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APOSTILA JORNALISMO

TEORIAS DA COMUNICAÇÃO

Teoria do espelho
É a teoria mais antiga e responde que as notícias são como são porque a realidade assim
as determina. Central à teoria é a noção-chave de que o jornalista é um comunicador
desinteressado, isto é, um agente que não tem interesses específicos a defender e que o
desviam da sua missão de informar, procurar a verdade, contar o que aconteceu, doa a
quem doer.

As notícias refletem a realidade, que os jornalistas são imparciais devido ao respeito às


normas profissionais e asseguram o trabalho de recolher a informação e de relatar os
fatos, sendo simples mediadores que reproduzem o acontecimento na notícia.

Teoria da ação pessoal ou teoria do “gatekeeper” (David Manning White)


Nesta teoria, o processo de produção da informação é concebido como uma série de
escolhas onde o fluxo de notícias tem de passar por diversos Gates, isto é, portões que
não são mais do que áreas de decisão em relação às quais o jornalista, isto é, o
gatekeeper, tem de decidir se vai escolher essa notícia ou não. Se a decisão for positiva,
a notícia acaba por passar pelo portão, se não for, a sua progressão é impedida, o que na
prática significa a sua morte porque significa que a notícia não será publicada, pelo
menos nesse órgão de informação.

Assim, numa teoria que Schusdon (1989) designa de ação pessoal, as notícias são
explicadas como um produto das pessoas e das suas intenções.

Teoria organizacional (Warren Breed)


Breed sublinha a importância dos constrangimentos organizacionais sobre a atividade
profissional do jornalista e considera que o jornalista se conforma mais com as normas
editoriais da política editorial da organização do que com quaisquer crenças pessoais
que ele ou ela tivesse trazido consigo.

O sociólogo norte-americano escreve que o jornalista acaba por ser “socializado” na


política editorial da organização através de uma sucessão sutil de recompensa e punição.
Assim, na teoria organizacional, a ênfase está num processo de socialização
organizacional em que é sublinhada a importância duma cultura organizacional, e não
uma cultura profissional.

Fatores promovem o conformismo com a política editorial da organização:


1) Autoridade institucional e as sanções – é verdadeiro o fato de os jornalistas
ainda recearem as punições;
2) Os sentimentos de obrigação e de estima para com os superiores – com o tempo,
podem ser criados laços de amizade. Assim, o jornalista pode sentir sentimentos
de obrigação para com a empresa. Pode ainda sentir respeito, admiração e
agradecimento para com jornalistas mais experientes que o tenham ensinado;
3) As aspirações de mobilidade – No seu estudo, descobre que os jornalistas
concordavam em que lutar contra a orientação da política editorial do jornal
constituía um grande obstáculo para os avanços na carreira.
4) A ausência de grupos de lealdade em conflito –
5) O prazer da atividade –
6) As notícias como valor – a harmonia entre os jornalistas e a direção é cimentada
pelos seus interesses comuns pela notícia.

Assim, segundo a teoria organizacional, as notícias são o resultado de processos de


interação social que têm lugar dentro da empresa jornalística.

Teorias de ação política


Gaye Tuchmann – a relação entre o jornalismo debruça-se sobre as implicações
políticas e sociais da atividade jornalística, o papel social das notícias e a capacidade do
Quarto Poder em corresponder às enormes expectativas em si depositadas pela própria
TEORIA DEMOCRÁTICA;
Barthes – escola semiótica francesa (redescoberta da natureza problemática da
linguagem);
Hall – escola culturalista britânica

Estas teorias defendem a posição de que as notícias são distorções


sistemáticas que servem os interesses políticos de certos agentes sociais bem específicos
que utilizam as notícias na projeção da sua visão do mundo, da sociedade, etc.
Robert Hackett sublinha que alguns dos pressupostos desta versão da teoria
são:
a) os jornalistas detêm o controle pessoal sobre o produto jornalístico, b) os
jornalistas estão dispostos a injetar as suas preferências políticas no conteúdo noticioso;
c) os jornalistas enquanto indivíduos têm valores políticos coerentes e, a longo prazo,
estáveis. Nesta versão da teoria, os valores coletivos dos jornalistas são considerados
substancialmente diferentes dos da população em geral.
Herman e Chomsky defendem a posição de que os media reforçam os
pontos de vista do establishment (o poder instituído) devido ao poder dos donos dos
grandes meios de comunicação social e dos anunciantes.
A teoria de Herman e Chomsky avança uma chamada propaganda
framework (modelo de propaganda) Para os autores, toda a vastidão da cobertura dum
acontecimento particular nos vários meios de comunicação social é tratada como uma
campanha de publicidade maciça.

Escola de Frankfurt – indústria cultural -


A conversão da cultura em mercadoria, uma prática social em que a produção cultural é
orientada em função de sua possibilidade de consumo.

Modelo da agulha hipodérmica -


Um modelo que põe o emissor em extrema vantagem, relegando o receptor à
passividade total.

“two-step flow of communication”, ou ainda teoria dos efeitos limitados. – Teoria


da Abordagem Empírica em Campo
As mensagens disseminadas pela mídia nem sempre atingem o público de modo direto,
mas sim através da intermediação de formadores de opinião.

Newsmaking – usado com a finalidade de verificar em que condições ocorre a


produção de notícia nos meios noticiosos, o conceito de newsmaking pode ser
transposto para dentro de instituições e usado para analisar como acontece a divulgação
jornalística dessas instituições. Articula-se em dois limites: a cultura profissional dos
jornalistas e a organização do trabalho e dos processos produtivos. As conexões e
relações existentes entre esses limites estabelecerão os critérios de relevância que
definem a noticiabilidade de cada acontecimento, isto é, sua aptidão para ser
transformado em notícia.

Agenda setting
Direcionamento da atenção dos leitores e espectadores. A mídia aponta quais temas
serão considerados de interesse coletivo (Walter Lippman)

Teoria Empírico-Experimental (ou da Persuasão)

O modelo comunicacional da Teoria Empírico-Experimental (ou da


Persuasão) permanece semelhante ao da Teoria Hipodérmica, mas com a adição do fator
psicológico. Assim, sua formula representa uma revisão da relação mecanicista e
imediata do E->R (Estímulo ? Resposta), para a seguinte formula: E->FP->R (Estímulo-
>Fatores Psicológicos->Resposta).
Ao enxergar dessa forma, a abordagem de estudo deixa de ser global –
baseado na crença de que todo estímulo gera uma reação (behaviorista) – para se tornar
direcionada com o intuito de entender qual a melhor maneira de aplicar a comunicação
com sucesso persuasivo e entender os eventuais insucessos dessas tentativas.
Ou seja, a Teoria Empírico-Experimental (ou da Persuasão) acredita que a
persuasão (objeto da pesquisa) é algo possível de se alcançar. Mas, para que os efeitos
esperados sejam alcançados, a comunicação deve-se adequar aos fatores pessoais do
destinatário. Portanto, diferente da Teoria Hipodérmica, não toma como irrelevante as
características pessoais do destinatário.

Usos

Assim como a teoria hipodérmica, a teoria empírico-experimental faz parte


do grupo das chamadas pesquisas administrativas (Comunication Research) da Escola
Americana de Comunicação. Foi aplicada como suporte para campanhas eleitorais,
informativas, propagandísticas e publicitárias. Seu uso tem duração definida, com
objetivos claros. Ela é intensa, pode ser avaliada e é usada por instituições dotadas de
poder e autoridade.
Pressupostos para aplicação

O processo para a aplicação da Teoria Empírico-Experimental obedece à observação


mais pormenorizada a dois itens:

1) O destinatário (audiência)
2) Fatores ligados a mensagem

Esses dois itens foram destrinchados em alguns princípios que, segundo a teoria, pode
garantir o sucesso da campanha persuasiva.

1) Fatores ligados ao destinatário (audiência)

a) O interesse do indivíduo em querer adquirir informação. Isso significa que para


existir sucesso numa campanha, é necessário que o próprio público queira saber
mais sobre o assunto que está sendo transmitido.

b) Exposição seletiva. Trata-se de saber escolher quais veículos de informação irão


atingir o público-alvo com maior precisão. Exemplo: rádio? Televisão? Também
serve para os produtores dos veículos descobrirem seus públicos e saber o que
eles querem ver, ouvir ou ler.

c) Percepção seletiva – os indivíduos não se expõem aos Meios de Comunicação


num estado de nudez psicológica, pois são revestidos e protegidos por
predisposições existentes. Como exemplo, as crenças religiosas, ideologias
liberais ou conservadoras, partidarismo, preconceitos, empatias com o emissor
etc.

d) Memorização seletiva – o indivíduo tende a guardar somente aquilo que é mais


significativo para ele em detrimento dos outros valores transmitidos, chamados
aqui de secundários. Mas também pode ocorrer o efeito latente, onde a
mensagem persuasiva não tem efeito algum no momento imediato em que é
transmitido, mas com o passar do tempo, o argumento rejeitado pode passar a
ser aceito.
2) Fatores relativos à mensagem

a) A credibilidade do comunicador. Estudos mostram que a mensagem atribuída a uma


fonte confiável produz uma mudança de opinião significativamente maior do que aquela
atribuída a uma fonte pouco confiável. Mas a pesquisa não descarta que, mesmo na
fonte não confiável, pode ocorrer o efeito latente.

b) A ordem das argumentações. A maior força de um dos argumentos influencia a


opinião numa mensagem com múltiplos pontos de vista. Fala-se que um efeito primicy
caso se verifique a maior eficácia dos argumentos iniciais. E efeito recency, caso se
verifique que os argumentos finais são mais influentes.

c) O caráter exaustivo das argumentações. Tenta argumentar um assunto de forma


exaustiva até esgotá-lo para convencer a opinião pública.

d) A explicação das conclusões de um determinado fato/acontecimento. Chama-se


alguém com autoridade no assunto, para analisar um acontecimento ou fato, mas não há
dados suficientes se esse tipo de persuasão realmente ocorre.

Tema da opinião pública foi Walter Lippman.


A opinião pública seria fruto da ação de grupos de interessados ou de pessoas agindo
em nome de grupos, ou seja, a opinião reconhecida como pública seriam as opiniões
feitas públicas, e não as opiniões surgidas do público.

É nele que se fundamenta o modelo teórico da dependência (escola Marxista)


Existe uma relação de subordinação entre países que integram um sistema econômico de
talhe capitalista, com um país de economia central e um ou mais países na periferia
econômica.

Teoria Espiral do silêncio


Espiral do silêncio é uma teoria da ciência política e comunicação de massa
proposta pela cientista alemã Elisabeth Noelle-Neumann.
É a hipótese científica de sucesso, segundo a qual há uma ideia de espiral
que explicita a dimensão cíclica e progressiva dessa tendência ao silêncio.
Quanto mais minoritária a opinião dentro de um universo social, maior será
a tendência de que ela não seja manifestada.
Quando os meios de comunicação, diante de um escândalo político, impõem
uma imagem desfavorável de seu protagonista, essa opinião será dominante no universo
social que eles atingem. Apesar de haver vozes minoritárias discordantes, haverá uma
tendência de que elas se calem.

Marshall McLuhan

Evolução das mídias, linguagem e classificação dos meios. Neste conceito,


McLuhan analisa o processo comunicativo através de uma perspectiva evolutiva.
Segundo o autor são três os períodos de evolução das mídias, sendo eles: civilização da
oralidade, civilização da imprensa e civilização da eletricidade.
Na civilização da oralidade, a palavra era falada e as relações sociais
tribalizadas;
Na civilização da imprensa, que teve seu início marcado pelo surgimento da
mesma, as relações sociais se destribalizaram.
Na civilização da eletricidade, que também teve seu início marcado pelo
surgimento do que a nomeia, as relações sociais humanas passam a ser tribalizadas
novamente, pois os meios de comunicação que surgiram permitem maior interação entre
os indivíduos.
Os conceitos de Meios quentes e Meios frios também foram elaborados por
McLuhan. Segundo seu pensamento, cada mudança na tecnologia em suas diversas
etapas tem como consequência mudanças na estrutura da sociedade. Essas mudanças
não ocorreriam ao acaso pois “o surgimento de uma tecnologia não ocorre por uma
tentativa isolada do desenvolvimento técnico em si, mas sim por uma tentativa de
transformar, reproduzir, e documentar as experiências do homem.

Meios "quentes" e "frios"


O conceito é apresentado na primeira parte de Understanding Media.
McLuhan afirma que diferentes meios estimulam diferentes graus de participação por
parte de uma pessoa que escolhe consumir tal meio de comunicação. Alguns meios,
como os filmes, eram "quentes"—isto é, eles demandam um único sentido (neste caso, a
visão), de uma maneira que uma pessoa não precise exercer muito esforço em preencher
detalhes do que, no caso, é a imagem cinematográfica. McLuhan apresenta esse
exemplo em contraste ao da televisão, sendo esta um "meio frio". Segundo ele, este
último requer mais esforço da parte de um espectador para determinar-lhe significado.
Se enquadram assim na mesma classe dos quadrinhos, que, devido a suas mínimas
apresentações de detalhes visuais, requerem um alto grau de esforço para preencher com
detalhes que o cartunista pode ter tido a intenção de retratar. Assim, um filme é dito por
McLuhan como sendo "quente", intensificando a "alta definição" de um único sentido",
exigindo a atenção do espectador, e um livro de quadrinhos como "frio" e de "baixa
definição", exigindo muito mais participação consciente pelo leitor para extrair valor.
"Qualquer meio quente permite menos participação do que um frio, como
uma palestra possibilita menos participação do que um seminário, e um livro, menos
participação do que um diálogo.”
Meios quentes normalmente, mas não sempre, fornecem completo
envolvimento sem estímulos consideráveis. Por exemplo, impressões ocupam espaço
visual, utilizam da visão, mas podem imergir seus leitores. Meios quentes favorecem
precisão analítica, análise quantitativa e ordenação sequencial, como são normalmente
sequenciais, lineares e lógicos. Eles enfatizam um sentido (por exemplo, de vista ou
som) sobre os outros. Por esta razão, meios quentes podem também incluir o rádio, o
cinema, a palestra e a fotografia.
Meios frios, por outro lado, são normalmente, mas não sempre, aqueles que
fornecem baixo envolvimento com estímulos substanciais. Eles requerem mais
participação ativa por parte do usuário, incluindo a percepção de padronizações
abstratas e compreensão simultânea de todas as partes. Portanto, de acordo com
McLuhan, meios frios incluem a televisão, seminários e desenhos. McLuhan descreve o
termo "meio frio" como emergente do jazz e música popular, e, nesse contexto, é
utilizado para significar "destacado".
Esse conceito parece forçar os meios em categorias binárias. Apesar disso,
os meios quentes e frios de McLuhan existem em graus contínuos: são mais
corretamente medidos em uma escala do que em termos dicotômicos.
As extensões dos sentidos do homem

Segundo esse conceito desenvolvido por McLuhan, os meios são extensões


dos sentidos dos homens. Essa dita extensão foi batizada pelo mesmo como “prótese
técnica”. Para exemplificar esse conceito podemos imaginar que a roda é uma extensão
dos pés e da capacidade de locomoção, o telefone a ampliação da nossa fala, uma pinça
é a extensão da mão que proporciona maior precisão ao pegar algo. A relação entre o
homem e o meio é simbiótica, e é preciso considerar esse aspecto para compreender os
processos de transformação social advindos de inovações tecnológicas.
Diante de uma realidade teórica de valorização apenas da mensagem no
processo de entendimento da comunicação, Marshall reposiciona no centro do debate os
meios técnicos que envolvem essas mensagens. Como cita a professora Filomena
Bomfim UFSJ, "A preocupação inicial era com a apreensão da mensagem. Ele queria
provocar um processo de aprendizagem mais efetivo". Ele coloca as novas tecnologias
como um ambiente, defendendo que suas inter-relações com os sentidos do homem
criam uma ambientação de vivência e ação do homem.
Em seu livro, explora os contornos e dimensões do prolongamento que essas
tecnologias trazem para a vida do ser humano. Buscando, através disso, um princípio de
inteligibilidade inserido em cada um deles. Para o pensador, haveria aí a possibilidade
de compreensão dessas formas de maneira a ordená-las utilmente. Para McLuhan, o
homem nasce apenas com seus sentidos, porém ao longo da vida, vai construindo
ferramentas que aperfeiçoam esses sentidos. No caso, ele considera tecnologia qualquer
artefato produzido pelo homem, as consideradas “extensões do homem”.
Marshal compreende o meio como uma forma de extensão dos sentidos
humanos servindo como canal a suas potencialidades. Ele apreende o termo “meio”
enquanto artefatos; e, partindo dessa lógica, o capta como além de um simples
prolongamento. Ilustra-o designando, por exemplo, a fala como meio de comunicação
do pensamento; as roupas como uma extensão da pele, a roda como uma extensão do
sistema locomotor; o livro como uma extensão da visão; e, o computador como uma
invenção da tecnologia eletrônica do século XX, que consiste numa extensão ainda mais
radical, prolongando o próprio sistema nervoso central.
A originalidade do autor se encontra no fato de sua abordagem deslocar o
foco para os efeitos e impactos desses meios/extensões nas faculdades humanas. Encara,
antes de tudo, o meio enquanto um canal ativo de informação, que dialoga e transforma
as formas como se conhece. Ou seja, traz à luz que, assim como a análise do conteúdo
se faz importante, a interposição do meio em que ela é processada e transmitida se faz
essencial, devendo ser levado consideração e estudado. Principalmente diante do
objetivo aqui confrontado, de apreender os efeitos da comunicação nos homens e na
sociedade.

"O meio é a mensagem”

“O meio é a mensagem” tornou-se a frase mais famosa de McLuhan.

Esse conceito fora desenvolvido primeiramente no seu livro Os Meios de


Comunicação como Extensões do Homem. Nele, McLuhan inicia a abordagem
incitando o leitor sobre a centralidade do entendimento do desenvolvimento das
tecnologias e suas transformações. Levantando, ainda, que essas inovações resultavam,
cada uma, em um novo ambiente diferenciado, com efeitos e cargas diretamente ligadas
com seus lugares simbólicos.
Apresentado como uma desconstrução da obsessão pelo conteúdo dentro
dos estudos da comunicação. O autor identificava que essa obsessão era um resquício da
cultura letrada, incapaz de se adaptar às novas condições tecnológicas. Ainda destaca a
necessidade de abandonar o excessivo esforço demandado para a interpretação do
conteúdo e a necessidade centralizar as atenções no que deveria ser o verdadeiro alvo
dela: o meio.
"Trata-se de uma formulação excessiva pela qual o autor pretende sublinhar
que o meio, geralmente pensado como simples canal de passagem do conteúdo
comunicativo, mero veículo de transmissão da mensagem, é um elemento determinante
da comunicação."
Nesse conceito, o autor aborda as relações sinestésicas entre o meio e o
sentido explorado pela extensão. Assim, o meio deve ser analisado como “um conjunto
de expressões que uma linguagem midiática pode decodificar ao ser apropriada por
outro usuário”. O meio afeta a sociedade assumindo um papel de não ser apenas
transmissor da mensagem, mas ser ele próprio a mensagem.
Esse entendimento é, em si, a tese central de Marshall. O famoso aforismo,
baseado no paradoxo da troca de funções “meio” e “mensagem”, é baseado nesta curta e
tão significativa frase. Essa noção é a premissa de que, independente do conteúdo, cada
meio tem seus efeitos peculiares na percepção humana. Tem como função destacar a
importância do meio no entendimento da “mensagem” e seus efeitos na sociedade.
Sendo a analise do meio fundamental para compreender as transformações que essas
interações trariam para as relações entre os homens.
A ideia consistiria no deslocamento do meio de um simples canal de
passagem de conteúdo, para uma posição ativa com interferência direta na formulação
do sentido. Um elemento determinante na comunicação, como ele enfatizaria. Marshall
destaca, portanto, a possibilidade real do meio transformar o conteúdo que carrega. Esta
lógica pode ser apreendido quando colocamos em contraste o rádio e a televisão. Ambos
desencadeiam diferentes mecanismos de percepção, cada um caminha por determinado
ângulo e se estrutura na formação dos contornos e das tonalidades daquilo que
transmite.
O autor desarranja a visão do meio como um suporte material da
comunicação inócuo e incapaz de determinar algo dentro dela. Enfatizando,
principalmente, que a incidência de seus efeitos iam além do que, até então, se tinha
como aceitável. O teórico em questão, sublinha então a possibilidade de interferência
para além dessa simplificação dos efeitos que esses meios teriam no destino final das
mensagens que carregam.

Criação do tétrade
A criação dessa ferramenta exige que o usuário busque o equilíbrio mental
entre o espaço acústico e visual. Exigindo o poder cognitivo de ambos os hemisférios
direito e esquerdo do cérebro. O tétrade é obtido através de um processo de
questionamento, com base no conhecimento do desenvolvimento histórico, social e
tecnológico. São utilizadas quatro perguntas para analisar qualquer meio:

O que o meio aperfeiçoa?


O que o meio torna obsoleto?
O que o meio retoma que já havia sido obsoleto anteriormente?
No que o meio se transforma quando levado ao extremo?

Essas questões resultam nos quatro efeitos citados anteriormente, cujos


estão em relação de ressonância (ou transferência) um com o outro. As partes do tétrade
estão em relação de complementaridade. As leis do tétrade existem simultaneamente,
não sucessivamente ou cronologicamente, e permite que o "entrevistador" explore a
"gramática e sintaxe" da "linguagem" dos meios de comunicação
Visualmente, um tétrade pode ser montado como quatro diamantes
formando um X com o nome Mídia no centro. Os dois diamantes da esquerda são
Aperfeiçoar (Enhancement) e Recuperar (Retrieval), qualidades ilustrativas. Os dois
diamantes da direita são Obsolescer (Obsolescence) e Reverter (Reversal), qualidades
de fundamento.

Usando o exemplo da rádio:

Aperfeiçoamento: O que o meio amplifica ou intensifica. Rádio amplifica notícias e


músicas através do som.
Obsolescência: O que o meio exclui de destaque. Rádio reduz a importância da
impressão e do visual.
Recuperação: O que o meio recupera que foi anteriormente perdido. Rádio retorna a
palavra falada para o primeiro plano.
Reversão: O que o meio faz quando atinge o extremo. Rádio acústico vira a Tv
audiovisual.

Teorias

As Teorias da Comunicação são uma série de estudos sobre a Comunicação


Social, podendo englobar filosofia, sociologia e psicologia, a depender do tipo de
abordagem e da área a ser estudada.
Essas teorias estudam o desenvolvimento e a aplicação da Comunicação
Social em todos os seus aspectos políticos, sociais, econômicos e tecnológicos. Tais
estudos começaram a se desenvolver a partir do início do uso da Comunicação de Massa
pelas políticas totalitárias da Europa no período entreguerras. A primeira das teorias
comunicacionais inclusive, a Teoria Hipodérmica, que tratava toda a massa de
indivíduos de forma idêntica, supondo que a informação atingisse a todos da mesma
maneira e sem resistência, surgiu neste período.
Como na Teoria Hipodérmica, todo o desenvolvimento inicial das Teorias
da Comunicação teve foco nas mensagens enviadas pela mídia e nos seus efeitos sobre
os indivíduos da massa, no entanto, este modo revelou-se demasiadamente superficial
para compreender os verdadeiros efeitos da Comunicação sobre a sociedade, foi então
que o caráter dos estudos comunicacionais passou a salientar o processo de seleção das
informações midiáticas, geração e divulgação, valorizando assim o conteúdo e a forma
que o mesmo era veiculado, pois se percebeu que a qualidade do que era difundido tinha
ligação direta com os efeitos causados no receptor.
Após a Teoria Hipodérmica surgiu o Modelo de Lasswell. Apesar de
baseado na Teoria Hipodérmica, este modelo, criado pelo cientista político Harold
Lasswell, apontava as falhas da mesma e foi um dos responsáveis pela sua defasagem.
O Modelo de Lasswell apontava cinco questões cruciais para a compreensão correta da
mensagem midiática: “Quem? Diz o quê? Através de que canal? A quem? Com que
efeito?”. A partir da obtenção das respostas para tais perguntas, a mensagem era
caracterizada como clara e completa.
Logo após surge a Teoria da Persuasão que, diferentemente da
Hipodérmica, é baseada em aspectos psicológicos, e defende que a mensagem enviada
pela mídia não é assimilada imediatamente pelo indivíduo, dependendo de várias
perspectivas individuais. Portanto essa Teoria não seria de dominação ou manipulação
como a Hipodérmica e sim de persuasão, pois o indivíduo tende a se interessar por
informações que estejam inseridas em seu contexto sócio-cultural e político, e com as
quais ele esteja de acordo.
Sucessivamente surge a Teoria Empírica de Campo (ou Teoria de Efeitos
Limitados) que, embora baseada na Teoria da Persuasão, fundamenta-se em aspectos
sociológicos, e deduz que a mídia tem influência limitada na sociedade por ser apenas
um instrumento de persuasão, pois a mídia é apenas parte da vida social. A Teoria
Empírica de Campo entende que a mídia exerce influência social limitada assim como
qualquer outra força social (igreja, política, escola, etc.), ou seja, a mensagem midiática
passa por diversos filtros individuais de caráter social do indivíduo antes de ser
absorvida pelo mesmo. Derivando daí a intensidade do efeito da mensagem no
indivíduo, a Teoria Empírica de Campo conclui que os filtros individuais são de caráter
sociológico e não psicológico, como da Teoria da Persuasão.
Posteriormente surge a Teoria Funcionalista que estuda o papel da mídia
na sociedade e não mais apenas os seus efeitos. O indivíduo deixa de ser analisado
apenas por seu comportamento, e passa a ser estudado por sua ação social, os valores
que considera e os modelos sociais que adquire em comunidade.
Logo depois surge a Teoria Crítica, inaugurada pela Escola de
Frankfurt, baseada em teorias marxistas que encaram a mídia como instrumento de
influência social capitalista. A Teoria Crítica age por meio de repetição, e é nela que
surge o fenômeno da indústria cultural em que a arte passa a ser reproduzida
tecnicamente, como produto de consumo da massa. A obra de arte perde seu caráter
artístico e passa a ter um caráter capitalista de consumo.
Em seguida surge a Teoria Culturológica, que parte do pressuposto de que
a mídia não produz uma padronização cultural, e sim se baseia em uma padronização já
existente nas sociedades, que surge a partir de características nacionais, religiosas e/ou
humanísticas. Ou seja, a cultura de massa não é autônoma, mas depende de muitos
aspectos particulares a cada organização social.
Depois disso, desenvolve-se uma segunda fase das Teorias da Comunicação.
Ainda muito recentes, as Teorias da segunda fase dividem-se em três: Teoria do
Agendamento, Gatekeeper e Newsmaking.
A Teoria do Agendamento estuda a capacidade que os meios de
comunicação possuem de enfatizar algum tema, estuda a importância que a mídia tem
ao aproximar o indivíduo de uma realidade distante da sua. Já o Gatekeeper (Guardiões
do Portão) estuda as características que levam uma mensagem a ser ou não divulgada na
mídia, dependendo de cada veículo e seus pressupostos particulares como relevância,
influência, confiabilidade, contexto político-social e até mesmo política empresarial. Por
fim, o Newsmaking, que é um aperfeiçoamento do Gatekeeper, estuda com maior
minúcia o trabalho dos profissionais de mídia, na industrialização das informações
cedidas pela realidade, ou seja, a transformação da informação em notícia.
As Teorias da Comunicação continuam em desenvolvimento, pois o papel
da mídia muda de acordo com sua evolução tecnológica, o que muda também sua
abrangência e função social. Ou seja, os estudos comunicacionais estão diretamente
atrelados ao progresso da tecnologia dos meios de comunicação.

