Sousa e Nunes
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Gonçalves, nº 249, centro, Valença, Bahia, CEP 45.400-000, tendo em vista as
razões e fatos que passa a expor e requerer:
1. PRELIMINARES
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
2. DOS FATOS
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Que devido há horas de espera, por volta de 13:15 solicitou informações
com um funcionário, que orientou apresentar o documento diretamente no caixa,
assim o autor fez, foi submetido a retirar outra senha de nº VEC 125 ás 13:27;
Que explanou toda a demanda, no entanto, foi informado que o seu nome
não constava no sistema da Ré para efetuar o pagamento, que deveria passar pelo
atendimento, posto que era necessário realizar assinaturas;
Que por volta de 16h o autor indignado com tanta demora, se dirigiu ao
preposto da Ré para colher explicações, momento que o mesmo de forma
desdenhosa disse: não posso fazer nada!
Que além do autor estava com ele para a mesma demanda outros colegas
que podem atestar de forma veemente o descaso e a desdenha que a Requerida
agiu com o autor;
Que completou 18h e o autor ainda estava lá aguardando a boa vontade dos
prepostos da Ré realizar o atendimento, e o pior, o autor esteve na sexta, retornou
na segunda e mesmo assim depois de tanta humilhação e descaso assinou os
documentos e não houve o pagamento do autor; (conforme contrato assinado que
consta a data dia 09.04.2018, doc. anexo)
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Excelência, o autor possui inúmeros compromissos, necessitava do dinheiro,
e depois de ter esperado dias, horas e mais horas ainda recebe a infeliz notícia que
seu dinheiro só poderá ser retirado no outro dia, ESTAMOS FALANDO DE UMA
EMPRESA MILIONÁRIA, QUE DEVERIA PRESTAR UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA PARA
O CONSUMIDOR, TODAVIA, SUBMETE OS MESMOS A AGUARDAR 5H POR UM
ATENDIMENTO QUE NA VERDADE SE TORNOU FRUSTRADO!!!!!!!
O ABSURDO NÃO PARA POR AI, após o infeliz atendimento o autor solicitou
um comprovante constando o horário de saída da empresa Ré, foi orientado a
procurar o Sr. gerente, isso o fez, o autor solicitou ao gerente um comprovante ou
até mesmo uma assinatura na própria senha de atendimento constando o horário
de saída, no entanto, de forma curta e grossa, o mesmo se recusou;
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do descaso a que é submetido quando é obrigado a tanto tempo permanecer no
interior da agência.
disponível tem de ser empregado em algo útil, para o promovido pouca importa,
porque anualmente seu lucro líquido beira os bilhões de reais, logo, não há
clientes.
3. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (Arts. 186 e 187), causar dano a
outem fica obrigado a repara-lo.”
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Deve o banco promovido ser condenado a indenizar a partir de ao menos
três pontos de vista, o primeiro mais conservador e o último ousado mas que
responde a novas necessidades criadas pelo mercado de consumo e pelo agir
pouco ético dos fornecedores.
Vejamos:
a) O promovido deve ser responsabilizado por que a espera na fila por
tempo superior ao tempo razoável definido por lei municipal - caso exista - e pelo
senso comum causa dano moral , visto por fora – o dano imaterial - apenas como
as consequências negativas do ato no espírito ou na psique do ofendido , muito
embora, sabe-se, o dano moral não signifique apenas isso, somente um abalo
relevante na alma, mas alcance, mesmo sem o padecimento anímico, toda
circunstância em que ocorra ofensa a um direito de personalidade.
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3.2 DO DANO MORAL
No caso em tela se pode: (1) conceituar o dano moral como algo que vai
muito além da tranquilidade pessoal, da necessidade de ser ter um mínimo de paz
de espírito assegurada, e que compreende todas as violações a direitos de
personalidade, e (2) conjugar esse conceito mais abrangente de dano moral com a
noção de tempo e com a visão que se deve ter do tempo para a pessoa, conforme
a doutrina parece conceber como desvio produtivo do consumidor.
Toda vez que um fato desses acontece, isto é, toda vez que dado
fornecedor entrega ao consumidor um produto final defeituoso ou o submete a
uma prática legalmente proibida, o consumidor acaba precisando desperdiçar o
seu tempo e desviar as suas competências – de atividades necessárias ou por ele
preferidas – para tentar sanar o problema criado pelo fornecedor, o que tem um
custo de oportunidade intrinsicamente irrecuperável, que o consumidor não deseja
para si.
Evidenciado está que a voluntariedade inerente ao processo de consumo –
quando o consumidor despede seus recursos e deixa de fazer alguma coisa em
consequência de sua livre escolha e vontade – dá lugar a uma situação de
contrariedade e de perda para ele.Explicando melhor: nessas circunstâncias
recorrentes de mau atendimento, o consumidor é levado a se afastar de uma
atividade que deveria ou desejaria estar realizando – como trabalhar, estudar,
consumir, cuidar de si, divertir-se, descansar, estar com entes queridos– para
gastar seu tempo e suas competências na tentativa de resolver um problema de
consumo ao qual não deu causa, mas que o está sujeitando a algum prejuízo,
potencial ou efetivo.
