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ESTADO DA BAHIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITUBERÁ


PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

PROCESSO Nº 114/2017
ABERTURA: 03/04/2017

DA CONSULTA

Requerimento formulado pela Sra. MARILIA CRISTIANE NASCIMENTO RAMOS DA


SILVA, solicitando “termo de contrato de concessão de direito especial de uso para fins de
moradia”.

PARECER

Ementa: concessão de uso especial para fins de moradia. MP 2220/01 c/c


CC art 1.225, I e XI. Direito Social à Moradia art. 6º CF/88. Possibilidade.
Cumprimento das Exigências.

Relatório.
Passo a Opinar.

A concessão de uso especial para fins de moradia consiste em um instrumento jurídico


destinado à regularização fundiária dos terrenos públicos invadidos. O intuito é, dentro de
uma política de reserva do possível, dar efetividade ao direito social de moradia, previsto no
art. 6º da CF/88, direito este fundamental à concretude do direito de dignidade da pessoa
humana. O instituto privilegia a posse em detrimento da propriedade, na mesma linha da
usucapião especial urbana, prevista na CF/88(art. 183 e seguintes) e na Lei 10.257/2001
(Estatuto da Cidade), sendo um modo de regularizar os terrenos ocupados situados em zona
urbanos.
Nessa linha, visando regulamentar o §1º do art. 183 da Magna Carta, a Medida Provisória nº
2.220, de 04 de setembro de 2001, definiu alguns requisitos para possibilitar essa

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regularização fundiária, com a preocupação de coibir novas invasões de terrenos públicos,


in litteris:

Art. 1º Aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco
anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros
quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins
de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja
proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou
rural. Como se observa, a concessão de uso especial para fins moradia possui
como pressupostos: a) posse por cinco anos até 30 de junho de 2001; b) posse
ininterrupta e pacífica (sem oposição); c) imóvel urbano público de até 250
m² (duzentos e cinquenta metros quadrados); d) uso do terreno para fins de
moradia do possuidor ou de sua família; e) não ter o possuidor a propriedade
de outro imóvel urbano ou rural; f) não ter o possuidor obtido anteriormente
concessão de uso para fins de moradia.

A concessão de uso especial para fins de moradia, assim como a concessão de direito real de
uso, consiste em um direito real, nos termos do artigo 1.225 do Código Civil de 2002:

Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; (...) XI - a concessão de uso


especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) XII - a
concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007).

Esta concessão especial de uso aproxima-se da concessão de direito real de uso, mas dela se
distingue porque a primeira se restringe à finalidade de moradia do possuidor. Ademais, a
concessão de uso para fins de moradia é um direito subjetivo do possuidor que preenche os
requisitos, não dependendo de análise de conveniência e oportunidade por parte da
Administração Pública, como ocorre com a concessão de direito real de uso. Trata-se
também de um direito real resolúvel, transferível por ato inter vivos ou causa mortis,
vinculado a uma finalidade específica, qual seja, a destinação para moradia, podendo o

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direito se extinguir se o concessionário conferir destinação diversa ou adquirir outro imóvel


urbano ou rural, além de outros casos previstos em lei. A outorga da concessão especial de
uso para fins de moradia não depende de lei específica para cada caso, já que não transfere
a propriedade, podendo ser outorgada por termo administrativo ou, se o pedido não for
atendido administrativamente, por sentença judicial. Também não é necessária licitação, já
que a finalidade é prestigiar o ocupante do imóvel.
Para dirimir qualquer dúvida, a Lei n.º 13.465/2017, que dispõe sobre a Regularização
Fundiária, veio para desburocratizar o processo de incorporação de núcleos urbanos
informais ao ordenamento territorial e à titulação de seus ocupantes. São objetivos da Reurb
(Regularização Fundiária Urbana) que julgo importante no caso em análise, conforme aduz
o art. 10, incisos III, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI da lei em comento:

III - ampliar o acesso à terra urbanizada pela população de baixa renda, de


modo a priorizar a permanência dos ocupantes nos próprios núcleos urbanos
informais regularizados;
V - estimular a resolução extrajudicial de conflitos, em reforço à
consensualidade e à cooperação entre Estado e sociedade;
VI - garantir o direito social à moradia digna e às condições de vida
adequadas;
VII - garantir a efetivação da função social da propriedade;
VIII - ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem-estar de seus habitantes;
IX - concretizar o princípio constitucional da eficiência na ocupação e no uso
do solo;
X - prevenir e desestimular a formação de novos núcleos urbanos informais;
XI - conceder direitos reais, preferencialmente em nome da mulher;

O Ente Público, através de produção legislativa contempla o instituto da Concessão de


Direito Real de Uso, o que não se confunde com a Concessão de Uso Especial para fins de

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Moradia, logo, o procedimento a ser seguido é norteado pela Constituição, Código Civil,
Direito Administrativo e Leis e Medidas Provisórias.

CONCLUSÃO

Diante o exposto, analisando os princípios norteadores do Direito social à moradia CF/88


art. 6º., e a necessidade de uma concretização da Regularização fundiária, com base na Lei
13.465/2017, e a Regulamentação do art. 183 da CF/88., pela MP 2.220/2001., que versam
sobre o instituto da Concessão Especial de Uso para Fins de Moradia. E como a consulente
atende todos os requisitos legais, não vislumbro óbice para provimento do pedido.

Assim opino pelo deferimento e consequente fornecimento do Contrato de Concessão de


Uso Especial para Fins de Moradia.

Este é o Parecer, S.M.J..

Ituberá-Bahia, 04 de Agosto de 2017.

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