MASS COMMUNICATION RESEARCH (EUA)


Início: Década de 20. Auge década de 60
Teóricos:
- Paul Lazarsfeld: sociólogo (estudo das audiências, efeitos e opinião pública).
- Harold Lasswell: cientista político (opinião pública, questão-programa).
- Kurt Lewin: psicólogo (líderes de opinião).
- Carl Hovland: psicólogo (influência e mudanças de atitude).
Correntes:
- Escola de Chicago – Interacionismo simbólico: comportamento coletivo/interação
social (Charles Cooley e George Mead).
- Escola de Palo Alto, Califórnia – Modelo circular/orquestra: oposição ao modelo
linear de Shannon, sujeito ativo. A informação circula/troca sem barreiras (Gregory
Bateson)
*Ambas as correntes são centradas na interação.
Grupos de estudo:
1) Teoria Matemática da Informação: Shannon e Weaver (engenheiros).
- Comunicação como sistema, não como processo.
- Estudo: quantidade de informação que um canal poderia transmitir sem ruído (ênfase
nos aspectos quantitativos).
- Perspectiva técnica, sem preocupação com o sujeito.
2) Corrente Funcionalista: Lasswell, Lazarsfeld e Robert Merton.
- Funções exercidas pela comunicação na sociedade. O que as pessoas fazem com os
mass media?
- Funções: Vigilância, integração, educação, status, normatização, recreação, efeito
narcotizante [disfunção].
- A comunicação era funcional se mantinha “nos trilhos” a estrutura social que estava
em funcionamento. Preocupação com o equilíbrio e bom funcionamento da sociedade
(preocupação com o EFEITO).
- Questão-programa de Lasswell: modelo soluciona como descrever um ato de
comunicação, respondendo às perguntas: Quem? Diz o quê? Em que canal? Para quem?
Com que efeito?
- Dentro da corrente funcionalista: abordagem dos “Usos e Gratificações” (Katz,
Blummer e Eliot): Leitura negociada, receptor agente – comunicação para suprir
necessidades do indivíduo.
3) dos Efeitos Teoria
3.1) Teoria Hipodérmica (Teoria da Bala Mágica/Correia de Transmissão): Le Bom,
Ortega, Gasset, Watson.
- Bases no Behaviorismo. Modelo estímulo-resposta.
- Cada elemento da audiência é diretamente atingido pelas mensagens de mídia (meios
onipotentes, indivíduos passivos = manipulação).
3.2) Teoria da Influência Seletiva
- Abordagem da persuasão (empírico-experimental)
- Efeitos limitados
a) Abordagem da persuasão: leva em conta fatores psicológicos (filtros psicológicos).
- Percepção seletiva (interesses diferentes).
b) Efeitos limitados: avalia contexto social em que vive o indivíduo.
- Two step flow (comunicação em dois níveis): líderes de opinião: dos meios aos
líderes, dos líderes às pessoas (influência dos relacionamentos).
*Revisão dentro da teoria dos efeitos:
- Hipótese do agenda setting: teoria dos efeitos a longo prazo (não é imediato). Meios
não agem como formadores de opinião, mas como alteradores da estrutura cognitiva das
pessoas.
- Formulada nos anos 70 por Maxwell McCombs e Donald Shaw.
- Mídia determina a pauta para a opinião pública, ao destacar determinados temas.

ESCOLA DE FRANKFURT (ALEMANHA)


Início: Escola inaugurada em 1923, na Alemanha. Com o nazismo, escola fecha e seus
pesquisadores – em sua maioria judeus – emigram para várias cidades. Reabre em 1950,
em NY.
Teóricos:
1ª geração:
- Theodor Adorno: filósofo, sociólogo, musicólogo (junto com Horkheimer, criou o
conceito de Indústria Cultural).
- Mac Horkheimer: filósofo, sociólogo (Indústria Cultural).
- Erich Fromm: psicólogo.
- Herbert Marcuse: filósofo, sociólogo.
- Benjamin: crítico literário e ensaísta.
2ª geração:
- Jürgen Habermas: filósofo e sociólogo (Esfera pública).
Abordagem:
- Envolvidos com uma concepção teórica global da sociedade.
- Perspectiva crítica à ciência, ao pensamento positivista, à sociedade industrial e à
cultura.
- Influenciados por Marx e Freud (em princípio viam o marxismo como uma proposição
capaz de sanar os “males do capitalismo”. Com a explosão dos estados totalitários -
ditos marxistas - passam a criticar o marxismo e rejeitar qualquer forma de
totalitarismo).
- Crítica à sociedade burguesa: beirando a utopia da construção de uma sociedade onde
imperasse a ordem, a justiça e a superação da pobreza.
- Crítica da razão: consideravam que a razão vinha sendo instrumentalizada
(conhecimento vira instrumento de poder e exploração).
Conceitos e ideias centrais:
1) Indústria cultural : Adorno e Horkheimer.
- Conceito na obra “Dialética do Esclarecimento” (ou Iluminismo).
- Conversão da cultura em mercadoria.
- Termo utilizado para substituir “cultura de massa”, que poderia ser enganoso, isso é,
poderia levar a se pensar que se tratava de uma cultura vinda espontaneamente das
massas, de uma forma contemporânea de arte popular.
2) A cultura como mercadoria
– principais características:
- Estrutura multiestratificada das mensagens: conteúdo dividido, sem sequência lógica e
contextualização.
- Mensagens ocultas: contaminam a audiência sem resistências psicológicas.
- Manipulação.
3) A obra de arte na era da técnica: Benjamin e Kracauer.
- Perda da aura da obra de arte: com a reprodução em série, a arte torna-se uma
expressão cotidiana.
- Capitalismo: democratização da cultura ao tornar bens culturais objetos da produção
industrial.
- Outro relacionamento das massas com a arte, o que, para Benjamin, era positivo
(Benjamin era visto como otimista).
Obras fundamentais:
1) Dialética do Iluminismo/Esclarecimento (1947) – Adorno e Horkheimer
- Capacidade de autodeterminação dos homens.
- Conhecimento como libertação.
- Iluminismo = razão.
- Conceito de Indústria Cultural.
2) A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica (1936) – Walter Benjamin
- Perda da aura da obra de arte.
- Meios técnicos poderiam constituir uma melhora intelectual da população (Adorno
discordava, porque, para ele, a IC converteu-se em sistema).
3) Mudança estrutural da esfera pública (1962) – Habermas (2ª geração)
- Antes: esfera pública – sujeitos reuniam-se para discutir sobre interesses comuns.
Burguesia com consciência crítica.
- Depois: esfera pública passou a ser colonizada pelo consumismo (cidadão
consumidor), perdendo conteúdo crítico.

ESCOLA FRANCESA (TEORIA CULTUROLÓGICA)


Início: Anos 60.
Marco inicial: lançamento do livro Cultura de massa no século XX: o espírito do tempo,
de Edgar Morin.
Teóricos:
- Edgar Morin (introduziu conceito de Indústria Cultural).
- Roland Barthes (semiologia e estruturalismo. Obra Mitologias – mitos
contemporâneos sobre a mídia).
- Georges Friedmann.
- Braudillard (sociedade do consumo).
- Pierre Lévy (comunicação todos-todos/interatividade).
- Bordieu (Obra Sobre a Televisão – cotidiano do campo jornalístico).
- Louis Althusser (Aparelhos Ideológicos de Estado – AIE: escola, família, igreja,
mídia).
- Michel Focault (panóptico / TV= panóptico invertido).
Foco dos estudos teoria culturológica:
- Meios de comunicação de massa, mas sob uma perspectiva diferente da Escola de
Frankfurt: menos foco na mídia e no destinatário, mais foco nos produtos da IC e na
relação consumidor
– objeto de consumo.
- Cultura produzida pela mídia (cultura de massa) é uma nova forma de cultura.
Entretanto, a cultura de massa corrompe e desagrega as outras culturas, que não saem
imunes ao contato com a cultura industrializada.
- Realidade contemporânea é policultural.
- Contradição produção X consumo: exigências produtivas e técnicas de
estandardização e caráter particular inovador do consumo cultural (mesmo o que é
padrão precisa de originalidade).
- Cultura nasce de uma forma de sincretismo (entre real e imaginário).
Ideias centrais – pesquisadores:
1) Morin:
- Tema central: industrialização da cultura.
- Análise ambiciona ser uma sociologia da cultura contemporânea.
- Critica os intelectuais por julgarem a existência somente da “cultura culta”.
- Sistemas de influência recíproca: o mundo alimenta-se da mídia, a mídia alimenta-se
do mundo.
2) Barthes:
- Análise semiótica em revistas e propaganda.
- Semiótica: o centro de preocupação é a mensagem. Todos os sistemas de signos - e
não só a língua - são estudados pela Semiótica.
3) Friedmann
- Fenômenos de massa: produção e consumo de massa, audiência de massa.
4) Althusser:
- Aparelhos Ideológicos de Estado (escola, mídia, família, igreja) X Instrumentos
Repressivos do Estado (polícia, exército).
- AIE dominação ideológica pretensamente natural.
- Instrumentos repressivos: coerção direta.
- Releitura dos textos marxistas.
5) Bordieu:
- Livro Sobre a Televisão: crítica aos jornalistas pela busca de audiência/visão estreita e
manipuladora.
- Jornalistas não são responsáveis pelas consequências do fenômeno midiático, mas, no
mínimo, coniventes com os processos.
6) Foucault
- Panóptico (torre): dispositivo de vigilância.
- TV: panóptico invertido (inverte o sentido da visão). Organiza o espaço e controla o
tempo.
ESTUDOS CULTURAIS (INGLATERRA)
Movimento teórico-político
Início: através do Centro de Estudos da Cultura Contemporânea da Escola de
Birmingham (1964).
Teóricos:
Fundadores estudos culturais:
a) Richard Hoggart:
- Obra The uses of literacy (algo como “Os usos da alfabetização”) – mudanças na
cultura britânica causadas pela massificação. Descreve modo de vida dos operários:
trabalho, vida sexual, família e lazer. No livro, lamenta a perda de uma cultura popular
autêntica e denuncia a imposição da cultura de massa pela indústria cultural.
- Foco em materiais culturais da cultura popular (antes desprezados) e nos MCM.
- Afirma que no âmbito popular não existe apenas submissão, mas também resistência.
- Fundador do CCCS.
b) Raymond Williams
- Obra Culture and society – investiga os diferentes usos históricos do termo cultura.
- Critica dissolução entre cultura e sociedade.
- Mostra certo pessimismo em relação à cultura popular.
c) E. P. Thompson
- The making of the english working class (A formação da classe operária inglesa).
- Para Thompson e Williams, cultura era uma rede vívida de práticas e relações
cotidianas.
- Thompson não entendia cultura como um modo de vida global, e sim como
enfrentamento entre modos de vida diferentes.
Outros pesquisadores:
a) Stuart Hall (jamaicano):
- Obra The popular arts: trabalho centrado nas questões de hegemonia e de estudos
culturais.
Visão de que as pessoas são produtoras e consumidoras da cultura ao mesmo tempo.
- Defensor da teoria da recepção: público não é passivo. Significado dado ao conteúdo
depende do contexto social.
- Estudos sobre preconceito racial e mídia. - Investigação de práticas de resistência de
subculturas.
- Elenca três tipos de decodificação:
* Dominante: público aceita ponto de vista dominante como sendo legítimo.
* Oposicional: interpreta mensagem de forma diferente do que foi apresentado.
* Negociada: negocia interpretação sobre o tema.
Campo de estudos:
- Estudam sociedade em geral, cultura é um dos focos.
- Principal eixo de observação: relações entre cultura, história e sociedade.
- Terreno de investigação: temas ligados às culturas populares e aos MCM e,
posteriormente, a temáticas relacionadas com as identidades (sexuais, de classe, étnicas
etc).
Narrativa histórica sobre os interesses de estudo:
- Anos 70: Subculturas (pequenos grupos de cultura) e feminismo (gênero e identidade).
- Metade anos 70: MCM - foco na cobertura jornalística.
- Anos 80: interesse na audiência (recepção).
- Anos 90: Papel dos MCM na constituição de identidades.
Conceitos:
- Cultura não é homogênea, manifesta-se de maneiras diferentes em qualquer formação
social ou época histórica.
- Redefinição do conceito de cultura: perpassa todas as práticas sociais. Conceito
expandido: artes + vida cotidiana (práticas que antes eram vistas fora da esfera cultural).
Privilegiam as atitudes dos indivíduos, o papel dos sujeitos, das estruturas sociais.
- Cultura popular ganha legitimidade, transformando-se num lugar de crítica e
intervenção.
- Crítica às análises mercadológicas da cultura de massa e às teorias conspirativas.
- Meios de comunicação não podem ser dissociados do contexto - outro “modelo de
transmissão da cultura”.

ESCOLA CANADENSE
Início: anos 50
Campo de estudos:
- Primeira escola a refletir sobre o impacto das tecnologias sobre a comunicação
massificada.
- Primeiras ideias sobre a transformação do comportamento do receptor em função da
introdução do computador e suas possibilidades interativas (McLuhan).
Principal teórico:
- McLuhan: filósofo e educador (aldeia global, impacto sensorial, o meio é a
mensagem).
- Foco de interesse não são os efeitos ideológicos dos meios de comunicação, mas a
interferência deles sobre as sensações humanas.
Obras: A Galáxia de Gutenberg / Os meios de comunicação como extensões do homem
/ O meio é a mensagem / Guerra e paz na aldeia global / Do clichê ao arquétipo.
Conceitos – McLuhan:
1) “O meio é a mensagem”:
- O meio não é simples canal de passagem de conteúdo. É elemento determinante da
comunicação.
- Infere na percepção de conteúdos.
- O meio é capaz de modificar a mensagem.
Meios quentes e frios (classificação de acordo com o uso dos sentidos):
*Quentes:
- Prolongam um único sentido.
- Alta definição (alta saturação de dados).
- Grande volume de informação. Quanto maior é o volume de informação transmitido
pelo meio, mais quente ele é.
- Menor participação dos receptores: receptores participam menos, pois a quantidade de
dados que chegam a eles é suficiente para que eles entendam.
Ex: Fotografia, jornal, revista, rádio e cinema.
*Frios:
- Envolvem todos os sentidos.
- Baixa definição.
- Conduzem menos informação, conteúdo apresenta lacunas de sentido.
- Permitem maior participação dos receptores, para que eles completem essa lacuna.
Ex: Telefone (exige resposta do interlocutor), TV, diálogo e caricatura.
OBS: - Participar não é interagir, e sim, completar informações na mente.
- Um meio frio, como a TV, superestimula o receptor, que perde partes do conteúdo em
meio aos vastos estímulos aos sentidos. Acontece o contrário com os meios quentes.
2) Os meios como extensões dos sentidos humanos:
- Meio é o que serve para ligar um homem ao outro, é um prolongamento dos sentidos
humanos.
- Assim, o rádio seria a extensão dos ouvidos, a TV, extensão do olhar.
- Cada nova tecnologia cria um ambiente novo (adaptação), afetando nosso corpo e
mente. A emergência de uma nova tecnologia é uma reprogramação sensorial, pois as
tecnologias forjam as formas de ver o mundo, representar as coisas e perceber a nossa
própria vida.
3) Aldeia global:
- Termo criado em 1960.
- É o mundo ligado pelos meios de comunicação eletrônicos, que permitem a volta à
oralidade, à visão e à lógica não-linear.
- Mundo interligado.
- Progresso tecnológico estaria reduzindo o planeta à mesma situação que ocorre em
uma aldeia.
- Elegeu a TV como paradigma da aldeia global – ou seja, o conceito precedeu a criação
da Internet. Esqueceu, entretanto, que as formas de comunicação em uma aldeia são
essencialmente bidirecionais e entre dois indivíduos. Somente agora, com o celular e a
internet, é que o conceito começa a se concretizar.
- Críticas ao conceito: é utópico (muitos são excluídos do acesso aos meios).

FOLKCOMUNICAÇÃO (BRASIL – AUTORIA DE LUIZ BELTRÃO)


1ª contribuição brasileira às Teorias de Comunicação.
Início: Anos 60
Campo de estudos:
- Discute os impactos da mídia sobre as manifestações culturais populares.
- Comunicação popular e folclore da difusão dos MCM.
- Comunicação dos marginalizados (à margem da mídia: rurais, urbanos e culturalmente
marginalizados).
- Aparece a figura do líder comunitário (base em Lazarsfeld – Two step flow). Líderes
retransmitem a mensagem através de um canal folk.

MODELOS DE COMUNICAÇÃO
Primeiro modelo de comunicação: Shanon e Weaver (1949) – atribui ao emissor a
autoria da mensagem que transita por um canal em um código até o receptor.
Modelo comunicação George Gerbner (1956) – estabelece a prioridade dessa função
de representar subjetivamente a realidade antes de transmiti-la. A percepção da
realidade, sua transformação em modelos mentais e depois em proposições lingüísticas,
fotografias ou imagens editadas em movimento, não é tarefa de um só homem. Ela
começa na fonte, que formula uma primeira representação que será levada adiante. Cada
indivíduo da cadeia informativa entende a realidade conforme seu próprio contexto e
seu próprio estoque de memória.
Teoria dos modelos de Philip Johnson-Laird, aborda perceber a realidade é construir
um modelo mental dela. Refletem crenças das pessoas, adquiridas por observação,
informação ou inferência.
Teoria da Cognição – modelos mentais são concebidos como entidades computáveis e
finitas, construídas e partir de elementos que representam objetos e de relações. Esse é o
objeto essencial ou básico a que se reportam as mensagens da fonte ao repórter.
GÊNEROS JORNALÍSTICOS

Gêneros informativos: Nota, notícia, reportagem, entrevista, título e chamada.


NOTÍCIA: De acordo com o caráter da informação há um tipo especial de seqüências
textuais.
- seqüência narrativa: informação centrada numa mininarrativa, nessa o narrador tenta
passar despercebido.
- seqüência descritiva: informação centrada na apresentação do estado do fato.
- seqüência explicativa: informação centrada na passagem de um conhecimento
específico.
Gêneros opinativos: Editorial, comentário, artigo, resenha ou crítica, coluna, carta,
crônica.
EDITORIAL: O editorial é um tipo de texto no qual o autor exprime o parecer do jornal
acerca de determinado fato. É um texto dissertativo que tem como finalidade propagar a
idéia da empresa. Apresenta idéias que evidenciam o ponto de vista escolhido pelo
jornal a respeito da matéria em evidência.
CRÔNICA: A crônica é um relato de acontecimentos, fatos, do tempo de hoje, fatos do
cotidiano. É uma seção de jornal ou revista, na qual são abordados acontecimentos do
dia-a-dia. Em sua estrutura predomina uma seqüência de narrativas, com marcas
subjetivas do produtor do texto
Gêneros utilitários ou prestadores de serviços: roteiro, obituário, indicadores,
campanhas, “ombudsman”, educacional.
Gêneros ilustrativos ou visuais: gráficos, tabelas, quadros, demonstrativos, ilustrações,
caricatura e fotografia.
Propaganda: Comercial, institucional e legal.
Entretenimento: Passatempos, jogos, história em quadrinhos, folhetins, palavras
cruzadas, contos, poesia, entre outros.

Entrevista: permite ao leitor conhecer opiniões das pessoas envolvidas no ocorrido


Crônica: Trata de assuntos cotidianos de maneira literária
Reportagem: Relato ampliado de um acontecimento. Com pesquisa de campo.
Gráficos: Informação na forma de sinais, desenhos, figuras, signos.
Colunas: Espaço na publicação onde uma pessoa escreve regularmente.
Artículos (Artigos): Textos opinativos sempre assinados.
Testemunhos: Narração real e circunstanciada que se faz em juízo; depoimento,
declaração da testemunha.
Resenhas e críticas: Apreciação de um trabalho artístico, orientando o leitor.

Gêneros jornalísticos

Informativos - reportagem/notícia/nota (ainda podem sofrer transformações)/entrevista;


Opinativos –
 Crônica (narração literaria/informação realidade/humor/ironia) - difusão
coletiva, atualidade, oportunidade);
 Editorial (opinião oficial acerca fatos atualidade);
 Resenha (análise emitindo julgamento ou opinião. Texto rápido/curto);
 Comentário (atualidade/fatos presente/visão opinião determinado assunto/
explica notícias, seu alcance, circunstâncias e consequências);
 Artigo (conteúdo amplo e variado/interpreta, julga ou explica fato atual.
Desenvolve ideia apresentando sua opinião);
 Coluna (sessão fixa. Liberdade abordagem);
 Charge (posicionamento crítico contra costumes sociais através imagem
humorada/provocações/liberdade de expressão/estilo ilustração).

Artigo (dissertativo (expor fatos) - argumentativo (persuasão)/opinião do autor e


jornal/linguagem clara e objetiva/ Estrutura: Tese central (ideia principal/ideia
defendida) -> exposição dados (fatos reais) -> argumentação -> conclusão

TÉCNICAS REDAÇÃO JORNALÍSTICA

Características do Jornalismo
1. Atualidade;
2. Periodicidade;
3. Universalidade (variedade);
4. Difusão coletiva.
MATERIAL JORNALÍSTICO caracteriza-se, em tese, por sua atualidade,
universalidade, periodicidade e difusão, mas o que mais o identifica é a estruturação
retórica em torno de pontos de interesse jornalístico.
Repórter hoje: modelo Toitista.
Taylorismo (divisão de funções) X Toiotismo (visão geral do processo +
responsabilidades diversas).
O jornal
- Código escrito + código visual.
- É temporal e redundante (repete informações básicas já divulgadas e acrescenta fatos
novos).
A notícia
- Matéria-prima do Jornalismo.
Hard news X Soft news
- Hard news: política nacional e internacional; ciência e economia.
- Spot news: acontecimentos imprevistos.
- Hot news: acontecimentos muito recentes.
- Running stories: notícias em desenvolvimento (casos de investigação, por exemplo)
- Soft news (jornalismo rosa): temas de entretenimento, como esportes e espetáculos.
Notícia x Informação
Informação: maior número possível de dados, formando um todo compreensível e
abrangente.
Espaço privilegiado da reportagem especializada.
Notícia: Mudança na ocorrência normal dos fatos. Apresentação sintética e
fragmentada.
- Notícia trata de fatos novos, a informação trata de um assunto.
- A notícia é mais breve, mais urgente, a informação é mais completa e extensa.
- A notícia independe da intenção do jornalista, a informação decorre da intenção, de
uma visão jornalística dos fatos.
Notícia trata de um fato, acontecimento que contém elementos de ineditismo,
intensidade, atualidade, proximidade e identificação que o tornam relevante. Já
informação trata de um assunto, determinado ou não por fato gerador de interesse.
Linguagem jornalística
- O jornalismo é um discurso datado: cada texto parte de um contínuo que reflete os
interesses de quem manda e as angústias de quem obedece (governo X povo; médicos X
pacientes; escolas X estudantes).
Características básicas do texto jornalístico:
- Frases leves e palavras curtas;
- Períodos mais curtos do que no uso formal (e ainda mais curtos em rádio e TV);
- Linguagem entre a formalidade e a coloquialidade – coloquial, mas fiel à norma culta
(coloquialismo tenso);
- Texto deve ser redigido em nível intermediário: meio termo entre a língua falada e
escrita;
- Preferência da próclise em lugar da ênclise (uso é mais coloquial);
- Forma analítica (Os manifestos foram escritos) em lugar da sintética (Escreveram-se
os manifestos);
- Verbos de ação;
- Estilo direto;
- Eliminação de estrangeirismos;
- Eliminação de advérbios que expressem juízos de valor ou que sejam uma suposição
(ex: possivelmente, supostamente);
- Tempos verbais mais utilizados: passado perfeito (eu venci), futuro [do indicativo] (eu
vencerei) e futuro do presente (eu venderei, eles venderão);
- O texto jornalístico utilizado um léxico simplificado (léxico = acervo de palavras);
- A informação e a notícia são axiomáticas (incontestáveis, dispensam estratégias de
convencimento);
- Textos são expositivos (dados + versões, explana/explica um assunto, com objetivo de
informar) e narrativos (sequências adicionadas umas às outras).
Texto jornalístico
Pauta Apuração Redação Edição Título
- Uso de verbo (preferência ao tempo presente);
- Eliminação de artigos;
- Não usar pontos;
- Evitar vírgulas e aspas;
- Uso de siglas: deve ser cuidadoso.
* Muletas: palavras usadas para “esticar” o título (um, seu, já).
Lead
- Lead = guia/ conduzir, liderar.
- Diário Carioca na década de 50: introdução do lead no Brasil.
- Década de 70: modernização do jornalismo brasileiro.
- Sua origem tem conexões com a oralidade. Pirâmide invertida
Documentação do lead
Introdução: pontos principais.
Explanação: ordem de acontecimentos detalhada.
Ampliação: cruzamento de informações, análises e opinião de especialistas.
Conclusão (pé): fechamento da notícia.

LEAD
Lead clássico
Esse é que nem farinha na feira, é fácil de ser encontrado [risos]. Na verdade, é o
primeiro que a gente aprende na universidade. Se você não sabia, pode deixar o curso de
jornalismo! Brincadeirinha!!!!

O lead clássico apresenta todos os elementos essenciais, mas sem preocupação com a
hierarquização dos dados entre si, de modo a envolver o destinatário. Há muitos e bons
jornalistas que passam a vida usando apenas esse. Entretanto, como produto de
consumo, tal limitação além de atender monotonamente ás expectativas dos
destinatários, reflete a acomodação do autor. (PENA, 2007, p. 44).
Nas reportagens da Folha de S. Paulo, uma delas que trouxe a resposta do lead clássico
foi a de 31 de março, de 2008, página C7 que diz:
“A menina Isabella Oliveira Nardoni, 5, morreu na noite de anteontem após cair do
sexto andar de um prédio de classe média na região do Carandiru, na zona norte de São
Paulo. A polícia trabalha com a hipótese de homicídio”.
Neste caso as respostas das seis perguntas são: quem? A menina Isabella Oliveira
Nardoni, o que? Morreu; quando? Na noite de anteontem; como? após cair do sexto
andar de um prédio de classe média; Onde? Na região do Carandiru, na zona norte de
São Paulo; por quê? A polícia trabalha com a hipótese de homicídio. Neste caso o por
que ela morreu é porque ela foi assassinada.
Lead de citação
Esse é o lead que não vejo dificuldade nenhuma de assimilação! Você sabe o que é uma
citação né? Na verdade, opinião minha, vejo o lead de citação como sensacionalista ao
extremo.
O Diário de S. Paulo, por exemplo, apresentou esse tipo de lead com o caso Isabela. No
lead usaram aquelas palavras que os vizinhos disseram ouvir da menina, “Para, pai!
Para, pai”! No momento em que aconteceu o crime. Ele também foi utilizado pela Folha
nas suas reportagens.
Esse exemplo abaixo foi encontrado na edição de 29 de abril, 2008, p. C3:
Exemplo: “Meio ridículo”. “Foi assim que o advogado Antônio Nardoni, avô paterno de
Isabella, classificou as cenas a que assistiu pela TV da simulação do assassinato da
menina feita ontem pela polícia”.
Resumindo, o lead de citação é iniciado com a transcrição de uma fala ou depoimento
expressivos de um personagem da história a ser relatada, seguida dos demais elementos
constitutivos.
Exemplo: “Saio da Vida para entrar na História. Com esta expressão o presidente
Getúlio Vargas registrou num bilhete suas esperanças de ajudas o país com seu suicídio,
no Palácio do catete, com um tiro fatal no peito esquerdo ontem...” (PENA, 2007, p.44).
Se você não entendeu ainda, o problema não é a falta de exemplos. [risos]

Lead circunstancial
No lead circunstancial o texto é aberto pela apresentação do elemento “como” ou
circunstância, tão original que justifique a prioridade de iniciar o discurso.
Exemplo: “Vascaíno desde criança, Vanderlei de Oliveira se surpreendeu, ontem, ao
levar a esposa para o Maracanã. Em plena torcida do seu clube, quase foi linchado ao
proteger a mulher, que inevitavelmente se levantou e vibrou com o gol do Flamengo, no
primeiro tempo da partida... na Delegacia de Polícia ela apresentou queixa contra o
marido...”. (PENA, 2007, p. 44).
Quando a matéria usa uma linguagem mais informal, sem a necessidade de fazer uma
construção totalmente clássica. Os jornalistas podem usar esse tipo de lead para deixar a
matéria mais leve ou até mesmo para ironizar determinadas situações ou pessoas,
utilizando chavões que são comuns na linguagem popular.
Lead clichê
Desculpe-me, mas esse tipo de lead é muito "fuleira" [risos]. O lead clichê trata-se de
um ditado ou chavão responsável pelo início da matéria, desde que associado aos fatos
que serão apresentados a seguir;
Exemplo: “Filho de peixe, peixinho é. O jornalista Gustavo Loio – filho da ex-campeã
brasileira Vera Loio e colunista deste jornal - ganhou o título do I torneio Sênior de
Tênis na categoria ‘profissionais de jornalismo’, ao derrotar o subeditor e professor José
Laranjo, por 2 X 1, na partida final, ontem, no Clube Novo Rio.” (PENA, 2007, p. 45).
Observação.: não deve ser confundido com o lide “de citação”, que só apresenta
expressões usadas por um agente do fato apurado.

