OBJETIVO GERAL:
Reconhecer, avaliar e controlar riscos à saúde decorrentes dos fatores de risco
biológicos, bem como antecipar e discutir questões relacionadas ao meio
ambiente interno e externo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
METODOLOGIA:
A disciplina será oferecida a distância, acompanhada por um tutor, acessível pela
internet, por meio do Portal do Aluno, e disponibilizada em uma sala de aula virtual
em que você encontrará 2 pilares: Conteúdos e Tarefas (avaliativas).
Conteúdos: organizados em Unidades de estudo, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão e ícones que auxiliarão você a compreender
os temas. Podem ser indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os
estudos com leituras e pesquisas complementares. Na maioria dos casos você
terá dentro do conteúdo alguns vídeos.
Tarefas: para cada Unidade de estudo haverá no mínimo uma tarefa avaliativa
que pode ser, normalmente:
o Questionário: composto por questões objetivas (verdadeiro ou falso, múltipla
escolha ou associação) com ou sem comentários;
o Fórum: atividade colaborativa visando a construção coletiva do conhecimento.
Seu tutor apresentará o comando do debate e você deverá responder ao
questionamento inicial e dialogar com seus colegas para “esgotar” o tema
proposto;
o Envio de arquivo: atividade individual em que você deverá desenvolver o
comando da tarefa em um arquivo do editor de textos de sua preferência,
salvar e fazer o upload (anexar) no link indicado.
1
APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Bem-vindo ao estudo da disciplina HIGIENE DO TRABALHO - RISCOS BIOLÓGICOS NO
AMBIENTE DE TRABALHO.
A proposta editorial deste Material de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e
atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação
continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo
contemporâneo.
Elaborou-se o presente material com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Bons Estudos!
2
INTRODUÇÃO
Bem-vindo à disciplina Higiene do Trabalho – HT. Este é o nosso Caderno de Estudos e Pesquisa,
material básico aos conhecimentos exigidos da Engenharia de Segurança do Trabalho – EST.
Esta disciplina, em razão do programa, foi dividida em três tomos: Higiene do Trabalho - Riscos
Físicos no Ambiente de Trabalho; Higiene do Trabalho - Riscos Químicos no Ambiente de
Trabalho e Higiene do Trabalho - Riscos Biológicos no Ambiente de Trabalho.
A HT- Físico introduz a matéria no contexto da EST, para na sequência discutir de forma
minuciosa fenômenos físicos e seus desdobramentos para saúde do trabalhador. A HT-Químicos
aborda os fatores de riscos químicos, definições básicas, gestão do meio ambiente do trabalho,
estratégias de amostragem, limites de tolerância e intervenção ambiental. A HT-Biológicos aborda
os fatores de riscos biológicos, bem como princípios de ventilação industrial e PMOC e seus
desdobramentos para saúde do trabalhador.
Há uma iniciação em ventilação industrial suficiente para posicionar o EST quanto à capacidade
crítica em HT, pois uma das formas de controlar o fator de risco biológico (e os fatores químicos
em forma de aerossóis, bem como os fatores físicos, temperatura, umidade e velocidade do ar) é
manipulando variáveis ambientais relacionadas ao ar respirável via pólen dos vegetais (5 a 150
µm), esporos dos fungos (1 a 10 µm) e bactérias (0,2 a 5 µm).
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos. Os ícones
servirão de recursos de aprendizagem. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas
abordados! Lembre-se de que, apesar de distantes, estamos muito próximos.
3
OBJETIVOS
COBRAS E SAUROS
1
INTRODUÇÃO
02
Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando: a) a finalidade e descrição do local de trabalho; b) a
organização e procedimentos de trabalho; c) a possibilidade de exposição; d) a descrição das atividades e funções
de cada local de trabalho; e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.
A avaliação dos riscos biológicos no local de trabalho tem se concentrado até agora sobre os
agricultores, trabalhadores de saneamento e pessoal de laboratório, os quais apresentam um risco
significativo de efeitos adversos à saúde. A coleção de riscos biológicos detalhada por Dutkiewicz et
al. (1988) mostra que os trabalhadores em muitas outras profissões também são expostos (Figura
1). Dutkiewicz et al. (1988) realizaram uma classificação taxonômica de microrganismos e plantas
(Figura 2) , bem como os animais (Figura 3), que podem representar um perigo biológico no local
de trabalho.
Figura 1. Ambientes de trabalho com exposição potencial dos trabalhadores aos agentes
biológicos.
INDÚSTRIA EXEMPLOS
Cultivo e Colheita.
Pecuária.
Silvicultura.
Agricultura Pesca.
Matadouros, fábricas de embalagens de alimentos.
Armazenamento: silos de grãos, rapé e outros processamentos.
Processamento de pelo e couro de animais.
Produtos Agrícolas Fábricas têxteis.
Carpintaria: serrarias, fábricas de papel, cortiça.
Cuidado com os animais de laboratório
Assistência à saúde Cuidados de Pacientes: Médicos, dentários.
