2. O "espírito" do capitalismo
Weber diz que definir o espírito do capitalismo pode soar pretensioso, porque não é
fácil achar um objeto que vá dar sentido a essa classificação. Por conta da
individualidade histórica, frisa que essa questão existe em um determinado momento e
lugar específico. O espírito do capitalismo não se encontra no mundo todo, mas em um
momento específico. Fazendo uma relação a "Objetividade' das ciências sociais", diz
que existe um complexo de elementos, de conexões que formulam essa individualidade
histórica. O sentido do "espírito" é um sentido cultural, é o sentido cultural dado pelos
protestantes para orientar as ações deles e isso se chama significação cultural. E
exatamente por esse complexo de elementos que se é difícil definir tal conceito.
No texto, (para fazer uma alusão ao "objetividade" das Cso) essa questão de agência
para Weber não vai estar tão explícito, mas esse conceito é exatamente o que ele tenta
mostrar; os agentes protestantes que tinham o objetivo de buscar um determinado fim, e
a ação em busca desse determinado fim, levou a algumas consequências e são
exatamente sobre essas questões que ele tá tratando como principais no texto; que essas
consequências foram responsáveis por levar o desenvolvimento do capitalismo na
Alemanha diferente de como foi em outros lugares, por exemplo.
No caso do católico, o acúmulo vai contra a sua própria ideologia, porém pro
protestante o acúmulo está ligado ao fato de se suceder bem num trabalho. O acúmulo
não é o objetivo do agente, o agente nesse caso se orienta para uma ética que o leve a
sinais de que o mesmo vá para o céu, e são as consequências da busca desse objetivo do
agente a que Weber se refere, que tem seus reflexos. O fato da competição econômica
faz com que os protestantes invistam mais no seu trabalho, e o dinheiro (que os
protestantes não gostam de expor por visão ascética e por não ser seu fim) tem como
objetivo não ser gasto, por causa de sua visão ascética, mas ele reinveste o mesmo na
empresa capitalista para que ela continue crescendo. Quando pensado qual o objetivo do
agente (protestantes) e quais as consequências que essa busca desse objetivo vão ser
geradas, que Weber vai reparar que o capitalismo ali se diferencia de todos os outros.
- Sobre a diferença do capitalismo em determinados aspectos históricos, como essência
e não apenas como sistema econômico
*ler a nota de roda pé 34 e discutir isso antes do seminário* que é onde ele ta dando
o primeiro elemento da ascese. Na nota 34, ele vai estar explicando justamente essa
entrada dessa concepção do ethos e da ascese. E ai nessa nota ele ta falando da indústria
de ascese monástica desenvolvida nos mosteiros como germe desse ethos, que será a
plenitude da tese protestante intramundana.
- Racionalização do processo
Weber fala que toda essa ação é orientada de uma racionalidade. Nesse capitulo, fala
que a irracionalidade deve ser tomada como racionalidade, porque é uma
racionalização. O agente quando ele busca um objetivo, ele busca de maneira racional,
existe uma racionalização desse processo, mesmo quando essa busca é irracional. De
fora você enxerga irracional, mas você deve encará-la como racional. Por exemplo, na
questão que o católico se pergunta em relação ao trabalho com a sua racionalidade:
''Quantas horas eu tenho que trabalhar pra ter que me sustentar?", que não é a pergunta
que o agente protestante faz, ele faz uma outra pergunta, orientado por uma outra
racionalidade, que o difere desse tradicionalismo católico. O provérbio da bíblia é um
bom exemplo onde Weber cita e mostra em como os dois interpretam de maneiras
diferentes esse provérbio, pela maneira de trabalhar. (na página 47?).
- Tipo ideal
Sobre construção do tipo ideal, ela é racional, a subjetividade é só pra escolha do objeto.
Weber faz um recorte da realidade (no caso o recorte da relação entre a ética protestante
e o espírito do capitalismo), dai ele pegou as partes do Benjamin como exemplo sobre
esse espírito capitalista, e ai ele percebe vários traços desse empresário capitalista (seu
tipo ideal), dai ele exagera esses traços e coloca eles como um tipo puro. No caso, o
empresário capitalista teria todas essas características, a partir de um levantamento de
todos os outros que se encontram na realidade. Weber fala (na objetividade da Cso) que
você nunca vai encontrar o tipo ideal, porque ele é a soma de todos os elementos
presentes na realidade desse objeto recortado, em um lugar só, exagerado. Além de você
juntar todas as características, você junta e exagera. Faz uso de todos os traços que
teoricamente determinariam a plenitude daquele objeto.