Lead composto
O lead composto é muito utilizado em coberturas chamadas de suite, que precisam de
continuações.
Exemplo: Dois dias depois do terremoto que atingiu 20 cidades turcas, o número de
mortos elevou-se a sete mil e o de feridos a 30 mil. Uma grande refinaria explodiu e
cresce o temor de que o caos dos transportes e serviços cause fomes e epidemias. Há
dez mil desaparecidos e cem mil desabrigados.Os vários incidentes neste lide composto
são:Terremoto atinge 20 cidades turcas, 7 mil pessoas morreram e 30 mil ficaram
feridas;Refinaria explode;Temor que o caos dos transportes e serviços públicos cause
fome e epidemias; Há dez mil desaparecidos e cem mil desabrigados.

Lead apelativo
O lead apelativo aproveita a possível ambigüidade dos dados para narrar
maliciosamente, com um tempero falso, insinuado, fatos que não têm esse teor.
Exemplo: “A Secretaria de Controle Urbano foi impedida de atender ao público, ontem,
em conseqüência de verdadeiro bloqueio organizado nas proximidades da Cinelândia
por um grupo de cidadãos de sexualidade ambígua, em protesto contra a decisão da
juíza Maria da Glória, que não autoriza a retirada manifestação... Aos gritos de
‘queremos homem’, os manifestantes se recusaram a ser atendidos pela juíza...”.
(PENA, 2007, p. 47).
Lead flash
O lead flash também é conhecido como "relâmpago"[não confunda-o com o Relâmpado
Mcqueen]. O lead/lide na "velocidade da luz". Brincadeiras à parte, esse é o tipo de
lead/lide que dramatiza, buscando maior impacto no resto da matéria.
Exemplo: O antropólogo Claude Lévi-Strauss, um dos intelectuais mais importantes do
século 20, (frase de abertura com teor dramatizante) morreu no sábado passado aos 100
anos, informou hoje a editora Plon. [Fonte: Folha de S.Paulo]

Lead interrogativo
De acordo com o trabalho de conclusão de curso de Maria Carissa Duarte Cruz,
apresentado à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título
de Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo, o lead interrogativo
inicia-se geralmente com uma questão em que remeta o leitor a instância da curiosidade,
na maioria das vezes é uma questão perturbadora e sem solução imediata.
Exemplo: “Sambista loura, de olhos azuis e pele européia pode representar o Brasil no
Festival Internacional do Carnaval em Veneza?” (PENA, 2008, p.46).
Além desses exemplos de lead destacados acima, existem outros que devemos tomar
conhecimento. Veja;

LEAD RESUMO, LEAD OBJETIVO E DIRETO, LEAD BUROCRÁTICO, LEAD DE


REPERCUSSÃO, LEAD DE SUITE, LEAD DESINFORMADO, LEAD HUMANO,
LEAD INTERPRETATIVO, LEAD NÃO-NOTICIOSO, LEAD OBVIO OU LUGAR-
COMUM, LEAD CRIATIVO, LEAD ENUMERATIVO, LEAD CONCEITUAL,
LEAD CRONOLÓGICO, LEAD DE APELO DIRETO, LEAD DE CONTRASTE,
LEAD DESCRITIVO, LEAD SIMPLES, LEAD REMEMORATIVO, LEAD
ADVERSATIVO, LEAD EXPLICATIVO, LEAD SUSPENSE, LEAD DRAMÁTICO,
LEAD MULTILIDE.

A reportagem

Classificação (Ricardo Kotscho):


1. Investigativa (quente ou fria).
2. Perfil (personagem, cidade, monumento etc).
3. Levantamento: com bases documentais.
4. Drama social.
5. Grande reportagem.
Características da reportagem (Sodré e Ferrari):
- Predominância da forma narrativa;
- Humanização do relato;
- Texto de natureza impressionista;
- Relato objetivo dos fatos.

Anunciar, enunciar, pronunciar e denunciar (Sodré e Ferrari):


O gênero narrativo: em reportagem, pode-se anunciar, enunciar, pronunciar e denunciar.
- Anunciar: simples divulgar dos acontecimentos. Distanciamento em relação ao leitor.
- Enunciar: prestigia a narrativa. Aproximação maior com o leitor.
- Pronunciar: discurso crítico, tom de avaliação.
- Denunciar: declarar-se contra ou a favor. Natureza ideológica.

Modelos de reportagem:
1. De fatos (fact story): relato objetivo – pirâmide invertida.
2. De ação (action story): relato mais movimentado, começa pelo fato mais atraente. O
importante é o desenrolar dos acontecimentos.
3. Documental (quote story): Apóia em dados que lhe conferem fundamentação. É
habitual em documentários de TV/cinema e comum no jornalismo escrito.

Tipos de reportagem:
1. Reportagem-conto: personagem atua durante toda a narrativa, ilustrando o tema.
Começa por particularizar a ação através do personagem. Tem características do conto:
força, clareza, condensação, tensão, novidade.
2. Reportagem-crônica: detém-se em situações fortuitas. Relato de natureza
impressionista. Personagens são acidentes na narrativa. Reportagem com caráter mais
circunstancial e ambiental.
3. Livro-reportagem.
4. Reportagem perfil: enfoque à pessoa.

Fontes
As máximas de Grice: respondem por que as fontes prestam informações / por que não
mentem.
1) Máxima da quantidade: contribuição deve tão informativa quanto necessária.
2) Máxima da qualidade (verdade): não diga o que acredita ser falso, não fale sobre o
que não pode provar.
3) Máxima da maneira: clareza.
4) Máxima da relação: seja relevante.

Grice – toda conversação depende do que um dos envolvidos imagina que o outro
pretende.

a) Lacônico, nem contará mais do que lhe for perguntado (Máxima da quantidade)
b) Deliberadamente falso, ou afirmará meras suspeitas (Máxima da qualidade)
c) Excessivamente minucioso (Máxima da relevância)
d) Vago, ambíguo, ou construirá de maneira desordenada seu discurso (Máximo da
clareza).

Classificação das fontes (Nilson Lage):


1) Oficiais, oficiosas e independentes;
2) Primárias (testemunhas de um acidentes, documento original) e secundárias (livro
que cita outro livro, político que revela o que outro político disse);
3) Testemunhas e experts.

Para Traquina, fontes podem ser estruturadas em:


a) Hierarquia de autoridade: fontes oficiais/autoridades.
b) Produtividade: material abundante e confiável.
c) Credibilidade.

Ordem de abordagem:
Menor importância => Maior importância
(as de menor importância dão subsídio técnico para ampliar as abordagens posteriores).
Fontes desfavoráveis Fontes neutras e técnicas Fontes favoráveis
(construção de um cenário crítico, municia jornalista com argumentos).
Lei das três fontes: se três pessoas que não se conhecem contam a mesma versão de um
fato, então essa versão é tomada como verdadeira.
Entrevista
- Procedimento clássico de apuração e é também um gênero jornalístico.

Tipos de entrevista:
1) Quanto aos OBJETIVOS:
1.1. Ritual – ponto de interesse: figura do entrevistado, e não tanto o que ele tem a dizer.
Jogadores de futebol após jogo, visitantes ilustres após chegada.
1.2. Temática – aborda um tema. Busca de versões/interpretações de um fato.
1.3. Testemunhal – ponto de vista particular.
1.4. Em profundidade – Objetivo da entrevista é a figura do entrevistado (perfil).
2) Quanto às CIRCUNSTÂNCIAS:
2.1. Ocasional – não é combinada previamente. Respostas podem ser mais espontâneas.
2.2. Confronto – repórter assume papel de inquisidor.
2.3. Coletiva – principal limitação: bloqueio do diálogo.
OBS: Entrevista coletiva em conferência (perguntas passadas por escrito, com
antecedência) /
Entrevista em pool (veículos se associam para cobrir a entrevista coletiva. Utilizada
quando o local não é suficiente para acomodar todos os jornalistas interessados na
cobertura da matéria. Os participantes escrevem suas reportagens ou gravam o evento e
disponibilizam o material para seus colegas. O material é dado a todos no mesmo
momento; ninguém pode usá-lo até que todos o tenham recebido).
2.4. Dialogal – é a entrevista por excelência, em que entrevistado e jornalista constroem
o tom da conversa.

Do ponto de vista dos objetivos, as entrevistas podem ser:

a) Ritual – breve. Ponto de interesse está mais concentrado na exposição do entrevistado


do que ele tem a dizer. Ex: Entrevistas jogadores, técnicos de futebol, visitantes ilustres.
b) Temática – aborda um tema, sobre o qual se supõe que o entrevistado tenha
condições e autoridade para discorrer.
c) Testemunhal – trata-se do relato do entrevistado sobre algo de que ele participou ou a
que assistiu, mas inclui informações a que teve acesso e impressões subjetivas.
d) Em profundidade – o objetivo da entrevista é a figura do entrevistado, a
representação de mundo que ele constrói. Procura-se construir uma novela ou um ensaio
sobre o personagem, a partir de seus próprios depoimentos e impressões.

Quanto às circunstâncias de realização, as entrevistas variam bastante:

a) Ocasional – é não programada


b) Confronto – é a entrevista em que o repórter assume o papel de inquisidor,
despejando sobre o entrevistado acusações e contra-argumentando, com base em algum
dossiê ou conjunto acusatório
c) Coletiva
d) Dialogal – entrevista por excelência. Marcada com antecipação, reúne entrevistado e
entrevistador em ambiente controlado. Ambos constroem tom da conversa. Permite-se
aprofundamento e detalhamento dos pontos abordados.

Termos (INSERIR ANOTAÇÕES PROVA)


- Calhau: anúncio (não pago) da própria empresa jornalística utilizado para cobrir
espaço não utilizado na página (também pode ser matéria fria/artigo).
- Notícia adiantada (sob embargo): chegam à redação antecipadamente, mas não podem
ser divulgadas até determinada hora. Comuns em pronunciamentos de autoridades ou
acordos internacionais.
- Informação retardada: “censura” na divulgação de determinados fatos, para garantir
segurança nacional, por exemplo.
- Enquadrar: inclui selecionar um ponto de vista particular a ser destacado e que
para comunicar algum aspecto do todo é apresentado um ponto de vista diferenciado
ou ponto de enquadramento.
- Hipertexto: Informações apresentadas de maneira combinada, de modo que o leitor
possa escolher sequências associativas sem um encadeamento linear único.
- Caixa alta: Expressão usada em tipografia para referir a escrita com letras maiúsculas.
É o mesmo que versais ou capitais.
- Boneca: esquema geral de paginação de uma publicação.
- Muckraking journalism – prática do jornalismo de denúncias de corrupção
administrativa, jornalismo sensacionalista,
Pseudo-evento – acontecimento planejado com o propósito imediato de ser transmitido
ou reproduzido. Pode ser provocado para convencer, mas sua lógica é bem diferente
daquela da propaganda. Enquanto a propaganda substitui opiniões por fatos, os pseudo-
eventos são fatos sintéticos que influenciam indiretamente as pessoas, fornecendo a base
factual sobre a qual elas supostamente compõem as suas mentes.

CRITÉRIOS SELEÇÃO DA NOTÍCIA (VALOR-NOTÍCIA)

Proximidade, atualidade, ineditismo, conflito, humor, interesse pessoal, utilidade


pública, relevância e importância.

De acordo com o impacto (Galtung e Ruge)


 Amplitude: quanto maior o número de pessoas envolvidas maior a
probabilidade de o acontecimento ser noticiado. Mas há que contar com o fator
da proximidade;
 Frequência: quanto menor for a duração da ocorrência menor probabilidade terá
de ser relatada em notícia. Por exemplo um terremoto terá mais relevância
noticiosa do que as medidas tomadas após o mesmo. Acontecimentos de longa
duração, como por exemplo a viagem de satélites pelo espaço, têm fraca
cobertura. Os acontecimentos rotineiros podem ser noticiados se tiverem
interesse para muita gente como os jogos de futebol do fim-de-semana;
 Negatividade: as más notícias vendem mais do que boas notícias
 Caráter inesperado: Um evento totalmente inesperado terá mais impacto do
que um evento agendado e previsto
 Clareza: eventos cujas implicações sejam claras vendem mais jornais do que
aquelas que estão abertas a mais do que uma interpretação, ou cujo
entendimento exija conhecimentos acerca dos antecedentes ou contexto desse
mesmo evento.

De acordo com a empatia com a audiência


 Personalização: as ocorrências que possam ser retratadas como ações de
indivíduos atraem um maior interesse humano pela história relatada pelo
jornalista;
 Significado: este critério está relacionado com a proximidade geográfica e
cultural que a ocorrência possa ou não ter para o leitor. Notícias sobre
acontecimentos, pessoas e interesses mais próximos do leitor terão um maior
significado para ele.
 Referência a países de elite: notícias relacionadas com países mais poderosos
têm maior destaque do que notícias relativas a países de menor expressão
política e econômica.
 Referência a pessoas que integram a elite: histórias acerca de pessoas ricas,
poderosas, influentes e famosas recebem uma maior cobertura noticiosa.

De acordo com o pragmatismo da cobertura mediática


 Consonância: segundo este critério os jornalistas têm esquemas mentais em que
prevêem que determinado acontecimento pode vir a ocorrer. Esta previsão tem a
ver com a experiência e rotina do jornalista que escolhe o que é noticiável em
consonância com aquilo que tinha antevisto. Assim se uma ocorrência
corresponder às expectativas do jornalista terá maiores probabilidades de ser
publicada.
 Continuidade: uma vez publicada, a notícia ganha uma certa inércia. Como a
história já foi tornada pública existe uma maior clareza acerca da mesma
(SUÍTE);
 Composição: o arranjo das notícias por rubricas, seções ou cadernos deve ser
equilibrado. Se um acontecimento internacional for importante terá de competir
com o valor de outros acontecimentos internacionais para ocupar um
determinado espaço na seção dedicada a este tipo de notícias.

Conceituação de NOTÍCIA de acordo com seus atributos: atualidade, interesse,


importância e facilidade de assimilação.

A reportagem pode ser considerada a própria essência de um jornal e difere da notícia


pelo conteúdo, extensão e profundidade. A notícia, de modo geral, descreve o fato e, no
máximo, seus efeitos e conseqüências. A reportagem busca mais: partindo da própria
notícia, desenvolve uma sequência investigativa que não cabe à notícia (...) a notícia não
esgota o fato; a reportagem pretende fazê-lo.
Mensagem jornalística: jornalismo informativo (informação), jornalismo
interpretativo (informação ampliada) e jornalismo opinativo (opinião expressa). Para
Medina a notícia – informação tratada no nível do acontecimento imediato – é
classificada como jornalismo informativo, enquanto a reportagem – acontecimento
ampliado – enquadra-se no jornalismo interpretativo. Jornalismo opinativo manifesta-se
em páginas editoriais, no setor de variedades e esporte.

Wolf identifica cinco critérios ou categorias de valores-notícia: a primeira refere-se aos


critérios substantivos relacionados à importância (algo que o humano) da notícia; a
segunda refere-se às características específicas do produto informativo (sua
disponibilidade, sua ruptura da normalidade, sua atualidade); a terceira relaciona-se ao
meio de comunicação (quão adequada é a notícia a qual meio); a quarta categoria
refere-se ao público (a imagem que os jornalistas têm do público); e a quinta refere-se à
concorrência entre os meios de comunicação para obter a melhor notícia ou uma
notícia exclusiva, o furo.

PAUTA

A denominação pauta aplica-se a duas coisas distintas: (Nilson Lage)

 Ao planejamento de uma edição ou parte da edição (nas redações estruturadas


por editorias – de cidade, política, economia, etc.), com a listagem dos fatos a
serem cobertos no noticiário e dos assuntos a serem abordados em reportagens,
além de eventuais indicações logísticas e técnicas: ângulo de interesse, dimensão
pretendida da matéria, recursos disponíveis para o trabalho, sugestão de fontes
etc.
 A cada um dos itens desse planejamento, quando atribuído a um repórter. Ele
dirá “a minha pauta”, quer a tenha recebido como tarefa, quer a tenha proposto (
o que é comum, particularmente com free lancers)
A Pauta Jornalística

Não é o produto final, mas o começo de tudo; Não usa parágrafos; Linguagem
informal/coloquial; Mínimo de 20 linhas; A pressa das redações atrapalha a produção de
pautas jornalísticas; Não existe um esquema determinado de cumprimento de pauta

As partes de uma pauta

1. Resumo do Fato;
2. Direcionamento (perguntas/hipóteses)
3. Relação das Fontes (nomes, endereços, telefones, e-mails)
4. Principais Fontes: Pesquisa de Campo (Entrevistas) e Pesquisa Documental

Tipos de Pauta

 Pauta completa (Contém todos os dados possíveis do fato)


 Pauta resumo (Contém tópicos informativos)

Em ambos os casos deve-se ter endereço, telefone, e-mail e outros dados gerais

O Pauteiro

 É o responsável pelas pautas a serem desenvolvidas pelos repórteres


 Deve ser treinado para ler tudo o que cai em suas mãos, procurando um
“gancho” para boas pautas, gerando assim, boas matérias
 Deve estar atento ao que está virando notícia na concorrência

Atribuições do Pauteiro

 Estar antenado com as ocorrências do dia


 Ler os jornais, ouvir outras rádios e ficar ligado ao que se passa nos noticiários
da TV
 Propor entrevistas com pessoas públicas (autoridades, atletas, celebridades, etc.)
 Idealizar matérias polêmicas para ouvir ambas as partes interessada
 Ver a repercussão dos fatos no Brasil e no Mundo no contexto local.

Passos da Apuração Jornalística

 Fase 1: Elaboração da Pauta Pista Inicial + Sondagem Inicial + Preparação da


Pauta
 Fase 2: Pré-Produção Análise das Fontes + Seqüência de Abordagem
 Fase 3: Produção Confronto de Informações + Checagem

Fase 1 - Elaboração

Trata-se da sondagem inicial, da apuração preliminar, da exploração das fontes,


documentos e publicações sobre o assunto, numa pesquisa prévia da formulação da
pauta. É uma fase de informações para sustentar uma investigação, para testar a
credibilidade das fontes. Enfim, ajuda a estabelecer a viabilidade da pauta (é possível de
ser apurada ou não?), bem como a sua justificativa.

Fase 2 – Pré-Produção

Durante o processo de avaliação estratégica das fontes, não pode sair do horizonte a
obviedade de que as fontes defendem seus interesses acima de tudo. Os jornalistas,
algumas vezes, usam de determinados critérios para avaliar as fontes, a fim de que se
evitem dúvidas e “furos”

Fase 3 – A Produção

Trata-se do contato com as fontes. É a oportunidade de defesa daquele que foi citado na
notícia e a chance do repórter detectar erros de avaliação da pauta, que podem ser
corrigidos à luz de novos fatos. Cada apuração abre novas lacunas de informação, que
carece de maior investigação. É necessária uma visão geral para saber o que é preciso
levantar para ir em frente
A pauta é um dos itens principais do jornalismo. É a partir dela que o jornalista/repórter
irá a campo buscar informações, apurar e iniciar a construção da reportagem. A pauta é
a orientação do repórter e, por isso, deve ser muito bem feita.

A professora Joanita Mota Ataíde, da Universidade Federal do Maranhão, fez um


resumo de definições sobre “pauta jornalística”:

1- Segundo Clóvis Rossi


DEFINIÇÃO: Instrumento de orientação para os repórteres e de informação para as
chefias.
DISTORÇÕES:
1ª) Por ser elaborada principalmente em função do que os próprios jornais publicam, o
que gera um círculo vicioso, pelo qual os jornais se alimentam;
2ª) No geral, reflete refletem a idealização das pessoas que permanecem nas redações e
não daquelas que estão em contato direto com os fatos ou das pessoas geradoras das
notícias;
3ª) É elaborada hoje, nos grandes jornais, por um pequeno grupo de profissionais.
4ª) Condiciona o repórter a obedecer aos quesitos previstos ou pedidos pelo pauteiro. –
Pode ser contornada tal situação?

FORMA E CONTEÚDO: extensa, minuciosa, quase uma receita completa de como


cada repórter deve fazer sua reportagem (indicações do que o repórter deve fazer, as
pessoas que deve ouvir, que perguntas fazer).

2- Segundo Luiz Amaral


DEFINIÇÃO: ‘’...uma previsão dos acontecimentos que se desenrolarão no dia
seguinte.’’

3- Segundo José Marques de Melo


DEFINIÇÃO: ‘’... roteiro destinado à pré-seleção das informações a serem publicadas.’’
CONTEÚDO: elenco de temas ou assuntos
indicação de ângulos através dos quais os acontecimentos devem ser observados e
relatados.
4- Segundo Luciano de Moraes
CONTEÚDO: Ligeiro resumo do que constitui o objeto da matéria; roteiro das questões
básicas; o enfoque pretendido sobre determinado assunto; dicas sobre aspectos
desconhecidos ou interessantes do tema; questionamento dos pontos que são o objeto da
reportagem.
LINGUAGEM: Crítica, irônica, instigante, brincalhona, dura na colocação dos pontos a
serem questionados.
OBJETIVO: (um dos principais): Vender a matéria, estimular o repórter e/ou a chefia,
espicaçando o espírito crítico de quem vai fazer a reportagem.

Já o site Focas na área traz um texto interessante sobre pauta e no final traça
um “roteiro” dos itens fundamentais de uma pauta.
A pauta tem por objetivo oferecer o maior número de informações para o
repórter que irá fazer a matéria. Como todos sabem, o repórter muitas vezes chega na
redação para pegar as pautas e precisa sair correndo para produzir várias matérias.
Assim, tendo em mãos uma pauta bem elaborada não terá dificuldades de produzir uma
boa matéria.
A Pauta se constitui num dos grandes problemas para os estudantes de
Jornalismo, às vezes até para profissionais tarimbados. Imagina-se que, pelo que posso
observar no mercado, fazer uma Pauta nada mais é do que "CHUPAR" notícia de
Jornal. Outros veículos como as televisões, as revistas e mais recentemente a internet,
com todas as suas falhas, também entram na "CHUPANÇA". E isso não é verdade.
A CRIATIVIDADE do Repórter acaba sendo jogada no lixo por preguiça,
falta de orientação ou má-fé, no duro. Saiba você que os outros veículos servem para
uma reflexão do Repórter sobre tudo aquilo que está acontecendo no planeta - nada
mais.
A Pauta tem que ter as características do veículo: texto claro, objetivo,
curto, direto, conciso e sem informações óbvias. O profissional responsável pela Pauta
precisa pensar numa abordagem diferente de um assunto que pode mudar o dia do
cidadão.

Uma boa pauta deve ter, no mínimo:

1 - Um resumo dos acontecimentos (ideias) que são objeto da Reportagem.


2 - O que o Repórter terá que conseguir, ou seja, o que interessa ao Ouvinte.
3 - Como a emissora vai se posicionar em relação ao assunto.
4 - Fornecer todos os dados necessários para o Repórter: nome, cargo ou função das
pessoas que serão entrevistadas, telefones, hora da entrevista, local, e-mail- sempre
fornecer mais de uma fonte.

Lembre-se de uma coisa, a Pauta é o ponto de partida de uma boa


Reportagem, nunca o meio ou o fim. Tudo o que foi planejado previamente na Pauta
pode ser "derrubado" pelo Repórter caso outros fatos mais importantes estejam
acontecendo.
Vale ressaltar que nem sempre uma Pauta de Jornal, revista ou Tv pode ser
adaptada sem prejuízos ao Rádio. Procure elaborar o material de acordo com as
características do veículo - pense na prestação de serviços, na sessão da Câmara, na
visita do Presidente.
Por último: uma boa Pauta deve ter no máximo dez linhas, de preferência
com texto manchetado, para facilitar a vida do Repórter.
A sugestão de Pauta apresentada aqui não serve para programas jornalísticos
(produção), apenas para Reportagem.
Atenção: como o Pauteiro já se tornou uma peça rara nas Redações, o
Repórter é o próprio Pauteiro.

As pautas devem conter os seguintes itens:

1) Cabeçalho: Onde devem estar contidos o nome do redator, a data em que foi
elaborada a pauta, a retranca (duas palavras que indiquem o tema da pauta) e a fonte (de
onde foram tiradas as informações para a pauta).

2) Tema: Sobre o que se trata a pauta.

3) Histórico/Sinopse: Você deverá escrever em poucas linhas (média de 15 linhas) em


linguagem radiofônica um resumo dos fatos que levaram esse tema a se justificar como
assunto de uma pauta jornalística. Esse material é muito importante para situar o
repórter e porque poderá ser utilizado por ele para o lide e/ou cabeça da matéria. Para
reportagens especiais pode-se inserir mais informação.
4) Enfoque/Encaminhamento: Qual será o direcionamento a ser dado na matéria, ou
seja, com base no histórico exatamente o que o pauteiro quer que seja desenvolvido pelo
repórter. Indique para o repórter. Este item é que irá definir as suas sugestões de
perguntas.

5) Fontes: Para se obter as informações sobre o tema da matéria é fundamental que o


pauteiro apresente as fontes para a reportagem, ou seja, as pessoas que serão
entrevistadas pelo repórter. Nesse caso, além do nome e do cargo/função da pessoa,
deve constar na pauta o endereço e todos os telefones possíveis para contato.

6) Sugestões de perguntas: Como o nome já dia são sugestões a serem seguidas pelo
repórter. Mas lembre-se uma pauta não é uma camisa de força. O repórter tem toda
liberdade de questionar o entrevistado sobre outras questões que considerar importante
naquele momento.

7) Anexos: Caso o pauteiro tenha feito alguma pesquisa ou possua recorte de


jornal/revista ou texto retirado da internet poderá anexar na pauta.

A wikipédia ressalta que apesar de ser detalhada e repleta de orientações editoriais, a


pauta não é rígida: o repórter pode modificar abordagens, sugerir outros entrevistados e
até mudar completamente a natureza da reportagem que irá produzir levando em conta
os acontecimentos factuais que presenciar depois de sair da redação em busca da
notícia.

Formação da pauta
Dependendo do veículo de informação, a pauta pode ser elaborada de forma diferente,
mas, em sua essência, constitui de cinco pontos. Uma pauta geralmente é montada
seguindo os seguintes tópicos:

Histórico
O histórico é o que situa o repórter no cenário da reportagem a ser desenvolvida. Antes
de abordar o assunto, esta parte da pauta trata do que o assunto é e o que foi. Se a pauta
tratar de algum evento em uma determinada guerra, o histórico informa o repórter da
guerra em si, de suas causas, como começou e quando, até o presente próximo. Esta
informação pode ser ao repórter dada no início para orientá-lo na apuração mas, no
texto, em geral vem no fim ou em separado (num "box", se for em mídia impressa, ou
"pé" da matéria, se for rádio ou TV).

Matéria
Nesta seção, o encarregado de confeccionar a PAUTA fala exatamente do que o repórter
irá tratar. Se a pauta tratar de algum acontecimento em uma guerra, a matéria é o
acontecimento. Uma explosão, um ataque, um atentado.

Abordagem
É o que marca a individualidade da matéria. Dois jornais podem falar sobre o mesmo
assunto, só que sob abordagens diferentes. Ainda no exemplo do acontecimento numa
guerra, o repórter pode abordar uma explosão como um feito de represália dos povos
ocupados. Já outro jornal pode abordar o fato como um acidente.

Fontes
Nesta seção são sugeridas pessoas com quem o repórter poderá falar para enriquecer sua
reportagem. Vão desde fontes oficiais, como prefeitos e vereadores, até fontes
independentes, como advogados ou executivos, até povo-fala, onde populares são
indicados à dar sua opinião sobre o assunto. É conveniente que se coloque telefones,
emails e outros meios de contato com as fontes, para que informações possam ser
checadas mais tarde, durante a edição da matéria jornalística.

Imagens
Se tratar-se de uma pauta de telejornal, nesta seção o cinegrafista tem orientações do
que mostrar e sob qual ângulo. Se tratar-se de uma pauta de jornal impresso, esta seção
informa o fotógrafo sobre o que fotografar e como.

