.

Alexandre Ferreira Severino;


Número 27915;
4º ano; turma A; subturma 3.

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