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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

LUZ, CÂMERA, AÇÃO:


a Guerra Fria vista pelas lentes do cinema Hollywoodiano e a
disseminação ideológica anticomunista.

Trabalho final a ser apresentado em


cumprimento as exigências da disciplina
HIS-117: Prática em Pesquisa Histórica
I; ministrada pelo Prof. Dr. Francisco
Eduardo Pinto.

Fabiano Silva de Oliveira

Mariana

Dezembro de 2011
OBJETIVOS

Para o decorrer deste trabalho, podemos elencar alguns objetivos que irão reger
o decorrer desta pesquisa. Primeiramente, buscaremos identificar como o cinema
Hollywoodiano reproduziu nas suas produções, o conflito informal entre Estados
Unidos e União Soviética ocorrido durante a Guerra Fria. Após essa etapa, pretendemos
identificar como foi veiculada nessas obras, uma ideologia negativa sobre o Comunismo
e sobre a União Soviética.

Após esta etapa, pretendemos identificar como a sociedade norte-americana foi


“influenciada” por esse veículo de comunicação de massa e como esses conceitos
repassados nas obras cinematográficas alteraram o modo de vida e a forma como esta
sociedade se relacionava, tanto entre as demais nações globais como o modo de
relacionar-se consigo mesma.

JUSTIFICATIVAS E FORMULAÇÃO DO TEMA

"O cinema é um modo divino de contar a vida."

Federico Fellini

Desde a antiguidade o modo como as sociedades se enxergavam foi objeto de


estudo de diversos trabalhos. A partir da forma como esse olhar era realizado, as
análises que posteriormente foram feitas, serviram para identificar os costumes e as
práticas que vigoravam entre os elementos presentes em cada cultura. Como resultado,
era possível a identificação das características que diferenciavam e distinguiam as
sociedades umas das outras. Exemplo disso é quando utilizamos os documentos e
jornais da época da Grande Crise de 1929 para termos uma noção, mesmo sendo
mínima, de como os problemas econômicos gerados pela quebra de Wall Street foram
enfrentados pela população nas diversas partes do mundo.

A partir dessas práticas, podemos entender como a sociedade se relacionava


entre si e como os governos eram exercidos através das políticas desempenhadas pelos
líderes nacionais. Esse modo de governar, sempre objetivava o melhor para a nação.
Entretanto, na manutenção da união nacional, uma necessidade básica era a criação de
elementos e objetivos comuns a todos os membros da sociedade. Ao cumprimento

2
desses objetivos, criava-se assim, na população o imaginário de que a construção
nacional era algo acessível a todos os elementos da sociedade e que a para um bom
funcionamento nacional era necessário que governo e população dialogassem em
sintonia uns com os outros.

Essa “construção da sociedade” poderia ser feita através da construção e


consolidação de ideias e de correntes ideológicas. Através da formulação de ideias, as
sociedades geriam o seu cotidiano e as relações que se tinham eram embasadas pelas
correntes de pensamento de cada época específica. Podemos dizer com isso, que as
ideologias de cada sociedade regiam a vida e o cotidiano das mesmas. E esta será a
principal temática deste trabalho. O que pretendemos demonstrar é como a ideologia
negativa criada pelo governo norte-americano sobre o Comunismo e da União Soviética
foi disseminada na sociedade, tendo como veículo de transmissão, as produções
cinematográficas produzidas no período da Guerra Fria.

Esse conflito teve início após o término da Segunda Guerra Mundial. Tendo
como principais nações os Estados Unidos da América e a União Soviética, a disputa
pelas zonas de influências e pela defesa dos modos econômicos que cada nação
defendia, dividiu o globo terrestre em duas partes, cada uma com as suas devidas
características. Saído da Segunda Guerra Mundial com as suas reservas econômicas
bastante favoráveis e na qualidade de principal investidor econômico para a
reestruturação europeia, o governo dos Estados Unidos da América viu na União
Soviética na expansão do Comunismo pela Europa, inimigos ao modelo econômico que
praticava. Entretanto, o que os americanos não levaram em consideração foi o fato de
que a União Soviética, apesar de pertencer aos aliados na Segunda Guerra Mundial, saiu
do conflito com importantes baixas, tanto econômicas quanto sociais. Os Soviéticos não
tinham condição para uma disputa, uma vez que os problemas internos impediam outro
conflito bélico. Os norte-americanos, com esse pavor sem motivos ao comunismo,
tentaram por inúmeros meios conter o avanço dessa corrente na tentativa de
desestabilizar o governo de Moscou. Essas medidas não se restringiram somente ao
contexto internacional, uma vez que o solo norte-americano também serviria de palco
para essa “partida de xadrez” entre capitalistas e comunistas.