Afinal de contas, as pessoas sempre querem mais tempo – principalmente
“tempo livre”– do que a porção que lhes cabe em vida, uma vez que o tempo
representa, na conclusão de economistas, “a medida suprema da riqueza
humana”.
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Consequentemente, o “tempo” – no sentido de tempo pessoal, útil ou livre;
de recurso produtivo limitado da pessoa - deveria integrar, ao lado da vida, da
saúde, da liberdade, da igualdade, da privacidade, da honra, da imagem, do
patrimônio material etc., o rol de bens e interesses jurídicos expressamente
abrigados pela Constituição da República, o que atualmente não ocorre no Brasil…
Todavia entende-se que, muito embora as “situações de desvio produtivo
do consumidor” possam de fato ser consideradas um dano injusto, o “tempo” –
por ser o suporte implícito da vida, recurso produtivo basilar e bem primordial da
pessoa humanas – merece tratamento jurídico especial que o destaque, fora da
mencionada cláusula geral de tutela da personalidade – a qual provavelmente
aprisionaria o desvio produtivo a um mero “novo fato gerador de dano moral”...
De todo modo, as situações cotidianas de mau atendimento, ao fazer com
que o consumidor inconformado precise se desviar de suas atividades habituais –
para tentar sanar a falha do fornecedor que esteja lhe causando algum tipo de
prejuízo -, acarretam invariavelmente a perda definitiva de uma parcela do tempo
de vida do consumidor, bem como ocasional o redirecionamento indesejado das
suas competências.
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O mesmo não se pode dizer de certos casos de demora no cumprimento de
obrigação contratual, em especial daqueles em que se verifica desídia, desatenção
ou despreocupação de obrigados morosos, na grande maioria das vezes pessoas
jurídicas, fornecedoras de produtos ou serviços, que não investem como deveriam
no atendimento aos seus consumidores, ou que desenvolvem práticas abusivas,
ou, ainda, que simplesmente veem os consumidores como meros números de sua
contabilidade.
Por isso, afigura-se razoável que a perda do tempo, ainda que não implique
prejuízo econômico ou material, dê ensejo a uma indenização.
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A indenização também pode encontrar a sua razão de ser no argumento de
doutrina que confere ao dano moral e à responsabilidade civil o papel preventivo:
Uma vez erigida a reparação do dano como instrumento de construção de uma
sociedade pós-moderna, a Responsabilidade Civil encontra no dano moral uma
válvula de escape das tensões sociais, e aproveita a sua capilaridade para assumir
novos papéis.
Sem grande lógica, o dano moral se torna dano moral punitivo ou dano
moral com caráter de desestímulo, profilático, pedagógico e tantas outras
denominações que demonstram a prevalência cada vez mais da forma sobre o
conteúdo.
A reparação do dano pela perda do tempo passa a ter não apenas uma
função punitiva, mas, sobretudo, preventiva.
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Autores como Paolo Gallo aludem para os reati bagatellari , ou seja, ilícitos
criminais insignificantes e que, por isso, tornam a lesão penal excessivamente
gravosa, razão pela qual defende como uma das hipóteses de aplicação da
indenização punitiva.
Mas, a nosso ver, é possível ampliar esse campo não apenas para micro
lesões que tipifiquem uma conduta penal, mas também micro lesões que
constituam simples formas de ilícitos civis.
Portanto, pode-se falar em dever de indenizar do réu.
4. DOS PEDIDOS
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b) Seja a Ré condenada a indenizar pelos DANOS EXTRAPATRIMONAIS,
no importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) estes com maior relevância,
tendo em vista que o Autor foi terrivelmente ludibriado, enganado, perdendo a sua
paz, constituindo uma absurdo do tamanho do sol! Portanto, seja o valor fixado ser
valorizando o princípio inibidor de tal conduta;
5- Que seja condenada a Ré, nas custas processuais pertinentes ao feito,
bem como nos honorários advocatícios sucumbenciais, no percentual de 20%,
sobre o valor da causa, nos exatos termos da Lei Federal nº 8.906/94, por ser
imperativo de Justiça;
6- Em respeito ao art. 319 do CPC, VII, manifesta interesse na realização
da Audiência de Conciliação;
7- Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em lei
admitidas, INCLUSIVE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS ANEXOS A ESTA
EXORDIAL, RATIFICANDO A AUTENCIDADE, bem como pelo depoimento pessoal do
Representante da parte Ré, que fica desde já requerido, sob pena de confesso,
oitivas de testemunhas, juntadas de novos documentos, etc.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à presente lide o valor de R$ 37.480,00(trinta e sete mil e duzentos
reais), nos exatos termos do artigo 291, do NCPC.
Aritana Nunes
OAB/BA 52.625
Laiane Sousa
OAB/BA 34.756
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