Pauteiro
No jornalismo, chama-se de pauteiro o profissional que, dentro de uma redação, tem a
função de decidir o que será noticiado. Cabe a ele elaborar a pauta do dia, isto é, os
assuntos que os repórteres deverão sair para apurar (investigar). O pauteiro geralmente à
redação chega mais cedo que os demais colegas (às vezes de madrugada) e seleciona,
desenvolve e planeja as coberturas que serão atribuídas a cada repórter ou redator.

Comumente, um pauteiro recebe telefonemas, e-mails e cartas do público dando


sugestões de pauta.

Quanto à pauta para o jornalismo on-line, encontramos o seguinte texto:

A pauta deve contemplar as especificidades da comunicação na Internet sem


deixar de lado as exigências da pauta jornalística tradicional.
Toda pauta é um planejamento da produção da matéria. No caso da notícia
para a internet, é preciso prever como será a utilização dos aspectos característicos desta
tecnologia, tais como a construção hipertextual do conteúdo, os recursos multimídia
utilizados e as oportunidades de interação oferecidas ao público.
Desta forma, a jornalista Luciana Moherdaui, no livro “Guia de Estilo Web”
propõe um modelo de pauta capaz de planejar também a produção e publicação deste
elementos.Sengundo a autora a pauta tradicional seria composta por:

1. Tema e questão central – a proposta da pauta;


2. Encaminhamento;
3. Roteiro de perguntas a serem respondidas;
4. Itens relevantes a serem abordados;
5. Perfis ou pontos de vista contemplados;
6. Histórico e informações adicionais;
7. Elenco de fontes a serem utilizadas;

Note que os itens de 3 a 6 podem servir para prever como ficará a estrutura hipertextual
da matéria, visto que cada elemento pode ser publicado em um bloco de informações
em separado. Mas a pauta para a internet exige outro tipo de definições, por exemplo
aquelas relativas à produção e disponibilização de informação multimídia:

8. Que recursos multimídia serão utilizados? Os arquivos em audio captados pelo


jornalista ficaram disponíveis juntamente ou não com uma transcrição, ou uma lista de
destaques da entrevista. E as fotos, e vídeos…
9. Serão criados mapas interativos ou infografias em geral? Neste caso trata-se de um
processo mais complicado e que foge à autonomia do jornalista, é necessário mobilizar
profissionais e recursos caros, enfim um esforço de produção muito maior.

Outro aspecto que não pode faltar é a construção hipertextual:

10. Chamada de capa + links internos e externos.


11. Notícias relacionadas e anteriores.

Pode causar surpresa que a chamada apareça tão cedo e sem a interferência do editor,
mas a proposta se justifica quando se considera a importância de estruturar o conteúdo
em hipertexto, do qual a chamada é o elemento de entrada. Por esta razão pensar a
estrutura implica pelo menos uma proposta para este primeiro elemento.

Por fim não poderia faltar:

12. Interação com o público; será disponibilizada enquete, link para bate-papos, foruns
de perguntas… Em resumo, a pauta para o meio digital corresponde a uma adaptação da
pauta tradicional às especificidades da hipermedia.

FORMATO JORNAIS

STANDART
Medida largamente utilizada pelos jornais de maior circulação nacional, em função do
aproveitamento máximo da área de chapa das offset . Nesse formato, a mancha gráfica
da página mede 52,5 por 29,7 centímetros. A área total de papel depois de impresso é de
56 por 32 centímetros. Para a confecção, é necessário equipamento de impressão
rotativo , disponível em grande editora e parque gráfico de jornais diários e periódicos
de grande circulação. O formato Standard assim como o tablóide segue a diagramação
modular que mescla a distribuição vertical com a distribuição horizontal das matérias
em busca de um layout de página dinâmico e atraente para o leitor.

- Aspectos positivos – O espaço disponível é amplo e requer bastante texto para o


fechamento das páginas. Em termos comerciais agrada muito pela imponência do
formato e pode ser dividido em cadernos que serão encartados um a um no primeiro
corpo do jornal.

- Aspectos negativos – Só pode ser impresso em editoras de grande porte; devido seu
tamanho físico, seu manuseio se torna difícil em locais pequenos, ex: ônibus, tem um
alto custo de postagem via Correio e requer muito assunto para não se tornar uma
miscelânea de conteúdos. Cada caderno fica limitado à capacidade da empresa gráfica
escolhida para a produção.

TABLÓIDE
Este formato é resultado da divisão do formato standard em duas partes, ou seja é a
metade do formato. Cada página possui uma mancha gráfica de 26,5 centímetros
horizontais por 29,7 centímetros verticais. , embora, encontrarmos algumas variações de
formato como: 28 X 38 cm, 29 x 40 cm O papel total de duas páginas impressas é de 56
por 32 centímetros, o mesmo que uma única página standard impressa. O formato
assume um aspecto cômodo, inclusive para encartes especiais ou cadernos
suplementares de um formato standard, pelo encaixe perfeito entre os cadernos
principais do jornal.

- Aspectos positivos – Esse formato é ideal para encarte. É fácil de “fechar”, na hora da
diagramação, com conteúdos variados ou de mesma natureza. Além disso, pode ser
impresso em gráficas de pequeno ou de médio porte, e seu custo para postagem via
correios é inferior ao standard, considerando o volume de sua massa física. Por se tratar
da metade do formato standard, o manuseio, por parte do leitor, se torna bem mais fácil
em diversas situações, inclusive dentro de um ônibus ou em filas de espera; a leitura é
fácil.

- Aspectos negativos - O formato da mancha gráfica não combina bem com textos
longos e muitos argumentos visuais, como tabelas explicativas e ilustrações gráficas. Só
pode ser produzido em um caderno, já que dois cadernos seriam o mesmo que dois
volumes soltos e caso o caderno do tablóide seja introduzido no corpo geral de um outro
tablóide, haverá uma interrupção na estrutura editorial das outras seções. Mas tudo isso
pode ser resolvido de acordo com a criatividade do diagramador.
GERMÂNICO (FRANCÊS)
Um pouco mais alto que o tablóide, sua utilização vem crescendo em meio a outros
formatos, é uma opção interessante, por ser um formato de baixo custo e grande
aproveitamento de área de impressão em equipamentos offset plana. A mancha gráfica é
de 43 por 29,7 centímetros, e a área total de papel de cada página fica com 46 por 32
centímetros de largura. A mancha gráfica ainda pode ocupar todo o papel, sem
prejudicar a impressão.

- Aspectos positivos – Pode ser impresso em vários tipos de papel, desde o couché ,
passando pelo sulfite ou até mesmo o papel jornal. As indústrias de celulose dispõem de
dezenas de alternativas de papel, que podem produzir um produto final das mais
variadas qualidades. As alterações nos custos de impressão, quando se opta por um
material alternativo, constituem grandes diferenças orçamentárias, desde que se respeite
o total aproveitamento da área impressa

- Aspectos negativos – Seu produto final também é dobrado ao meio, o que eleva os
custos de postagem e dificulta o manuseio. Formato pouco utilizado pelas empresas de
publicidade. A divisão da centimetragem pode causar transtornos na hora de receber
uma mídia com tamanhos oficiais. Geralmente as tabelas das agências trabalham com os
formatos standard e tablóide. Portanto, não é recomendável para jornais diários ou
periódicos comerciais.

FORMATO BERLINER
Berlinense, também conhecido como Berliner ou midi, é um formato de jornal com
páginas que normalmente medem 470 × 315 milímetros, ou seja, ligeiramente maior do
que o formato tabloide/compacto . Esse formato é usado em vários diários europeus,
incluindo o Le Monde, na França, e o La Repubblica, na Itália. O jornal The Guardian,
do Reino Unido, adoptou esse formato em Setembro de 2005.
NOÇÕES DE REDAÇÃO

Jornalismo on-line:
Instantaneidade, Interatividade, Perenidade (memória, capacidade de armazenamento de
informação), Multimediação, programação. Hipertextualidade. Personalização de
conteúdo, customização.

Telejornalismo (INSERIR ANOTAÇÕES CADERNO)


 Split: é a técnica de prolongar a imagem que vem do off por um ou dois
segundos em cima da sonora.
 Efeitos de transição: use este recurso edição em matérias especiais. No hard
news prefira corte seco. Evite repetir a sonora de um mesmo entrevistado na
mesma matéria. Use sempre que possível o sobe som. Ele revela o clima em que
a matéria foi feita.
 BG: som ambiente que deve estar presente em todos os formatos da notícia.
 Arte: Ilustração visual computadorizada, utilizada para facilitar a compreensão
do telespectador. Costuma-se usar em matérias que têm gráficos, tabelas e/ou
números.
 Áudio: O som da reportagem.
 Áudio ambiente: Som gravado na hora e no local em que a reportagem é feita.
O som ambiente, além de ilustrar a matéria, pode conter informações
importantes.
 Audiotape: Termo técnico que indica a gravação de um texto do repórter via
telefone.
 Background ou BG: Som do ambiente ou música de fundo que acompanha a
fala do repórter (off).
 Bloco: Um telejornal é dividido em partes que chamamos de blocos.
 Boletim: Resumo do fato. É gravado pelo próprio repórter no local dos fatos. Dá
origem ao stand-up.
 Break: intervalo comercial entre blocos
 Briefing: resumo da informação. Termo técnico usado com frequência na
reunião de pauta.
 Cabeça da matéria ou cabeça do vt: É o lide da matéria. Quem lê é sempre o
apresentador que introduz o assunto da matéria feita pelo repórter.
 Chamada: Texto sobre os principais destaques do telejornal, transmitido dentro
da programação normal da emissora. Tem como objetivo atrair o telespectador.
 Contraplano: Recurso usado na edição da matéria. Quando o entrevistado
aparece calado, olhando para o repórter, ou o repórter aparece fazendo uma
pergunta para o entrevistado.
 Deadline: Termo usado para definir o prazo final de qualquer procedimento.
 Decupagem: É quando o editor marca a minutagem das melhores cenas e
sonoras feitas pela equipe de reportagem na rua.
 Deixa: Indicação para o Diretor de TV de onde ele deve cortar.
 Diretor de TV: Profissional que comanda toda a operação técnica enquanto o
telejornal está no ar.
 Edição: Montagem de uma matéria unindo áudio e vídeo.
 Entrevista: Diálogo entre o repórter e o personagem fonte da informação.
 Entrevista coletiva: Repórteres de vários veículos de comunicação participam
da mesma entrevista.
 Escalada: São as manchetes do telejornal, sempre no início de cada edição.
Serve para prender a atenção do telespectador no início do jornal e informar
quais serão as principais notícias daquela edição. Use frases curtas, prefira
palavras concretas e verbos de ação. Quando possível intercale com um sobe
som, um teaser ou sonoras. A escalada exibe o que o telejornal tem de mais
importante.
 Espelho: É o cronograma de como o telejornal irá se desenrolar. Prevê a entrada
de matérias, notas, blocos, chamadas e encerramento do telejornal.
 Fade: É um escurecimento na tela. Fade in é o aparecimento, e fade out, o
desaparecimento gradual da imagem na tela.
 Fechamento: Momento de fechar o espelho e montar o script do jornal
 Flash: Resumo da notícia gravada pelo repórter de rua.
 Frisar: Efeito de congelamento de uma imagem
 Fusão: Recurso de edição. Desaparecimento e aparecimento simultâneo da
imagem, que chegam a ficar sobrepostas. Usada em matérias mais elaboradas.
 GC: termo técnico que indica os créditos de uma matéria na lauda
 Inserção em crawl ou roll: Entrada de legendas no rodapé da tela, da direita
para a esquerda (crawl), ou de baixo para cima (roll).
 Insert: Colocar imagem ou adio na matéria através de edição eletrônica.
 Lauda: Papel com marcações especiais, em que o jornalista escreve os textos.
 Lead: Invariavelmente está na abertura da matéria ou a cabeça da matéria lida
pelo apresentador.
 Link: Termo técnico que indica entrada ao vivo do repórter, do local onde
acontece a notícia.
 Manchete: Frase de impacto com informação forte.
 Matéria: O mesmo que reportagem. É o que é publicado no veículo de
comunicação.
 Matéria bruta: fita não editada.
 Nota ao vivo/pelada: Notícia lida pelo apresentador do telejornal, sem qualquer
imagem de ilustração.
 Nota pé: Nota ao vivo, lida ao final da matéria, com informações
complementares.
 Nota coberta: Nota cuja cabeça é lida pelo apresentador e o texto seguinte é
coberto com imagens. Esta nota pode ser gravada ou ao vivo.
 Notícia: Acontecimento relevante para o público do telejornal ou qualquer
veículo de comunicação.
 Off the records ou Off: Informação que o jornalista não pode divulgar.
 Passagem: Gravação feita pelo repórter no local do acontecimento, com
informações a serem usadas no meio da matéria. É o momento em que o repórter
aparece na matéria para destacar um aspecto da matéria.
 Plano: Angulação da câmera. Pode ser plano geral, médio, americano, primeiro
plano ou primeiríssimo plano.
 Povo fala: Também chamado de fala-povo, é a entrevista feita com várias
pessoas – uma de cada vez –, que repercutem determinado assunto.
 Retranca: Identificação da matéria. É o nome que a reportagem tem. É usado
apenas internamente e destaca apenas duas palavras do VT (Ex:
INFLAÇÃO/COMÉRCIO)
 Relatório de Reportagem: texto do repórter. Nela ele prevê a cabeça da
matéria, os offs, passagem, sonora. É um roteiro para o editor de texto montar a
matéria.
 Script: O mesmo que lauda.
 Sobe som do VT: Marcação técnica na lauda. Indica ao sonoplasta o momento
em que deve ser colocado determinado som.
 Som ambiente: O mesmo que áudio ambiente.
 Sonora: É a fala do entrevistado na matéria.
 Stand-up: Quando o repórter faz uma gravação no local do acontecimento para
transmitir informações do fato. É usado quando a notícia que o repórter tem que
dar é tão importante que, mesmo sem imagem, vale a pena.
 Teaser: Pequena chamada gravada pelo repórter com a manchete da notícia.
Entra durante a escalada do jornal. Texto em off, ou off: Texto gravado pelo
repórter – normalmente após a gravação da matéria. É a narração da notícia,
colocada durante a matéria.
 Time code: Relógio digital que conta o tempo de frames, usado para decupagem
e edição de fitas.
 Travelling: Movimento de câmera para acompanhar um objeto em movimento.
 Videotape ou VT: Equipamento eletrônico que grava o sinal de áudio e vídeo
gerado por uma câmera.
 Vinheta: É o que marca a abertura ou intervalo do telejornal. Alguns eventos
importantes também merecem vinheta.

Radiojornalismo

 Simplicidade - As frases devem ser curtas. Deve-se evitar qualquer tentativa de


erudição. Da mesma forma, gírias e regionalismos podem comprometer a
qualidade do texto e a credibilidade do trabalho. Também é bom lembrar que a
mensagem se perde no ar no momento em que é transmitida. Portanto, se não
conseguir entendê-la, o ouvinte não terá uma segunda oportunidade. Sem
abreviações.
 Clareza - As mensagens não devem dar margem a dúvidas, deixar perguntas
sem respostas ou confundir o ouvinte.
 Necessidade do lead
 Ordem direta - As frases devem ser curtas e estar na ordem direta
 Em cima dos fatos - o repórter de uma emissora rádio deve estar sempre
preocupado em informar cada etapa da notícia no momento em que ela acontece,
sem deixar, é claro, de ser preciso nas informações.
 Presente - Prefira sempre o presente ou a forma composta do que o futuro. O
Cruzeiro joga amanhã ou vai jogar amanhã é sempre melhor do que jogará
amanhã

WEBJORNALISMO

JORNALISMO 1.0 JORNALISMO 2.0


Tradicional Digital
Reflexão Velocidade
Imparcialidade Comentários / Opiniões
Pouca competição Competição mega
Perfeição Edição Contínua
Experiência Jornalistas Amadores
Foco nas publicações e marcas Foco nas pessoas
Baixa ou nenhuma interatividade Alta interatividade

Características fundamentais

Multimidialidade
• Convergência de formatos (imagens, texto, som, vídeos)
• Mecanismo de busca
• (lembre-se que a sociedade brasileira consome muito mais e melhor informações
visuais do que interpretações de texto!)
Hipertextualidade
• Uso dos links para conteúdo complementar (outros sites, vídeo, fotos, textos,
documentos etc)
Personalização
• Possibilidade de customizar os produtos jornalísticos de acordo com seus interesses
pessoais.
Instataneidade/atualização contínua
• Rapidez da produção, disponibilização e disseminação do conteúdo
• Edição a qualquer momento, eternamente!
• Deadlines insanos e non stop
Memória
• Arquivos online – base de dados
• Redes sociais como fonte para o jornalismo
• Sites de busca (Google, Yahoo, Bing)
Participação

Estratégias Editoriais

• Pautas – insights coletivos


• Feedback constante
• Fontes, fontes e fontes
• Proximidade com o stakeholder
• Quem sabe é quem está perto do cliente
• Disseminação social
• Widgets (esteja aonde seu público está)
• Vinculação com outros conteúdos (cuidado com direitos
autorais)
• Direcione tráfego para marca / produtos

Crowdsourcing
• É uma nova tendência em conteúdo (incluindo jornalismo 2.0)
• Uma forma colaborativa de reportagem, produção e promoção de conteúdo
• Cada colaborador pesquisa e contribui com pedaços diferentes do todo
• Em geral, o conteúdo é visto e finalizado por um editor

Assessoria de Imprensa 2.0


• Agilizar o relacionamento com os profissionais de imprensa, favorecendo os veículos
e profissionais que se encontram distantes (fisicamente ou não) da instituição.
• Ampliar a oferta e facilitar o acesso a informações sobre a instituição
• Utilizar como ferramenta de inteligência estratégica, investindo em aprendizado sobre
o público-alvo e colocando a instituição de maneira sólida na internet.
• Reduzir esforços da instituição e maximizar a utilização dos recursos (financeiro,
humano, tempo).
• Reforçar a marca junto aos principais disseminadores de informação e influenciadores,
otimizando o impacto online (de forma positiva, em pouco tempo e com grande
alcance).

- O coração de um meio de comunicação é sua comunidade. (repórteres, editores,


público);
- No há como silenciar as críticas. Se algum meio não contar uma história, outro contará
e ganhará audiência.
- Começam a surgir novas formas de financiamento ligadas a serviços, doações,
reportagens ou investigações a pedido.
- Os jornalistas dialogam com o público nas redes sociais.
- Pouca gente na redação.
- O fechamento é constante.
- Os repórteres trabalham colaborativamente.
- Sem rotina pré-estabelecida

1- Editor de Mídias Sociais: Administra os conteúdos das redes sociais do meio de


comunicação. Seu trabalho é moderar comentários e estimular a participação da
audiência através de fóruns, chats e enquetes, bem como acompanhar o que as pessoas
falam nas redes sociais. É o contato entre as redes sociais e da redação.
2- Administrador de Comunidades: Editor responsável pela publicação de matérias
enviadas pelo público: fotos e vídeos pessoais, mas também colunas, reportagens,
artigos etc. Trabalha em coordenação com o editor de mídias sociais e, por vezes, esta
posição abrange também as funções descritas no item 1.
3- Repórter WiFi: Cria seu próprio conteúdo, que não aparece na mídia tradicional.
Pega as notícias do dia para trabalhar em outras abordagens, com novas fontes. Trabalha
em histórias muito específicas e geolocalizado. Usa fontes digitais, principalmente
compilando documentos públicos, e fontes orais como complemento, se necessário.
4- Repórter Multimídia: Prepara os diversos elementos da notícia multimídia. A partir
da narração em diferentes formatos, buscando complementar o conteúdo em texto, fotos
e vídeo com uma narrativa multimídia.
5- Buscador de Bancos de Dados: Rastreia bases de dados em busca de documentos
úteis para o noticiário. Processa a informação em forma gráfica.
6- Editores de Som e Vídeo: Especializados nestes formatos, usam programas
profissionais para a produção de áudio e vídeo.
7- Gestor de AdSense: Trabalha explorando os segredos da publicidade do Google e os
explora ao máximo.
8- Administrador de Blogs: Ocupa-se dos blogs que fazem parte da comunidade do
meio: os blogs de jornalistas e blogs de pessoas.
9- Executivo Business: Explora novos modelos de negócios, não dependentes de
publicidade: serviços, venda de conteúdo para terceiros, financiamento por meio de
doações e parcerias com empresas que vendem online, promovendo produtos a baixo
custo, se adquiridos através da Internet.
10- Executivo de Alianças: Cuida das alianças com outras mídias. Onde uma não
chega, outra poderá chegar, então o mercado se multiplica

http://gjol.net/wp-content/uploads/2012/12/book-modelos-jornalismo.pdf

Jornalismo científico

O jornalismo científico, que em primeiro lugar deve ser considerado


jornalismo. Depende estritamente de alguns parâmetros que tipificam o jornalismo,
nomeadamente a periodicidade, atualidade e difusão coletiva. O Jornalismo Científico é
próximo de outras atividades semelhantes, como a divulgação científica, porém distinto
na medida em que não apenas informa o público sobre ciência, mas procurar trazer
reflexões e discussões atualizadas sobre ciência, tecnologia e sua relação com a
sociedade.
No Brasil, alguns dos maiores expoentes profissionais em Jornalismo
Científico são, na área acadêmica William Dias Braga, Wilson da Costa Bueno, Luisa
Massarani, Sonia Aguiar e Carlos Vogt, além dos divulgadores de ciência Marcelo
Gleiser, Marcelo Leite e Ulisses Cappozolli.
Os principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema podem ser
divididos em dois grupos:
As revistas científicas de caráter estritamente acadêmico. São geralmente
comercializadas em formato impresso ou, mais recentemente em formato eletrônico. Em
quase sua totalidade, estas publicações estão ligadas a instituições de ensino superior ou
entidades de pesquisa como, por exemplo, Ciências & Cognição [1] , e
As revistas de divulgação científica, mais voltadas para o público leigo,
difundindo o conhecimento científico de modo acessível. Estas, na maioria das vezes,
podem ser encontradas em bancas de jornais e revistas, tais como Ciência Hoje e
Ciência Hoje das Crianças, Superinteressante, Mundo Estranho, Galileu (ex-Globo
Ciência), Biotecnologia e Viver, Mente&Cérebro, Pesquisa Fapesp, Scientific American
do Brasil, Astronomy e Ciência Brasil.

No século passado, um matemático, Georgonne, dizia: "ninguém pode


orgulhar-se de ter dito a última palavra sobre uma teoria enquanto não a possa explicar
em termos simples a qualquer um que encontre na rua”.
E, há alguns anos, o físico americano Robert Oppenheimer afirmava,
dirigindo-se à imprensa: "esperamos dos jornais que contribuam a manter livres os
caminhos da verdade e da comunicação, a fim de que os homens se mantenham de certo
modo unidos num saber comum e numa humanidade comum”.
Estas três citações resumem, para Calvo Hernando, "um largo caminho
percorrido desde o conceito minoritário e quase secreto da ciência até a gostosa e
unânime participação atual do homem de rua na grande aventura do conhecimento. Uma
participação que não é, por suposto, satisfatória como desejaríamos, nem afeta a todos
os seres humanos, como tampouco os afeta a luz elétrica, a medicina ou o alfabeto, mas
que se amplia com o passar do tempo, num ritmo cada vez mais vivo e exigente. Uma
participação que deverá permitir um dia completar esta trilogia de citações, com que se
iniciou a exposição, com esta outra de Michel Rouzé: "não é tão quimérico esperar que
um dia os conceitos que representam as fórmulas da mecânica ondulatória entrem no
patrimônio do sentido comum, como entraram a dos antípodas ou do heliocentrismo do
nosso sistema planetário. Uma parte desta missão corresponde ao jornalista, ao
divulgador científico". (1) Como se percebe, o autor utiliza como sinônimos os
conceitos de jornalista científico e divulgador científico.
Vera Lúcia Santos, em seu escrito João Ribeiro como jornalista científico no
Brasil (1895-1934), discordando de Calvo Hernando, diz que "alguns autores
especializados em jornalismo científico costumam empregar esse termo como sinônimo
de divulgação científica, com o que não concordamos. Divulgação, vulgarização ou
popularização da ciência - diz ela - é a capacidade de torná-la pública, de tal forma que
ela seja inteligível aos leigos, sem que isso implique necessariamente em fazer
jornalismo científico". Para Santos, "a divulgação científica pode ser feita através de
artigo publicado na imprensa diária ou qualquer outro meio de comunicação, e ainda em
revistas especializadas, conferências ou mesmo obras. Cabe ao próprio cientista
divulgar aos seus colegas o resultado de suas experiências sem a preocupação de serem
entendidos pelo grande público. Quanto aos jornalistas, quando procuram traduzir a
mensagem do cientista visando atingir diretamente o leitor, estão divulgando ciência,
mas, sobretudo, fazendo jornalismo científico. Em ambos os casos, o que distingue o
jornalismo científico da divulgação científica é meramente uma questão de objetivo
com relação ao comunicador da mensagem". (2)
Wilson Bueno, refutando Vera Santos, diz: "não concordamos com esta tese.
Acreditamos que os objetivos do jornalista científico e do divulgador científico não são
muito diferentes: em termos gerais, ambos se preocupam em transferir aos não-iniciados
informações especializadas de natureza científica e tecnológica. Na prática, o que
distingue as duas atividades não é o objetivo do comunicador ou mesmo o tipo de
veículo utilizado, mas, sobretudo, as características particulares do código utilizado e do
profissional que o manipula. José Reis, certamente a maior expressão do Jornalismo
Científico em nosso País, utiliza os termos de maneira indiscriminada, tratando-os
efetivamente como sinônimos".
A intertextualidade, ao permitir-nos observar o rico confronto de pontos de
vista, dá-nos também a tarefa de buscar um caminho de conciliação. A despeito do rigor
conceitual de cada autor, parece haver consenso quanto ao fato de que o mau emprego
da expressão original Scientific Journalism tem gerado, em nossa língua, inúmeros
equívocos e confusões.
Consenso também há quanto ao fato de que o Jornalismo Científico deve
apropriar-se das características enunciadas por Otto Groth para o Jornalismo:
atualidade, universalidade, periodicidade e difusão.
Roberto Pereira Medeiros, valendo-se dos ensinamentos de Bueno, diz que
no Jornalismo Científico "a característica de atualidade é preenchida pelos fatos
(eventos, descobertas) ou pessoas (cientistas, tecnólogos, pesquisadores) que estejam
diretamente ou indiretamente relacionados com o momento presente; ao abrigar os
diferentes ramos do conhecimento científico, o Jornalismo Científico preenche a
característica da universalidade; a periodicidade se dá pela manutenção do ritmo das
publicações ou matérias, certamente antes em conformidade com o desenvolvimento
peculiar da ciência do que com o próprio ritmo de edificação dos veículos jornalísticos
(oportunidades, segundo Groth); a característica de difusão é preenchida pela circulação
do material pela coletividade à qual se destina".
Manuel Calvo Hernando faz um interessante comentário ao dizer que "o
jornalista científico deve ser, antes de tudo, jornalista. (...) Deverá ser jornalista e
queremos significar com isto que deverá ser na mais ampla acepção da palavra. Há de
ser homem completo, aberto a seu tempo, familiarizado com os problemas do mundo
em que vive, dotado de curiosidade universal e penetrado nas técnicas de seu ofício
informativo".
Pode-se perceber que as especificidades requeridas ao Jornalismo
Científico, e ao profissional que dele faz uso, aproximam-se do próprio conceito de
rigor da ciência (seja no trato da apuração e análise dos dados, precisão lingüística e
transmissão do conhecimento), o que, no entanto, não pode prejudicar o entendimento
do receptor.
Hillier Krieghbaum, a propósito disso, dizia que "para fazer um trabalho
realmente competente é necessário mais do que faro jornalístico. Um repórter científico
deve estar suficientemente alerta - subentendendo-se assim um conhecimento das bases
da ciência ‘pura’, da tecnologia e da medicina". (7) Segundo Krieghbaum, "o repórter
científico bem preparado também precisa saber como escrever - na linguagem do
homem comum". (8) Para ele, se se pretende "responder adequadamente às demandas
da exatidão científica é preciso estar de posse de detalhes suficientes para reproduzir a
experiência concreta e para possibilitar um julgamento científico baseado na qualidade
dos resultados originais. (...) Para a exatidão jornalística ou de manchetes é
imprescindível uma noção correta ou uma idéia geral do interesse das descobertas
científicas para os não-cientistas".
Em artigo escrito em 1988, José Reis, o divulgador da ciência, para a revista
Ciência e Cultura, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Osvaldo Frota-
Pessoa listou algumas regras básicas para os que atuam com divulgação científica,
sejam cientistas ou jornalistas. Eis alguns dos conselhos de Frota-Pessoa:
"- Coragem para dispensar a precisão e apelar para analogias, generalizações e
aproximações, e coragem para parecer, por isso, ignorante”;

