Coordenação Editorial:
Carla Cruz
Emília Coutinho
Madalena Cunha
Nuno Gil
Odete Amaral
Paula Nelas
Sofia Campos
Carlos Pereira – investigador responsável pelo projeto
ISBN: 978-989-99603-4-3
Ano de edição: 2018
Referência:
Coutinho E, organizadora. EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes.
Viseu: ESSV; 2018. 69 p.
Agradecimento
Cunha M, Cruz C, Amaral O, Nelas P, Campos S, Gil N, et al. Introdução. In: Coutinho E, organizadora.
EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018.
Na área da educação em geral, a “Capacitação para a comunicação não-violenta” faz a
ligação entre os conceitos teóricos e as estratégias de aplicação prática que podem ser
implementadas na gestão do processo comunicacional no quotidiano do ensino. No texto,
a comunicação é analisada, tendo por base os postulados da teoria da comunicação não-
violenta de Marshall B. Rosenberg de 2006.
A “Vivência saudável da sexualidade” advoga que a sexualidade é uma energia que nos
motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade que influencia a saúde física e
mental. Destaca ainda que a tomada de decisão responsável (informada e consciente) no
domínio da saúde sexual e reprodutiva beneficia com programas de educação adequados à
idade das crianças e adolescentes.
Sofia Campos
Emília Coutinho
Nuno Gil
Carla Cruz
Madalena Cunha
Odete Amaral
Paula Nelas
Campos S, Coutinho E, Gil N, Cruz C, Cunha M, Amaral O, et al. Capacitação para a comunicação não-violenta. In: Coutinho E,
organizadora. EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 11-15.
12
O que é a Capacitação para a
Comunicação comunicação não-
Não-Violenta? (1) violenta
EducaMente: Bem-
• É um processo de comunicação baseado na Empatia e no Respeito estar e qualidade
por mim e pelos outros. de vida em crianças
• Favorece a Compreensão e a Aceitação das mensagens de uma e adolescentes
forma benevolente e tolerante entre os indivíduos.
• Resulta da combinação da Linguagem Verbal, Corporal, de uma
forma de Pensar e de Competências de Comunicação. Cada um
de nós deve observar os factos Sem Julgar, ser capaz de distinguir
os seus sentimentos das suas interpretações e expressar as suas
necessidades mais profundas com o objetivo de formular um
pedido concreto e realizável que vá ao encontro de si e do outro.
O QUE TEMOS
• Modelos autoritários
UTILIZAMOS
• Modelos hierárquicos
• Modelos culturais • Estratégias
sancionatórios e punitivo NA violentas que
ESCOLA são aprendidas,
E NA ensinadas e
apoiadas pela
FAMÍLIA
cultura
As crianças e jovens
aprendem ao
"VER FAZER"
PERGUNTAS DE NÃO-VIOLÊNCIA:
• O que é que o outro está a sentir?
• O que é que o outro precisa?
• Como é que eu me estou a sentir em relação ao outro e que
necessidade está por trás desse sentimento?
• Que comportamento eu pediria a essa pessoa, acreditando
que isso a faria viver mais feliz e a mim também?
14
O QUE QUEREMOS PROMOVER COM A COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA (1): Capacitação para a
• Crescimento pessoal; comunicação não-
violenta
• Responsabilização, pelo que sou; pelo que sinto; EducaMente: Bem-
• Autenticidade; estar e qualidade
• Competências de escuta; de vida em crianças
• Empatia; e adolescentes
• Satisfação das necessidades, minhas e do outro;
• Autonomia;
• Partilha;
• Cooperação;
• Promoção da paz.
(3)
COMUNICAÇÃO
NÃO-VIOLENTA relações
relações de cooperação
competição autênticas
poder
reforço das
expressão de relações
conflitos frustração necessidades interpessoais
NOTA: Podemos usar estes 4 passos para comunicarmos uns com os outros de forma a empatizar
com as suas observações, os seus sentimentos, as suas necessidades e os seus pedidos. Assim, a
comunicação torna-se um “jogo” entre o que eu observo, sinto, necessito e peço e o que o outro
observa, sente, necessita e pede.