Produtos farmacêuticos e de origem vegetal
Cuidados pessoais Cabelereiro e podologia.
Laboratórios Clínicos e de Pesquisa
Biotecnologia Centros de produção.
Centros Ambulatoriais
Manutenção Predial Edifícios “doentes”.
Tratamento de esgotos resíduos e
fertilizantes
Sistemas industriais para tratamento de
resíduos
Fonte: Dutkiewicz et ai, 1988.
Figura 2. Os vírus, bactérias, fungos e plantas: riscos biológicos conhecidos no local de trabalho.
INFECÇÃO
INFECÇÃOZOONOSIS RESPOSTA ALÉRGICATOXINA INALÁVELTOXINACANCERÍGENO
Vírus x x
Bactérias
Rickettsia x
Clamídias x
Espiroquetas x
Bactérias Gram-
negativas X x x x(e)²
Cocos Gram-
positivos x x
Bacilos
Formadores de
Esporas x x x
Bacilos gram-
positivos sem
esporas e
corinebactérias x x
Microbactérias x x
Actinomicetos x
Cogumelos
Mohos x x x(m)³ x
Dermatofitos x x x
Fungos
geofílicos
semelhante à
levedura x x
Leveduras
endógenas x
Parasitas do
Trigo x
INFECÇÃO
INFECÇÃOZOONOSIS RESPOSTA ALÉRGICATOXINA INALÁVELTOXINACANCERÍGENO
Cogumelos x
Outras plantas
Inferiores
Líquenes x
Hepáticas x
Samambaias x
Plantas
Superiores
Pólen x
Óleos Voláteis x x
Em pó x x x
Infecção zoonoses: a infecção normalmente transmitida por animais vertebrados (zoonoses).
Endotoxina.
Micotoxina.
02
Aqueles que estão associados com certos tipos de habitats (por exemplo, bactérias nas redes de abastecimento
de água);
03
Aqueles que procedem de indivíduos que hospedam um patógeno (por exemplo, tuberculose).
3
AMBIENTES DE TRABALHO COM RISCOS BIOLÓGICOS
01
O fungo Penicillium camemberti var. candidum é usado para fazer certos tipos de queijo. A elevada concentração
deste fungo precipitando anticorpos em amostras de sangue dos trabalhadores, em conjunto com as causas dos
sintomas clínicos respiratórios indicam relação etiológica entre sintomas respiratórios e alta exposição ao fungo
(DAHL y Cols, 1994).
02
Os micro-organismos (bactérias e fungos) e as endotoxinas são agentes potenciais de risco para os profissionais
nas unidades de processamento da batata (DUTKIEWICZ, 1994). Ele estabeleceu uma correlação significativa
entre a presença de precipitinas contra antígenos microbianos e sintomas gerais e respiratórios relacionados com
o trabalho, que tinha 45,9 % dos trabalhadores examinados.
03
Pessoas que trabalham ou visitam museus e bibliotecas são expostos a fungos (por exemplo, Aspergillus,
Penicillium) que, em certas condições, poluem os livros (Kolmodin - Hedman y cols. 1986). Os sintomas mais
comuns consistem em convulsões febris, calafrios, náuseas e tosse.
04
O uso de microscópios com as mesmas lentes em diferentes turnos de trabalho podem causar infecções
oftalmológicas. Entre os microrganismos responsáveis foi identificado Staphylococcus aureus (OLCERST, 1987).
Prevenção
O conhecimento dos princípios da epidemiologia e transmissão de doenças infecciosas é essencial
para os métodos utilizados no controle do organismo causador da doença. Os trabalhadores devem
ser submetidos a exames médicos periódicos para detectar doenças ocupacionais de origem
biológica. Existe uma série de princípios gerais para realizar exames médicos e detectar efeitos
adversos para a saúde devido à exposição no local de trabalho, incluindo o caso de riscos biológicos.
Em outros capítulos desta apostila são descritos alguns procedimentos específicos.
Por exemplo, na Suécia, a Federação Agricultores iniciou um programa de serviços médicos
preventivos no trabalho dos agricultores (HOGLUND,
1990). O principal objetivo deste programa era evitar doenças e lesões relacionadas ao trabalho e
prestar assistência médica aos agricultores que sofreram problemas de saúde ocupacional. Quando
há surtos de doenças infecciosas não se pode tomar as devidas precauções, se não identificar a
doença previamente. Um exemplo disso foi o surto de febre viral hemorrágica da Crimeia e do
Congo (FHCC) entre os funcionários do hospital dos Emirados Árabes Unidos (Dubai), Paquistão e
África do Sul (VAN EEDEN Y COLS. 1985).