- Ser simples, direto e nobre (como Homero), pois sem a nobreza cai-se na caricatura da
ciência, no sensacionalismo;

- Pensar maduramente no tema e no propósito da publicação, deixando o estudo


sedimentar antes de escrever;

- Abdicar do jargão científico: o que interessa são fatos e conceitos e não palavras;

- Escrever de forma enxuta, sem rebuscamentos nem modismos;

- Escrever com clareza sobre o que com clareza se entendeu;

- Explicar a ciência e desmascarar a pseudociência, a partir dos fatos do dia;

- Tratar as novidades, mas também o que é maravilhosamente banal (como o


desabrochar das flores). (10)

Ao se referir à função que mais tem recebido atenção do Jornalismo Científico (a


educativa), José Marques de Melo afirma que o jornalismo deve na sociedade:

"a) cumprir a atividade educativa dirigida à grande massa;


b) popularizar o conhecimento produzido nas universidades e institutos de pesquisa;
c) usar linguagem acessível ao cidadão comum;
d) despertar o interesse pelos processos científicos no público;
e) conscientizar a população que paga impostos;
f) “realizar um trabalho de iniciação dos jovens ao mundo do conhecimento e da
educação continuada dos adultos".
Vale lembrar que Bueno sistematizou esses deveres do Jornalismo Científico em seis
funções básicas: informativa, educativa, cultural, social, econômica e político-
ideológica.
Em sua tese de livre-docência, defendida na ECA/USP, José Marques de
Melo, ao definir Jornalismo Científico, atenta para a abrangência do conceito ao
caracterizá-lo como "um processo social que se articula a partir da relação
(periódica/oportuna) entre organizações formais (editoras/emissoras) e coletividades
(públicos/receptores) através de canais de difusão (televisão, rádio, cinema, jornal,
revista) que asseguram a transmissão de informações (atuais) de natureza científica e
tecnológica em função de interesses e expectativas (universos culturais ou
ideológicos)".
Luciana Miranda Simões, citando Bueno, insere também os seguintes
aspectos no conceito de Jornalismo Científico:
a) “a postura crítica do jornalista em não aderir ao movimento de alguns
cientistas e intelectuais que fazem a apologia dos fatos e das informações científicas,
imprimindo à ciência um caráter fetichista; b) a incorporação das ciências humanas,
bem como das técnicas e processos mais simples, derrubando o preconceito de que só é
considerado objeto do jornalismo científico o conjunto de teorias complexas e
aplicações tecnológicas avançadas".
Segundo Juan Alberto Verga, "não existe notícia melhor e mais importante
do que uma descoberta científica ou um avanço tecnológico que podem, inclusive,
mudar o processo histórico num determinado momento". (14) Já para Vera Lúcia
Santos,o Jornalismo na área de saúde consiste "na informação de fatos, personalidades e
acontecimentos relacionados ao campo da ciência, veiculada através dos meios de
comunicação de massa e transmitida em linguagem acessível ao grande público". (15)
As posições de Juan Alberto e Vera Santos encerram questões polêmicas.
Em relação ao primeiro autor, sua posição - muito comum entre profissionais e
estudiosos da área -, é refutada por Wilson Bueno pelo fato de promover a atividade
científica, apegando-se à sua capacidade de mudar o mundo a partir do saber preciso,
objetivo, racional e universal; no que concerne a Santos, Bueno assevera que reduzir o
processo de divulgação científica aos meios de comunicação de massa legitima a
atividade jornalística ao caminho de mão única hoje praticado, reproduzindo a estrutura
anti-democrática do saber científico e tecnológico. Ademais, cumpriria descobrir o que
e qual seria esta linguagem acessível ao grande público.
Para Moore, "ciência é quase sempre um negócio ambíguo; os jornalistas
envolvidos na cobertura científica têm que conviver com este fato. Além disso - afirma -
os jornalistas podem reportar os argumentos e contra-argumentos dos vários lados de
uma disputa com facilidade, mas não estão adequadamente preparados para avaliá-los
com imparcialidade".
Nesta mesma linha, Stephen Klaidman afirma que, "na cobertura de saúde,
repórteres e editores também trabalham com resultados científicos incertos, hipóteses
não testadas em seres humanos, teses contraditórias sobre o mesmo tema, além de
interesses econômicos e políticos". Para ele, "apesar desses problemas não serem
exclusivos do jornalismo de saúde, acabam tendo implicações maiores nessa área. Em
política ou economia, um grupo limitado de leitores se interessa pelos temas abordados
e adquire a esperteza e a sofisticação necessárias para acompanhar a especificidade
deles. Esse grupo de leitores aprende a ler as entrelinhas, avaliar as fontes mesmo
quando não estão indicadas, reconhecer os interesses políticos e entender pelo menos o
básico sobre os aspectos técnicos do assunto. O mesmo não vale para a saúde: apesar de
haver um grupo limitado que sabe como ler as matérias, praticamente todas as pessoas
estão interessadas nessa área, mesmo que não entendam o mínimo de ciência". (17)
Para Dorothy Nelkin, a cobertura sobre possíveis riscos para a saúde (donde
pode-se salientar os riscos adversos de um dado medicamento) tem sido considerada
"histérica, sensacionalista e confusa, e as explicações para isso são:
- Ao reportar incidentes, os jornalistas têm pouquíssimo tempo para
pesquisar a fim de dar ao leitor uma análise independente sobre os fatos;
- Como a imprensa não tem condições para desenvolver uma investigação
independente e cientificamente competente sobre o caso, é obrigada a confiar em fontes
envolvidas com a questão e com interesses a defender. É comum tais fontes tentarem
influenciar a cobertura da imprensa;
- Em busca de respostas definitivas, a imprensa tende a rejeitar declarações
de cientistas que tentam explicar que eles mesmos ainda não sabem avaliar a extensão
de determinado risco;
- A imprensa dissemina a idéia de que a ciência possui todas as soluções. Ao
agir assim, perpetua-se uma falsa imagem de ciência e de sua contribuição para a
sociedade".
Na busca pela melhor forma de atrair o público para a informação, Nelkin
aponta alguns desvios cometidos pelo Jornalismo Científico, dos quais destacamos:
figuras de linguagem são utilizadas em detrimento do conteúdo científico; e fatos
científicos acabam gerando esperança, entusiasmo prematuro e expectativas otimistas
demais e depois caem em desilusão quando não se concretiza.
Aaron Cohl analisa com sensibilidade a forma pela qual a mídia apavora ou
nutre as esperanças dos leitores. Parte ele do pressuposto de que a ciência e o jornalismo
têm diferenças conceituais quase que irreconciliáveis, que originam a maioria dos erros.
"Cientistas sempre lidam com probabilidades. Eles não dizem este produto causa
câncer, mas sim que parece haver alguma relação entre o produto e o crescimento de
células cancerosas em animais de laboratório". Esse tipo de declaração, segundo Cohl,
"não combina de forma alguma com o tipo de informação que a mídia busca. A mídia
busca verdades que, mesmo relativas, tenham a capacidade de ser convertidas em
absolutas, qual um veredicto simples e definitivo que levante o interesse do público e
seja facilmente apreendido".
De fato, conforme lembra Luciana Simões, "a ciência possui uma
característica que exerce forte influência sobre a imprensa: a autoridade de suas teorias.
Além de autoridade suprema, a ciência é pura e neutra, incapaz de deixar-se
corromper".
Para a filósofa Marilena Chauí, "a ciência contemporânea funda-se nos
seguintes pilares:
- Na distinção entre sujeito e objeto do conhecimento, que permite
estabelecer a idéia de objetividade, isto é, de independência dos fenômenos em relação
ao sujeito que conhece e age; na idéia de método como um conjunto de regras, normas e
procedimentos gerais, que servem para definir ou construir o objeto e para o auto-
controle do pensamento durante a investigação e, após esta, para a confirmação ou
negação dos resultados obtidos; nas operações de análise e síntese, isto é, de passagem
do todo complexo às suas partes constituintes ou de passagem das partes ao todo que as
explica e determina;
- “Na idéia de lei do fenômeno, isto é, de regularidades e constâncias
universais e necessárias, que definem o modo de ser e de comportar-se do objeto, seja
este tomado como um campo separado dos demais, seja tomado em suas relações com
outros objetos ou campos de realidade; na criação de uma linguagem específica e
própria, distante da linguagem cotidiana e da linguagem literária".
Somente pelo último pilar proposto por Chauí já se pode perceber a
problemática que se abre entre Ciência e Jornalismo. Para ela, "a linguagem cotidiana é
conotativa e polissêmica, ou seja, as palavras possuem múltiplos significados
simultâneos, subentendidos, ambigüidades e exprimem tanto o sujeito quanto as coisas;
a linguagem científica destaca o objeto das relações com o sujeito, separa-o da
experiência vivida cotidiana e constrói uma linguagem puramente denotativa para
exprimir sem ambigüidades as leis do objeto. O simbolismo científico rompe com o
simbolismo da linguagem cotidiana construindo uma linguagem própria, com símbolos
unívocos e denotativos, de significado único e universal. O ideal de cientificidade
impõe às ciências critérios e finalidades que, quando impedidos de se concretizarem,
forçam rupturas e mudanças teóricas profundas".
Claro está que o discurso científico é um discurso instituído. De forma
muito feliz, Marilena Chauí usa o termo discurso competente como sendo "aquele que
pode ser proferido, ouvido e aceito como verdadeiro ou autorizado. Em um mundo
como o nosso, que cultua patologicamente a cientificidade, não é qualquer um que pode
dizer a qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar e em qualquer circunstância. O
discurso competente confunde-se, pois, com a linguagem permitida ou autorizada, a
saber, com um discurso no qual os interlocutores já foram previamente reconhecidos
como tendo o direito de falar e ouvir, no qual os lugares e as circunstâncias já foram
predeterminados para que seja permitido falar e ouvir e, enfim, no qual o conteúdo e a
forma já foram autorizados segundo os cânones da esfera de sua própria competência"
(23). Por este motivo - continua Chauí - "aceita-se a ideologia da competência, a partir
da idéia de que há, na sociedade, os que sabem e os que não sabem, que os primeiros
são competentes e têm o direito de mandar e de exercer poderes, enquanto os demais
são incompetentes, devendo obedecer e ser mandados. A sociedade é dirigida e
comandada pelos que sabem e os demais devem executar as tarefas que lhes são
ordenadas. Assim surge a crença na mitologia da ciência como se fosse magia e poderio
ilimitado sobre as coisas e os homens, dando-lhe o lugar que muitos costumam dar às
religiões, como um conjunto doutrinário de verdades intemporais, absolutas e
inquestionáveis".
Sérgio Adeodato endossa as opiniões de Chauí, ao afirmar que "a visão de
mundo que é captada pelo jornalismo científico através de suas fontes e irradiada a todo
o ambiente é a da ciência como solução para todos os problemas da humanidade. O
cientista passa a ser o dono da verdade final e indiscutível. O jornalismo, nas
informações sobre política e, mais atualmente, sobre as notícias de economia, tem
demonstrado como regra certo ceticismo em relação às informações que vêm do
governo, das empresas ou de outras instituições. Na captação e redação das matérias
sobre ciência, no entanto, não há ainda a veiculação de polêmica, de questionamento
sobre resultados de projetos científicos e/ou tecnológicos, cuja divulgação nos jornais
serve mais para destacar instituições e/ou personalidades científicas. Não há
investigação, confronto de idéias e teorias, nem a discussão sobre a natureza da própria
ciência".
Na opinião de Adeodato, esta forma de perceber os fatos científicos espalha
uma espécie de ‘cultura científica’ onde não há espaço para o conhecimento intuitivo.
Assim, quando o leitor recebe as informações no dia seguinte, estará sendo alimentado
com normas estabelecidas, a principal delas é a da objetividade da ciência. "O que
ocorreria com a empresa-editora se passasse a questionar esses valores e os resultados
da pesquisa de um renomado cientista? E se revelasse os riscos que algumas pesquisas
trazem consigo? Se o repórter fizer isso, poderá perder suas fontes e, em conseqüência,
a credibilidade por parte do ambiente. Muitas vezes, o cientista se incomoda menos com
o sensacionalismo ou erro de precisão do jornalista do que com o questionamento de
suas conclusões, de sua forma de encarar determinado fato científico".
Frijof Capra possui uma visão de mundo que vai ao encontro da posição de
Adeodato. Sua clássica obra O ponto de mutação é a expressão de um novo paradigma,
de uma visão holística de mundo que percebe a inter-relação de tudo: Ciência, Natureza,
Ecologia, Política, Física Quântica e o Homem. Segundo Capra, "a imagem pública do
organismo humano - imposta à força pelo conteúdo dos programas de televisão e,
especialmente, pela publicidade - é a de uma máquina propensa a constantes avarias, se
não for supervisionada por médicos e tratada com medicamentos. A noção de poder de
cura inerente ao organismo e a tendência para manter-se saudável não é comunicada,
não sendo valorizada a confiança do indivíduo em seu próprio organismo. Tampouco é
enfatizada a relação entre saúde e hábitos de vida; somos encorajados a pressupor que
os médicos podem consertar tudo, independentemente de nosso estilo de vida".
Complementando Capra, o mesmo Adeodato lembra que o reforço dessa
noção de vida e ciência que temos faz com que surjam "os hipocondríacos ou os que
têm grande interesse pelas matérias sobre novas formas de tratamento, medicamentos
lançados no mercado, etc. É uma massa significativa de leitores que não interessa ao
jornal, aos médicos (fontes) nem às indústrias farmacêuticas perdê-la".(28) É por essa
razão que, para Sérgio Adeodato, "um repórter que tem cinco matérias diárias sobre
ciência para fazer e o editor que precisa fechar a página em pouco tempo dominam a
técnica, os critérios de seleção de dados e os artifícios usados para estimular e atender
os interesses dos leitores e da empresa, mas o lado ético e as considerações filosóficas
sobre o "dever ser" do jornalismo científico normalmente fogem à percepção diária da
maioria destes profissionais".
Bernardo Kucinski sistematizou em seu escrito O jornalismo e a cobertura
de saúde algumas características da relação entre jornalistas e profissionais da saúde. No
que diz respeito ao jornalista, o autor ressalta: a) o preparo inadequado para cobrir a
área da saúde, confundindo temas e especialidades, bem como incapacidade em captar
com precisão a devida linguagem; b) a busca pela legitimação de uma pauta já
concluída antes mesmo de sair da redação, em detrimento da informação verdadeira e
correta, de modo apenas a sustentar determinada teoria; c) o erro ao considerar o médico
como única fonte para dar informações sobre saúde, desprezando o caráter
multiprofissional dessa área de conhecimento.
Quando a imprensa reporta novidades de forma promocional, passando ao
público uma mensagem que associa desenvolvimento a soluções mágicas para os
problemas, pode-se supor que as conseqüências são desastrosas. Nelkin cita, na área de
saúde, novos procedimentos e tratamentos medicamentosos, que costumam ser
rotulados como curas definitivas. De fato, tantas são as novidades levadas ao
conhecimento público em relação ao combate de doenças crônicas como câncer, Aids,
diabetes e mesmo impotência, que parece termos chegado muito próximo da noção de
que a ciência possui, de fato, a cura para todos os males.
Concordamos com a opinião de Wilson Bueno, segundo a qual "tem havido
uma tendência a explorar, de maneira irresponsável e sensacionalista, os fatos e
resultados da ciência, configurando uma situação constrangedora para as fontes de
informação da área científica e de descrédito para o próprio Jornalismo Científico".
Estreitando a relação entre Jornalismo e Ciência, Marques de Melo assevera
o seguinte sobre o tema:
(...) "o conceito está inevitavelmente impregnado da concepção de
Jornalismo que se pratica nas sociedades capitalistas, na época contemporânea. Não se
trata mais daquele Jornalismo político-social que predominou do século 18 a meados do
século 19 e sim do Jornalismo ideológico mercantil que se afirmou em fins do século
XIX e persiste até hoje".
(...) "o Jornalismo contemporâneo se manifesta através do sensacionalismo
(para vender a notícia é preciso despertar as emoções do público consumidor) e
atomização (o real é percebido não em sua totalidade, mas em seus fragmentos: política,
economia, esportes, ciência, etc). Assim sendo, o Jornalismo Científico é produto típico
dessa ideologia do Jornalismo na sociedade capitalista. Destina-se a apreender uma
parte do real – aquela que ocorre nos laboratórios de pesquisa, que, por sua vez, só se
torna notícia quando desperta a atenção".
Segundo Bernardo Kucinski, "o jornalismo voltado à saúde, sem deixar de
dialogar com o modelo biomédico da doença, precisa trabalhar a saúde e a doença a
partir de suas determinantes sociais, econômicas e culturais, devendo o jornalista manter
uma postura crítica em relação aos aspectos espetaculares da cura. Não é a doença do
indivíduo que interessa ao jornalismo. Reportar doenças na cobertura da saúde coletiva
significa discutir os nexos entre essas condições sociais e o mecanismo causal
específico da doença ou da epidemia e discutir as relações com a sociedade". Para ele,
"a indústria farmacêutica expropriou o instrumento de cura do médico - o remédio - ,
dando-se a progressiva medicalização do corpo, tendo a mídia um papel ideológico
destacado. A medicina passou a abarcar toda uma série de problemas pequenos e
situações que não necessitam drogas ou tratamento clínico - , mas apenas mudanças de
hábitos, alimentação e comportamento -, oferecendo a fuga fácil pela droga. Com isso,
foi-se reduzindo a capacidade do indivíduo superar seus problemas e confrontar o
sofrimento, apagou-se a noção da cura por processos naturais do próprio organismo e
foi aumentando sua dependência por medicamentos. “Em todo esse processo, a mídia
tem sido usada como instrumento ideal de convencimento e proselitismo".
Michel Thiollent, em seu artigo Jornalismo Científico e suas funções no
conjunto da comunicação social, aborda o conceito de ‘ideologia da ciência’, segundo o
qual "o homem sempre vence todos os desafios da natureza". Para ele, deve-se combater
com veemência o que chama de "espetáculo da ciência".
Nos Cadernos de Jornalismo Científico, Wilson Bueno faz uma afirmação
com a qual, mais uma vez, por força da experiência prática, concordamos. Segundo ele,
"o Jornalismo Científico é financiado pelas grandes empresas multinacionais, que,
através dele, informam a opinião pública de suas realizações no campo científico e
tecnológico. (...)Como está estruturado, atualmente, o Jornalismo Científico funciona
como instrumento de dominação".
Como se percebe, não nos falta teoria para entender alguns dos obstáculos
que se colocam no processo de transferência de conhecimento feito pelo Jornalismo
Científico. Esses obstáculos puderam ser mensurados na última pesquisa de opinião, em
nível nacional, sobre o que o brasileiro pensa a respeito da Ciência e da Tecnologia,
realizada nos meses de janeiro e fevereiro de 1987, encomendada ao Instituto Gallup
pelo Cnpq (Instituto Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e
publicada sob o título "O que o brasileiro pensa da ciência e da tecnologia ? (a imagem
da ciência e da tecnologia junto à população brasileira)".
Há que se considerar a crítica proposta por Wilson da Costa Bueno, segundo
a qual deve-se "repudiar a visão conservadora que costuma enxergar os jornalistas como
simples intermediários no processo de divulgação da ciência". Segundo Bueno, "a
importância da ciência e da tecnologia para o cidadão do novo milênio, extremada pelo
advento da Sociedade da Informação e da Nova Economia, requer de todos, e
especialmente dos multiplicadores de opinião, uma tomada de posição. Exige uma
mobilização permanente, aquele espírito cético a que se referia Carl Sagan, sob pena de
nos vermos de mãos atadas para enfrentar os desafios da nova comunicação científica,
que aproxima, de maneira vertiginosa, e muitas vezes sutil, informação e marketing,
ciência e mercado, tecnologia e capital financeiro".
Wilson Bueno defende que esse papel não deve e não será desempenhado
apenas pelos jornalistas científicos, mas por todos aqueles, especialmente os cientistas,
que se preocupam com o sigilo e o controle da informação e dos resultados de pesquisa,
mercê da relação, que pode ser espúria, entre patrocinadores e produtores de ciência e
tecnologia. "Os meios de comunicação têm, de caso pensado ou por ingenuidade
(incompetência, despreparo), tornado-se cúmplices de interesses políticos, econômicos e
comerciais, atuando como autênticos porta-vozes de indústrias, governos, institutos de
pesquisa ou governos mal intencionados. Em alguns casos, fica difícil distinguir, dentre
o noticiário, também no de caráter científico, os limites entre a informação e o
marketing, podendo ser identificados com alguma freqüência, na mídia, releases de
imprensa, emitidos por empresas e entidades, travestidos de notas e notícias confiáveis.
Já se tornaram emblemáticos o episódio da fusão a frio, amplamente noticiado pelos
meios de comunicação em todo o mundo, e que se constitui num espetáculo de
promoção pessoal de pesquisadores em busca dos holofotes da fama, e as insistentes
descobertas de medicamentos revolucionários (Prozac, Xenical, Viagra, etc.), "cases" de
marketing farmacêutico vendidos pela mídia como exemplos de autêntica informação
científica".
Definitivamente, vivemos um momento histórico. Empresas e países estão
enfrentando um novo conjunto de problemas: competição global crescente, deterioração
ambiental, fusão de mercados e a conseqüente necessidade de sobreviver às difíceis
situações que daí advêm e uma gama de outros problemas econômicos, políticos e
sociais.
Segundo Dênis de Moraes, em artigo publicado no portal Sala de Prensa,
"os mastodontes da difusão movem-se pela Terra a partir de um modelo de gestão que
se vai firmando como paradigma universal, e cuja voracidade por ganhos de capital não
conhece qualquer limite. Com alianças e fusões, a concorrência praticamente restringe-
se ao clube de players, dotados de fortes reservas de capital, de know-how tecnológico e
de capacidade de articular consórcios transoceânicos. Essas inversões afastam ainda
mais empresas de menor porte das arenas competitivas e sedimentam uma
industrialização em torno de complexos empresariais. A palavra de ordem é otimizar as
performances do sistema produtivo, sobretudo a partir da convergência de tecnologias e
de reengenharias operacionais, para maximizar vantagens e lucros... Concluímos que a
mundialização das informações e do entretenimento desenrola-se sob o signo da
oligopolização e da concentração multinacionalizada de suportes, mercadorias e
serviços – apesar de os arautos da globalização insistirem nos benefícios das novas e
abundantes safras de produtos culturais. À medida que essa configuração se cristaliza,
reduz-se o campo de manobra para um desenvolvimento equilibrado e estável dos
sistemas, meios e redes de comunicação, e agravam-se descompassos estruturais, no
contexto da desnacionalização de áreas estratégicas".
Certamente um dos grandes desafios do jornalismo científico será, diante do
crescente monopólio da informação, ficar atento ao uso e sedução através de discursos
que imprimem no imaginário coletivo a crença em um mundo mágico e sobrenatural.
Como outrora observou o escritor e cientista Carl Sagan, "a mágica requer cooperação
tácita entre o público e o mágico". Segundo Sagan, é exatamente isto que se tem de
evitar.
EDIÇÃO