Como já dissemos, a peculiaridade deste conflito foi o não enfrentamento direto


entre as duas nações. Durante o período em que se estendeu a Guerra Fria, de 1947 a

3
1991, não houve sequer nenhum disparo de armamento ou nenhuma declaração formal
de guerra entre as duas nações. Essa casualidade, segundo alguns estudiosos, se deve ao
fato das duas grandes potências terem desenvolvido em seu arsenal militar, ogivas
nucleares que, se detonadas, fatalmente comprometeriam a vida no planeta afetando não
só o lado inimigo. Entretanto, se o temor gerado por essa ameaça nuclear não permitiu o
conflito direto entre os dois países no campo bélico, o embate se daria nos demais
setores da sociedade. Teremos a disputas nos setores econômicos, políticos, sociais,
culturais e até mesmo no campo esportivo quando houve o boicote da delegação
americana aos Jogos Olímpicos do ano de 1980. Nesta ocasião, os americanos se
recusaram a mandar os seus atletas para as disputas a serem realizadas em Moscou. Esse
gesto, visto com maus olhos pela comunidade internacional, foi repetido quatro anos
depois pelos soviéticos e os demais países da Cortina de Ferro que se recusaram a
disputar as modalidades olímpicas em Los Angeles.

Essa disputa também se fez sentir no campo das ideias. Veremos que no período
posterior a Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano irá disseminar
mensagens negativas sobre o comunismo à sociedade norte-americana. Uma verdadeira
onda histérica e psicótica quanto a essa corrente de pensamento será criada dentro do
país, visando como uma verdadeira obrigação ao “bom americano” combater a “ameaça
vermelha” que partia de Moscou. Pregando a luta contra o Comunismo, teremos por
parte do governo norte-americano uma verdadeira “caça as bruxas” dentro de seu
próprio território. Na tentativa de frear o crescimento da esquerda dentro dos Estados
Unidos da América, liberdades foram caçadas, discursos foram forjados e ideias foram
sendo construídas com o intuito de eliminar qualquer possibilidade de associação dos
americanos ao comunismo ou com a esquerda democrática. Segundo Sean Purdy:

“as investigações publicadas contra a suposta


subversão de intelectuais, artistas e funcionários
do governo federal, resultaram em inúmeras
demissões, centenas de sentenças de prisão e
algumas execuções.”1

Essa onda de pânico e temor frente ao comunismo irá tomar conta da sociedade.
O país que sempre fôra conhecido como a “Terra da Liberdade” viveu os seus piores
dias, já que o medo da “ameaça vermelha”, imaginário criado pelo governo norte-
1
KARNAL, Leandro. PURDY, Sean. FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. e MORAIS, Marcus
Vinícius de. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p:230

4
americano e a dúvida haviam sido semeados na população, uma vez que a Casa Branca
afirmava que a ameaça comunista poderia estar instalada na vizinhança “morando ao
lado”, ou frequentando os demais lugares da sociedade.

A propaganda anticomunista irá adentrar a fundo na sociedade. Programas de


“tv”, rádio, jornais, e demais meios de comunicação, todos serão os porta-vozes do
Governo nesta cruzada contra as políticas aplicadas pela União Soviética. A produção
cultural da época será utilizada como veículo para as mensagens do governo, uma vez
que “todo produto cultural pode servir de emissor dessas mensagens subliminares” 2.
Nesta época, o cinema e a televisão desempenhavam um importante papel na sociedade.
Assim como hoje, esses meios de comunicação eram formadores de opinião, sejam elas
certas ou erradas sobre os mais variados assuntos. O público então, absorvia os
conceitos explorados no cinema ou na televisão e utilizava-os no cotidiano.