4
COBRAS
Nas regiões quentes e temperadas, picadas de cobras representam um perigo mortal para certas
categorias de trabalhadores, fazendeiros, madeireiros florestais, trabalhadores da construção civil e
obras públicas, pesca, colheita de cogumelos, encantadores de serpentes, os funcionários do jardim
zoológico e pessoal de laboratório responsáveis pela preparação de soros antiveneno. A grande
maioria das cobras é inofensiva para os seres humanos, mas outras podem causar lesões graves
por suas picadas venenosas. As espécies perigosas são encontradas tanto entre as cobras
terrestres (Cobras e víboras) quanto entre as aquáticas (hidrofidios) (RIOUX e JUMINER 1983).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS 1995), picadas de cobra causam
30 mil mortes por ano na Ásia, cerca de 1.000 mortes na África e vários na América do Sul. Em
alguns países, existem estatísticas mais detalhadas. No México, a cada ano, há mais de 63 mil
picadas de serpentes e picadas de escorpião, que juntos originam mais de 300 mortes. No Brasil
são constatadas anualmente cerca de 20 mil picadas de cobra e entre 7000 e 8000 picadas de
escorpião, com uma taxa de mortalidade de 1,5% para picadas de cobra e entre 0,3% e 1% para
picadas de escorpião.
De acordo com um estudo realizado em Ouagadougou, Burkina Faso, na periferia de cidades
ocorrem 7,5 acidentes ofídicos por 100.000 habitantes e em áreas rurais, mais de 69 por 100.000
habitantes, chegando aqui a taxa de mortalidade de 3%. Picadas de cobra também são um
problema em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos a cada ano são registrados 45 mil
acidentes ofídicos, embora, devido à facilidade de acesso aos cuidados de saúde, o número de
mortes anuais estão entre 9 e 15. Na Austrália, onde existem algumas das cobras mais venenosas
do mundo, estima-se que o número anual de ataques de cobra varia entre 300 e 500, com uma
média de duas mortes. Mudanças ambientais, principalmente o desmatamento, pode ter causado o
desaparecimento de muitas espécies de serpentes no Brasil. No entanto, o número de casos de
picadas de cobra não foi reduzido, pois em algumas áreas desmatadas têm proliferado outras
espécies, às vezes mais perigosa. (OMS 1995).
5
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA PICADA DE COBRA
Dependendo da espécie, certa proporção de pacientes picados por serpentes venenosas (entre
10% e 60%) não desenvolveram sintomas tóxicos (veneno), ou estes são mínimos, quanto às
marcas que indicam a penetração na pele de presas da serpente. O medo e os efeitos do
tratamento, bem como o veneno de cobra, contribuem para a produção dos sintomas. Mesmo
pacientes que não estão envenenados podem sofrer ondas de calor, tonturas e dispneia, com
constrição no peito, palpitações, sudorese e acroparestesia. Os torniquetes apertados podem
causar congestão e isquemia das extremidades; as incisões locais (local da mordida) podem originar
sangramentos e dessensibilização, e os medicamentos à base de plantas, vômitos.
Os primeiros sintomas que podem ser atribuídos diretamente à picada é dor local e hemorragia no
local da penetração dos dentes, seguido por dor, sensibilidade, inchaço e inchaço do membro,
linfangite e dilatação dolorosa dos gânglios linfáticos regionais. Pacientes com picadas de cobras
Europeias, Daboia russelii, espécies de Bothrops, elapidos Australianos e Atractaspis engaddensis
podem ter síncope precoce, vômitos, cólicas, diarreia, angioedema e chiado no peito. Náuseas e
vômitos são sintomas comuns de intoxicação grave.
6
TIPOS DE MORDIDA
Cobras com presas traseiras tais como o Dispholidus tipo e espécie de Thelotornis, Rhabdophis e
Philodryas. Produz inflamação local, sangramento nas marcas de presas
e, às vezes (Rhabophis tigrinus), desmaios. Mais tarde podem aparecer vômitos, cólicas
abdominais, dores de cabeça e hemorragia sistêmica generalizada com inchaço extenso
(Cardinals), coagulopatia, hemólise intravascular e insuficiência hepática. Envenenamento pode
desenvolver-se lentamente ao longo de vários dias.
7
ATRACTASPIDIDAE (COBRAS TOUPEIRA, SERPENTE NEGRA DE NATAL)
Efeitos locais incluem dor, inchaço, hematomas, necrose e dilatação dos gânglios linfáticos
dolorosos. Os pacientes envenenados por A. engaddensis descrevem sintomas intestinais violentos
(náuseas, vômitos e diarreia), anafilaxia (dispneia, insuficiência respiratória, choque) e alterações
de ECG (bloco a-v, ST, onda T).
