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PROFESSORA: LUCIENE ANDRADE


E. E. E. F. ALUNO/A:
M.
D. MARIO DE DATA: ____/____/2019
MIRANDA TURMA: 2º ANO
VILAS BOAS ASSUNTO: ROMANTISMO (P. 16-22)

O contexto de produção e recepção do romantismo


A pintura as fases da vida, de caspar Friedrich, pertence ao romantismo,
movimento artístico que se iniciou na Alemanha, no final do século xvii,
e se difundiu por todo o ocidente na primeira metade do século xix. Quem
produzia literatura romântica no brasil nesse período?
Selo comemorativo de 200 anos da
imprensa acional.
A imprensa regia
Após 308 anos de colonização, a imprensa, até
então proibida no brasil, foi oficializada nos
primeiros meses após a família real portuguesa
ter se transferido para o pais, por ocasião da
iminente invasão de Portugal por tropas de
napoleão Bonaparte. A imprensa regia (hoje
imprensa nacional) foi estabelecida no rio de
janeiro, por decreto de d. joao vi, em 13 de
maio de 1808. Com ela surgiu a imprensa
brasileira, e em suas maquinas foi impressa a
primeira edição do primeiro jornal do pais, a
gazeta do rio de janeiro, que circulou em 10 de
setembro de 1808.
No selo comemorativo reproduzido ao lado,
observa-se, à direita, a fachada do prédio sede
da imprensa regia; ao fundo, a primeira pagina
da primeira edição da gazeta do rio de janeiro
e, à esquerda, a prensa manual utilizada pelo
escritor machado de assis quando foi aprendiz
de tipografo.

Os meios de circulação
No brasil, a transferência da corte portuguesa para o rio de janeiro, em
1808, e a proclamação da independência, em 1822, acarretaram grandes
mudanças culturais ao longo do século xix. A instalação da imprensa
promoveu a circulação de jornais, de revistas e de livros, surgiram
livrarias, gabinetes de leitura, teatros, escolas e as primeiras
faculdades, como a de medicina, em salvador, e a de direito, em olinda e
em são Paulo. Nesse contexto, os autores romanticos provinham, em sua
maioria, de famílias abastads do campo ou eram filhos de comerciantes e
bacharéis, e seu publico leitor era constituído de uma reduzida elite
cultural burguesa, formada sobretudo por estudantes, funcionários da
burocracia e mulheres.
Os autores românticos foram importantes não apenas por participarem da
afirmação da nacionalidade brasileira apos a independência, mas também
por promoverem um amadurecimento literario e cultural no pais, seja
pelos esforços de produzir uma literatura nova, brasileira, seja pelo
trabalho de reflexão estética e critica em relação a obra literária.

A paisagem brasileira
O pintor, caricaturista e escritor Manuel de Araujo porto-alegre retrata na
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Selva brasileira (c. 1831 - 1837), de Manuel de Araújo-Porto-Alegre.

O romantismo em contexto
Os movimentos artísticos e literários expressam visões de mundo que são
marcadas por uma série de fatores, entre os quais figuram os valores
vigentes, o pensamento filosófico, as estruturas econômicas, a forma
política e a organização da sociedade. Eis a perspectiva do estudioso
Luiz Roncari, a proposito do movimento artístico e literário romântico:
O Romantismo, enquanto visão de mundo, foi uma reação aos valores éticos
e intelectuais ilustrados e clássicos, assim como os fatos históricos
mais marcantes da virada do seculo XVIII para o século XIX: a Revolução
Francesa, a Revolução Industrial e a política napoleônica. Nesse sentido,
a visão romântica surge mais como uma reação ao novo do que como a
proposição de algo novo. Todo valor que ela elege é sempre em oposição a
outro que pretende negar. À razão,
O romantismo opôs o sentimento, à mente o coração, à ciência a arte e a
poesia, ao materialismo o espiritualismo, à objetividade a
subjetividade, à filosofia ilustrada o cristianismo, ao corpo e à matéria
o espírito, ao dia a noite, ao preciso o impreciso, ao equilíbrio a
expansão e o entusiasmo, à vida social ampla comunhão restrita de gênios
e eleitos, aos valores universais os particulares e exóticos, ao estático
e permanente movimento, ao estável o instável, etc. Seria infindável
enumerar todas as inversões e negações que a visão romântica opôs às
forças desencadeadas pelas duas grandes revoluções, a francesa e a
industrial.
(Luiz Roncari. Literatura brasileira – Dos primeiros cornistas aos últimos românticos.
São Paulo. Edusp, 2004. P. 297)

A interioridade
A pintura de füssli é considerada romântica por se voltar para a interioridade
humana, retratando estados de alma, sonhos e pesadelos. Na pintura em
destaque a postura figura feminina sugere ensimesmamento e mergulho em
sentimento de dor, abandono, angústia, medo, frustração, etc.
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Silêncio (1799 - 1801), de Johann Heinrich Füssli.