O cenário que será repassado à sociedade americana, glorificará a América e


demonizará a União Soviética. Os veículos de comunicação de massa exaltarão o modo
de viver norte-americano, utilizando o modo consumista gerado pelo capitalismo como
algo a ser estimulado pela população enquanto o modo de vida gerado e vivenciado pelo
comunismo será execrado nas produções da época.

Achamos que a justificativa deste projeto consiste na identificação de como a


sociedade pôde ser influenciada por um meio de comunicação. Veremos neste caso, o
cinema sendo utilizado como máquina de guerra pelo governo norte-americano.
Sabemos que o ato de ir a um cinema ou assistir um filme em casa se constitui como um
dos lazeres mais praticados pela população e que o espectador ao buscar este tipo de
entretenimento procura abstrair-se dos problemas do cotidiano. Entretanto, ao assistir
as produções criadas com esse contexto, o indivíduo ainda continua “preso” as agruras
do seu dia-a-dia. Observando na tela os problemas enfrentados no cotidiano e sendo
forçado a aceitar determinados conceitos pré-estabelecidos, o espectador não consegue
atingir o nível de abstração propiciada pelo simples lazer de assistir a um filme.

Outra justificativa que podemos apontar é que teremos em mente, como a


sociedade norte-americana via a si mesma diante dos problemas que se impunham a ela.

2
ANSART, Pierre. Ideologias, conflitos e Poder. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1978: p.84

5
Seja de ordem nacional ou internacional, saberemos como ela tratou os elementos
concordantes e discordantes de suas ideias e conceitos. Como diz Marc Ferro:

“a leitura histórica do filme nos permite atingir


zonas visíveis do passado das sociedades,
revelando, por exemplo, as autocensuras e
os lapsos de uma sociedade.”3

Tendo em mente que nesta época, os pontos de diferenciação entre as pessoas e


as nações mundiais eram vistos como elementos de superioridade de uma sociedade
sobre a outra, observaremos como a nação norte-americana se julgava superior às
demais nações mundiais, pregando para si, a ideia de sociedade perfeita tanto nos
campos políticos, econômicos e democráticos.

Além desses fatores, podemos identificar como uma das importantes


justificativas para este projeto foi que nesse período o cinema norte-americano recebeu
os maiores incentivos, fiscais e econômicos, para a confecção de suas obras. Com isso,
podemos imaginar que ao garantir as receitas para as obras, o governo também
garantiria a veiculação de sua ideologia nas mesmas. Sabemos que durante a produção
de uma obra, quem custeia as despesas tem o poder de “ditar o ritmo” de produção e
veicular qualquer tipo de mensagem ideológica. Dessa forma, pensamos que o governo
norte-americano ao patrocinar a criação desses filmes pôde imprimir neles, os seus
valores e as suas ideias sem sofrer qualquer tipo de retaliação.

QUADRO TEÓRICO

Se fossemos determinar todos os conceitos de ideologia, levaríamos páginas e


mais páginas para buscar uma definição mais completa e mesmo assim, ainda
deixaríamos de contemplar alguns significados para o termo. Devido a essa
complexidade do termo, utilizaremos neste trabalho algumas das definições que Terry
Eagleton emprega para significar o termo ideologia. Segundo ele, uma ideologia pode
ser caracterizada como:

 “O processo de produção de significados,


signos e valores na vida social.”4
3
FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992: p.19
4
EAGLETON, Terry. Ideologia - uma introdução. São Paulo: Boitempo, 1997: p.15