8
ELAPÍDIOS (COBRAS, BÚNGAROS, MAMBAS, COBRAS CORAIS E COBRAS VENENOSAS
AUSTRALIANAS)
As picadas Búngaros, mambas, cobras corais e algumas cobras (por exemplo, a Naja e a N.
nivea) produzem efeitos locais mínimos, enquanto as picadas de cobras cuspidoras africanas (N.
nigricollis, N.mossambica etc.) e as cobras asiáticas (N. naja, N. kaouthia, N. sumatrana etc.)
causam inflamação local dolorosa que pode ser extensa, formar cardeais ou produzir necrose
superficial. Entre os sintomas neurotóxicos iniciais, antes que se apresentem sintomas neurológicos
objetivos, figuram: vômitos, “peso” das pálpebras, visão turva, contração muscular, parestesia ao
redor da boca, hiperacusia, dor de cabeça, vertigens, tonturas, salivação, congestão conjuntiva e
pele de galinha. A paralisia começa por ptose palpebral e oftalmoplegia externa, que já aparece em
15 minutos da picada, embora às vezes levasse dez ou mais horas para aparecer. Posteriormente,
a face, boca, mandíbula, língua, cordas vocais, músculos do pescoço e os músculos da deglutição
sofrem paralisia progressiva. A obstrução das vias aéreas pode causar insuficiência respiratória
nesta fase, ou mais tarde, com paralisia dos músculos intercostais, o diafragma e os músculos
respiratórios acessórios. Os efeitos neurotóxicos são totalmente reversíveis se o antídoto ou o
anticolinesterase
forem administrados imediatamente (por exemplo, após a picada de cobra asiática, de
algumas cobras corais da América Latina (Micrurus) e cobras da morte australianas (Acanthophis))
ou por remissão espontânea dentro de um a sete dias. O envenenamento causado por serpentes
australianas produzem vômitos, cefaleia, síncope, neurotoxicidade, distúrbios hemostáticos e, com
algumas espécies, mudanças no ECG, rabdomiólise generalizada e insuficiência renal. A dilatação
dolorosa dos gânglios linfáticos regionais indica que a intoxicação sistêmica é iminente, mas os
sintomas locais geralmente não existem ou são leves, exceto depois de picada pelas espécies
Pseudechis.
9
OFTALMIA VENENOSA CAUSADA POR ELAPÍDEOS “CUSPIDORES”
Os pacientes “cuspidos” por este tipo de elapídeo experimenta uma dor intensa nos olhos,
conjuntivite, blefaroespasmo, edema das pálpebras e secreção. Em mais da metade dos pacientes
cuspidos por N. nigricollis observaram erosões na córnea. Raramente, o veneno é absorvido dentro
da câmara anterior, causando hypopyon e uveíte anterior. A infecção secundária das erosões da
córnea pode produzir opacidades permanentes que dificultam a visão ou panoftalmitis.
10
VIPÉRIDOS (VÍBORAS, COBRAS CASCAVÉIS, VÍBORAS COM CABEÇA DE LANÇA, MOCASSINS E
JARARACAS)
Os doentes devem ser transportados para o hospital mais próximo tão rapidamente quanto possível
e confortavelmente, impedindo o movimento do membro no qual a mordida ocorreu por meio da
utilização de uma tala. Os métodos tradicionais de primeiros socorros podem ser prejudiciais e não
devem ser usados. As incisões locais e de sucção podem apresentar infecção, danificar os tecidos
e causar sangramento persistente, eles
não são susceptíveis de extrair a maior parte do veneno da ferida. Os benefícios potenciais de
método de extracção de pó não foram testados em pacientes humanos e podem danificar os tecidos
moles. O permanganato de potássio e a crioterapia podem intensificar a necrose local. Choques
elétricos podem ser perigosos, e não foram provados seus benefícios. Os torniquetes e as ligaduras
de compressão podem causar gangrena, fibrinólise, paralisia de nervos periféricos e o aumento do
envenenamento local na extremidade ocluída. O método de imobilização por pressão consiste em
aplicar uma ligadura de compressão firme, mas não apertada, no membro que ocorreu a picada,
com uma faixa de entre 4 e 5 m
de comprimento e 10 cm de largura, a partir do lugar da picada e incorporando a tala. Em animais,
é um método eficaz para prevenir a absorção sistêmica no caso de elápidos australianos, e outros
venenos, mas em seres humanos ainda não foi submetido a testes clínicos. A imobilização de
pressão é recomendada para picadas de cobras com venenos neurotóxicos (por exemplo,
Elapidae, Hydrophiidae), mas quando a inflamação e necrose forem locais pode ser um problema
(por exemplo, Viperidae). Em nenhum caso, recomendamos a caça, captura ou abate da cobra,
mas se ela já está morta, deve ser levada junto com o paciente para o hospital. Não se deve tocar
com as mãos desprotegidas, pois ela pode atacar com picadas de reflexos, apesar de estar
aparentemente morta. Os pacientes levados para o hospital devem ficar de lado para evitar
aspiração de vômito. Os vômitos persistentes se tratam com clorpromazina (25-50 mg em adultos,
de 1 mg / kg de peso corporal em crianças). Se o paciente apresentar síncope, choque, angioedema
ou outros sintomas anafiláticos (autofarmacológicos) se administra adrenalina a 0,1% por via
subcutânea (0,5 ml para adultos e de 0,01 ml / kg de peso corporal para as crianças) e um anti-
histamínico como a clorfeniramina por injecção intravenosa lenta (10 mg para adultos , 0,2 mg / kg
de peso corporal para crianças).