Bibliografia
1 Rosenberg M. Comunicação não-violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e
profissionais. São Paulo: Editora Ágora; 2006.
2 Stappen A, Augagneur J. Cuaderno de ejercicios de comunicación no violenta. Madrid:
Terapiasverdes; 2010.
3 Bronckart V. Domina la comunicación no violenta: Los trucos para emplear la CNV en el âmbito
laboral [Internet]. Brussels: Plurilingua Publishing; 2018. [citado 2018 nov 30]. Disponível em:
https://www.50minutos.es/libro/domina-lacomunicacion-noviolenta/
4 Rust S. Cuando la jirafa baila com el lobo: Cuatro pasos hacia una comunicación empática y no
violenta. Barcelona: Ediciones Obelisco; 2015.
Promoção da autoestima e otimismo
Nuno Gil
Nuno Gil
Sofia Campos
Emília Coutinho
Paula Nelas
Odete Amaral
Madalena Cunha
Carla Cruz
Gil N, Campos S, Coutinho E, Nelas P, Amaral O, Cunha M, et al. Promoção da autoestima e otimismo. In: Coutinho E,
organizadora. EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 17-21.
18
Promoção da
autoestima e
otimismo
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
Definição de Otimismo (1)
• Tendência ou disposição para atender sobretudo ao lado melhor das coisas;
• Atitude de confiança na vida.
= =
Atitude de
Expetativas de Confiança em
confiança na
auto-eficácia si próprio
vida
O otimismo
é a expressão
visível de uma
autoestima
saudável
20
1. Adesão à Verdade Promoção da
Ter a humildade de reconhecer a vida como difícil e um caminho pleno de problemas a autoestima e
serem resolvidos otimismo
EducaMente: Bem-
2. Responsabilidade (=> Poder) estar e qualidade
Assumir a responsabilidade pelo controlo da sua vida, exercendo o poder pela resolução de vida em crianças
dos próprios problemas e adolescentes
4. Atitude pró-ativa
Saber escolher a resposta adequada, sem esperar soluções fáceis ou imediatas
identificação
problema
análise
solução
Reapreciação
Reenquadramento
implementação
análise
resultados
perceção de reapreciação
autoeficácia positiva
O desenvolvimento do otimismo enquanto expressão visível de uma auto-estima saudável tem um
corolário: A Resiliência (3)
Resiliência
≠ Invulnerabilidade
Bibliografia
1 Barbosa H. Moderno dicionário da língua portuguesa, Tomo I. Lisboa: Círculo de Leitores; 1985.
2 Duclos G. A auto-estima: Um passaporte para a vida. Lisboa: Climepsi Editores; 2006.
3 Oliveira A. Resiliência para principiantes. Lisboa: Edições Sílabo; 2010.
Recomendações para uma alimentação saudável
Emília Coutinho
Emília Coutinho
Sofia Campos
Paula Nelas
Nuno Gil
Carla Cruz
Odete Amaral
Madalena Cunha
Coutinho E, Campos S, Nelas P, Gil N, Cruz C, Amaral O, et al. Recomendações para uma alimentação saudável. In: Coutinho E,
organizadora. EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 23-29.
24
Recomendações
para uma
alimentação
saudável
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
Definição de alimentação saudável (1-2)
• Alimentos saudáveis são alimentos naturais sem ingredientes artificiais que as pessoas
consomem por os considerarem bons para a sua saúde
• Uma alimentação saudável significa comer uma variedade de alimentos com os nutrientes
essenciais para manter a saúde, atendendo à qualidade e quantidade
• Dieta saudável e equilibrada o mais variada possível não estando mais de 3 horas e meia
sem comer
• Tomar sempre o pequeno almoço
• Comer pelo menos 5 porções de uma variedade de hortaliças, frutas e legumes todos os
dias. Comer as frutas antes da refeição
• Nas refeições compostas com batata, pão, arroz, massa deve escolher-se as versões
integrais sempre que possível
• Nos laticínios ou alternativas de laticínios (como bebidas à base de soja); escolher opções
com menor teor de gordura e de açúcar
• Comer feijão, leguminosas, peixe, ovos, carne e outras proteínas (incluindo 2 porções de
peixe todas as semanas, uma das quais deve ser por exemplo a sardinha e/ou o salmão)
• Escolher gorduras como o azeite e comer apenas em pequenas quantidades
• Beber 6-8 chávenas de líquidos por dia, preferencialmente água, em alternativa chás,
sumos naturais….