6
 “Corpo de ideias que ajudam a legitimar
um poder político dominante.”5

 “Ideias falsas que ajudam na dominação por


parte de um poder politico.”6

 “Comunicação sistematicamente
distorcida.” 7

 “Ilusão socialmente necessária.”8

Dessa forma, podemos ver que uma ideologia pode definida como uma
construção equivocada sobre algum tema. Tal construção se dá a partir do momento em
que os governantes nacionais, temendo a desestruturação da nação e objetivando o
controle da sociedade submetem a população a algum princípio ou ordem. Contudo,
para que essa construção ideológica consiga atingir os fins planejados, é necessário um
eficiente meio de propagação dessas ideias. É nesse contexto que os meios de
comunicação ganharão importância. Será através deles que as construções ideológicas
gestadas pelos dirigentes nacionais penetrarão na população. Os veículos de propaganda
atuarão assim, como objeto de conexão entre governo e povo. Com isso, faltará
unicamente a adesão do público às ideias formadas já que segundo Edward Shils, “toda
ideologia requer a adesão do público”9. Essa adesão será o elo da “corrente público-
governo”, onde as ações vindas por parte do Estado ganharão significação pela
população. A partir disso, como diz Pierre Ansart, “o receptor adere às mensagens por
pura convicção”10.

O contexto social também se fará importante porque será nele que os líderes irão
se basear para a caracterização das suas ações. A utilização do contexto social, que uma
população está inserida, seja ele bom ou ruim, será utilizada também como ferramenta
para controle da sociedade. Exemplo disso, podemos citar o modo como Hitler ao
difundir a sua propaganda nazista, utilizou-se do frágil contexto social enfrentado pelos
alemães no período posterior a Primeira Guerra Mundial. A fragilidade emocional da
população, facilita o controle uma vez que a população vê em seus líderes os “grandes
protetores” dos bens nacionais e do povo.

5
Ibidem
6
Ibidem
7
Ibidem
8
Ibidem
9
SHILS, Edward. The Concept and function of Ideology. 1968 IN: EAGLETON, Terry. Ideologia - uma
introdução. São Paulo: Boitempo, 1997: p.17
10
ANSART, Pierre. Ideologias, conflitos e Poder. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1978: p. 83

7
Assim, podemos concluir que para a construção de uma ideologia, seja ela certa
ou errada, é necessário que hajam alguns fatores que garantirão a sustentação desse
pensamento: Governo Central, meios de comunicação de massa e apoio da população e
contexto social.

É interessante notar que nas produções da época, têm-se uma preocupação em


apresentar a ideologia anticomunista como uma verdade ligada aos conceitos culturais
norte-americanos. É o que Jean-Claude Bernadet diz “que a classe dominante não pode
apresentar uma ideologia sendo a “sua ideologia”, mas sendo como uma verdade”. 11.
Essa verdade vai fundamentar as ações por parte da população. É na crença que o
comunismo é um mal a ser combatido que os americanos irão se comportar da forma
como o governo da Casa Branca havia planejado.

HIPÓTESES

A hipótese que sustentamos é que o cinema produzido nos Estados Unidos da


América no período da Guerra Fria será utilizado como máquina de guerra para a
manipulação da sociedade, utilizando as obras cinematográficas produzidas neste
período para disseminar à população espectadora, uma ideologia negativa acerca do
Comunismo e da União Soviética. Ideologia está, mostrada de forma subliminar ou
explícita. A ideia pregada pelo governo americano, dizia que o Comunismo era uma mal
a ser combatido, e que era dever do “bom americano” conter a ameaça vermelha que
nascia de Moscou.

Utilizando-se de meios de comunicação, o governo americano empreendeu a


sociedade da época, alguns valores que alteraram o dia-a-dia da população. A partir
dessa disseminação de ideias, o cenário criado então, beirava as raias da loucura e da
psicose uma vez que a semente da desconfiança havia sido plantada no cerne da
sociedade.

Com essa dúvida colocada para a população, haveria a garantia de uma


distanciação dos norte-americanos das práticas de esquerda e das ideias comunistas,
garantindo assim, a longevidade do modelo econômico que os Estados Unidos da
América “liderava”, no caso o capitalismo.
11
BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema?. São Paulo: Brasiliense, 1991: p.20

8
TIPOLOGIA DAS FONTES

A tipologia da fonte que utilizaremos será composta de fontes audiovisuais.


Através do cinema como método de comunicação de massas, as mensagens acerca do
capitalismo e do comunismo serão veiculadas à população. Essa veiculação de ideias,
inseridas no produto cultural tem como objetivo, moldar o público a um objetivo
específico, o combate ao comunismo. Como diz Eagleton, é necessário então, “saber
quem está falando, com o que está falando e qual a sua finalidade”12.