Os pacientes com coagulopatias podem desenvolver hematomas graves após injeções
intramusculares ou subcutâneas, razão pela qual a intravenosa deve ser usada sempre que
possível. Pacientes com insuficiência respiratória ou cianose se tratam estabelecendo uma via
aérea, administrando o oxigênio e, se necessário, com respiração assistida. Se o paciente estiver
inconsciente e sem pulso detectado ou o femoral ou carótida, deve-se proceder de imediato a uma
ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
11
SAURIA (LAGARTOS)
As serpentes não costumam atacar seres humanos, a menos que se sintam ameaçadas, se forem
perturbadas ou pisadas. Em áreas infestadas com cobras venenosas, os trabalhadores devem
proteger as extremidades inferiores e levar soro antiveneno monovalente ou polivalente. Pessoas
que trabalham em uma zona de perigo, a mais de meia hora de carro do posto mais próximo de
primeiros socorros, são aconselhadas a levar
um equipamento antiveneno que contenha uma seringa esterilizada. Em todo caso, os
trabalhadores devem saber que as mordidas, incluindo as produzidas pelas cobras mais venenosas,
raramente são fatais, porque a quantidade de veneno injetado é geralmente pequena. Alguns
encantadores de serpentes conseguem se imunizar mediante repetidas injeções de veneno, mas
ainda não foi desenvolvido nenhum método científico para a imunização humana. (RIOUX e
JUMINER 1983).
UNIDADE 1 | CAPÍTULO 2
ANIMAIS AQUÁTICOS
1
ANIMAIS AQUÁTICOS
Em quase todas as divisões taxonômicas (filos) existem animais aquáticos perigosos para os seres
humanos. Os trabalhadores entram em contato com esses animais no curso de várias atividades,
como a pesca submarina e de superfície, a instalação e operação de equipamentos para extração
de petróleo sob a água, construção submarina e pesquisa científica, e assim por diante, se expondo
a riscos para a saúde. As espécies mais perigosas habitam as águas quentes e temperadas.
2
PORÍFEROS
A esponja comum pertence a esse filo. Os pescadores que tocam as esponjas (incluindo
mergulhadores, mergulhadores com equipamento entre outros), podem contrair a dermatite de
contato, o que provoca irritação na pele e caroços ou bolhas. A “doença dos mergulhadores de
esponja” na região do Mediterrâneo é causada pelos tentáculos de um pequeno celentéreo (Sagartia
rosea), que parasitam a esponja. Dermatite conhecida como “musgo vermelho” ocorre em
pescadores de ostras na América do Norte pelo contato com escarlate esponja, encontradas em
conchas de ostras. Houve casos de alergia tipo 4. O veneno liberado pela esponja contém a
histamina e as substâncias antibióticas Suberitus ficus.
3
CELENTÉREOS
Eles são representados por numerosas famílias da classe conhecida como hydrozoan, que inclui
corais Millepora (coral ardor, fogo coral), o Physalia (Physalia physalis, vespa do mar, o homem
Português), o Scyphozoa (água-viva) e Actiniaria (anemone picadas), estes são encontrados em
todas as partes do oceano. A característica comum destes animais é a sua capacidade para produzir
urticária por injecção de um veneno potente armazenado em uma célula especial (nidoblasto) com
um filamento oco que se rompe quando se encosta o braço e penetra na pele da vítima. As várias
substâncias presentes no veneno podem originar sintomas como coceira intensa, congestão
hepática, dor e depressão do sistema nervoso central. Entre estas substâncias foram identificadas
thalassius, congestina, equinotoxina (contendo 5- hidroxitriptamina e tetramina) e hipnotoxina
respectivamente. Os efeitos sobre o indivíduo dependerá do grau de contato com os tentáculos e,
consequentemente, o número de agulhas microscópicas que podem atingir vários milhares, e até
mesmo causar a morte da vítima em minutos.
Dada a ampla distribuição destes animais em todo o mundo, ocorrem muitos incidentes, embora o
número de mortes seja relativamente baixo. Os efeitos sobre a pele são caracterizados por prurido
intenso e a formação de pápulas vermelhas brilhantes e aparência mosqueada, que se tornam
pústulas e ulcerações. A pessoa sente uma dor aguda como um choque elétrico. Outros sintomas
incluem falta de ar, ansiedade generalizada, distúrbios cardíacos, colapso, náuseas, vômitos, perda
de consciência e choque primário.
4
EQUINODERMOS
Este grupo inclui as estrelas e ouriços do mar. Ambos têm órgãos venenosos (pedicelos), mas eles
não são perigosos para os seres humanos. Os espinhos do ouriço do mar penetram na pele e
deixam um fragmento profundo, produzindo uma infecção secundária, seguida pela formação de
pústulas e granuloma persistente, muito irritante se as feridas estiverem perto de tendões ou
ligamentos. Entre os ouriços do mar, só a Acanthaster planci parece ter espinhos venenosos que
podem causar distúrbios gerais, tais como vômitos, paralisia e dormência.