FOCO NO TEXTO

Voce vai ler, a seguir, dois trechos do poema épico “I – Juca-Pirama”


(em tupi, “O que há de ser morto”), de Gonçalves Dias.
No poema, o último descendente da tribo tupi é feito prisioneiro pelos
timbiras e é dado inicio a ritual antropofágico1. O guerreiro, antes de
receber o golpe fatal, inicia seu canto de morte, no qual narra toda sua
bravura e revela que tem um pai cego e doente e pede para ser libertado
a fim de cuidar dele. O cacique timbira lhe concede a liberdade e o
guerreiro promete voltar logo após a morte do pai. Quando ele parte e
encontra o pai, o ancião percebe, pelo cheiro das tintas, que o filho
fora preso para o sacrifício e decide leva-lo até os timbiras para que o
ritual antropofágico fosse cumprido.

Viii
"Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de via Aimorés.

"Possas tu, isolado na terra,


Sem arrimo e sem pátria vagando,
Rejeitado da morte na guerra,
Rejeitado dos homens na paz,
Ser das gentes o espectro execrado;

1 Ação de comer carne humana.


4

Não encontres amor nas mulheres,


Teus amigos, se amigos tiveres,
Tenham alma inconstante e falaz!

[...]

"Um amigo não tenhas piedoso


Que o teu corpo na terra embalsame,
Pondo em vaso d’argila cuidoso
Arco e frecha e tacape a teus pés!
Sê maldito, e sozinho na terra;
Pois que a tanta vileza chegaste,
Que em presença da morte choraste,
Tu, cobarde, meu filho não és."

IX
Isto dizendo, o miserando velho
A quem Tupã tamanha dor, tal fado
Já nos confins da vida reservada,
Vai com trêmulo pé, com as mãos já frias
Da sua noite escura as densas trevas
Palpando. - Alarma! alarma! - O velho pára!
O grito que escutou é voz do filho,
Voz de guerra que ouviu já tantas vezes
Noutra quadra melhor. - Alarma! alarma!
- Esse momento só vale a pagar-lhe
Os tão compridos trances, as angústias,
Que o frio coração lhe atormentaram
De guerreiro e de pai: - vale, e de sobra.
Ele que em tanta dor se contivera,
Tomado pelo súbito contraste,
Desfaz-se agora em pranto copioso,
Que o exaurido coração remoça.

A taba se alborota, os golpes descem,


Gritos, imprecações profundas soam,
Emaranhada a multidão braveja,
Revolve-se, enovela-se confusa,
E mais revolta em mor furor se acende.
E os sons dos golpes que incessantes fervem,
Vozes, gemidos, estertor de morte
Vão longe pelas ermas serranias
Da humana tempestade propagando
Quantas vagas de povo enfurecido
Contra um rochedo vivo se quebravam.
Era ele, o Tupi; nem fora justo
Que a fama dos Tupis - o nome, a glória,
Aturado labor de tantos anos,
Derradeiro brasão da raça extinta,
De um jacto e por um só se aniquilasse.
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- Basta! Clama o chefe dos Timbiras,


- Basta, guerreiro ilustre! Assaz lutaste,
E para o sacrifício é mister forças. –

O guerreiro parou, caiu nos braços


Do velho pai, que o cinge contra o peito,
Com lágrimas de júbilo bradando:
"Este, sim, que é meu filho muito amado!
"E pois que o acho enfim, qual sempre o tive,
"Corram livres as lágrimas que choro,
"Estas lágrimas, sim, que não desonram."
(In: Gonçalves Dias. Seleção de textos, notas, estudos biográficos, histórico e critico
por Beth Braith. São Paulo: Abril, 1982. P. 53 – 5. Literatura comentada)

Aimorés: inimigos da tribo tupi;


Alarma: grito para chamar às armas
Alborotar: alvoroçar, agitar;
Assaz: muito, bastante;
Cingir: agarrar, abraçar;
Estertor: agonia;
Exaurido: esgotado, exausto;
Falaz: enganador;
Imprecação: impropério, xingamento;
Mister: necessário, preciso;
Tupã: na mitologia dos índios tupis, deus do trovão, cultuado como divindade
suprema;
Vaga: multidão

1. as estrofes do canto vii descrevem a reação do ancião tupi diante de


seu filho e da tribo dos timbiras.
a. qual é essa reação? Justifique sua resposta com elementos do texto.
b. por que o pai reage dessa forma? Justifique sua resposta com
elementos do texto.