O que
comemos Doença
coronária
Saúde
física
Diabetes
27
função da
membrana e
efeitos neuro- genética
transmissores
efeitos nutrição in
antioxidantes útero
Adaptado de Cairns J, Davison K, Grant-Moore J, Jacques M, Mailhot-Hall L, Ng E, Seeley C. Sengmueller E. The role of
nutrition in mental health promotion and prevention [Internet]. Toronto: Dietitians of Canada; 2012
28
A associação entre dieta e a saúde (8) Recomendações
para uma
alimentação
saudável
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
O que de vida em crianças
comemos e adolescentes
Depressão
Saúde
mental
Alzheimer
Desordem
por Défice
Adaptado de Mental Health
de Atenção e Foundation. Feeding minds:
Hiperatividade The impact of food on mental
health. London: Sustain; 2006.
Mais literacia em saúde, melhor prática nutricional, melhor saúde mental (10-15)
• A evidência demonstra que o que comemos é tão importante para a nossa saúde mental
(10-15)
quanto para a saúde do coração, hormonal, do estômago, ou qualquer outro órgão.
(13)
Odete Amaral
Paula Nelas
Sofia Campos
Emília Coutinho
Madalena Cunha
Carla Cruz
Nuno Gil
Amaral O, Nelas P, Campos S, Coutinho E, Cunha M, Cruz C, et al. Educação para a higiene do sono. In: Coutinho E, organizadora.
EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 31-35.
32
=
Mais saúde
Bons hábitos
Física, Mental
de sono
e Cognitiva
03 Criar um ambiente no quarto adequado para o sono: silencioso, escuro e com temperatura
adequada.
04 O quarto não deve ser utilizado para ver televisão ou trabalhar ao computador, ou para comer.
05 Desligar os equipamentos eletrónicos pelo menos 1 hora antes de dormir e deixá-los fora do
quarto - Não levar telemóvel, tablet, entre outros equipamentos eletrónicos para a cama nem ficar
com o telemóvel na mesa-de-cabeceira.
06 Praticar atividade física durante o dia, mas evitar atividades vigorosas nas 2 horas que
antecedem a hora de deitar.
33
Especificidades para Crianças (3-4)
01 É muito importante para a criança o tempo de convívio com os pais no final do dia e a existência
de rituais na hora de deitar.
02 Deitar a criança ainda acordada permitindo o uso de objetos, tais como uma fralda, chucha ou
boneco
03 Estimular a criança a adormecer e dormir toda a noite sozinha (não dormir na cama dos pais e
não ser adormecida pelos pais)
04 A sesta deverá ser facilitada e promovida em crianças até aos 5/6 anos de idade e adaptadas
a cada idade.
05 Se houver necessidade, os contactos com a criança durante a noite devem ser breves e
monótonos, mantendo a criança na sua cama.
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
18-19
16-18
14-17 15-16
14
HORAS DE SONO
12-15
11-14
11-13 12
10-13
11
10-11 10-11
9-11 10
9-10
8-10 9
9
8-9
7-9 7-9
8
7-8 7-8
7
7
6 6
6
5-6
5
4
3
2
1
0
0 a 3 meses
4 a 11 meses
CRIANÇA
NASCIDO
PRÉ-ESCOLA
RECÉM-
BEBÉ
1 a 2 anos
3 a 5 anos
IDADE ESCOLAR
6 a 13 anos
ADOLESCENTE
14 a 17 anos
JOVEM ADULTO
18 a 25 anos
ADULTO
26 a 64 anos
IDOSO
+ 65 anos
Fonte: Adaptado de National Sleep Foundation. National Sleep Foundation recommends new sleep times [Internet].
Washington D.C.: NSF; 2018 [citado 2018 out 2]. Disponível em: https://www.sleepfoundation.org/press-release/
nationalsleep-foundation-recommends-new-sleep-times
Na vida, dormir bem deve ser uma prioridade e um estilo de vida saudável.
