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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

DANIEL CORREA DE FRANÇA


JOELMIR RAFAEL VASCONCELOS OZORIO

RESENHA DE ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO

BELÉM
2019
LOPREATO, Francisco Luiz C. O Espaço da Política Fiscal: de Keynes ao novo
consenso. In: LOPREATO, Francisco Luiz C. Caminhos da Política Fiscal do
Brasil. Marília: Editora Unesp, 2013. p. 1-74.”

RESENHA CRÍTICA

Daniel Correa de França1


Joelmir Rafael Vasconcelos Ozorio²

O texto “O Espaço da Política Fiscal: de Keynes ao novo consenso” possui


como centro de debate uma ruptura no campo teórico e na formulação de políticas
tributárias, ligada ao tratamento dado aos pressupostos de Keynes para políticas
fiscais de economias capitalistas. O que se entende é que a Teoria Geral de Keynes,
enquanto uma obra de caráter revolucionário para se pensar a macroeconomia
monetária e financeira da produção capitalista, desencadeia um amplo debate
“alimentado pelos autores da síntese neoclássica” (p. 1), e abre a discussão para o
pensamento de estratégias de desenvolvimento de economias capitalistas, segundo
os pressupostos da intervenção do setor público nas políticas administrativas de
demanda agregada. Nesse sentido, a influência de Keynes ao se pensar o
desenvolvimento econômico a partir da influência do Estado ganha notoriedade
dentro de um debate a favor da industrialização financiada por ações fiscais
governamentais, com o Estado assumindo os investimentos em infraestrutura e
garantindo o financiamento à atividade privada. Entre os expoentes da síntese
neoclássica, Abba Lerner (1903-1982) defende o legado de Keynes e sua
perspectiva de desenvolvimento econômico, podendo-se compreender tal defesa
dada as experiências pós-Guerra, onde algumas economias (dadas suas
especificidades) lançaram mão do big government para a superação do atraso e no
caminho do desenvolvimento econômico.
Em contraposição a hegemonia do pensamento preconizado pela síntese
neoclássica, os monetaristas, capitaneados por Milton Friedman, alegam potenciais
limitações na estabilidade das economias capitalistas por intermédio de políticas
fiscais e monetárias discricionárias. O debate política fiscal vs. política monetária
pautam as discussões entre os anos 60 e 70 do séc. XX, criando no cerne do
pensamento convencional o reconhecimento das políticas monetárias e o
surgimento de críticas ao caráter discricionário comum ao pensamento neo-
keynesiano.
A obra de Keynes define novos rumos para os debates de política
econômica pós-Segunda Guerra. É nesse contexto pós-45 que o conceito de
“política keynesiana” ganha forma mediante as contribuições de diversos autores
que segundo Lopreato, “tinham em comum a ideia da incapacidade do mercado de
lidar com os problemas de demanda e a dependência do auxílio do governo na
tarefa de manter os níveis de emprego e renda” (p. 3). Nesse sentido, as estratégias
que visam contornar as falhas de mercado surgem das intervenções públicas sob os
problemas de oscilações na atividade econômica.
A defesa de ações prioritárias do governo no investimento (não no consumo)
e nas medidas de longo prazo, buscando garantir o elemento nuclear da dinâmica
capitalista e garantir o nível adequado de demanda efetiva, respectivamente,
demonstram que o foco de Keynes não diz respeito as variações do curto prazo.
Para o autor, a intervenção no curto prazo não garantem o controle das oscilações
de uma economia capitalista, excetuando casos especiais onde o governo vê-se
obrigado mediante medidas emergenciais de intervtir na dinâmica do curto prazo,
injetando pode de gasto na economia.
Ainda sobre o embate entre a síntese neoclássica e os monetaristas, estes
negavam a influência do montante real de gastos nas flutuações da renda monetária
e a política econômica estabilizando através do incentivo dos investimentos, além da
relação entre o consumo e a renda. Friedman reinterpretou a teoria quantitativa
entendo-a como uma teoria da demanda da moeda por meio da hipótese empírica
de estabilidade da demanda e da velocidade da moeda, sugerindo que existe uma
relação funcional entre a quantidade de moeda e poucas varáveis determinantes.
Concluiu que mudanças substanciais nos preços ou na renda decorem na maioria
das vezes de movimentos na oferta nominal de moeda. Friedman e Meiselman,
embasados nos trabalhos empíricos, confirmaram suas teorias e defenderam a