5
MOLUSCOS
Entre os animais desse filo se encontram os conivalvos, que são os que podem ser perigosos. Vivem
em fundos arenosos do mar e parecem ter uma estrutura formada por uma rádula venenosa com
dentes em forma de agulha, os quais se projetam para fora da boca e podem atacar a vítima quando
a concha é tocada diretamente com as mãos de forma imprudente. O veneno age sobre os sistemas
nervosos centrais e neuromusculares. A penetração desse dente na pele produz isquemia
temporária, cianose, embaciamento, dor e parestesia à medida que o veneno se espalha pelo o
corpo. Outros efeitos posteriores são: paralisia dos músculos voluntários, falta de coordenação,
visão dupla e confusão geral. A morte pode ocorrer a partir de paralisia respiratória e colapso
circulatório. Foram registrados cerca de 30 casos, dos quais 8 foram fatais.
6
PLATELMINTOS
Para esta classe pertencem a Hermodice carunculata e a Eurythoe complanata conhecidos como
“vermes espinhosos”. Eles são cobertos por inúmeros apêndices em forma de espinhos contendo
um veneno (nereistotoxina) com efeito neurotóxico e irritante.
7
POLYZOOS (BRYOZOOS)
Este grupo é composto por animais que formam colônias com aspecto de plantas, semelhantes a
musgos gelatinosos que se encrostam em rochas e conchas. A variedade conhecida como
Alcyonidium, produz uma dermatite irritativa nos braços e no rosto dos pescadores ao retirar este
“musgo” de suas redes. Ele pode também causar um eczema alérgico.
8
SELÁCEOS (CHONDRICHTHYES)
Entre os animais desse filo estão os tubarões, raias e mantas. Os tubarões vivem em águas rasas,
onde eles buscam suas presas e podem atacar as pessoas. Muitas variedades de Seláceos têm
um ou dois espinhos largos venenosos na frente da nadadeira dorsal, que contêm um veneno fraco
ainda não identificado. Os espinhos produzem uma ferida que causa dor imediata e intensa irritação,
inflamação e edema.
Outro grande perigo desses animais é a sua mordida, pois a disposição dos seus dentes afiados
em várias linhas pode causar graves lacerações que produzem choque imediato, hemorragia aguda
e afogamento da vítima. O perigo representado por tubarões tem sido objeto de intenso debate e
todas as variedades parecem ser particularmente agressivas. É muito difícil prever o seu
comportamento, mas acredita-se que eles são atraídos pelo movimento e a cor da luz dos
nadadores, bem como sangue e as vibrações que produzem peixes ou outra presa depois de terem
sido presas. As raias e as mantas são corpos grandes, planas com uma longa cauda coberta com
um ou mais espinhos ou serras que podem ser venenosos. O veneno contém serotonina, 5-
nucleotidase e fosfodiesterase, e pode causar vasoconstrição generalizada e paragem cardíaca. As
raias e as mantas vivem em regiões arenosas e águas costeiras, onde podem se esconder bem,
sendo fácil de banhistas pisarem sem se dar conta. A raia reage levantando a cauda e projetando o
espinho contra a vítima. Isto pode causar feridas profundas em um membro ou órgão interno, como
o peritônio, pulmão, coração ou fígado, especialmente no caso das crianças.
A lesão também pode causar dor, inflamação, edema linfático e de outros sintomas, tais como
choque primário e colapso circulatório. Lesões de órgãos internos pode causar a morte em poucas
horas. Incidentes com raias e mantas estão entre os mais frequentes, ocorrendo cerca de 750 a
cada ano nos Estados Unidos. Estes animais também são perigosos para os pescadores,
recomenda-se que cortem a linha, logo que o venham a bordo. Algumas espécies de raias, como o
torpedo e narcine possuem órgãos elétricos na parte traseira que, quando eles são estimulados por
simples contato, descargas elétricas ocorrem entre 8 e 220 volts, o suficiente para temporariamente
atordoar e imobilizar a vítima, embora esta geralmente se recupere sem complicações.
9
OSTEÍCTIOS
Muitos peixes deste filo possuem espinhos peitorais, caudais e anais, ligados a um corpo venenoso,
cujo objetivo principal é a defesa. Se o peixe é perturbado, ou pisado, ele eriça os espinhos que
podem penetrar a pele e injetar veneno. Eles costumam atacar os mergulhadores que estão à
procura de peixe por contato acidental. Foram registrados inúmeros incidentes deste tipo, porque
os peixes deste filo são generalizados, dentre eles pertencem o peixe-gato, presente tanto em àguas
salgadas quanto doces (América do Sul, África Ocidental e dos Grandes Lagos), o peixe Scorpion
(Scorpaenidae), o peixe Traquino (Trachinus), o peixe-sapo, peixe cirurgião e outros.