Técnicas de produção Jornal Diário Impresso

Por essas regras, tem-se mais a constituição de um manual de estilo


jornalístico (literário) de como proceder com o conteúdo expresso pelas matérias,
evitando-se erros gramaticais, de redação. Não há praticamente uma preocupação
quanto ao aspecto gráfico.
A história das artes gráficas, com suas regras tipográficas, pode até estar
indiretamente relacionadas ao que Erbolato elencou, principalmente quando fala sobre o
uso dos tipos.
A legibilidade, por outro lado, não deve ser considerada apenas o como
fazer para auxiliar a ação de veicular algo pelo jornal e, assim, prender a atenção do
leitor. Ela também deve ser relacionada como sendo um dos critérios do design para o
processo de escolha de uso de fontes, a usabilidade. Niemeyer (2003) destaca que a
usabilidade é uma importante área de pesquisa em tipografia e que não deve ser tomada
como um critério isolado e absoluto, já que também devem ser considerados na
utilização dos tipos os seus aspectos estéticos, de significação e de adequação ao
processo produtivo. Os outros dois critérios para se atender a usabilidade do tipo são a
leiturabilidade e a pregnância.
O termo leiturabilidade começou a ser usado a partir de 1930, antes era tido
como legibilidade (e, portanto, mais próximo ao conceito adotado por Erbolato).
Atualmente, leiturabilidade é considerada como “a qualidade que possibilita o
reconhecimento do conteúdo da informação em um suporte quando ela está
representada por caracteres alfanuméricos em grupamentos com significação, como
palavras, frases ou texto corrido” (NIEMEYER, 2003, p. 72). Ela depende também do
espacejamento entre caracteres e grupos de caracteres, de sua combinação em frases, de
espaçamento entre linhas, do comprimento de linha e das margens.
A pregnância “é a qualidade de um caractere ou símbolo que faz com que
ele seja visível separadamente do seu entorno” (NIEMEYER, 2003, p. 73). Quando
algumas palavras de algum texto de livro qualquer, por exemplo, devem ser destacadas
das demais ao seu redor, o que pode ocorrer por contraste com as demais partes do
texto, seja pelo corpo, pelo peso, pela inclinação, pelo entrelinhamento, etc.
Quanto à legibilidade, ela é “o atributo de caracteres alfanuméricos que
possibilita que cada um deles seja identificável dos outros. Isto depende de algumas
características como espessura da haste e a forma do caractere” (NIEMEYER, 2003, p.
70). Quando as formas das letras de um mesmo desenho de tipo podem ser
identificáveis facilmente, elas possuem um alto nível de legibilidade, ou seja, são
altamente legíveis. Assim, a legibilidade de um caractere é a facilidade com que um
observador identifica um caractere individual como uma letra em particular. E a
legibilidade de um texto, segundo essa mesma pesquisadora, seria a facilidade com que
grupos de caracteres são identificados corretamente como uma palavra. Se um texto de
jornal, por exemplo, não for muito legível, vai afetar a velocidade de leitura e aumentará
o esforço mental necessário para identificar corretamente as letras e a compreensão do
texto por parte do leitor.
Sobre o suporte e o sitema de dobras adotado pelo jornal impresso, Erbolato
explica na regra 26 que será conveniente que os jornais adotem dobras que facilitem o
manuseio dos exemplares, que pensem em sua ergonomia. Hoje isso se torna vago com
relação à própria ergonomia, afinal viabilizar apenas a “pega” mais apropriada do
suporte é apenas uma das adequações ergonômicas possíveis e pertinentes quando se
fala de material impresso. A ergonimia deve ser utilizada pensando-se na página como
um todo, não só em seu formato, tornando-a manuseável, mas na mensagem que está
impressa e deve ser legível aos olhos humanos, lembra Mota (2009).
O texto impresso, de acordo com Lage (2006), só ganha sentido quanto lido,
ou melhor, quando o leitor o traduz em signos e sons (ainda quando inaudíveis ou
subjetivos). Como geralmente não conta com elementos analógicos próprios
(fotografias, ilustrações, charges, cartoons, imagens em infográficos que fixam e
comentam momentos e por isso são unidades autônomas de grande valor referencial)
tem que aumentar a sua redundância linguística. Em princípio, a situação emocional é
neutra. O pensamento, a partir de então, formula-se com a combinação de unidades
semânticas, como palavras, sentenças. E o seu entendimento, a partir de uma hipótese
geral, acaba sempre se reformulando no decorrer da fruição do discurso. A legibilidade
para jornalistas e usabilidade para designers, assim, têm papel fundamental nesse
contexto.
Outra resposta à pergunta “como proceder da melhor maneira em análise e
julgamento para se configurar uma página de jornal diário impresso?” pode estar na
sintaxe da linguagem visual proposta pela pesquisadora e professora Denis A. Dondis,
em seu alfabetismo visual. Os objetivos desse alfabetismo visual seriam os mesmos que
os da linguagem escrita: “Construir um sistema básico para a aprendizagem, a
identificação, a criação e a compreensão de mensagens visuais que sejam acessíveis a
todas as pessoas, e não apenas àquelas que foram especialmente treinadas, como o
projetista, o artista, o artesão e o esteta” (DONDIS, 2007, p.3). O modo visual, dessa
maneira, é constituído de todo um corpo de dados que, como a linguagem, podem ser
usados para compor e compreender mensagens em diversos níveis de utilidade.
Assim, para ela, a sintaxe visual existe, pois existem elementos básicos que
podem ser aprendidos e compreendidos por todos os estudiosos dos meios de
comunicação visual.
Tais elementos básicos podem ser usados, em conjunto com as técnicas
manipulativas, para a criação de mensagens visuais claras. E o conhecimento desses
fatores pode levar a uma melhor compreensão das mensagens visuais.
Qualquer acontecimento visual, afirma essa estudiosa, é uma forma com
conteúdo. Porém, o conteúdo é influenciado pela importância das partes constitutivas,
como a cor, o tom, a textura, a dimensão, a proporção, e por suas relações compositivas
com o significado.
Essas partes constitutivas de todas as comunicações visuais são a fonte
compositiva de todo tipo de materiais e mensagens visuais, objetos e experiências. A
partir desses elementos, obtém-se a matéria-prima para todos os níveis de inteligência
visual. E é a partir deles que se planejam e expressam todas as variedades de
manifestações visuais, objetos, ambientes e experiências.
Os elementos visuais são manipulados pelas técnicas de comunicação
visual. A mais dinâmica delas é o contraste. E são muitas as técnicas que podem ser
aplicadas na busca de soluções visuais: contraste e harmonia; instabilidade e equilíbrio;
assimetria e simetria; irregularidade e regularidade; complexidade e simplicidade;
fragmentação e unidade; profusão e economia; exagero e minimização; espontaneidade
e previsibilidade; atividade e estase; ousadia e sutileza; ênfase e neutralidade;
transparência e opacidade; variação e estabilidade; distorção e exatidão; profundidade e
planura; justaposição e singularidade; acaso e sequencialidade; agudeza e difusão;
episodicidade e repetição.
É por meio das técnicas que soluções visuais tomam forma. E, por maior
que seja o número de opções abertas a quem pretenda solucionar um problema visual,
são as técnicas que proporcionarão uma maior eficácia enquanto elementos de conexão
entre a intenção e o resultado.
O processo de criação de uma mensagem visual pode ser, dessa maneira,
descrito como os passos que vão de esboços iniciais à procura por soluções, até à
escolha e decisão definitivas, passando por várias versões. Quando as soluções não são
consideradas boas, o efeito visual final será ambíguo.
Mas, segundo Pivetti (2006), qual a razão de ser e de atuar do design para a
realização de qualquer trabalho, inclusive o gráfico?
Qualquer aventura visual, de acordo com Dondis (2007), por mais simples,
básica ou despretensiosa, implica a criação de algo que ali não estava antes. Porém,
qualquer um é capaz de conceber ou fazer alguma coisa. Existem critérios a serem
aplicados ao processo e ao julgamento que se faz dele. Visualmente, a criação em
múltiplos níveis de função e expressão não pode ocorrer num estado estético,
“semicomatoso”, diria Dondis.
Pressupõe que se saiba com que se trabalha e de que modo se deve proceder.
A composição visual parte dos elementos básicos como ponto, linha, forma, direção,
textura, dimensão, escala e movimento. Na composição, a forma é a estrutura elementar
e o primeiro passo é o da escolha dos elementos apropriados ao veículo de comunicação
com que se vai trabalhar.
Assim, para Pivetti (2006), com relação às ideias de Dondis, é possível dizer
que:
a) criar uma forma para definir aquilo que se encontra na ordem da
abstração seria formular uma mensagem de comunicação particularmente dirigida.
Tratando-se, aqui, da representação de um conteúdo específico (igual ao conteúdo de
informação jornalística);
b) ter consciência de que o designer trabalha, sempre, em função deste
processo e que, para realizá-lo, precisa seguir uma metodologia própria em que o
planejamento é parte fundamental, ou seja, percorrer aquele processo característico da
comunicação visual de maneira que se possam formular mensagens certas, apropriadas à
função específica.
Uma metodologia na qual cada designer, ou grupo, constroi seu percurso
operativo e, por meio deste, também descobre as brechas por onde canalizar a
criatividade.
Ao designer, a partir de então, cabe a função de dar às mensagens ou àquilo
que se quer informar, a devida estrutura visual, a fim de que o leitor possa identificar, da
maneira
mais rápida e confortável, aquilo que, para ele representa algum interesse.
Uma página bem ou mal diagramada, dessa maneira, realmente seria o resultado da
perícia dos profissionais responsáveis por ela. Em seu trabalho, é necessário descobrir
um ponto de apoio da página e escolher o elemento que vai orientar toda a diagramação,
o que pode ser uma foto, um título, uma letra ou até a própria estrutura da página. E o
equilíbrio, segundo Hurlburt (2002), seria o elemento-chave do sucesso dessa página.
Com a disposição harmoniosa de todos esses elementos, pode-se definir a
diagramação como uma atividade que coordena corretamente o material gráfico com o
material jornalístico, na intenção de persuadir o leitor, diria Villas-Boas (1998). Por ela,
tem-se a construção de diagramas ou, por que não dizer, roteiros a serem seguidos e que
podem ser simples ou complexos, específicos ou genéricos, rigidamente definidos ou
livremente interpretados.
Eles definem sistemas para a disposição de conteúdo em páginas, telas ou
ambientes construídos. Projetados para responder às pressões internas do conteúdo
(textos, imagens, dados) e às pressões externas da margem ou da moldura (página, tela,
janela), os diagramas eficientes não são fórmulas rígidas, mas estruturas flexíveis e
resilientes – esqueletos que se movem em uníssono com a massa muscular de
informação (LUPTON, 2006, p.113).
Atualmente, pesquisadoras como Lupton e Phillips (2008) resgatam os
conceitos da pesquisadora Denis A. Dondis e os reafirmam, a alunos e interessados, por
acreditarem que uma base comum de princípios visuais congrega designers através da
história a ao redor do globo.

Técnicas de produção web

Existem elementos visuais básicos (cor, tom, textura, dimensão, proporção


etc) que deverão ser manipulados e ordenados a partir de técnicas do design gráfico
(contraste e harmonia; instabilidade e equilíbrio; simetria e assimetria; entre outras).
Simetria e assimetria, por exemplo, e segundo Gonçalves, Nascimento, Landim e
Duarte (2009), podem ser identificadas não só em cartazes, revistas, capas de livros,
discos e etc, mas na internet, em sites. E os princípios técnico-formais que norteiam a
produção gráfica podem ser aplicados à WEB.
O termo usabilidade, comentado anteriormente, é relembrado por Pinho
(2003), mas não como área de pesquisa em tipografia para designers gráficos. Para ele,
esse termo é empregado de modo mais abrangente, como sendo “técnicas e processos
que ajudam os seres humanos a realizar tarefas em um computador no ambiente gráfico
da WEB”.
(PINHO, 2003, p. 142). E seus valores e aspectos funcionais (navegação,
interatividade, estruturação das páginas, uso correto da tecnologia e estudo da audiência
e do comportamento do internauta) são determinantes para que o site tenha sucesso e
possa satisfazer ao usuário.
Pinho (2003) indica alguns cuidados que devem ser adotados na elaboração
de sites.
Algo que não vai além da sintaxe da linguagem visual proposta pela
pesquisadora e professora Denis A. Dondis, mas denota a importância de seguir certas
regras com a diagramação.
Espaços em branco; combinações de cores; texturas; sequência;
proximidade e alinhamento; balanço; contraste entre os elementos e unidade da página,
são esses cuidados que deverão ser tomados.
Assim, como em cartazes, anúncios, folhetos, páginas de jornais e revistas,
os espaços em branco na WEB devem ser utilizados para proporcionar uma leitura mais
fácil, uma melhor compreensão do texto e indicar onde começa e termina uma seção.
Eles são importantíssimos para o entendimento do contraste. Já a combinação de cores
pode dar o sentido às páginas do site. Ela pode possibilitar uma característica especial
para textos (links de hipertexto, por exemplo) e imagens ou mesmo funcionar com
elemento formativo.
As texturas, por sua vez, são adotadas como fundo de uma página na
intenção de criar um visual único e diferenciado. Apenas evitar texturas mais
elaboradas, devido às limitações da resolução dos monitores, e para não acarretar
problemas de legibilidade do texto. Quanto à sequência, devem-se distribuir textos e
imagens de determinada maneira para que chamem a atenção do internauta para um
caminho.
Por balanço, teria-se a distribuição do peso ótico pelo espaço. Ele pode ser
formal ou simétrico ou informal ou assimétrico. White (2006) ensina que a simetria
impede uma comunicação rápida e dinâmica e que a essência do equilíbrio é a falta de
movimento.
Quanto à assimetria, o mesmo autor explica que ela é muito mais flexível,
justa-se melhor à variedade de arranjos necessários para combinar ideias, palavras e
imagens das maneiras mais eficazes e que expressem mais significados.
Por contraste entre os elementos, Pinho (2003) relata ser vital para as
intenções do designer. Para ele, um layout contrastante atrai o olhar. Quanto maior a
quantidade ou intensidade dos contrastes entre tamanho, peso, estilo, forma e cor,
melhor. Os espaços em branco, por exemplo, não é apenas o que foi deixado de fora,
mas um elemento visual que se contrapõe e contrasta para valorizar tanto a ilustração
quanto o texto.
Por fim, a unidade da página, o resultado da composição harmoniosa de
todas as partes.
Em uma peça gráfica ela é obtida pelo emprego de molduras e barras
decorativas. Na WEB, é a tela do monitor que corresponde ao espaço disponível e
claramente definido para a distribuição dos elementos da página.

REVISTA
Seis fatores estimulam o conformismo à política editorial:
 O temor da autoridade e das punições
 Os sentimentos de obrigação e estima para com seus chefes
 As aspirações de mobilidade
 A ausência de grupo de lealdade em conflito
 O prazer da atividade
 As notícias como valor máximo (o jornalista investe toda a sua energia na
obtenção de mais notícias e não em contestar a política empresarial)

Saberes transversais
 Saber de reconhecimento – sobre como identificar fatos com valor noticioso
 Saber de procedimento – sobre o que fazer para realizar uma investigação
 Saber narrativo – sobre formatar informações num texto atraente e funcional,
atendendo ao repertório de histórias que soam coerentes para o público.

Em grandes reportagens, os meios televisivos deixam passar muitas informações. Já no


impresso, há a possibilidade de criar vários desdobramentos.
Podemos dividir as informações em: fato principal, ponto de vista das pessoas afetadas,
cronologia, erros que causaram o fato, repercussão com fontes oficiais e repercussão
com a população e sociedade civil organizada.

As empresas jornalísticas tentam controlar a imprevisibilidade da notícia no espaço


espalhando uma estrutura para pescar acontecimentos. As três principais estratégias:
 Territorialidade geográfica (regiões, alguns países)
 Especialização temática (editoriais)
 Especialização organizacional (sucursais, correspondentes)

Para lutar contra o tempo nas redações, as coberturas serão divididas da seguinte forma:
 Cobertura de rotina (delegacias, diário oficial, preparação dos times ou equipes,
programação cultural, assessorias, sites, agência de notícias)
 Cobertura de fatos inesperados

PROJETO EDITORIAL

 Sumário do produto (formato, periodicidade, cobertura geográfica, distribuição


ou circulação)
 Importância estratégica (pesquisa de mercado sobre índice de leitura/ audiência)
 Público: perfil (por faixa etária, poder aquisitivo, sexo e grau de instrução) e
instrumentos de aferição (pesquisas com amostra por filtros de interesses)
 Armas contra a concorrência: pontos fortes e pontos fracos
 Orçamento mensal e anual.
ASSESSORIA DE IMPRENSA

Preparação da fonte
- Entrevistas à imprensa precisam ser preparadas quando a empresa ou instituição tem
algum fato a comunicar à opinião pública. Para a entrevista ser bem conduzida, e não
fugir a seus objetivos, procure adotar os seguintes procedimentos:
- Prepare-se previamente. Se possível, faça uma simulação conduzida pelo jornalista
que o assessor. Evite surpresas. A assessoria deve providenciar materiais como tabelas,
fotos e gráficos, para apoiar a informação que pretende divulgar;
- Prepare-se com números e documentos, se necessário. A assessoria pode apoiar na
organização desse material, além de verificar possíveis erros de português;

Crise
Não fugir da imprensa. Antecipe-se à própria iniciativa da imprensa em descobrir o que
ocorreu;
- Faça um completo levantamento da situação, preparando-se com dados, números e
informações atualizadas;
- A assessoria de comunicação deve preparar um texto informativo descrevendo o fato
ocorrido e enfatizando as providências da empresa. O texto deve ter, no máximo, duas
páginas e ser entregue aos repórteres;
- Evite o uso de palavras alarmistas ou negativas. Não amplie o efeito negativo da
ocorrência com suas palavras;

Entrevistas coletivas
- Entrevistado deve ser pontual. A assessoria deve escolher bem o local onde será
realizada a entrevista, além de antecipar, de forma geral, o assunto que vai ser tratado na
coletiva;
- Evite coletivas no final do dia, a não ser que o tema tratado tenha surgido no meio da
tarde, e seja de urgência, impossível de deixar para o dia seguinte.
- Por questão de tempo os profissionais de rádio e TV podem pedir para gravar logo a
entrevista. Atenda ao pedido, mesmo que o pessoal de jornal proteste. Considere que os
repórteres de jornal têm mais tempo para trabalhar a notícia, além do que precisam
sempre de mais detalhes.
A assessoria de imprensa desenvolve o relacionamento da empresa, marca
ou mesmo do profissional que deseja dar visibilidade ao seu nome junto aos veículos de
comunicação (jornal, revista, site, rádio e emissoras de televisão), o que permite que
sejam criadas matérias que vinculem sua marca em veículos especializados ou aos
grandes veículos de comunicação. É a mídia espontânea que agrega credibilidade aos
produtos, serviços e/ou instituições.
Para isso a assessoria de imprensa deverá desenvolver estratégia, criar
releases, artigos, notas, sugestões de pautas, contatar jornalistas, agendar entrevistas,
convidar jornalistas para eventos, fazer a clipagem das matérias, realizar media training,
fazer relatórios de atividades e de resultados. A assessoria de imprensa tem como
função desenvolver o relacionamento da sua marca junto aos jornalistas.

RELAÇÕES PÚBLICAS

A Comunicação Empresarial surgiu nos Estados Unidos, no início do


século. Mais precisamente em 1906. Naquele ano, em Nova Iorque, Ivy Lee decidiu
deixar o jornalismo de lado para montar o primeiro escritório de Relações Públicas do
mundo. Lee mudou de atividade com o objetivo de recuperar a credibilidade perdida
pelo poderoso empresário John D. Rockfeller.
As Relações Públicas e, por conseqüência, as atividades de Comunicação
Empresarial, vieram para o Brasil nos anos 50, com as indústrias e as agências de
propaganda dos Estados Unidos.
Segundo De Salvo, o primeiro RP do Brasil foi Rolim Valença, que em
1960 começou a aprender a profissão na J. W. Thompson. Três anos depois ele criou a
primeira agência de Relações Públicas do país, a AAB.
Foi também por volta de 1960 que Antônio De Salvo começou a visitar as
redações de jornais em São Paulo, capital e interior. Ele fazia o trabalho ingrato de
convencer os editores a dar notícias a respeito das atividades e produtos da empresa
onde trabalhava.
A regulamentação da profissão de Relações Públicas foi decretada em 1968.
Foi tão ampla que acabou gerando conflito com a de jornalista, assinada em 1969.
Relação Pública é a ciência e a arte de compreender, adequar-se e
influenciar sobre o clima das relações existentes entre as pessoas e as instituições de
uma determinada sociedade.
As Relações Públicas se utilizam das ferramentas de marketing de massa e
de relacionamento interpessoal, escolhendo personalidades influentes e formadoras de
opinião dessa sociedade. Sendo assim, pode-se dizer que a sua principal finalidade é
interferir positivamente em favor de um produto ou serviço de uma organização.
Nesse contexto, o principal objetivo das atividades de Relações Públicas é
tentar criar boa vontade nos diversos públicos com quem a organização se relaciona.
Porém, pode-se afirmar que Relação Pública não tem finalidade de controlar o público,
mas ajudar as empresas a se comunicarem com ele.
Percebe-se o valor das Relações Públicas na solução de um mal-entendido
organizacional, por exemplo. Ou ao tentar minimizar determinados preconceitos a
respeito de um produto, um serviço ou um posicionamento da empresa.
Além disso, as Relações Públicas servem para antecipar ataques de
concorrentes e obter tratamento justo de órgãos governamentais sobre questões
legislativas e tributárias.
A transparência das ações empresariais gera credibilidade e, numa sociedade
onde a imprensa atua livremente, se faz necessário aprender a atuar às claras. Na
sociedade brasileira atual milhões de cidadãos são esclarecidos e bem informados,
exigindo-se que as corporações tenham coragem de apontar as próprias falhas e as
soluções que estão sendo implementadas.
Nas grandes organizações é muito comum o apoio de empresas
especializadas em Relações Públicas, trabalhando paralelamente com as agências de
propaganda que também cuidam da comunicação corporativa.
Embora Relações Públicas tenham ligação íntima com o Marketing em
termos de ferramenta mercadológica, elas podem ser exercidas por pessoas de diferentes
formações acadêmicas, pois apresentam particularidades próprias.
No Brasil existem várias escolas de Relações Públicas, onde os profissionais
que emergem desses cursos abrem seu próprio espaço e criam associações de classe,
tentando manter sua identidade frente a profissionais oriundos de outras áreas.
Diante das atividades que podem ser realizadas pelo profissional de
Relações Públicas, veremos abaixo algumas que podem ser exercidas por profissionais
oriundos de outras áreas:
a) Relacionamento Com a Imprensa: Repassar informações de interesse público,
visando atrair a atenção sobre a organização e seus produtos (e serviços). Minimizar o
efeito de críticas, campanhas difamatórias ou acidentes ocorridos que envolvam a
organização.

b) Comunicações Corporativas: Criar informes (internos e/ou externos) a fim de


promover a compreensão do funcionamento da organização.

c) Lobby (Tráfico de Influência): Trabalho feito junto aos legisladores (ou outros órgãos
do governo) visando criar normas específicas, ou minimizar o efeito de normas que
prejudiquem a organização (ou seus produtos e serviços).

Relações públicas: função administrativa (teoria interorganizacional)

É comum designar relações públicas como atividade responsável pela


administração da comunicação. Este fato gera até mesmo questionamentos bastante
comuns de acadêmicos e pesquisadores que acreditam que a atividade estaria mais
relacionada à área de Administração do que à de Comunicação. Ianhez (2004, p. 155)
afirma: “relações públicas é a comunicação na administração, no que diz respeito à sua
visão institucional e à adequada utilização desta em todas as áreas da estrutura
organizacional”.
Kunsch (2003) reconhece a função administrativa das relações públicas
como fator de integração entre as diversas partes da organização, como atividade de
comunicação que promove o diálogo e o entendimento necessário para que a
organização seja entendida como um todo perante seus públicos. Assim, a autora define
que, “como função administrativa, as relações públicas, por meio de suas atividades
específicas, visam atingir toda a organização, fazendo as articulações necessárias para
maior interação entre setores, grupos, subgrupos etc” (ibidem, p. 100).
Portanto, esta função essencial das relações públicas enfatiza o caráter de
gerenciamento da comunicação assumido pela atividade, auxiliando a alta administração
a manter-se informada sobre os interesses da opinião pública para ter subsídios para
responder de forma efetiva. É por isso que muitos teóricos adotam como fator essencial
que as relações públicas sejam uma gerência ligada diretamente à alta administração,
para que elas funcionem como elo de integração entre a organização e todos os seus
públicos. Uma das conclusões de Grunig (2003), em seu estudo IABC de excelência em
relações públicas, foi de que “nas organizações com departamentos de relações públicas
excelentes, o gerente de relações públicas era considerado como um dos gerentes com
pleno acesso aos gerentes mais poderosos da organização.” Esta característica, apontada
por Grunig como um dos pontos para a prática excelente de relações públicas, além de
demonstrar sua função administrativa, como facilitadora da coesão interna da
organização e desta com seus públicos, também expressa o caráter estratégico que as
relações públicas vêm cada vez mais assumindo nas organizações modernas.

Relações públicas: função estratégica (teoria de gerenciamento)

De origem militar, a palavra estratégia designa o planejamento e a execução


tática de movimentos de forças militares visando alcançar objetivos pré-determinados.
No entanto, por extensão, o termo é empregado significando, também, a aplicação
eficaz de recursos, valendo-se de condições favoráveis do ambiente, para atingir
objetivos específicos.
No Brasil, apenas na década de 1980 as organizações começaram a adotar o
conceito estratégico com mais força. Trabalhou-se o conceito de posicionamento
estratégico da Comunicação em geral, com a integração das atividades em torno de uma
finalidade comum procurando contar com o apoio e participação da alta administração
empresarial para um planejamento eficiente, como explicitado anteriormente.
A Comunicação no país “passou a ser estratégica para as organizações, o
que significa que se vinculava estritamente ao negócio, passando, também, a ser
comandada por profissionais com uma visão abrangente, seja da comunicação, seja do
mercado em que a empresa ou entidade se insere.” (BUENO, 2003, p. 7) O
planejamento estratégico da Comunicação começou a ser amplamente utilizado, como
busca pelas melhores formas de gerenciar ações estratégicas das organizações,
conferindo extrema importância às demandas sociais e competitivas, às ameaças e
oportunidades do ambiente, para uma tomada de decisões que leve em consideração
suas implicações no futuro (KUNSCH, 2003, p. 214).
Assim, a função estratégica das relações públicas está diretamente
relacionada às escolhas da organização quanto ao seu posicionamento diante da
sociedade. Em seus estudos, Grunig destaca que muitas associações internacionais de
pesquisa têm patrocinado seminários e publicações a respeito do tema, indicando que a
maioria dessas discussões “[...] está focalizada nas idéias de que deve existir
planejamento, administração por objetivos, avaliação e uma vinculação aos objetivos da
organização” (GRUNIG, 2003: 76).
O autor relaciona os estudos das relações públicas estratégicas às pesquisas
sobre administração estratégica, elucidando sobre a importância conferida à missão da
organização e ao seu meio de atuação. Kunsch, em sua classificação das funções
essenciais das relações públicas, também considera o fato de as relações públicas
excelentes estarem de acordo com a missão da organização:
Numa perspectiva moderna, as relações públicas precisam demonstrar sua
contribuição também como um valor econômico para as organizações. Isto é, suas
atividades têm de apresentar resultados e ajudar as organizações a atingir seus objetivos,
cumprir sua missão, desenvolver sua visão e cultivar seus valores. (KUNSCH, 2003,
P.103)
É importante ressaltar, ainda, que para uma atuação estratégica das relações
públicas é necessário que os profissionais conheçam os anseios e necessidades dos
públicos da organização, para que haja um equilíbrio de interesses em ações que
valorizem o diálogo. Esta é a base tanto para um posicionamento estratégico das
relações públicas, identificando cenários, como para exercer a função essencial que será
tratada no próximo item.

Relações públicas: função mediadora (teoria da comunicação)

A função mediadora das relações públicas é a que diz respeito ao diálogo


por ela viabilizado entre organização e públicos. Entende-se por diálogo a troca ou
discussão de idéias, de opiniões, de conceitos, com vistas ao entendimento; a
comunicação em si e não apenas no sentido único que possui o ato de informar. Kunsch
(2003) esclarece que a essência das relações públicas é a promoção do diálogo, da
comunicação de mãodupla, o estímulo ao entendimento mútuo entre organização e
públicos e aponta esta característica como exercício de sua função mediadora.
Um dos teóricos precursores das relações públicas no Brasil, o professor
Andrade (2001, p. 104), atesta esta função mediadora: Relações públicas, em uma
empresa, não têm em mira, unicamente, informar os seus públicos, mas, precisamente,
conseguir estabelecer com eles uma verdadeira comunhão de idéias e de atitudes, por
intermédio da comunicação.
Nos Estados Unidos, Grunig (2003) no estudo IABC para verificar as
práticas das relações públicas excelentes destaca que elas devem ser simétricas. O autor
verificou a existência de quatro “modelos da prática” das relações públicas: o modelo de
agência de imprensa / divulgação (programas para obter publicidade favorável para uma
organização mediante o uso da mídia), o modelo de informação pública (disseminação
de informação verídica para a mídia massiva), o modelo assimétrico de duas mãos
(mensagens para persuadir públicos estratégicos a se comportarem da forma que a
organização deseja) e o modelo simétrico de mão-dupla (utiliza a negociação, o diálogo
em si). Para Grunig (2003, p. 88), o último modelo é o que caracteriza a prática de
relações públicas excelentes:
O princípio de simetria significa que os valores e problemas das
organizações e dos públicos são ambos relevantes. O diálogo de duas mãos faz com que
as relações públicas sejam inerentemente éticas e faz com que a organização seja mais
responsável para com a sociedade.
Patrícia Murphy (1991, apud Kunsch, 2003) ainda propõe um quinto
modelo, o de motivos mistos, que surge da combinação do modelo assimétrico de duas
mãos com o simétrico de duas mãos, destacando que, na prática, o equilíbrio perfeito
dos interesses da organização e dos públicos não existe, pois tratam-se, na maioria das
vezes, de opiniões antagônicas.
De qualquer forma, está claro que o objetivo último das relações públicas é
a identificação de interesse privado com o interesse público. Esta conciliação
deinteresses, estimulada pelo diálogo e entendimento mútuo, está presente em Andrade
(1989, p. 98) e também diz respeito à próxima função essencial das relações públicas
que será abordada a seguir:
Poderíamos mesmo dizer que a atividade de Relações Públicas consiste na
execução de uma política e um programa de ação que objetivam conseguir a confiança
para as empresas, públicas ou privadas, de seus públicos, de molde a harmonizar os
interesses em conflito.
Relações Públicas: função política (teoria de conflitos-resoluções)

A função política das relações públicas é o tema central de pesquisa do


estudioso Roberto Porto Simões. Esta função está relacionada às relações de poder
dentro das organizações, à administração de conflitos (designada pelos americanos
como issues management). Segundo Simões (1995, p. 42), a definição conceitual das
relações públicas envolve em especial, a face política da área:
Como ciência (grifo do autor), Relações Públicas abarca o conhecimento
científico que explica, prevê e controla o exercício de poder no sistema organização-
públicos. Como atividade (grifo do autor), Relações Públicas é o exercício da
administração da função (subsistema) política organizacional, enfocado através do
processo de comunicação da organização com seus públicos.
Para Kunsch (2003), a função política das relações públicas está presente
tanto na resolução de conflitos como no gerenciamento de crises, já que se pressupõe
que a atividade seja responsável por negociações, estratégias de comunicação e ações
concretas para solução de problemas entre organização e públicos. A administração da
controvérsia pública também é tema da obra de Andrade (1989), que destaca que as
relações públicas, devido ao seu caráter de estímulo ao diálogo e compreensão mútua,
possibilitam uma espécie de “universo de debates” em assuntos de interesse social.
Grunig (2003) identifica como fator para as relações públicas excelentes a
capacidade que esses profissionais têm de gerenciamento de questões emergentes e
comunicação nas crises. Para ele, o monitoramento dos públicos ligados à organização
possibilita a identificação de questões emergentes. Além disso, o autor define a
comunicação nas crises como aquela que ocorre quando os profissionais de relações
públicas participam das decisões da administração que criam conseqüências que levem
os públicos a tomar posições críticas. Nos casos de crise, Grunig sugere a adoção de
quatro princípios: o estabelecimento de relacionamentos duradouros para que a crise
não aconteça; a aceitação da responsabilidade, pela organização, em administrar a crise;
o princípio da transparência nas informações; e a comunicação simétrica, já abordada
anteriormente.
As relações públicas no gerenciamento de crises também estão presentes no
trabalho de Carvas Junior (2004), que infere sobre a importância de um trabalho de
comunicação que deve ser anterior à crise e fornece algumas dicas de como lidar com
estas situações: “não há regras claras e definidas para administrar situações de crise". O
trabalho preventivo deve ser absolutamente privilegiado.”
Vale ressaltar, ainda, que esta classificação de Kunsch (2003), embasada em
diversos estudos de teóricos das relações públicas de diferentes países, caracteriza-se
por uma sistematização das funções essenciais das relações públicas que é ilustrativa
para fins de estudo. Segundo a autora (2003, p. 117),

[...] as funções essenciais de relações públicas


aqui tratadas – a administrativa, a estratégica, a
mediadora e a política – não são instâncias
separadas uma da outra. Na prática, o exercício
pleno da atividade requer a soma de todas, numa
interpenetração que ajude as organizações não só
a resolver seus problemas de relacionamentos,
mas também a se situar de forma
institucionalmente positiva na sociedade.

