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02/04/2019 O esforço russo para abolir o casamento – parte 1

O esforço russo para abolir o casamento – parte 1


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Barãozin April 10, 2013

* esta aqui é direto do túnel do tempo… Texto


escrito em 1926, por uma cidadã russa. Toda
a semelhança não é mera coincidência…

“Os homens começaram a trocar de esposas


com o mesmo zelo que eles tinham para
consumir a recém liberada vodka de 40%.”

por uma mulher residente na Russia,


publicado no dia 1º de julho de 1926, para a
The Atlantic

A questão se o casamento como uma


instituição deveria ser abolido está sendo
debatido em toda a Rússia com uma violência e uma paixão jamais vistas desde os primórdios
turbulentos da Revolução. No último Outubro uma lei foi proposta com a intenção de eliminar
as distinções entre os casamentos registrados e não registrados, garantindo o status e os
direitos de propriedade que a esposa legalmente casada tem, e tal medida está sendo
debatida no Tzik, ou o Comitê Executivo Central. Como uma reação imprevista contra a
medida se criou, o Tzik decidiu adiar sua adoção até a próxima sessão, enquanto se prepara
para iniciar um grande debate popular sobre o projeto.

Desde deste tempo as fábricas, escritórios, clubes e diversas outras organizações e


instituições soviéticas passaram resoluções contra e a favor da resolução, e as assembleias
não estão dando conta de controlar as massas ansiosas pelos debates feitos nas cidades,
bairros e vilas. É preciso viver o dia a dia da Rússia para sentir a atmosfera de tormento,
desgosto e desilusão que dominaram as relações entre os sexos e o caos, a incerteza e a
tragédia que ronda a família russa, para aí sim entender os motivos de uma discussão tão
acalorada, por que tanta paixão na defesa de tanto quem apóia a medida quanto quem a
rejeita.

Quando os bolcheviques tomaram o poder em 1917 eles consideravam a família, assim como
todas as outras instituições “burguesas”, como algo a ser destruído, e se empenharam com
fervor para isto. “Para limpar a família da poeira que se acumula a eras, temos que dar nela
uma grande chacoalhada, e nós fizemos isto,” declarou Madame Smidovich, uma líder
comunista e participante ativa nesta recente discussão. Então um dos primeiros decretos do
governo soviético foi abolir o termo “filho ilegítimo”. Isto foi feito ao simplesmente igualar o
status de todas as crianças, tanto aquelas nascidas dentro de um casamento ou fora dele, e
agora o governo soviético se gaba que a Rússia é o único país onde não existe filhos
ilegítimos. O pai de uma criança é forçado a contribuir para o seu sustento, geralmente
pagando um terço do seu salário em caso de separação, desde que ela não tenha outros
meios de se sustentar.

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Ao mesmo tempo uma lei foi passada para que o divórcio fosse algo muito fácil de ser feito,
algo que levaria minutos, e que poderia ser requerido por qualquer um dos dois membros do
casal. O caos foi o resultado disto. Os homens começaram a trocar de esposas com o mesmo
zelo que eles tinham para consumir a recém liberada vodka de 40%.

“Alguns homens tem 20 esposas, vivendo uma semana com uma, um mês com outra,”
declarou uma mulher indignada durante uma das sessões no Tzik. “Eles tem filhos com todas
elas, e tais crianças são jogadas na rua por falta de apoio! (há por volta de 300000 bezprizorni
ou crianças de rua na Rússia atualmente, que literalmente infestam as ruas. Eles são um dos
maiores perigos sociais do nosso tempo, já que eles estão se envolvendo com atividades
criminosas. Mais da metade deles são viciados em drogas e promíscuos. Muitos comunistas já
reconhecem que a quebra da família foi responsável pelo estado atual de grande parte dessas
crianças.)