2. em outra parte do poema, no canto iv, no início do ritual


antropofágico, o guerreiro tupi canta assim seu canto de morte:
Então, forasteiro,
Caí prisioneiro
De um troço guerreiro
Com que me encontrei:
O cru dessossêgo
Do pai fraco e cego,
Enquanto não chego
Qual seja, - dizei!
Eu era o seu guia
Na noite sombria,
A só alegria
Que Deus lhe deixou:
Em mim se apoiava,
Em mim se firmava,
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Em mim descansava,
Que filho lhe sou.
Logo em seguida, ele chora e pede que lhe poupem a vida. De acordo com o
s versos acima, qual foi o motivo do guerreiro tupi ter pedido clemência
aos timbiras? Justifique sua resposta com elementos do texto.

3. o canto IX retrata a atitude do jovem guerreiro tuoi ao ver que o pai


não tinha compreendido o motivo do seu retorno.
a. qual é essa atitude? Justifique sua resposta com elementos do texto.
b. no final do canto IX, o ancião chora e afirma “Estas lágrimas, sim,
que não desonram”. Por que, nesse contexto, tais lágrimas não desonram?
c. conclua: de acordo com o canto IX, pode-se dizer que o jovem
guerreiro será levado ao sacrifício? Justifique sua resposta com
elementos do texto.

4. a poesia de Gonçalves dias expressa um novo ponto de vista a respeito


do indígena. Diferentemente de toda a literatura anterior, em que
prevalecia a visão que o branco tinha a respeito dos povos nativos, o
poeta romântico buscou dar voz ao índio, mostrando-o pela perspectiva dos
seus próprios valores e da sua própria cultura. De acordo com o poema em
estudo, que valores o indígena associa ao ritual antropofágico?

5. um dos traços importantes do romantismo é o nacionalismo e a busca


das raízes nacionais. Enquanto na europa essas rizes foram buscadas na
Idade Media, no brasil, uma nação recém-independente, os primeiros poetas
românticos elegeram o índio, a fauna e a flora como elementos fundadores
da nossa nacionalidade.
a. no poema de Gonçalves dias, o herói indígena, como representante de
nossas raízes, destaca-se por quais valores e sentimentos?
b. a valorização da figura do índio pelos escritores românticos europeus,
por influencia de Rousseau, está presente também no romantismo
brasileiro. Leia o boxe “Rousseau a crítica à sociedade” e identifique no
herói do poema “I-Juca Pirama” elementos relacionados ao mito do bom
selvagem.

Rousseau e a crítica à sociedade


O que distingue Rousseau e o transforma em fonte inspiradora da escola
romântica é o seu profundo pessimismo no tocante à sociedade e à civilização.
Ele não acredita nem em uma nem em outra, estabelecendo o postulado de uma
natureza humana primitiva, que vai sendo corrompida pela cultura. Mas não só
ela, como também a propriedade, fonte da desigualdade entre os homens,
contribuem para que o ser originalmente puro e inocente se perverta no cr
texto da civilização e da sociedade. [...] Daí ressalta, evidentemente, a
imagem do bom selvagem, ser íntegro e primitivo, que deve figurar como ideal
para o homem corrompido pela sociedade.

Ofélia (1836 - 1864), de Arthur


Hughes.
Agora, leia o seguinte poema de álvares de
Azevedo.
7

A T...
No amor basta uma noite para fazer de um homem um Deus.
Propércio

Amoroso palor meu rosto inunda,


Mórbida languidez me banha os olhos,
Ardem sem sono as pálpebras doridas,
Convulsivo tremor meu corpo vibra...
Quanto sofro por ti! Nas longas noites
Adoeço de amor e de desejos...
E nos meus sonhos desmaiando passa
A imagem voluptuosa da ventura:
Eu sinto-a de paixão encher a brisa,
Embalsamar a noite e o céu sem nuvens;
E ela mesma suave descorando
Os alvacentos véus soltar do colo,
Cheirosas flores desparzir sorrindo
Da mágica cintura.
Sinto na fronte pétalas de flores,
Sinto-as nos lábios e de amor suspiro...
Mas flores e perfumes embriagam...
E no fogo da febre, e em meu delírio
Embebem na minh’alma enamorada
Delicioso veneno.

[...]