Relações públicas como conjunto de técnicas concernentes às comunicações de uma


empresa com os grupos aos quais não pode opor-se ou misturar-se, a fim de manter boas
relações com os diversos setores da opinião pública (Monique Augras)

Relações públicas são uma atividade que ajuda uma organização e seu público a se
adaptarem mutuamente (PRSA). Aí estão implicadas as funções essenciais de pesquisa,
planejamento, diálogo e avaliação. Palavras-chave: organização e públicos.

Outra ideia de RP é que elas contribuem para estabelecer imagens e reputações e instilar
confiança em seus clientes e contratos.

Etapas evolutivas da atuação dos jornalistas: divulgação, edição de publicações


institucionais, assessoria de imprensa e gerenciamento de sistemas de comunicação.

Conceito normativo de assessoria de imprensa: administração dos fluxos de informação


e relacionamento entre fontes e jornalistas.
Outros aspectos de uma nota à imprensa que os editores consideram importantes são
exatidão, interesse ou benefício para o leitor, conteúdo noticioso, objetividade ou evitar
práticas publicitárias e impacto.

Três elementos noticiosos que são de difícil uso pelo profissional de relações públicas:
raridade da notícia, magnitude e conhecimento do público sobre os atores envolvidos.
Preceitos assessoria de imprensa: informação gratuita, de uso facultativo, com
características jornalísticas, implicando exatidão, objetividade, veracidade,
reciprocidade, transparência e interesse público.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A estratégia de comunicação consiste no plano da empresa para transmitir as


notícias para seus públicos. A estratégia define quem são esses públicos, por que é
importante comunicar-se com eles, quando e onde a comunicação deve acontecer, quem
é o responsável pelas comunicações, o que deve ser dito e qual é o vínculo com as metas
comerciais. Porém, o mais importante da estratégia de comunicação é o ambiente de
comunicações que a administração superior cria. Para ser eficiente, a administração
superior precisa liderar o planejamento das comunicações. A primeira etapa do processo
de planejamento da comunicação é a sensibilização da alta administração da empresa.

https://leatrice.files.wordpress.com/2008/02/planejamento.pdf
página 22 a 40

PROCESSO DE COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS


Segundo Silva (1983, p. 102-119), há vários canais através dos quais a comunicação
pode ocorrer:

 canais descendentes; canais descendentes – orais e visuais; discurso anual;


reuniões; entrevistas; relação direta; rádios; alto-falantes; telefones; semáforos;
indicadores por números; informação anual; jornal da empresa; cartas diretas ao
pessoal; manual de recepção; circulares, panfletos; boletins murais.

A Intranet é o veículo de comunicação inicial para melhorar a comunicação


dentro de uma empresa. Melhorando essa comunicação ela poderá ser expandida para
fornecedores, criando uma Extranet,
Uma Extranet garante a comunicação entre a empresa e o "mundo exterior".
Esta comunicação segura acontece em tempo real, e pode contar com tipos de acesso
diferenciados como, por exemplo, para: fornecedores, funcionários, ou vendedores (que
passam a maior parte do tempo fora da empresa). Estas informações são interligadas aos
sistemas internos da empresa (ERP, CRM, etc...), para garantir que todas estejam
sempre atualizadas.

House Organ: veículo de comunicação que circula dentro de empresas e entidades.


Porta-voz entre funcionário e patrão. Divulgados eventos e fatos internos. Atinge
público externo como acionistas, fornecedores, clientes. Geralmente grandes empresas
possuem house organ.

Newsletter: veículos de informação mais rápidos, com público-alvo mais definido e que
procura mais informações sobre negócios, mercado ou processo de gestão.

A comunicação está diretamente ligada a cultura organizacional, os meios


escolhidos para a disseminação das informações, de maneira geral, fazem parte de todo
planejamento. É preciso que se leve sim em consideração a cultura, os valores, missão e
objetivos das empresas, mas o mais importante é que a informação consiga contribuir
para melhorias e para o alcance dos ideais da empresa, senão de nada adianta dizer que
a empresa age conforme os fatores citados acima.
Era dos modelos estruturais migrou para: comunicação integrada, como resultante da
atuação sinérgica entre as diversas subáreas da comunicação.

“Ela pressupõe uma junção da comunicação institucional, da comunicação


mercadológica e da comunicação interna, que formam o composto da comunicação
organizacional. Este deve formar um conjunto harmonioso, apesar das diferenças e das
especificidades de cada setor e dos respectivos subsetores. A soma de todas as
atividades redundará na eficácia da comunicação nas organizações.” (Kunsch)

Etapas transação comunicacional: teoria do enquadramento (framing theory),


conceito de subsídios informativos; paradigma do estabelecimento da agenda dos meios
(agenda-building).

Visão de Henriet e Benoit, a comunicação interna deve reencontrar suas


coordenadas:

- restaurar a confiança em torno da identidade da empresa de maneira clara;


- promover o conhecimento em todos os níveis;
- informar cada empregado de maneira adaptada;
- desenvolver o comportamento comunicativo entre os gerentes;
- favorecer a expressão de todos os empregados;
- divulgar as iniciativas e sucessos das equipes no trabalho

Principais veículos jornalísticos empresariais:

Informativo/boletim, informativo digital, jornal, newsletter, mural, intranet, revista, cd-


rom, programa de TV/vídeo, programa de rádio, outdoor

Como Estruturar a Comunicação Interna de uma Organização

1) motivar os funcionários, mantendo-os sempre informados sobre as diretrizes e


mudanças na estrutura organizacional da empresa.
2) direcionar as ações, estimular o cumprimento atingir metas.
3) estimular o desenvolvimento pessoal e a interação com outras áreas.
4) Preocupar com a forma que as mensagens são transmitidas. A comunicação deve ser
clara, objetiva e, sobretudo transparente, que não dê margens a conotações e dúbios
sentidos.
5) atuar sempre em parceria com a gestão da organização, bem como estimulando os
funcionários a entendê-los e mostrar de como podem alavancá-los com seu trabalho.
6) despertar o sentimento de vitória, reconhecer as qualidades dos funcionários.
7) informar o cenário econômico e tecnológico em que a empresa está inserida.
8) passar uma imagem de que todos são capazes de superar às dificuldades e reverter à
situação problemática.

Os instrumentos ou veículos de Comunicação Dirigida

A Cartilha ou manual de integração tem como objetivo integrar o


funcionário ou cliente ao ambiente de trabalho, deixando claro os seus direitos e
deveres. Na análise de Teobaldo de Andrade, "deve ser uma publicação simples no seu
formato e conteúdo, escrito em linguagem sucinta, apresentando, de modo claro e
inteligente, as principais informações de interesse do funcionário. Ele serve para
apresentar a empresa ao novo empregado e refrescar os conhecimentos do empregado
antigo referentes à organização".
Ela deve estar condizente com os objetivos e normas da empresa. Sua
vantagem é a padronização dos procedimentos da empresa e sua desvantagem é que
pode levar à eliminação do Rito de Iniciação ou Passagem. (VILAÇA 2004).
Whitaker Penteado expõe como vantagens do manual o fato de ser um
instrumento direto de comunicação da empresa com os funcionários, mas poderá ter
desvantagens se cair em exageros de afirmar "Você acaba de ingressar numa família
feliz". De acordo com o autor, um manual bem elaborado, entregue aos funcionários, a
empresa estará fazendo boas Relações Públicas.
Outro instrumento de comunicação que para Bertand Canfield é essencial
para um programa de relações com a comunidade é o folheto ou folder. Mário Erbolato
fala que folder é uma folha impressa e dobrada para fins publicitários. Também diz que
é uma publicação de pequeno formato e poucas páginas, impresso, normalmente
grampeado, podendo ser dobrado. Para Gaudêncio Torquato folder é um veículo de
comunicação desdobrável, na qual há sobreposição da linguagem visual à linguagem
escrita.
A Correspondência é um instrumento de grande importância por ser um
formato escrito transmite um toque pessoal. Mas tem como desvantagem não ter
flexibilidade de uma conversa, pode gerar confusão na interpretação caso não for
redigida de forma clara.
A Mala Direta é por onde é remetido o folder, folheto, flyers, etc, para um
público de interesse. Pode ser enviado por meios de natureza pública, duplicados
mecânica ou eletronicamente, para difundir produtos e serviços, imagens e conceitos a
pessoas escolhidas a dedo. A forma impressa remetida por mala-direta ainda
permanecerá por muito tempo devido às dificuldades de se alcançar eletronicamente
todos os públicos de interesse. Mas o meio eletrônico pode ser utilizado, com a
vantagem de ser de baixo custo de produção e remessa, mas tem o inconveniente de
aguardar baixar o arquivo, quando anexado. É considerado um dos veículos de maior
eficiência, por circular de forma mais ágil, agradando assim o receptor.
As publicações (revistas) foi um dos primeiros veículos a ser criado dentro
das organizações. Tem como função informar as políticas, diretrizes, as atividades da
empresa. Sua desvantagem é ser dispendiosa, pois envolve mão de obra especializada.
Um veículo de grande importância nas empresas por ser dirigida de forma
oral é o Discurso (lobby). De acordo com Alberti “(...) o instrumento mais adequado na
discussão e encaminhamento de seus problemas e reivindicações junto ao poder de
decisão”. (Alberti, Vanderléia, 2003 p 5)
Um instrumento bastante conhecido é a Reunião que possui dois tipos, pode
ser reunião informativa, com a função de informar o maior numero de pessoas sem
caráter formal; e a reunião de discussão, com função por meio cooperativo, de promover
a solução de problemas práticos. A interação entre as pessoas é a maior vantagem desse
veículo, mas seu excesso pode causar desânimo.
Os Eventos são acontecimentos organizados realizados em um uma
determinada data e local, tem como vantagem proporcionar uma aproximação entre a
empresa e seus públicos e sua desvantagem é o alto custo, pois é necessário um grande
número de profissionais. (Kunsch, 1997)
A Barra de Hollerith é um instrumento usado quando se quer passar uma
informação comum a todos os empregados seja ela didático-educativa ou informativa. É
um veículo com grande audiência, pois, geralmente, fazem leituras capiciosas desse,
pois, ele vem no rodapé do contra-cheque. As mensagens precisam ser curtas e
objetivas. Suas vantagens são a certeza do recebimento e o reforço às comunicações já
divulgadas por outros veículos. Sua desvantagem é que pode ficar ocioso, após a
entrega pode ficar, sem ser utilizado, sua duração é efêmera.
O Jornal Mural tem características como: a programação editorial,
programação visual. Pode ser transformado em Outdoor, ou painel, que proporciona
muito o hábito de leitura.Sua desvantagem é uma mídia de apoio e por isso não pode ser
usada isoladamente (França 2004). Whitaker Penteado fala da seguinte maneira: "Os
jornais murais substituem os quadros de avisos, com a mesma freqüência com que os
boletins dos empregados substituem os house-organs editados pela diretoria".
A Caixa de Sugestões consiste em uma caixa de formulários para serem
preenchidos que quando utilizada com funcionários, incentiva a criatividade dos mesmo
e o interesse em participar da vida empresarial.
Segundo Hebe Wey a Newsletter é o “noticioso em forma de carta”.
Publicação técnica destinada aos grupos de interesse que projeta um conceito dinâmico
à empresa. Normalmente utilizada por grandes empresas.

COMUNICAÇÃO DIRIGIDA

O desenvolvimento de novas tecnologias de informação possibilitaram ao


homem maior acesso as informações, fatos, dados. Com a globalização isso, foi se
tornando cada vez mais acelerado. Diante de um novo cenário social as empresas e
organizações tiveram que readaptar o seu modo de se comunicar com os públicos.
Precisando se posicionar de forma eficaz, para atingirem vários públicos em lugares
diferentes. Dessa forma surge a necessidade da utilização de comunicação dirigida para
poder segmentar cada vez mais os públicos.
A comunicação dirigida destina-se a públicos específicos, pré-determinados,
e conseqüentemente, mais conhecidos pelos idealizadores das diferentes estratégias de
aproximação possíveis (Kunsch, 1997). O autor Andrade (1965) define da seguinte
forma comunicação dirigida. É o processo que tem por finalidade transmitir ou conduzir
informações para estabelecer comunicação limitada, orientada e freqüente com
determinados números de pessoas homogêneas e identificada (ANDRADE, 1965,
p.163).
Com essas definições se percebe que alguns casos não são ideais massificar
as mensagens (gerar as mesmas mensagens para públicos distintos). Cada público
precisa ser contactado com ferramentas específicas para que a comunicação se torne
eficaz e com o custo menor.

3.1 Instrumentos de Comunicação Dirigida


A proposta da comunicação dirigida é elabora mensagens eficientes, eficazes e aptas a
produzir os efeitos desejados ao público receptor. Então, para isso é necessário que
conhecemos as principais ferramentas de comunicação dirigida e como utiliza-las.
Andrade (1965) apresenta algumas que são: correspondência, mala direta, publicações,
relatório, discurso, reunião, eventos, visitas. E outros autores com Denise Maria
Coronado Neves de Araújo, Fábio França, Wilma Vilaça , [5] e Waldir Ferreira
apresentam novos instrumentos como barra do hollerith; manual de integração; quadro
de avisos; jornal mural; caixa de sugestões; newslester; vídeo empresarial; correio
eletrônico e-mail; cartaz.

Portanto, comunicação dirigida, ao contrário da comunicação de massa, é representada


pela distinção, segmentação do público-alvo, com a finalidade de atingir os objetivos
estratégicos das organizações através da relação com seus stakeholders, tendo o setor ou
a figura de Relações Públicas como realizador, mediador desta ação.
COMUNICAÇÃO VISUAL

Elementos do Projeto Gráfico

Chapéu (cartola, retranca) - colocado no topo da página, dando o direcionamento para o


assunto tratado ou designando a editoria

Antetítulo – frase composta em um corpo menor, colocada acima do título, com


objetivo de instigar a leitura

Linha fina (linha de apoio, subtítulo, sutiã) – pequena linha de texto, logo abaixo do
título, para destacar informações da matéria.
Entretítulo – (intertítulo) colocado no texto (a cada 2 ou 3 parágrafos), com a finalidade
de dividir o assunto em seções e facilitar a leitura

Olho – texto curto que destaca os aspectos mais importantes abordados na notícia ou
reportagem. Desperta a atenção do leitor e incentiva a leitura. Quando o destaque é de
parte de uma frase do entrevistado, usar aspas

Box – texto auxiliar que acompanha a notícia principal com propósito complementar.
Pode ser um conjunto de informações técnicas, serviços, personagem, sempre
relacionadas ao texto principal.

Fio – linha usada para separar conteúdos nas páginas

Arte – Imagens criadas para ilustrar, complementar ou substituir um texto: charges,


infográficos, ilustrações, caricaturas

Legenda – texto curto que explica a foto (e não apenas descreve a imagem). Legendas
inteligentes acrescentam ao leitor dados sobre a imagem referida.

Fotolegenda (texto legenda, fotonotícia) - legenda ampliada que, em combinação com a


foto a que se refere, deve esgotar o assunto de que trata. Texto curto, objetivo. Sempre
têm título em maiúsculas que, às vezes pode recorrer a trocadilho ou formas de humor
1. Cenário da organização
Planejamento estratégico do negócio e da comunicação está atrelado aos interesses,
características e objetivos da companhia. Tem que agregar valor e contribuir para a
consecução dos objetivos e o cumprimento da missão da empresa identificar os valores
da empresa (a publicação dará visibilidade a esses valores)
adequado a imagem, características e realidade da empresa e suas transformações (a
‘cara’ da empresa)

2. Objetivos da publicação
O papel da publicação na empresa também ante os públicos (informar, motivar,
fortalecer imagem, educar...)
3. Público-alvo
Descritos com precisão e clareza o perfil do público leitor e as suas necessidades de
informação, para que a publicação tenha características (linguagem, ilustrações...) e seja
tratada /desenvolvida de modo a atingir esse público

1. Cartola: também conhecida como chapéu ou retranca, geralmente é colocada no topo


da página dando o direcionamento para o assunto tratado ou designando a editoria.
2. Antetítulo: colocado acima do título principal, assim como o título auxilia na função
de instigar a leitura.
3. Título: Além de nomear a notícia também é utilizado para chamar atenção para o
assunto, tanto pela abordagem do texto quanto pelo destaque gráfico (peso visual)
conferido a ele. Conforme Zappaterra (2007), o título da notícia geralmente possui o
maior corpo de texto do layout.
4. Linha de apoio: é uma forma de complementação do título, dando-lhe sustentação.
Também é chamada de linha-fina, subtítulo ou sutiã e usualmente fica abaixo do título.
5. Olho da matéria: pode ser o destaque de um trecho da notícia ou uma citação da fala
de algum personagem desta, nesse caso mediante a utilização de aspas na maior parte
das vezes. De um modo geral, o olho é usado para quebrar a massa de texto da página,
tornando-a mais dinâmica e atraente para leitura. Também cumpre essa função o
entretítulo e uso de capitular.
6. Lead: é a essência da notícia, responde às questões Quem? Fez o que? Quando?
Como? Onde? Por quê? É objetivo, estabelece a fala e comunica os aspectos mais
relevantes do assunto. Pode vir destacado do corpo de texto com uso de negrito, por
exemplo.
7. Capitular: Letra em tamanho maior usada para marcar o início de um texto.
8. Corpo de texto: parte do texto onde os conteúdos são desenvolvidos pelos
colaboradores. Assim como os demais elementos textuais, evidencia parte da
personalidade da publicação através do uso de tipografia padrão escolhida pelo jornal.
9. Entretítulo: Colocado no meio do corpo do texto com a finalidade
de dividir o assunto em seções e facilitar a leitura. Também
conhecido como intertítulo ou quebras.
10. Box: texto auxiliar que acompanha a notícia principal com propósito complementar.
Pode ser um conjunto de informações técnicas relacionadas ao texto principal (serviços)
ou servir para dar explicações adicionais ao leitor.
11. Colunagem: a distribuição do corpo de texto em colunas de tamanhos regulares,
espaçadas e utilizadas para ‘encaixar’ os componentes da página.
12. Título secundário: tem a mesma função do título, porém se refere a uma matéria
secundária, ou seja, com menos destaque visual do que o título principal, mas contando,
mesmo assim, com realce em relação ao corpo de texto e demais componentes da
página.
13. Legenda: texto curto que explica a foto ou ilustração.
14. Crédito: Assinatura usada em foto ou para marcar material produzido por agência ou
outra publicação.
15. Folio: área destinada a apresentar o número da página, data e nome do jornal.
16. Fio: linha utilizada para separar conteúdos na página.
17. Assinatura: Crédito dado ao autor de uma matéria, ilustrações ou infográficos.
18. Aspas: Declaração inserida em uma matéria.
19. Serviço: Pequeno texto usado no pé da matéria contendo endereço, horário, página
da web ou telefone de algo citado na matéria.
20. Arte: Imagens criadas para ilustrar, complementar ou substituir um texto.
Podem ser infográficos, ilustrações ou charges.
REVISÃO DE TEXTOS

A revisão se processa em várias fases. A primeira delas é conhecida como


revisão primária, que às vezes é difícil de distinguir da etapa do copidesque –
burilamento textual que pode ser elaborado igualmente por um redator – ou da
preparação de texto – sua ordenação em parágrafos, capítulos, de forma a ganhar o
formato final que será consumido pelo leitor. Este trabalho de revisão se atém mais aos
aspectos ortográficos e sintáticos. Nas pesquisas oriundas de instituições de ensino é
também realizada, neste momento, a adequação aos parâmetros da ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ou a outros órgãos similares.
Na Revisão Secundária são enfocadas as expressões verbais, os exageros no
uso da eufonia – busca de sons harmoniosos na combinação das palavras -, a linguagem
coloquial, a inteligibilidade textual, a sintaxe e a explanação das idéias. Todos os
aspectos do idioma são profundamente observados. A Revisão de Provas é elaborada
quando o livro já está disposto visualmente no formato da página; portanto todos os
detalhes relacionados a esta diagramação devem ser verificados.
Finalmente, na Revisão final, é empreendida uma leitura derradeira do
escrito, quando então se observam as mínimas miudezas que podem ter restado.
Lapidam-se as últimas arestas, antes que soe o momento da entrega do texto para
publicação. E, claro, sempre restarão detalhes a serem conferidos enquanto for realizada
uma nova busca.
EDIÇÃO DE IMAGENS

Experiências de Bruce Westley:


Página dividida em 4 setores, a vista se dirige para a seguinte ordem:

1º canto superior direito


2º canto superior esquerdo
3º canto inferior direito
4º canto inferior esquerdo

Adobe Photoshop — O programa é lei quando se fala em edição de imagens.


Conquistou a sua fama com total merecimento, afinal é o mais profissional editor de
imagens e, mesmo assim, não perde a sua interface simples e prática. Na verdade, a
cada nova versão, o programa sempre traz novidades que facilitam o uso de usuários
ainda novatos no Photoshop.
A sua integração com a linha de aplicativos da Adobe é fantástica, sendo que você pode
até mesmo criar objetos em 3D (a partir da versão CS4) e exportar para um projeto do
Adobe After Effects, por exemplo. Se você procura por um editor profissional e que dá
resultados excelentes, com certeza você deve optar pelo Photoshop.

The Gimp (gratuito) — É um ótimo substituto do famoso e pago editor de imagens da


Adobe listado logo acima. Sendo assim, é possível dizer que o Gimp é uma alternativa
grátis ao Photoshop, já que traz uma grande variedade de ferramentas fiéis ao programa
da Adobe. O programa traz, ao menos, as funções mais comuns do Photoshop, como
ferramentas de seleção, pincéis, degradês, texturas e até mesmo vetores.

Paint.Net —Se o que você procura é um editor muito mais simples, para realizar coisas
menores e mais práticas, uma boa opção é o Paint.Net. O programa acaba sendo um
ótimo substituto para o Paint do Windows, pois oferece muito mais ferramentas e, por
ser em código aberto, tem uma grande quantidade de plugins que podem ser baixados
para utilizar com ele.
Se o que você procura é um editor muito mais simples, para realizar coisas menores e
mais práticas, uma boa opção é o Paint.Net. O programa acaba sendo um ótimo
substituto para o Paint do Windows, pois oferece muito mais ferramentas e, por ser em
código aberto, tem uma grande quantidade de plugins que podem ser baixados para
utilizar com ele. Além disso, traz várias ferramentas muito boas e é possível trabalhar
com camadas e filtros através dele.

Picasa — Com certeza o programa mais famoso para organizar fotos. Com ele você
pode organizar facilmente as suas imagens com praticidade e dinamismo, através de
pastas e classificações. Além disso, é possível realizar edições e ajustes básicos em suas
fotos, removendo os olhos vermelhos, rotacionando e até mesmo fazendo colagens.

GÊNERO FOTOJORNALÍSTICOS

Existem duas formas de classificar os gêneros fotojornalísticos. Os manuais e livros


sobre fotojornalismo categorizam em Notícias, Features, Retrato, Ilustrações
Fotográficas, Paisagem e Histórias em Fotografias.

Já os grandes concursos fotográficos, como o World Press Photo, classificam os gêneros


da seguinte forma: Em primeiro lugar, a classificação passa pelo número de fotografias
que constituem uma peça: fotografia única ou várias imagens. Depois, a classificação é
feita por tema: Notícias, Arte, Pessoas, Moda, Ciência e tecnologia, Desporto e
Natureza e ambiente.

FOTOGRAFIA DE NOTÍCIAS

Grande parte das fotografias que são publicadas num jornal ounuma revista de
informação geral são fotografias de notícias. Elas se subdividem em:

Spot News
São as fotografias “únicas”, clicadas em eventos inesperados. É a capacidade de reação
que muitas vezes determina a qualidade jornalística da foto. Geralmente, as spot news
são realizadas durante ocasiões em que as emoções estão à flor da pele. Cabe ao
fotojornalistas responsabilidade e tato em lidar com as vítimas de acidentes, com as
autoridades, com manifestantes, etc.

General News
Está relacionada com a cobertura cotidiana. Entrevistas coletivas, congressos,
campanhas eleitorais, manifestações pacíficas, ciência e tecnologia, desfiles de moda,
esporte, etc. O exemplo mais comum desta categoria é a photo opportunities, que é
aquele fotografia em cerimonias de Estados onde os políticos posam em grupo se
cumprimentando.

Fotografias de interesse pictográfico


Estas imagens têm grande força e apelo visual e valem mais por isso do que pelo motivo
em sim. São fotografias que podem contribuir para a educação visual dos leitores,
fazendo com que os mesmos reparem nas formas e cores das coisas que os rodeiam

Fotografias esportivas
É a fotografia jornalística que trata de eventos que envolva jogos, partidas e esportes em
geral. As fotografias de desporto valem também pelo grau de definição dos elementos
que a compõem. Jogadores e elementos característicos do jogo como bolas, raquetes,
pranchas, etc. devem estar bem evidente.

Ação desportiva
São as fotografias de qualquer situação que aconteça durante um jogo e no ambiente do
jogo.

Features de desporto
O interesse humano sobrepõe à ação esportiva. Como exemplo podemos citar os
cadernos de esporte ilustrados com fotografias inusitadas de jogadores, como
comemorações, tombos, caretas, discussões etc.

Retrato
O retrato no jornalismo existe, porque antes de tudo é preciso mostrar quem que gera a
notícia. Os leitores gostam de saber quem são as pessoas que aparecem na história.
É dividida em:
Mug Shots
Vem do inglês “to make faces”, que significa “fazer faces”. É o tipo de fotografia que
só enquadra a cabeça e os ombros. O fotojornalista procura evidenciar algum traço da
personalidade da pessoa e procura não incluir no enquadramento objetos que tirem a
atenção.

Retratos ambientais
O ambiente é usado para compor a imagem e retratar a pessoa. E é bem mais proveitoso
quando o espaço é habitual ao sujeito (ou ao grupo) retratado e que seja pessoal e
característico. Objetos também podem ser usados para identificar, chamar a atenção ou
até mesmo identificar a personalidade do fotografado.

Ilustrações fotográficas
Fotografia com objetivo de ilustrar o conteúdo do texto. As ilustrações fotográficas
podem ser fotografias únicas ou fotomontagens. Estão presentes tanto em temas mais
amenos como moda e culinária quanto em temas mais sérios como a economia.

Histórias em fotografia
Consiste em uma série de imagens que narram um acontecimento. Essas imagens devem
mostrar as diversas facetas do assunto a que se reportam.
Esse gênero requer tempo do foto-repórter, pois ele precisa pesquisar, refletir e planejar
para fazer um grande volume de fotos.
Normalmente, as foto-histórias abordam temas sobre a vida das pessoas, problemas
sociais, ou sobre um acontecimento.

Foto ensaio
Nessa categoria, a história é contada sob um ponto de vista pessoal e individual. Nos
foto ensaios o texto é tão importantes quanto a imagem. O que o diferencia da
fotorreportagem é que os fotógrafos recorrem à encenação, à trucagem, à combinação
de imagens e até à fotomontagem.
Fotorreportagem
Como o nome sugere, a fotorreportagem tem o objetivo de situar, documentar, mostrar a
evolução de uma situação real e das pessoas que a vivem. Geralmente a história é
contada de forma imparcial e as fotografias são realizadas com fins documentais.