DURMA BEM SEMPRE para uma vida física, cognitiva, emocional e MENTAL
MAIS SAUDÁVEL.
35
Bibliografia
1 Associação Portuguesa do Sono. [Internet]. Lisboa: APS; 2018 [citado 2018 out 2]. Disponível
em: https://www.apsono.com/index.php/pt/
2 Paiva T. É terrível as crianças fazerem exercício à noite [Internet]. 2018 [citado 2018 out 2].
Disponível em: http://www.isleep.pt/e-terrivel-as-criancas-fazerem-exercicio-a-noite/
3 Associação Portuguesa do Sono. [Internet]. Lisboa: APS; 2018 [citado 2018 out 2]. Disponível
em: https://www.apsono.com/index.php/pt/
4 Sociedade Portuguesa de Pediatria. Recomendações SPS-SPP: Prática da sesta da
criança nas creches e infantários, públicos ou privados [Internet]. Lisboa: SPP; 2017
[citado 2018 out 2]. Disponível em: http://criancaefamilia.spp.pt/promocao-de-saude/
recomenda%C3%A7%C3%B5es-sps-spp-para-a-pr%C3%A1tica-dasesta-da-crian%C3%A7a-na-
creche-ou-no-infant%C3%A1rio,-p%C3%BAblico-ou-privado.aspx
5 National Sleep Foundation. National Sleep Foundation recommends new sleep times [Internet].
Washington D.C.: NSF; 2018 [citado 2018 out 2]. Disponível em: https://www.sleepfoundation.
org/press-release/nationalsleep-foundation-recommends-new-sleep-times
Promover o brincar e a atividade física
Carla Cruz
Carla Cruz
Emília Coutinho
Paula Nelas
Odete Amaral
Nuno Gil
Madalena Cunha
Sofia Campos
Cruz C, Coutinho E, Nelas P, Amaral O, Gil N, Cunha M, et al. Promover o brincar e a atividade física. In: Coutinho E, organizadora.
EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 37-43.
38
Promover o brincar
e a atividade física
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
Brincar
A Declaração Universal dos Direitos da Criança, proclamada pela Resolução da Assembleia
Geral 1386 (XIV), aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de Novembro
1959 e fortalecida pela Convenção dos Direitos da Criança (1) de 1989, considera Brincar
um direito garantido por lei e enfatiza: “Toda criança tem o direito a brincar e a divertir-se,
cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantirem à criança o exercício pleno desse
direito.”
Brincar é uma forma de entendimento do mundo (social) e uma forma de comunicação. (3)
É uma ação que nos faz crescer.
É a brincar que a criança expressa e compreende conceitos relativos ao seu meio envolvente.
A partir dos seis anos, a criança fica mais competitiva.
Os jogos são importantes para ensinar: a convivência em grupo, a competir e a cooperar. (4)
Papel do educador (4)
O brincar e o lúdico devem ser mantidos ao longo da
vida das pessoas.
Os jogos cooperativos desenvolvem as habilidades
de trabalhar e criar em conjunto.
O lúdico deve ser inserido em todos os níveis de
ensino e nas empresas – os departamentos de
recursos humanos utilizam jogos em temáticas
como a qualidade e a produtividade.
Proporcionar momentos lúdicos que façam
com que a criança experiencie e viva
momentos que lhe permitam conhecer-se a
si própria e ao mundo que a rodeia. 39
O educador face às brincadeiras das crianças precisa ser impulsionador, interventivo, desafiante
e por vezes mediador, tendo sempre como objetivo proporcionar momentos de aprendizagem .
Atividade física
A atividade física é definida como qualquer movimento
corporal produzido pelos músculos esqueléticos que
requer gasto de energia.
Para crianças e jovens a atividade física inclui,
brincadeiras, praticar desporto, jogos, tarefas de
recreação, educação física ou exercícios planeados no
contexto familiar, escolar ou comunitário.
A inatividade física (falta de atividade física) foi
identificada como o quarto principal fator de risco de
mortalidade global (6% das mortes no mundo). Em
todo o mundo, quatro em cada cinco adolescentes
(11 a 17 anos) não praticam atividade física regular.
