TRABALHO FINAL
SÃO PAULO
2018
I. Considerações iniciais
A partir do documentário RIP: A Remix Manifesto, é possível perceber um impasse
existente há décadas ao redor do mundo, que envolve a luta entre o direito de uma minoria
que deseja criar novos conteúdos – ainda que inspirados em conteúdos pré-existentes – e o
alegado direito das grandes corporações e empresas, que detêm os direitos autorais. Esses dois
polos da luta podem ser divididos basicamente em dois grupos: os Copyleft (que lutam pela
possibilidade de criação) e os Copyright (que lutam pelo controle de todo conteúdo).
Visando o reconhecimento dos direitos dos Copyleft, o documentário apresenta quatro
premissas pilares do manifesto: (i) a cultura sempre se baseia no passado; (ii) o passado
sempre tenta controlar o futuro; (iii) nosso futuro está se tornando menos livre; e (iv) para
construir sociedades livres, você deve limitar o controle do passado. A partir de tais
premissas, criam-se argumentos que permitem pensar em uma remodelação dos direitos
autorais, considerando principalmente a nova era em que estamos: a era da cultura digital.
Art. 45. Além das obras em relação às quais decorreu o prazo de proteção aos direitos
patrimoniais, pertencem ao domínio público:
I - as de autores falecidos que não tenham deixado sucessores;
II - as de autor desconhecido, ressalvada a proteção legal aos conhecimentos étnicos e
tradicionais.
Sendo assim, só é possível dispor livremente sobre as obras após o prazo de setenta anos,
ou nas outras duas hipóteses previstas. Uma vez que isso ocorra, a lei brasileira garante a
titularidade de direitos de autor a quem adaptar, traduzir, arranjar ou orquestrar obra caída no
domínio público (art. 14 da LDA). Contudo, a problemática principal é a restrição ao uso das
obras que ainda não estão contidas nesse grupo.