expansão da moeda como causa fundamental do aumento do estoque de moeda.
Friedman e Schwartz mostram que a alteração na oferta de moeda é fator
determinante da mudança na renda nominal e do comportamento cíclico da
economia. Estes fatos, mesmo contestados por vários autores keynesianos,
desafiaram determinação da renda pelos gastos, negando a relação sistemática
entre gasto autônomos e consumo, assim como a importância do multiplicador da
renda nominal, sendo a oferta monetária variável-chave das mudanças econômicas.
Friedman foi contra o uso de medida discricionárias e defendeu a aplicação
de regras permanentes, das quais ditariam a política monetária e a política de
receitas e gastos públicos. Os monetaristas defenderam a tese de que a propensão
a poupar é independente da renda corrente e está relacionada à expectativa da
renda permanente. Isto influenciou na mudança de ideia que a distribuição de renda
influencia a propensão a poupar, sendo isto falso apenas quando a desigualdade é
originada da alteração da renda transitória, pois a incerteza interfere na decisão de
quanto poupar.
As críticas dos autores monetaristas serviram para expor a posição
defensiva dos keynesianos e a incapacidade de novas proposições. Isto ocorre
principalmente quando a teoria monetária dá respostas aos desafios econômicos da
década de 70, a inflação e o desemprego diminuíram o poder da síntese neoclássica
e abriu espaço para ideias alternativas. A teoria de Friedman em si não se tornou a
ideia “mainstream”, mas contribui para a evolução da doutrina novo-clássica. Como
a concordância da inflação como problema monetário, da neutralidade da moeda no
longo prazo e da taxa de desemprego realocou a posição da política monetária,
agora centrada persecução de metas de inflação e não mais no controle de
agregados monetários.
As ideias de Lucas (1972; 1976), junto as expectativas racionais nos
modelos macroeconômicos (Sargent; Wallace, 1975) mudaram o alicerce
neoclássico, agora aceitando a flexibilidade de preços e salários, junto ao princípio
microeconômico de otimização das funções objetivas dos agentes representativos.
Mostrou que o sucesso da política macro junto ao comprometimento da estabilidade
econômica relacionam-se ao controle atemporal da política fiscal e um arranjo
institucional capaz de garantir o desemprenho como assistente da política
monetária.
A falta de repostas da teoria keynesiana nos anos 70 originou uma nova
geração de seguidores de Keynes na década de 80, cujo buscavam fazer frente com
a visão novo-clássica. Suas propostas baseavam-se primeiro, as flutuações em
variáveis nominais influenciam o produto e emprego a curto prazo. Além disso,
também tinham como base de suas ideias a lógica de que as imperfeições do
mercado são fundamentais para o entendimento das flutuações econômicas.
O paradoxo teórico entre os novos clássicos e os novos keynesianos, no
meio da crise da política keynesiana, organizou a construção da nova síntese
neoclássica, combinando os principais elementos das duas escolas. A
macroeconomia novo-clássica junto aos modelos de ciclo econômico real deu a
base ao princípio do comportamento racional e a otimização intertemporal dos
agentes representativos, em modelos dinâmicos de equilíbrio com variáveis
agregadas e definidas a partir das escolhas individuais de empresas e famílias no
longo prazo.
Compreende-se a partir da breve leitura do capítulos, que há ums forte
consolidação discurso apologético que privilegia as políticas monetárias como
ferramenta capaz de manter o curso do equilíbrio ecônômico em contraposição a
qualquer medida de política discricionária como instrumental fiscal de ajuste da
demanda agregada na economia. Contudo, mesmo tendo seu caráter efetivo,
Lopreato ressalta o revival do debate sobre ações fiscais pós crise de 2008, e
enfatiza o ecoar de vozes que apontam que as estratégias fiscais ainda cumprem
sua função dentro da dinâmica econômica – mesmo que em condições
circunstanciais -. Porém, há um debate a nível internacional onde economistas
discutem a viabilidade e os limites da política fiscal no combate às oscilações das
economias globais, sobretudo com o fenômeno de 2008 colocando em crise a
relevância do modelo mainstream monetarista, fenômeno este que pode colocar no
radar dos debates a preocupação fiscal como instrumento de gestão da demanda
efetiva.

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