Estima-se que a inatividade física seja a principal causa
de cancro da mama e do cólon (aproximadamente
21% a 25%), diabetes (27%) e doença cardíaca
isquémica (aproximadamente 30%). (6)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) (7) lançou em 4/6/2018 o plano de ação global para
a atividade física, sob o lema “Mais pessoas ativas para um Mundo mais saudável”, com o
objetivo de reduzir a inatividade física em 15% até 2030.
Uma das estratégias “Criar pessoas ativas” pretende:
• Reforçar a educação física e a promoção da Atividade Física na escola
Outra das estratégias “Criar ambientes ativos” entre eles:
• Melhorar o acesso aos espaços públicos ao ar livre
Existem muitos benefícios com a prática da Atividade Física também em saúde pois, (…)
contribui para a melhoria da saúde mental e melhoria da qualidade de vida e bem-estar. (7)
A Atividade Física deve ser reconhecida como elemento de grande importância para o crescimento
e desenvolvimento normal durante a adolescência, bem como para diminuição dos riscos de
futuras doenças. (8)
A Atividade Física melhora a aptidão cardiorrespiratória e muscular, saúde óssea e biomarcadores
de saúde cardiovascular e metabólica.
Benefícios (9)
• Estimula a socialização;
• Promove hábitos de vida saudáveis;
• Proporciona maior empenho em alcançar objetivos;
• Reforça a autoestima;
• Promove a competitividade;
• Aumenta a tolerância à frustração;
• Melhora a qualidade e quantidade do sono;
• Previne alterações do humor (Depressão e Ansiedade);
• Ajuda a equilibrar a ingestão e o gasto de calorias;
• Menor predisposição a doenças. 41
Recomendações (11)
1. Crianças e jovens com idades entre 5-17 anos devem praticar pelo menos 60 minutos de
atividade física diária, moderada ou intensa.
2. A Atividade Física superior a 60 minutos fornece benefícios adicionais de saúde.
3. A Atividade Física diária deve ser maioritariamente aeróbia.
4. A Atividade Física de intensidade vigorosa, inclui as que fortalecem o sistema músculo-
esquelético, deve ser praticada três vezes por semana.
42
É fácil promover a atividade física Promover o brincar
• Substituir o elevador pelas escadas; e a atividade física
EducaMente: Bem-
• Caminhar; estar e qualidade
de vida em crianças
• Andar de bicicleta;
e adolescentes
• Nadar;
• Praticar desporto;
• Brincar de forma ativa;
• Envolvimento em atividades recreativas;
• Realizar atividades de vida diária.
Bibliografia
1 United Nations International Children's Emergency Fund. A Convenção sobre os Direitos
da Criança: Adoptada pela Assembleia Geral nas Nações Unidas em 20 de Novembro
de 1989 e ratificada por Portugal em 21 de Setembro de 1990 [Internet]. 2004 [citado
2018 nov 10]. Disponível em: https://www.unicef.pt/media/1206/0-convencao_direitos_
crianca2004.pdf
2 Marques IA. Porque é que as crianças brincam?: Entrevista realizada por Filipa Basílio da
Silva [Internet]. 2015 [citado 2018 nov 10]. Disponível em: https://lifestyle.sapo.pt/familia/
crianca/artigos/porque-e-que-as-criancas-brincam
3 Barriga GS. Brincar é voar na imaginação. Cadernos de Educação de Infância. 2010
ago;90: 42.
4 Crespo TPN. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança [Relatório
final]. Instituto Politécnico de Portalegre; 2016 [citado 2018 nov 10]. Disponível em:
https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/19042
5 Friedmann A. Brincar, crescer e aprender: O resgate do jogo infantil. Rio de Janeiro:
Moderna; 1996.
6 World Health Organization. Global strategy on diet, physical activity and health:
WHA57.17. In Fifty-Seventh World Health Assembly. Resolutions and decisions annexes
(pp. 31-48). Geneva: WHO; 2004.
7 Organização Mundial da Saúde. Mais pessoas ativas para um mundo mais sustentável:
Plano de ação global para a atividade física 2018-2010 [Internet]. Lisboa: OMS; 2018.
Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272721/WHO-NMH-PND-
18.5-por.pdf
8 Carol N, Dwyer JD. Nutrition and exercise: Effects on adolescent health. Annual Review of.
Public Health [Internet] 1991;12:309-33 [citado 2018 nov 11]. Disponível em: https://www.
annualreviews.org/doi/pdf/10.1146/annurev.pu.12.050191.001521
9 Barbosa DJ. O adolescente e o esporte. In M. F. Maakaroun, R. P. Souza, A. R. Cruz, Tratado de
adolescência: Um estudo multidisciplinar. Rio de Janeiro: Cultura médica; 1991.
10 Portugal. Assembleia da República. Constituição da República Portuguesa [Internet]. 7ª rev.
constitucional. Lisboa: Assembleia da República, Divisão de Edições; 2005 [citado 2018 nov 11].
Disponível em: https://www.parlamento.pt/ArquivoDocumentacao/Documents/CRPVIIrevisao.
pdf
11 World Health Organization. Global recommendations on physical activity for health [Internet].
Geneva: WHO; 2011 [citado 2018 nov 9]. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/hand
le/10665/44399/9789241599979_eng.pdf?sequence=1
43
Vivência saudável da sexualidade
Paula Nelas
Paula Nelas
Odete Amaral
Carla Cruz
Madalena Cunha
Emília Coutinho
Sofia Campos
Nuno Gil
Nelas P, Amaral O, Cruz C, Cunha M, Coutinho E, Campos S, et al. Vivência saudável da sexualidade. In: Coutinho E, organizadora.
EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 45-51.
46
Vivência saudável
da sexualidade
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
Definição de Sexualidade
“A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que
se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao
mesmo tempo sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso,
influencia também a nossa saúde física e mental.” (1)
Dimensões da sexualidade
CULTURAL
47
ÉTICA BIOLÓGICA
Dimensões da
sexualidade
AFETIVA EMOCIONAL
SOCIAL FISIOLÓGICA
EMOÇÕES TERNURA
Valores da
sexualidade
DESENVOLVIMENTO AFETO
CRESCIMENTO
A vivência da sexualidade é entendida como uma impressão digital, pois cada pessoa vive a
sua sexualidade de forma diferente, sofrendo influência dos valores, da família, da interação
com os amigos, da escola, do local onde vive, dos meios de comunicação social, entre outros.
Raparigas e rapazes têm amores não confessados ou ocultados. Na intimidade, com um corpo
mais adulto, aparece o sentimento de pudor, timidez e vergonha.
As relações entre os jovens de um e outro sexo sofrem alterações, e é normal existir ambivalência
na constituição de grupos. Decorrente desta realidade, é frequente o afastamento entre rapazes
e raparigas, formando-se grupos monossexuais (necessidade de revelar a pertença a um género
com as mesmas características). A par de alguma hostilidade, os jogos de provocação e sedução
estão presentes.
A masturbação é um comportamento importante, pois permite descobrir não só o corpo como as
novas sensações a ele associadas (prazer e curiosidade).
i
Informação
A Linha opções (707 200 249) tem ao dispor profissionais de saúde e
psicólogos que ajudam a tomar decisões e esclarecem dúvidas
Em resumo
As crianças e adolescentes devem ter informação no âmbito da sexualidade que lhes permita:
• Adquirir conhecimentos e desenvolver atitudes e comportamentos saudáveis no âmbito
da saúde sexual e reprodutiva.
• Melhorar os relacionamentos afetivos e sexuais.
• Reduzir a ocorrência de gravidez adolescente (não desejada e não planeada) e de
infeções sexualmente transmissíveis (IST).
• Contribuir para a tomada de decisão responsável (informada e consciente) no domínio
da saúde sexual e reprodutiva
Estes objetivos contribuem para promover uma vivência saudável da sexualidade… Aspeto essencial
para promover a saúde mental!!