Abordaremos como o cinema foi influenciado pela ótica governamental, uma


vez que “todo produto cultural pode servir de emissor de mensagens subliminares” 13. A
partir disso, poderemos ilustrar como o cinema foi utilizado como máquina de guerra,
servindo aos preceitos da Casa Branca.

O cinema, como meio de comunicação de massas irá desempenhar papel


importantíssimo papel nesta “lavagem cerebral” empreendida pelo governo norte-
americano. Com as suas produções, teremos um importante difusor das ideias pregadas
pelo governo central, exaltando as qualidades da sociedade americana e do “bloco
capitalista” enquanto o “bloco socialista”, comandado pela extinta União Soviética, irá
ser retratado como um lugar ruim de se viver, com valores atrasados e tacanhos, onde a
sua população será vista como elementos a serem combatidos e eliminados.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Uma vez que o foco de nosso trabalho será o cinema norte-americano e as


produções cinematográficas que abordam o contexto da Guerra Fria, a principal
metodologia a ser utilizada será a análise das obras que foram produzidas neste contexto
12
EAGLETON, Terry. Ideologia - uma introdução. São Paulo: Boitempo, 1997: p. 22
13
ANSART, Pierre. Ideologias, conflitos e Poder. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1978: p.84

9
e que irão trazer alguma referência ao conflito informal entre Estados Unidos da
América e União Soviética, sejam elas no segmento tecnológico, econômico, militar ou
social, buscando identificar os objetos que irão transmitir alguma mensagem ideológica
que enalteça o bloco capitalista frente ao bloco comunista, seja ela demonstrada de
forma explícita ou não.
Por se tratar de um longo conflito indireto, tendo durado mais de quatro décadas,
criou-se como obstáculo para a pesquisa a incapacidade em analisar todos os filmes que
foram produzidos pela empresa norte-americana de cinema neste período. Assim
optamos por três critérios para selecionar os filmes que pretendemos discutir.
Primeiramente, iremos trabalhar com os filmes dos gêneros de ação, guerra, e
espionagem, uma vez que estes foram os elementos mais presentes no período da
Guerra Fria. Outro critério que pretendemos observar, e em nossa opinião um dos mais
importantes, optaremos por selecionar os filmes que tiveram incentivos financeiros e
fiscais por parte do governo norte-americano.
O terceiro ponto de escolha das obras estudadas será o nível de receptividade
gerada no público. Fazendo uso do número de espectadores poderemos mensurar se as
ideias propostas nas películas atingiram uma grande parte da população ou se não
conseguiram conquistar o público da época.
Para tal empreitada, deveremos estar atentos aos diversos elementos que fazem
parte de uma obra fílmica e que em grande parte das vezes, passam despercebidas, não
por ignorância ou por descaso, mas por falta de conhecimento das variadas teorias e dos
conceitos que gravitam em torno da confecção de uma obra cinematográfica. A
discussão de roteiro, enquadramento de cenas, trilha sonora, deverão ser estudados para
que consigamos identificar as cenas que transmitem algum valor ideológico. Assim,
como diz Marc Ferro:
“um procedimento aparentemente utilizado para
exprimir duração, ou ainda uma outra figura (de
estilo) transcrevendo um deslocamento de
espaço, etc., pode, sem intenção do cineasta,
revelar zonas ideológicas e sociais.”14

Enfim, o modo como iremos proceder deverá ser de forma analítica às obras
cinematográficas. Deveremos observar como as produções cinematográficas dialogaram

14
FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992: p.16

10
com o público de época criando, ou na maioria das vezes sustentando, ideias que foram
criadas pelo governo da Casa Branca.

BIBLIOGRAFIA

BERNARDET, Jean-Claude. O que é cinema?. São Paulo: Brasiliense, 1991.

EAGLETON, Terry. Ideologia - uma introdução. São Paulo: Boitempo, 1997.

ANSART, Pierre. Ideologias, conflitos e poder. Rio de Janeiro: Zahar editores, 1978.

FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

KARNAL, Leandro. PURDY, Sean. FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. e


MORAIS, Marcus Vinícius de. História dos Estados Unidos: das origens ao século
XXI. São Paulo: Ed. Contexto, 2007.

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