Ah! vem, pálida virgem, se tens pena


De quem morre por ti, e morre amando,
Dá vida em teu alento à minha vida,
Une nos lábios meus minh’alma à tua!
Eu quero ao pé de ti sentir o mundo
Na tu’alma infantil; na tua fronte
Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros
Sentir as virações do paraíso...
E a teus pés, de joelhos, crer ainda
Que não mente o amor que um anjo inspira,
Que eu posso na tu’alma ser ditoso,
Beijar-te nos cabelos soluçando
E no teu seio ser feliz morrendo!
http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/alvaresaze
vedo/at.htm

Colo: região do corpo compreendida pelo pescoço e pelos ombros; regaço.


Desparzir: espalhar, distribuir;
Ditoso: feliz, afortunado;
Dorido: que sente dor;
Embalsamar: perfumar; tratar um cadáver com substancias que evitam sua
decomposição;
Languidez: lentidõa; falta de vigor;
Palor: palidez muito grande;
Viração: vento suave; brisa;
Voluptuoso: sensual; libidinoso.
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7. um dos procedimentos habituais dos poetas românticos é a introspecção,


ou seja, a exploração do mundo interior; por isso, muitas das produções
românticas são marcadas pelo subjetivismo, pelo sentimentalismo e pelo
egocentrismo.
a. nos primeiros versos do poema de álvares de Azevedo, o eu lírico
descreve seu estão físico. Como é esse estado?
b. o que leva o eu lírico a ter essas sensações? Justifique sua resposta
com elementos do texto.
c. ao voltar-se para o seu mundo interior, o eu lírico mergulha em um
estado de sonho e devaneio. De acordo com a primeira estrofe, o que esse
estado propicia ao eu lírico? Justifique sua resposta com elementos do
texto.

8. a figura feminina foi abordada nos textos românticos de variadas


formas. Identifique no poema em estudo dois trechos em que a mulher é
retratada como:
a. pura e inocente:
b. identificada com os elementos da natureza:
c. capaz de colocar o eu lírico em contato com o divino e com a suprema
felicidade:

9.o amor é um tema muito explorado no romantismo. Entre os itens a


seguir, indique o que não corresponde à concepção de amor observada no
poema.
I. a predominância de elementos diáfanos e leves, como a noite
embalsamada, a brisa, os “alvacentos véus” e a imagem pura e incorpórea
da amada, expressa uma ideia de amor sublime, não realizada fisicamente.
II. o sentimento amoroso relaciona-se à ideia de transcendência e, por
isso, a morte é algo desejável: ao morrer, o eu lírico pode perder sua
natureza física e material e adquirir, como a imagem da mulher amada, uma
essência espiritual.
III. a sensualidade da mulher, expressa no verso “A imagem voluptuosa da
ventura...”, e o desejo ardente do eu lírico (“no fogo da febre”,
“Delicioso veneno”) sugerem um amor erótico, corpóreo e possível de se
realizar concretamente.

10. a atração pela morte, expressa em descrições mórbidas de figuras


humanas, em cenários lúgubres, em ambientes noturnos e no desejo de
morrer, é um dos temas românticos. No texto em estudo, como a atração
pela morte se apresenta? Justifique sua resposta com elementos do texto.
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Abadia no Carvalhal (1809 - 1810), de Caspar Friedrich.

11. no Classicismo e no Neoclassicismo, são comuns referencias a deuses


da mitologia greco-latina. Observe estes versos do poema de Álvares de
Azevedo:

“Na tu’alma infantil; na tua fronte


Beijar a luz de Deus; nos teus suspiros
Sentir as virações do paraíso;”

Esses versos se referem a deuses da mitologia greco-latina ou à


divindade do cristianismo?

ARQUIVO
Por meio da leitura de textos de Gonçalves dias e Álvares de
Azevedo, você viu que, no Romantismo:
 Predominam o sentimento e a subjetividade do poeta e, como
consequência desse voltar-se para si, o subjetivismo, o
sentimentalismo e o egocentrismo, assim como a fantasia, os
sonhos e os devaneios.
 Há a valorização da nacionalidade e, portanto, das raízes
históricas nacionais; o índio, a fauna e a flora, elementos
também valorizados pelo romantismo europeu, forma eleitos
como representantes da nacionalidade brasileira.
 A mulher é retratada de diferentes maneiras: associada a
figuras incorpóreas e assexuadas (virgem, criança, anjo,
etc.) ou a elementos da natureza (brisa, flores, etc.), com
os quias pode chegar a ser confundida; e como uma figura
capaz de colocar o eu lírico em contato com o divino ou a
suprema felicidade;
 O amor é idealizado apresentando um caráter sublime e
transcendental;
 Há a presença da religiosidade e de elementos de tradição
cristã;
 Há a tração pela morte por meio de descrições mórbidas e
pela manifestação do desejo de morrer;
 Os elementos formais, como a métrica, o ritmo e as rimas, e

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