Bibliografia
1 World Health Organization. Sexual health and its linkages to reproductive health: an
operational approach [Internet]. Geneva: WHO; 2017 [citado 2018 out 4]. Disponível em: http://
apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/258738/9789241512886-eng.pdf?sequence=1&ua=1
2 Gonzaga M, Sousa S, Castro I, Luís MP, Guimarães C. Presse GIA: Manual de boas práticas
[Internet]. Porto: PRESSE - Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.; 2015 [citado 2018
out 6]. Disponível em: https://pesnapintor.files.wordpress.com/2015/11/manual-de-boas-
prc3a1ticas-presse-gia.pdf
3 Luís MP, Gonzaga M, Sousa S, Guimarães C. Guião PRESSE: Formação para professores
[Internet]. Porto: PRESSE - Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.; 2016 [citado 2018 out
6]. Disponível em: https://aeja.pt/ficheiros/d3303526MtvRUOBfb.pdf
4 Sousa S, Gonzaga M, Guimarães C, Luís MP. Caderno PRESSE: 1º Ciclo [Internet]. Porto: PRESSE
- Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.; 2016 [citado 2018 out 4]. Disponível em: http://
www.valedominho.com/sites/valedominho.com/files/Caderno%20PRESSE%201%C2%BA%20
Ciclo.pdf
5 Guimarães C, Gonzaga M, Sousa S, Luís MP. Caderno PRESSE: 2º Ciclo [Internet]. Porto: PRESSE -
Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.; 2015 [citado 2018 out 6]. Disponível em: https://
aeja.pt/ficheiros/d3303521gDMtXX9qol.pdf
6 Sexuality Information and Education Council of the United States. Guidelines for 51
Comprehensive Sexuality Education [Internet]. 3rd ed. New York: SIECUS; 2004 [citado 2018 out
6]. Acedido em https://siecus.org/wp-content/uploads/2018/07/Guidelines-CSE.pdf
Abuso de substâncias
Nuno Gil
Nuno Gil
Carla Cruz
Madalena Cunha
Odete Amaral
Sofia Campos
Emília Coutinho
Paula Nelas
Gil N, Cruz C, Cunha M, Amaral O, Campos S, Coutinho E, et al. Abuso de substâncias. In: Coutinho E, organizadora. EducaMente:
Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 53-57.
54
Abuso de
substâncias
EducaMente: Bem-
estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
CONCEITOS
Comportamentos aditivos (1)
São comportamentos com características impulsivas/compulsivas em relação a diferentes
atividades ou condutas (ex. jogo, internet, consumo de substâncias psicoativas) envolvendo
também um potencial de prazer. A continuidade e persistência deste tipo de comportamento pode
evoluir para um processo de dependência.
55
MOTIVAÇÕES PARA O CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS (1)
• Curiosidade
• Desejo de testar regras e autoridade
• Desejo de afirmação individual
• Pressão de pares
• Ausência de informação correta
Tel. 232 001 275
Email: cri.viseu@arscentro.min-saude.pt
57
Prevenção de comportamentos suicidários
Nuno Gil
Nuno Gil
Madalena Cunha
Odete Amaral
Sofia Campos
Paula Nelas
Carla Cruz
Emília Coutinho
Gil N, Cunha M, Amaral O, Campos S, Nelas P, Cruz C, et al. Prevenção de comportamentos suicidários. In: Coutinho E,
organizadora. EducaMente: Bem-estar e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 59-63.
60
Prevenção de Suicídio em Meio Escolar Prevenção de
comportamentos
Definição de Suicídio (1) suicidários
Morte que resulta direta ou indiretamente, de um ato positivo ou negativo cometido por um EducaMente: Bem-
indivíduo que conhecia o resultado desse seu comportamento estar e qualidade
de vida em crianças
e adolescentes
Suicídio é um Suicídio
comportamento • NÃO É um sintoma
(2)
• NÃO É uma síndroma
• NÃO É um diagnóstico
• NÃO É uma doença
Suicídio é um comportamento
• Complexo
• Multi-determinado
Se plano suicidário
ativo ("Já decidi: quero fazer")
e concreto ("Quero fazer desta maneira")
deverá ser referenciado para AVALIAÇÃO
MÉDICA URGENTE
63
Bibliografia
1 Durkheim E. Le suicide. Paris: Alcan; 1897.
2 Gil NP. Tratamentos somáticos. In: CB Saraiva, AB Peixoto, D Sampaio, editores. Suicídio e
comportamentos autolesivos. Lisboa: Lidel; 2014. p. 171.