Os ferimentos produzidos por estes peixes são geralmente dolorosos, especialmente no caso do
peixe-gato e peixe Traquino que causam vermelhidão ou palidez, inchaço, cianose, embaciamento,
edema linfático e propagação hemorrágica em tecidos circundantes. Pode ocorrer gangrena ou
infecção e neurite periférica com a ferida. Outros sintomas são: tonturas, náuseas, queda, choque
primário, asma e perda de consciência. Eles representam um sério risco para os trabalhadores
subaquáticos. No peixe-gato foi identificado veneno neurotóxico hemotóxico, e, no caso de traquino
várias substâncias foram isoladas, tal como 5-hidroxitriptamina, histamina e catecolaminas. Alguns
peixes-gato e peixes astrônomos, bem como a enguia elétrica (Electrophorus), possuem órgãos
elétricos (ver Seláceos seção).
10
HIDROFIDIOS
Este é um grupo (serpentes do mar) localizado principalmente nos mares da Indonésia e Malásia,
onde foram identificadas cerca de 50 espécies, incluindo Pelaniis platurus, Enhydrina platurus
schistosa e Hydrus. O veneno de serpentes é muito semelhante ao da cobra, embora seja entre 20
e 50 vezes mais tóxica, é formada por uma proteína básica, de baixo peso molecular (eurobotoxina),
afetando conexões neuromusculares, bloqueando acetilcolina e causando miólise. Felizmente,
serpentes marinhas geralmente não atacam e mordem, apenas quando alguém pisa, irrita ou
quando recebe um golpe, também pouco ou nenhum veneno é injetado com suas presas. Os
pescadores são os mais expostos a este risco, respondendo por 90% de todos os incidentes
relatados, a maioria deles produzidos por pisar a serpente no fundo do mar ou que estão presas nas
redes. As cobras são, provavelmente, responsáveis por milhares de acidentes de trabalho atribuídos
a animais aquáticos, mas raramente têm consequências graves e apenas uma pequena
percentagem de acidentes são fatais. Os sintomas são geralmente ligeiros e pouco dolorosos. Os
efeitos são muitas vezes sentidos depois de duas horas e começa com dor muscular, rigidez do
pescoço, desorientação e tétano, e por vezes, náuseas e vômitos. Dentro de algumas horas aparece
mioglubinúria (presença de proteínas complexas na urina). A morte pode ocorrer a partir de paralisia
dos músculos respiratórios, necrose tubular renal e parada cardíaca devido à hipercalemia.
Prevenção
Devem ser feitos todos os esforços para evitar o contato com os espinhos desses animais quando
eles são manuseados, a não ser usando luvas grossas. Além disso, muito cuidado deve ter a
percorrer ou caminhar na areia do fundo do mar. Diversos equipamentos oferecem proteção contra
medusas e outros celenterados e contra picadas de cobra. Nunca se deve tocar nesses animais
perigosos e agressivos que devem ser evitados e onde há áreas de água-viva também, já que elas
são difíceis de ver. Se uma serpente do mar está presa no lugar, ele deve ser cortado deixando a
cobra ir. Na presença de tubarões, há uma série de princípios a serem observados: as pessoas
devem manter os pés e as pernas para fora da água e, lentamente, trazer o barco para a praia e
deixa-lo imóvel, os banhistas não devem permanecer na água com um peixe morrendo ou
sangrando, e também atrair a atenção do tubarão, tanto com cores brilhantes ou jóias, ruídos ou
explosões, luzes brilhantes ou movimentos da mão. Um mergulhador nunca deve mergulhar
sozinho.
Todo ano milhares de pessoas morrem por causa de picadas de escorpião e reações anafiláticas a
insetos. Na Tunísia são registrados anualmente entre 30.000 e 45.000 casos de picadas de
escorpião que causam entre 35 e 100 mortes, a maioria delas crianças. O envenenamento
(toxicidade) é um risco ocupacional para as populações que trabalham na agricultura e silvicultura
nessas regiões. Entre os animais que podem causar danos aos seres humanos devido ao seu
veneno estão os invertebrados, como os aracnídeos (aranhas, escorpiões, aranhas do deserto),
ácaros (insetos e carrapatos), quilópodos (centopeias) e hexápodos (abelhas, vespas, borboletas e
mosquitos).
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ARACNÍDEOS (ARANHAS-ARANEA)
Todas as espécies são venenosas, mas, na prática, apenas um pequeno número delas atacam
seres humanos. O envenenamento por picada de aranha pode ser de dois tipos: 1. Envenenamento
pela pele, que ocorre quando a picada produz depois de algumas horas um edema ao redor da
marca cianótica e, posteriormente, forma uma bolha; também pode aparecer uma extensa necrose
local. A cura de picadas de aranha como o género Lycosa (por exemplo, a tarântula) pode ser um
processo lento e difícil. 2. Intoxicação neurológica causada por veneno neurotóxico exclusivamente
de tarântulas (Ctenus Latrodectus), que causa lesão grave e de início rápido, tétano, tremores,
paralisia dos membros e por vezes choque mortal, este tipo de intoxicação é relativamente comum
entre trabalhadores da silvicultura e agricultura e particularmente grave em crianças. Na Amazônia,
o veneno de aranha “viúva negra” (Latrodectus) é usado para flechas envenenadas.
