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CASO CLÍNICO RITA

A Rita é uma jovem adulta com 31 anos, licenciada em Serviço Social, trabalhando numa Instituição
de Solidariedade Social em tempo parcial (2 dias por semana). É solteira, não tem irmãos e vive com os pais.
Veio à consulta por iniciativa própria, após uma consulta com um psiquiatra e devido à elevada “angústia”
que tem sentido.
Refere que o seu problema surgiu aos 20 anos, num dia de Verão à noite, quando começou a sentir
palpitações e muita dificuldade em respirar. Recorreu ao Hospital com pulsação muito acelerada e foi
medicada. Como reação fez uma bradicardia e foi assistida com procedimentos de reanimação. Naquela
altura pensou que ia morrer. Num espaço de 15 dias voltou ao Hospital 10 vezes com os mesmos sintomas,
começando a temer que fosse “perder o controlo” e ficar “louca”.
De acordo com a avaliação médica não foram detectados problemas cardíacos, e a Rita foi
encaminhado para a psiquiatria devido aos problemas de ansiedade. Foi prescrito, então, um ansiolítico
(diazepam) que tomou naquela altura e que agora traz sempre consigo para situações de SOS.
Naquela altura tinha um relacionamento íntimo que, segundo ela, também gerava ansiedade, pois o
namorado foi descrito como “controlador e ciumento”. Teve novos episódios de ansiedade até aos 26 anos,
passando por um período “bom” até aos 30 anos, durante o qual os sintomas não eram frequentes e não a
incomodavam.
Por volta dos 30 anos os episódios de ansiedade voltaram a ser frequentes e inesperados. Além
disso, surgiram novos sintomas, como a tensão cervical, contrações musculares na cabeça, fortes dores de
cabeça e o adormecimento das mãos. Estes acontecem sobretudo quando está quase a adormecer e
deixam-na “muito assustada”. Quando acorda de noite com sintomas faz massagem cardíaca e teme ter um
“colapso cardíaco”.
Refere também sintomas como desequilíbrio e tonturas em espaços públicos, tentando sair dos
mesmos locais imediatamente. Já sentiu estes sintomas em centros comerciais, no cinema, no teleférico,
entre outros locais, sem “aviso prévio”. Habitualmente, a Rita sente palpitações, suores, dificuldade em
respirar, tonturas e, raramente, tensão no peito e sensação que vai asfixiar. Nunca pede ajuda, mas anda
sempre com 2 ansiolíticos para a “proteger” e sentir “segurança”, não saindo de casa sem eles. Nestas
situações acaba por tomar 1 e afastar-se do local. Tem medo de ter os sintomas a qualquer momento.
Quando estes aparecem tenta esconder o mais possível, com medo que as pessoas pensem que tem uma
perturbação mental e que se preocupem com ela.
A Rita deu um exemplo de um episódio de ansiedade recente num sábado à noite, num bar, quando
estava a falar com uma amiga. Começou por sentir tensão cervical e tonturas. Depois sentiu dificuldades em
respirar e taquicardia. Os pensamentos que lhe ocorreram no momento foram os de que ia desmaiar a

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qualquer momento, e que todos iriam pensar que estava doente. Achou também que as contrações na zona
da coluna cervical poderiam dar origem a uma embolia cerebral. Nessa altura tomou o ansiolítico e saiu do
local. Só começou a relaxar depois de estar em casa. Refere também que se o ansiolítico não resultasse, teria
de ir para o Hospital, e que se não o conseguisse fazer, provavelmente poderia até morrer.
Em termos das suas maiores preocupações, refere que tem medo de “perder o controlo”, medo de ir
para o hospital com uma paragem cardíaca, ou ter um AVC, e medo de desmaiar ou ter uma quebra de
tensão. O medo maior é o de morrer como consequência dos sintomas.
As situações que a Rita mais evita ou que antecipa que se vai sentir mal são sair sem o ansiolítico
(por isso o traz sempre na carteira), ir a locais como centros comerciais, supermercados, locais com muita
gente e locais fechados. Mais recentemente tem evitado as situações de jantares com amigos. Também evita
estacionar o carro lateralmente, atravessar rotundas e conduzir em estradas com duas faixas de rodagem.
A Rita acredita que a ansiedade lhe pode trazer problemas físicos graves. Teme ter um ataque
cardíaco e de desenvolver uma doença física devido à elevada frequência dos sintomas. Diz que este medo
talvez se relacione com os hábitos familiares de elevada preocupação com problemas físicos
(“Inevitavelmente, sou uma pessoa preocupada”). Há cerca de 12 anos, o seu pai sofreu um grave acidente
de viação que o deixou no estado de coma durante alguns dias e com prognóstico reservado. Após a
recuperação e como consequência, foi obrigado a reformar-se e desde aí tem sofrido de diversos problemas
físicos. A Rita diz que ele tem queixas físicas frequentes, mas parece nada fazer para as diminuir.
Na infância a Rita refere que era muito protegida pelos pais e que sofria muito quando tinha de se
separar deles, inclusivamente para ir à escola.
Refere que sempre teve facilidade na relação com os outros, embora o medo acerca da possibilidade
de sofrer um episódio de ansiedade a qualquer momento esteja a limitar os encontros sociais. Tem um
grupo de amigos com que se relaciona e não tem namorado atualmente.
A Rita considera que, em relação à sua situação laboral, se acomodou um pouco. No entanto,
também vê com dificuldade a possibilidade de trabalhar 5 dias por semana devido à possibilidade de
ocorrência dos sintomas. Não se recorda de ter ocorrido nenhum episódio de ansiedade no local de
trabalho. Um dos seus desejos atuais é ter independência financeira para sair da casa dos pais.

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