3 Alte da Veiga F, Andrade J. Epidemiologia e factores de risco. In CB Saraiva, coordenador.
Depressão e suicídio: Um guia clínico nos cuidados de saúde primários. Lisboa: Lidel; 2014. P. 14-
42.
4 Mann, JJ, Apter A, Bertolote J, Beautrais A, Currier D, Haas A, et al. Suicide prevention
strategies: A systematic review. Jama. 2005 Oct 26;294(16):2064-74. doi:10.1001/
jama.294.16.2064.
5 Zalsman G, Hawton K, Wasserman D, van Heeringen K, Arensman E, Sarchiapone M et al.
Suicide prevention strategies revisited: 10-year systematic review. Lancet Psychiatry [Internet].
2016 Jul;3(7):646-59. [citado 2018 maio 20]. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/
science/article/pii/S221503661630030X?via%3Dihub
6 Silva JT, Garrido P, Saraiva CB. Suicídio e comportamentos autolesivos. In: CB Saraiva, J
Cerejeira, editores. Psiquiatria fundamental. Lisboa: Lidel; 2014. P. 455-472.
7 Sociedade Portuguesa de Suicidologia. Questões frequentes [Internet]. 2014 [citado 2018 nov
18]. Disponível em: https://spsuicidologia.com/sobre-o-suicidio/questoes-frequentes
Pontos a reter
Madalena Cunha
Madalena Cunha
Nuno Gil
Emília Coutinho
Carla Cruz
Paula Nelas
Sofia Campos Pontos a
Reter
Odete Amaral
Cunha M, Gil N, Coutinho E, Cruz C, Nelas P, Campos S, et al. Pontos a reter. In: Coutinho E, organizadora. EducaMente: Bem-estar
e qualidade de vida em crianças e adolescentes. Viseu: ESSV; 2018. p. 65-69.
66
1. Recomendações para uma comunicação não violenta Pontos a reter
• Todos falamos, mas não comunicamos necessariamente. EducaMente: Bem-
estar e qualidade
• As nossas comunicações muitas vezes tornam-se relações de força. de vida em crianças
e adolescentes
• Devemos perceber primeiro quais são as nossas necessidades (autoempatia)
• Receber a comunicação do outro e escutá-lo (sem julgar) facilitando o diálogo (empatia).
i
Informação
A Linha opções (707 200 249) tem ao dispor profissionais de saúde e
psicólogos que ajudam a tomar decisões e esclarecem dúvidas
A destacar:
As crianças e adolescentes devem ter informação no âmbito da sexualidade que lhes permita:
• Adquirir conhecimentos e desenvolver atitudes e comportamentos saudáveis no âmbito
da saúde sexual e reprodutiva.
• Melhorar os relacionamentos afetivos e sexuais.
• Reduzir a ocorrência de gravidez adolescente (não desejada e não planeada) e de
infeções sexualmente transmissíveis (IST).
• Contribuir para a tomada de decisão responsável (informada e consciente) no domínio
da saúde sexual e reprodutiva
Estes objetivos contribuem para promover uma vivência saudável da sexualidade… Aspeto essencial
para promover a saúde mental!!
7. Recomendações para identificar Sinais de Alerta de Abuso de Substâncias
Sinais de alerta aos quais estar atento
• Instabilidade Emocional
• Maior isolamento ou secretismo
• Desinteresse e desmotivação
• Quebra no rendimento escolar ou profissional
• Faltas e atrasos frequentes ou sem justificação
• Dispersão da atenção, dificuldades de concentração, da memória ou lentificação do raciocínio
• Pedidos de dinheiro repetidos e mal justificados
• Posse de novos objetos (p.ex: filtros de cigarro, mortalhas, pratas queimadas, comprimidos,...)
SE PLANO SUICIDÁRIO
ativo ("Já decidi: quero fazer") e concreto ("Quero fazer desta maneira")
deverá ser referenciado para AVALIAÇÃO MÉDICA URGENTE