Prevenção
Em áreas onde há perigo de aranhas venenosas, o lugar onde as pessoas dormem deve ser forrado
com mosquiteiros e os trabalhadores devem usar calçados e vestuário de trabalho que lhes dão a
proteção adequada.
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ESCORPIÕES (ESCORIÓNIDOS)
Eles são aracnídeos que têm um acentuado ferrão venenoso no final do abdómen que acarreta
numa picada dolorosa, cuja gravidade varia de acordo com as espécies, a quantidade de veneno
injetado e da estação (o mais perigoso é o final do período de hibernação dos escorpiões). Na região
do Mediterrâneo, América do Sul e México, existem mais vítimas de escorpiões do que de cobras
venenosas. Muitas espécies são noturnas e menos agressivas durante o dia. As espécies mais
perigosas (Buthidae) são encontradas no neurotrópico árido e tropical, e seu veneno é altamente
tóxico. Em todos os casos, a picada de escorpião produz imediatamente sintomas locais intensos
(dor aguda, inflamação), seguidos por manifestações sistêmicas como tendência ao desfalecimento,
salivação, espirros, lacrimejamento e diarréia. O resultado é fatal em crianças pequenas. As
espécies mais perigosas do gênero são Androctonus (Africa subsahariana), Centrurus (México) e
Tituus (Brasil). O escorpião não ataca o homem espontaneamente, ataca apenas quando detecta o
perigo, quando encurralado ou quando alguém o aperta ao colocar botas ou roupas que lhe servem
de abrigo. Os escorpiões são altamente sensíveis a pesticidas halogenados (por exemplo, o DDT).
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ARANHAS DO DESERTO (SOLPÚGIDAS)
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PERCEVEJOS E CARRAPATOS (ACORINAS)
Os carrapatos são aracnídeos que chupam sangue em todas as fases de sua vida e sua saliva
injetada através de seus órgãos de alimentação podem ter efeitos tóxicos. O envenenamento é por
vezes grave especialmente em crianças (paralisia do carrapato), e às vezes acompanhado pela
supressão dos reflexos. Em casos excepcionais, a morte ocorre por paralisia bulbar (particularmente
quando o carrapato se agarra ao couro cabeludo). Percevejos chupam sangue apenas na fase larval
e sua picada provoca inflamação pruriginosa da pele. A incidência de picadas de percevejos é
elevada em regiões tropicais. Tratamento e prevenção: os carrapatos devem arrancados depois
de serem anestesiados com uma gota de benzeno, éter etílico ou o xileno. A prevenção baseia-se
na utilização de pesticidas ou repelentes.
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CENTOPÉIAS (QUILÓPODOS)
As centopéias se distinguem dos milípedes (Diplopoda), por terem apenas um par de pernas em
cada segmento do corpo e os apêndices do primeiro segmento de dentes são venenosos. As
espécies mais perigosas são encontradas nas Filipinas. O veneno das centopéias tem apenas um
efeito localizado (edema doloroso). Tratamento: as picadas e as mordidas devem ser tratadas com
aplições tópicas de loções à base de amoníaco diluído, hipoclorito ou permanganato. Podem
também ser administrados os anti-histamínicos.
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INSETOS (HEXÁPODOS)
Os insetos podem injetar veneno por meio de suas extremidades bucais (Simuliidos, borrachudos,
mosquitos, moscas Phlebotomo de areia) ou através da picada (abelhas, vespas, marimbondos,
formigas carnívoras). Eles podem causar urticária com seus cabelos (lagartas, borboletas) ou
produzir feridas com sua hemolinfa (castaridae, mosca vesicante, besouro bum).
As picadas de moscas pretas podem produzir lesões necróticas, algumas vezes com distúrbios
gerais; picadas de mosquito produzem lesões pruriginosas difusas. Picadas de Hymenoptera
(abelhas etc.) produzem dor intensa local, eritema, edema e às vezes necrose. Acidentes gerais
podem ocorrer como resultado da sensibilização ou múltiplas picadas (calafrios, náusea, dispneia,
extremidades frias). As mordidas no rosto ou língua são particularmente graves e podem causar a
morte por asfixia quando ocorre edema de glote. As lagartas e borboletas podem causar lesões
pruriginosas generalizadas na pele (angioedema), algumas vezes acompanhada de conjuntivite.
Não é incomum surgir uma infecção sobreposta. O veneno das cantharides produzem lesões
vesiculares ou bolhosas na pele (hoederus). Existe também o perigo de leishmaniose visceral
(nefrite tóxica). Alguns insetos, tais como as lagartas e as Hymenoptera são encontrados em todas
as regiões do mundo, ao passo que outros são subordens mais localizados. As borboletas são em
sua maioria perigosas na Guiana e na República Centro-Africana; as cantharides se encontram no
Japão, América do Sul e no Quênia; as moscas negras que vivem em regiões tropicais e na Europa
Central e as moscas da areia estão no Oriente Médio.
Prevenção