TIPOS DE LENTE

A lente (objectiva) é uma das partes mais importantes da câmara fotográfica. É um


dispositivo óptico composto por um conjunto de lentes utilizado no processo de
focalização ou ajuste do foco da cena a ser fotografada. A lente é responsável pela
angulação do enquadramento e pela qualidade óptica da imagem.
As lentes das câmaras fotográficas podem ser divididas em 7 grupos que são
caracterizados essencialmente pela distância focal de que são capazes. Esse número
pode variar normalmente entre os 35mm e 200mm. A distância focal resulta da medida
em milímetros entre o pano do filme e o ponto onde a imagem é invertida depois de
entrar na câmara escura.
Segue de seguida as denominações pelas quais são normalmente conhecidas as lentes
para câmaras fotográficas. Cada grupo refere as suas características relativamente à sua
aplicação; distorção causada na imagem final e dimensão relativa da imagem final.

Lente micro
Aplicação: Estas lentes são especialmente indicadas para fotografias de temas muitos
pequenos, os quais são ampliados pelas lentes.
Distorção: Por apresentar profundidade de campo muito reduzida, a perspectiva da
fotografia é perdida na desfocagem.
Imagem: Maior que o objecto fotografado.

Lente macro
Aplicação: Estas lentes são indicadas para fotografias de temas de pequena dimensão
onde é necessário um grande detalhe. Pode focar objectos a pequenas distâncias, e assim
proporciona ao fotógrafo a possibilidade de fotografar detalhes minúsculos de objectos,
pequenos insectos, plantas ou micro organismos.
Distorção: Apresenta profundidade de campo muito reduzida e distorções.
Imagem: Um pouco maior ou menor que o objecto fotografado.
Lente olho de peixe
Aplicação: Estas lentes são indicadas para situações onde é necessário capturar uma
grande área do espaço ou ambiente. Com características de uma grande angular mais
poderosa, é capaz de abarcar um ângulo até 180 graus.
Distorção: Provoca grandes distorções na imagem.
Imagem: Menor que o objecto fotografado.

Lente grande angular


Aplicação: Estas lentes são mais apropriadas para fotos de paisagens ou em ocasiões em
que se tem pouca distância para fotografar em recintos pequenos, como por exemplo
salas em que precisamos enquadrar o máximo de área possível. Uma outra característica
destas lentes é proporcionar grandes profundidades de campo, desde pequenas
distâncias até ao infinito.
Distorção: Apresenta distorção da imagem.
Imagem: Menor que o objecto fotografado.

Lente normal
Aplicação: Estas lentes produzem uma imagem com perspectiva que se aproxima da
visão normal, em que a proporção dos assuntos enquadrados não sofre ampliação nem
redução perceptível.
Distorção: Semelhante à do olho humano.
Imagem: Menor que o objecto fotografado.

Lente teleobjectiva
Aplicação: Estas lentes de grandes distâncias focais são apropriadas para fotografar a
longa distância.
Distorção: Quanto maior é a distância focal, maior é a desvalorização da perspectiva e o
achatamento da imagem.
Imagem: Menor que o objecto fotografado.

Lente zoom
Aplicação Este tipo de lentes não é mais do que uma lente que permite variar a distância
focal, e por consequência, variam o campo abrangido e o tamanho da imagem. Devido à
sua versatilidade e conveniência, as objectivas zoom são talvez as mais populares de
todas. Como uma lente zoom tem uma distância focal variável de maneira contínua, ela
pode substituir todas as lentes fixas compreendidas entre as suas distâncias focais
máxima e mínima.
Distorção: Depende da distância focal.
Imagem: Depende da distância focal.
BANCO DE DADOS

Como um formato para o jornalismo digital, o banco de dados tem como


uma de suas funções justamente a de memória dos conteúdos publicados, conforme
defende Elias Machado (2004). Deste modo, a função de documentação e atualização da
memória social, que cabe ao jornalismo, ganha um novo cariz no que diz respeito à
facilidade de acesso, familiaridade de linguagem, baixo custo para armazenamento e,
portanto, maior democratização para uso das informações, considerando-se o caráter
descentralizador e aberto das redes digitais. O uso dos bancos de dados como memória
no jornalismo digital de terceira geração torna os arquivos de registros capazes de
apresentar parâmetros para aumentar o coeficiente de previsão de fluxo ininterrupto de
circulação das informações nos diversos formatos (textos, imagens e sons). Aqui, deve-
se ter em mente que, como a característica da memória se configura como uma ruptura
para o jornalismo digital, ela será ao mesmo tempo múltipla, instantânea e cumulativa
(PALACIOS, 2002).
Segundo Machado, para que o princípio da transcodificação seja aplicável
ao jornalismo digital, o BD deve servir tanto como um espaço para a experimentação de
formas diferenciadas de narrativa multimídia, quanto como uma fonte de atualização do
presente vivido à luz da memória armazenada. Cabe notar que os usuários
desempenham papel importante nesse cenário, pois, atuando como colaboradores na
produção dos conteúdos, eles também estarão auxiliando o processo de construção da
memória social ao lado dos jornalistas. Mesmo ponderando que em muitas organizações
jornalísticas os arquivos ainda estejam relegados a uma situação marginal na sua
economia produtiva, inclusive, o autor destaca que a estruturação dos modelos de
produção de conteúdos jornalísticos como BD representa um esforço para adaptá-las às
características dos sistemas de memorização contemporâneos. Neste cenário, os
arquivos jornalísticos deixam de ser material de uso restrito para a produção jornalística
ou documentos de acesso raro para pesquisadores (historiadores, de maneira mais
freqüente) para tornarem-se acessíveis à população em geral.
Como uma solução oriunda da disponibilização dos arquivos, encontra-se,
em algumas publicações (Folha Online: http://www.uol.com.br/fol, Terra:
http://www.terra.com.br, Uai: http://www.uai.com.br) links que acompanham uma
matéria e apontam :para informações já disponibilizadas sobre o mesmo assunto, ou
seja, incorporada à notícia atual, temos referências diretas à memória. Para Canavilhas
(2004:7), o desafio que se coloca para a internet – e acrescentamos para o jornalismo
digital - é aperfeiçoar as suas capacidades como memória, a partir do desenvolvimento
de bases de dados e interfaces de pesquisa que se aproximem dos modelos já utilizados
pelo homem no seu contato diário com a realidade.
O pesquisador acredita que as formas de armazenamento e recuperação dos
arquivos na internet, principalmente em se tratando dos diversos sites jornalísticos,
devem manter uma sintaxe de utilização semelhante à que é utilizada noutras estruturas
presentes no dia-a-dia, pois, assim, a absorção da tecnologia será mais natural.

Jornalismo e bancos de dados


A utilização de bancos de dados no jornalismo não é algo novo, pois, desde
que as redações começaram a ser informatizadas ainda na década de 70 nos Estados
Unidos e em parte da Europa (no Brasil esse processo ocorre nos grandes jornais na
década de 80) e, logo em seguida com a incorporação da Reportagem Assistida por
Computador8 (RAC), passando pelo videotexto, o jornalismo empregou as estruturas
hierarquizadas de estocagem e ordenamento de informações dos bancos de dados para
adicionar maior qualidade e profundidade às suas narrativas.
Para o jornalismo digital de terceira geração, nosso interesse específico,
pode-se pensar na idéia dos bancos de dados inteligentes e dinâmicos como agentes com
capacidade de produzir rupturas e, até, de se constituírem como uma metáfora
apropriada para trazer nova luz no sentido de se superar a metáfora do jornal
impresso11 que, desde os primeiros anos de experimentação do jornalismo no suporte
digital até agora, permanece sendo a mais empregada pelos mais diferentes tipos de sites
noticiosos.
Mesmo que ainda se aponte a necessidade de uso desta metáfora, sobretudo
pelo fato de garantir navegabilidade e usabilidade aos usuários, por conta da
familiaridade, a adoção de bancos de dados inteligentes e dinâmicos pode favorecer a
inovação, permitindo a exploração de novos gêneros, a oferta de conteúdo mais diverso,
a disponibilização/apresentação das informações de maneira diferenciada, mais flexível
e dinâmica, além da produção descentralizada - outra das características que o
jornalismo digital de terceira geração deve contemplar. Compartilhamos, assim, da
visão de Manovich acerca do potencial do banco de dados como essa nova possível
metáfora para a memória cultural. E, compreendendo o jornalismo como forma singular
de conhecimento e interpretação da realidade12, cuja função de documentação e
atualização da memória social (Machado, 2002) é favorecida pelo ambiente das redes,
acreditamos ser possível adotar essa nova metáfora para gerar produtos mais criativos
com mais chances de enredar os usuários e conduzir o jornalismo digital ao patamar
desejado – e efetivamente possível - nesta sua terceira geração.
Trabalhos referenciais de pesquisadores nacionais e estrangeiros nos ajudam
a entender como a apropriação dos bancos de dados inteligentes e dinâmicos deve ser
tomada como uma decisão necessária, seja por parte das organizações de notícias mais
tradicionais, ou por aquelas resultantes de fusões entre empresas de informática,
telecomunicações, entre outras que possuem operações digitais. No âmbito acadêmico,
por outro lado, já há experiências laboratoriais contemplando o uso de bancos de dados
no intuito de indicar novos caminhos para o jornalismo digital13.
O catedrático português António Fidalgo, em seu artigo pioneiro Sintaxe e
semântica das notícias on-line. Para um jornalismo assente em base de dados14, acredita
que a tecnologia das bases de dados é a especificidade que distinguirá o jornalismo
online do jornalismo dos meios tradicionais da imprensa, rádio e televisão, conferindo
não só maior rigor, mas também maior objetividade e melhor cobertura da realidade
humana. Para Fidalgo, a simbiose entre bancos de dados e jornalismo é a transformação
mais relevante proporcionada pela internet. Por conseguinte, ele considera o jornalismo
de fonte aberta (cita como exemplo o www.slashdot.org15) como um caso
paradigmático de um jornalismo específico sobre bases de dados e que os jornais
(preferimos denominar sites noticiosos) assentados em base de dados distinguem-se
entre os demais online por não terem edições fixas.
Isso ocorre, segundo o autor, pelo fato de uma edição ser apenas uma
configuração possível gerada pela base de dados. Ao fazer esta afirmação, António
Fidalgo estabelece a distinção entre um jornal online feito apenas em HTML - um
produto único ainda que recorra a templates ou modelos – e um que use bases de dados.
Neste último, diz, o resultado é sempre uma determinada pesquisa dependente do
conjunto de notícias inseridas e da estrutura da base de dados, que determina a forma
como as diferentes notícias aparecem conjugadas na apresentação online.
A coerência sintáctica das notícias, organizadas numa base de dados, não se
limita a uma edição, até porque esta estritamente não existe, mas a todas as notícias,
presentes e passadas. Uma notícia recente remete, mediante a inclusão dos títulos e
respectivos links, para as notícias anteriores que incidam directamente ou
indirectamente com o assunto em questão. As regras da sintaxe aplicam-se ao todo da
base de dados (Fidalgo, 2003:8).
Em sua análise, Fidalgo também aponta para a mudança no procedimento
do jornalista com relação à incorporação de rotinas de produção descentralizadas, ao
acréscimo ilimitado de temáticas abrangidas, à manutenção dos arquivos, pois,
conforme pontua, “o passado condiciona e determina o presente na justa proporção em
que pode ser recuperado”. Ou, como indica Elias Machado (2000:54), na rede, a
memória antes de refletir um passado morto, apresenta parâmetros para aumentar o
coeficiente de previsão no fluxo ininterrupto de circulação das notícias. Sobre isso, faz-
se importante referenciar a característica da memória conforme proposta por Palacios
(1999, 2002) como uma ruptura em relação ao uso em suportes anteriores, produzindo
no jornalismo digital a primeira forma de memória múltipla, instantânea e cumulativa
possibilitada pela flexibilidade combinatória a partir da hipertextualidade, da
interatividade e da atualização contínua, em fluxo.
Outros pesquisadores, entre os quais Tom Koch (1991), há bem mais de
uma década, já antecipavam o potencial crescente das bases de dados para o jornalismo,
inclusive em termos de se adotar regras para a escrita das notícias nas quais os dados
são examinados e arranjados em formas inteligentes.
É claro que a concepção de bancos de dados estava mais próxima da que era
oferecida naquele momento por empresas comerciais com produção centralizada (e por
isso Koch criticava a pouca consistência existente entre a multitude de bancos de dados
disponível online naquele momento) e mais distante da que propõe Manovich.
Mas, aqui, o importante a demarcar é justamente a evolução do conceito e
mostrar como o jornalismo se beneficia das bases de dados nos diferentes estágios de
evolução das tecnologias das comunicações. Ao comentar sobre o uso potencial de
recursos para a informação eletrônica,
Já Stephen Quinn (2002), ao abordar o uso de ferramentas para o
gerenciamento da informação nas redações virtuais, confirma que os bancos de dados
estão mudando o modo como as organizações de notícias vêm operando. Para Quinn, os
bancos de dados têm uma importante função porque estruturam os dados que serão
compartilhados e manipulados para produzir conhecimento (Quinn, 2002: 115). Sob
esse aspecto, ele reitera a necessidade de investimento em tecnologias capazes de gerar
e prover conteúdo único, original
PESQUISA DE MERCADO

Metodologicamente, a pesquisa de mercado faz uso dos seguintes quatro tipos de


métodos:

Pesquisa de mercado qualitativa - normalmente usada para pequenos números de


pesquisados - não generalizável para o todo da população - a significância estatística e
nível de confiança não são calculados. Neste tipo de pesquisa, se busca mais conteúdo,
portanto se analisa também informações subjetivas, estruturas de pensamento e
conteúdos profundos. Para tal é necessária a utilização de um roteiro aberto. Exemplos
deste tipo de método são os focus groups (grupo focal), entrevistas em profundidade, e
técnicas de projeção.

Pesquisa de mercado quantitativa - geralmente usada para tirar conclusões - testa uma
hipótese específica - usa técnicas de amostra por forma a poder fazer inferências a partir
da amostra para a totalidade da população. Em geral, este tipo de pesquisa busca um
resultado estatístico e ela permite estimar informações amplas e diversificadas. Para tal
é necessária a utilização de um questionário estruturado. Envolve um grande número de
respondentes. Exemplos: Inquéritos estatísticos, questionários e enquetes.

Técnicas de observação - o pesquisador observa o fenômeno social no seu ambiente


natural. As observações podem ocorrer transversalmente (observações feitas de uma
vez) ou longitudinalmente (observações ocorrem ao longo de determinados períodos).
Exemplos são a análise do uso de produtos e a utilização de cookies para observar
comportamento na internet.

Técnicas experimentais - o pesquisador cria um ambiente quase-artificial para tentar


controlar fatores espúrios e depois manipula pelo menos uma das variáveis. Exemplos
são laboratórios de compra e testes de mercado e também mercearias.

FOCUS GROUP – GRUPO FOCAL

Focus group ou em português "grupo focal" é uma técnica utilizada na pesquisa de


mercado qualitativa, na qual se emprega a discussão moderada de entre 8 e 12
participantes. Discussões de grupo costumam durar entre uma hora e meia e duas horas
e devem ser coordenadas por um moderador experiente. O moderador é também o
facilitador da sessão, pois para além de regular a sessão dentro dos seus moldes, vai
também ajudar o grupo a interagir.

 Grupo focal bi-direccional - um grupo observa o outro e discute as interações


observadas e conclusões.
 Grupo focal com dois moderadores - um moderador assegura que a sessão
decorre ordenadamente, enquanto que o outro assegura que todos os tópicos são
cobertos
 Grupo focal com moderadores em duelo - dois moderadores tomam
deliberadamente partido por lados opostos nas discussões
 Grupo focal moderado pelos próprios respondentes - um ou mais dos
respondentes são pedidos a moderar temporariamente
 Grupo focal com participação do cliente - um ou mais clientes participam na
discussão, seja abertamente ou de forma anônima
 Mini grupo focal - grupos de 4 ou 5 membros em vez de 8 a 12
 Grupo focal em teleconferência - usando o telefone
 Grupo focal on-line - usando meios informáticos

As vantagens deste método qualitativo são entre outras as seguintes:

 de organização rápida;
 custos relativamente baixos;
 é possível testar também produtos ainda não terminados;
 a dinâmica de grupo pode ser positiva para os resultados;
 os resultados não são apenas "este produto agrada" ou "este produto não me
agrada", mas sim os motivos dessas opiniões; pode ser informação valiosa no
desenvolvimento dos produtos.

Desvantagens são:

 Não são resultados representativos


 Certos elementos do grupo podem sobrepor-se aos outros na discussão,
enviesando-a.
 Caso sejam necessários vários encontros, os custos deixam de ser baixos.

www.dozen.com.br/nakamura/biblioteca/apostila_pesquisa_rp.doc
EMPRESA JORNALÍSTICA

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA JORNALÍSTICA *


1. DIRETORIA (proprietários, acionistas, diretoria executiva, financeira, industrial)
2. DEPARTAMENTO EDITORIAL (responsável pelo conteúdo jornalístico): -
Conselho editorial - Redação *
3. DEPARTAMENTO COMERCIAL (responsável pela sustentação / viabilidade /
venda do produto no mercado): - anúncios (atendimento) - classificados - anunciantes -
assinaturas (atendimento) - agências de publicidade *
4. DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO: - recursos humanos -
contabilidade *
5. DEPARTAMENTRO INDUSTRIAL OU DE TECNOLOGIA: - equipamentos -
suporte técnico - inovações *
6. DEPARTAMENTO DE MARKETING: - marca - campanhas - eventos -
promoções *
7. DEPARTAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO
8. DEPARTAMENTO DE CIRCULAÇÃO * ESTRUTURA BÁSICA DE UMA
REDAÇÃO: - diretor de redação - chefe de redação / editor-chefe - pauteiro / chefe de
reportagem - editores / subeditores / produtores - repórteres / fotógrafos / cinegrafistas
- diagramadores / designers / ilustradores / arte *

COMO FUNCIONA A MÍDIA:


1. ESPAÇO EDITORIAL: - produção jornalística, de notícias, notas, reportagens,
colunas, editorial, artigos - não é pago - não tem o controle do entrevistado - dá
credibilidade junto ao leitor, telespectador, ouvinte e internauta *
2. ESPAÇO PUBLICITÁRIO: - é propaganda - é pago - totalmente controlado pelo
anunciante - divulga alguém, serviço ou produto *

CARACTERÍSTICAS DE CADA VEÍCULO:


1. JORNAL - tem maior representatividade junto ao público - é o veículo de
comunicação mais importante para a divulgação jornalística - destaca a informação de
forma objetiva, mais ampla, pode contextualizar - prefere notícias factuais - tem
credibilidade junto ao público *
2. REVISTA - tem maior periodicidade - interpreta, aprofunda e amplia a cobertura das
notícias (faz mais reportagens) - oferece mais tempo ao repórter para o trabalho de
pesquisa e investigação - tem cronistas, articulistas e colunistas que nem sempre são
jornalísticas de formação (trabalham mais com a opinião própria) *
3. RÁDIO - mais ágil de todos os veículos - costuma dar o furo (notícia em primeira
mão): hoje disputa com a internet - tem credibilidade junto ao público e grande
audiência *
4. TELEVISÃO - mais ‘poderoso’ instrumento de comunicação de massa (tem imagem
e som simultaneamente) - trabalha muito com ‘ jornalismo de entretenimento’ - a
edição tem forte controle nos telejornais - pressionada por controles de audiência *
5. INTERNET - caçula dos veículos de comunicação de massa - pode furar o rádio e a
TV pela rapidez das informações - nem sempre tem tempo para apurar corretamente os
fatos (pode dar ‘barriga’) - dá espaço para o ‘jornalismo participativo’ (internautas
postam suas notícias, fotos e imagens) *
RESUMINDO: - a informação bruta, instantânea, chega pelo rádio e internet - as
imagens estão na TV, enquanto a imprensa escrita (jornais e revistas) processa a
informação, traduzindo-a e hierarquizando-a *
DADO IMPORTANTE: - a chegada da televisão comercial forçou os jornais impressos
a serem mais competitivos e a investirem no seu projeto gráfico: uso de cores,
diagramação mais leve, infográficos, boxes, aumento de corpo/caracteres, etc *

O EFEITO DO MERCADO SOBRE O JORNALISMO: - A produção jornalística (e


suas respectivas mídias) foram e são contaminadas pelo mercado:
1. para terem mais visibilidade, devem tornar-se ‘sedutoras’ e ‘vendáveis’, como
‘produtos’ de consumo *
PARA REFLETIR E DISCUTIR: IDÉIAS DE JOSÉ ARBEX JR. (LIVRO
“SHOWRNALISMO – A NOTÍCIA COMO ESPETÁCULO) - o jornalista é um
agente produtor de textos noticiosos e divulgador de fatos históricos - o ‘olhar’ do
jornalista (sua percepção visual frente a um fato) é condicionado pela sua cultura e uma
série de mecanismos inconscientes como os preconceitos, os afetos, os traumas, a
educação) * - não há o observador neutro: quando testemunhamos um evento e o
contamos a alguém, sempre construimos esta história a partir de meu ‘aparelho
psíquico’ - não há uma neutralidade objetiva da parte de quem presencia um fato, assim
como existe uma intencionalidade manipuladora da câmara de televisão - o olhar
daquele que vê não é apenas social e culturalmente moldado, mas também o é sua
memória individual, que o faz reviver o evento presenciado.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e


imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.(Redação
da E. C. Nº 36/ 28.05. 2002)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante
das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá
pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez
anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo
da programação.(Redação da E. C. Nº 36/ 28.05. 2002)

Art. 1o Esta Lei disciplina a participação de capital estrangeiro nas empresas


jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens de que trata o § 4o do art. 222
da Constituição.

Art. 2o A participação de estrangeiros ou de brasileiros naturalizados há menos de dez


anos no capital social de empresas jornalísticas e de radiodifusão não poderá exceder a
trinta por cento do capital total e do capital votante dessas empresas e somente se dará
de forma indireta, por intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e
que tenha sede no País.

§ 1o As empresas efetivamente controladas, mediante encadeamento de outras empresas


ou por qualquer outro meio indireto, por estrangeiros ou por brasileiros naturalizados há
menos de dez anos não poderão ter participação total superior a trinta por cento no
capital social, total e votante, das empresas jornalísticas e de radiodifusão.

§ 2o É facultado ao órgão do Poder Executivo expressamente definido pelo Presidente


da República requisitar das empresas jornalísticas e das de radiodifusão, dos órgãos de
registro comercial ou de registro civil das pessoas jurídicas as informações e os
documentos necessários para a verificação do cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 3o As alterações de controle societário de empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens serão comunicadas ao Congresso Nacional.

Parágrafo único. A comunicação ao Congresso Nacional de alteração de controle


societário de empresas de radiodifusão será de responsabilidade do órgão competente do
Poder Executivo e a comunicação de alterações de controle societário de empresas
jornalísticas será de responsabilidade destas empresas.

Art. 4o As empresas jornalísticas deverão apresentar, até o último dia útil de cada ano,
aos órgãos de registro comercial ou de registro civil das pessoas jurídicas, declaração
com a composição de seu capital social, incluindo a nomeação dos brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos titulares, direta ou indiretamente, de pelo menos
setenta por cento do capital total e do capital votante.

Art. 5o Os órgãos de registro comercial ou de registro civil das pessoas jurídicas não
procederão ao registro ou arquivamento dos atos societários de empresas jornalísticas e
de radiodifusão, caso seja constatada infração dos limites percentuais de participação
previstos no art. 2o, sendo nulo o ato de registro ou arquivamento baseado em
declaração que omita informação ou contenha informação falsa.

Art. 6o Será nulo de pleno direito qualquer acordo entre sócios, acionistas ou cotistas,
ou qualquer ato, contrato ou outra forma de avença que, direta ou indiretamente, confira
ou objetive conferir, a estrangeiros ou a brasileiros naturalizados há menos de dez anos,
participação no capital total e no capital votante de empresas jornalísticas e de
radiodifusão, em percentual acima do previsto no art. 2o, ou que tenha por objeto o
estabelecimento, de direito ou de fato, de igualdade ou superioridade de poderes desses
sócios em relação aos sócios brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.

§ 1o Será também nulo qualquer acordo, ato, contrato ou outra forma de avença que,
direta ou indiretamente, de direito ou de fato, confira ou objetive conferir aos sócios
estrangeiros ou brasileiros naturalizados há menos de dez anos a responsabilidade
editorial, a seleção e direção da programação veiculada e a gestão das atividades das
empresas referidas neste artigo.
§ 2o Caracterizada a prática dos crimes tipificados no art. 1o da Lei no 9.613, de 3 de
março de 1998, aplicar-se-á a sanção prevista no art. 91, inciso II, letra a, do Código
Penal à participação no capital de empresas jornalísticas e de radiodifusão adquirida
com os recursos de origem ilícita, sem prejuízo da nulidade de qualquer acordo, ato ou
contrato ou outra forma de avença que vincule ou tenha por objeto tal participação
societária.

Art. 7o Os arts. 38 e 64 da Lei no 4.117, de 27 de agosto de 1962, passam a vigorar com


a seguinte redação:

"Art. 38. Nas concessões, permissões ou autorizações para explorar serviços de


radiodifusão, serão observados, além de outros requisitos, os seguintes preceitos e
cláusulas:

a) os administradores ou gerentes que detenham poder de gestão e de representação civil


e judicial serão brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. Os técnicos
encarregados da operação dos equipamentos transmissores serão brasileiros ou
estrangeiros com residência exclusiva no País, permitida, porém, em caráter excepcional
e com autorização expressa do órgão competente do Poder Executivo, a admissão de
especialistas estrangeiros, mediante contrato;

b) as alterações contratuais ou estatutárias que não impliquem alteração dos objetivos


sociais ou modificação do quadro diretivo e as cessões de cotas ou ações ou aumento de
capital social que não resultem em alteração de controle societário deverão ser
informadas ao órgão do Poder Executivo expressamente definido pelo Presidente da
República, no prazo de sessenta dias a contar da realização do ato;

c) a alteração dos objetivos sociais, a modificação do quadro diretivo, a alteração do


controle societário das empresas e a transferência da concessão, da permissão ou da
autorização dependem, para sua validade, de prévia anuência do órgão competente do
Poder Executivo;

..................................................................................
g) a mesma pessoa não poderá participar da administração ou da gerência de mais de
uma concessionária, permissionária ou autorizada do mesmo tipo de serviço de
radiodifusão, na mesma localidade

.................................................................................

i) as concessionárias e permissionárias de serviços de radiodifusão deverão apresentar,


até o último dia útil de cada ano, ao órgão do Poder Executivo expressamente definido
pelo Presidente da República e aos órgãos de registro comercial ou de registro civil de
pessoas jurídicas, declaração com a composição de seu capital social, incluindo a
nomeação dos brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos titulares, direta ou
indiretamente, de pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante.

Parágrafo único. Não poderá exercer a função de diretor ou gerente de concessionária,


permissionária ou autorizada de serviço de radiodifusão quem esteja no gozo de
imunidade parlamentar ou de foro especial." (NR)

"Art. 64. ..................................................................................

..................................................................................

g) não-observância, pela concessionária ou permissionária, das disposições contidas no


art. 222, caput e seus §§ 1o e 2o, da Constituição." (NR)

Art. 8o Na aplicação desta Lei, deverá ser obedecido o disposto no art. 12 do Decreto-
Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967.

Art. 9o Não se aplica a limitação estabelecida no caput do art. 12 do Decreto-Lei nº 236,


de 28 de fevereiro de 1967, aos investimentos de carteira de ações, desde que o seu
titular não indique administrador em mais de uma empresa executante de serviço de
radiodifusão, ou em suas respectivas controladoras, nem detenha mais de uma
participação societária que configure controle ou coligação em tais empresas.
§ 1o Entende-se como coligação, para fins deste artigo, a participação, direta ou
indireta, em pelo menos quinze por cento do capital de uma pessoa jurídica, ou se o
capital de duas pessoas jurídicas for detido, em pelo menos quinze por cento, direta ou
indiretamente, pelo mesmo titular de investimento financeiro.

§ 2o Consideram-se investimentos de carteira de ações, para os fins do caput deste


artigo, os recursos aplicados em ações de companhias abertas, por investidores
individuais e institucionais, estes últimos entendidos como os investidores, com sede ou
domicílio no Brasil ou no exterior, que apliquem, de forma diversificada, por força de
disposição legal, regulamentar ou de seus atos constitutivos, recursos no mercado de
valores mobiliários, devendo cada ação ser nominalmente identificada.

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