As vilas camponesas talvez são as que mais sofrem com esta revolução nas relações entre os
sexos. Uma epidemia de casamentos e divórcios explodiu nas cidades do interior.
Camponeses que tinham casamentos respeitáveis que já tinham mais de 40 anos de duração
ou mais simplesmente decidiram largar suas esposas e casarem com outras mulheres. Os
jovens camponeses enxergam o casamento como um excitante jogo e trocam de esposas com
a mudança de estação. Não é algo incomum um jovem de 20 anos já ter tido 3 ou 4 esposas,
ou para uma moça da mesma idade já ter feito uns 3 ou 4 abortos. Como os camponeses
de Borisovo-Pokrovskoie atestam com pesar: “os abortos cobrem nossas vilas com a vergonha
Antigamente nem existia abortos por aqui.” Mas as mulheres, em auto defesa, respondem:
“falar é fácil. Mas se vocês tiverem que cuidar de filhos sozinha você iria mudar de discurso.”

Certa vez eu discuti o assunto dos divórcios frequentes com o presidente de uma vila soviética.
“O que faz uma mulher se divorciar?” eu perguntei a ele. Logo depois uma jovem de 18 anos
entrou na sala. “Ela é a nossa última divorciada,” disse o presidente dando risadas. “Pergunta
para ela.” Eu me virei para perguntar, mas a jovem já tinha ido, e pela janela vi ela correndo o
mais rápido que podia. Eu corri atrás dela e finalmente a alcancei, nos campos que ficavam
fora da vila. Nós nos sentamos num monte de feno e eu pedi para conversar francamente com
ela, de mulher para mulher.

Os olhos dela se encheram de lágrimas enquanto ela me falava que ainda amava seu marido,
que tinha uns 19 anos, mas ela foi forçada a se divorciar apenas 2 meses depois de se casar.
Ele agora acha que ama outra mulher da vila e ameaçou matá-la se ela não se separasse dele
voluntariamente.

Eu lembro de outra vítima da destruição dos laços familiares nas vilas, uma mulher alta, pálida
e calada, de origem cossaca. Ela se divorciou de seu marido depois que seu 3º filho nasceu.
Então ele se casou com outra mulher, teve um filho com ela, abandonou os dois e retornou
para sua antiga esposa, na qual teve mais um filho. A mulher era muito religiosa, e fica
atormentada em saber que seu segundo filho é ilegítimo, mesmo com o padre local garantindo
que este não era o caso, já que a Igreja não reconhece o divórcio.

Alguns abusos peculiares estão surgindo no interior do país que tem relação com as
mudanças na regulação do casamento. Muitas mulheres levianas notaram que se casar e ter
filhos pode ser algo lucrativo. Elas criam conexões com os filhos de camponeses mais
abastados e então os chantageia seus pais para fazê-los pagar a pensão. Em alguns casos,

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teve camponeses que tiveram que vender sua última vaca ou cavalo para poder pagar tais
suportes. A lei criou ainda mais confusão já que ela permite que a mulher possa pedir pensão
de um filho nascido a anos atrás.

Outros camponeses tiram vantagem dessas leis frouxas de divórcio para adquirir “noivas de
verão.” Como a contratação de mão de obra na Rússia é dificultada pelas leis e restrições
vigentes, os camponeses mais ricos de alguns distritos se “casam” com jovens mais fortes
para fazê-las colher a plantação da temporada e se separam delas assim que a colheita
terminar.

As novas relações entre os sexos também criaram problemas nas cidades. Durante o inverno
de 1924-1925 alguns dos comunistas mais velhos acusaram a nova geração, especialmente
os estudantes, de se entregarem às frivolidades, de gastar sua vitalidade na promiscuidade;
eles criticavam as estudantes de praticarem abortos frequentes. “Você deve se decidir entre
ser uma estudante ou uma mãe; sob as condições atuais não tem como ser as duas,” declarou
um dos mentores para as estudantes russas. As estudantes, de forma indignada, responderam
que o sexo era praticamente o único divertimento barato que havia sobrado para elas e
exigiam que elas também tivessem direitos a ter a mesma oportunidade de ter abortos
gratuitos que as operárias tinham. Além disso, elas retrucaram que nem todos os comunistas
antigos eram exemplo de boa conduta.

Alguns membros da Liga da Juventude Comunista, uma organização que tem por volta de um
milhão e meio a dois milhões de membros, consideram que a recusa de entrar em
relacionamentos sexuais casuais era mero preconceito burguês, um pecado mortal aos olhos
de um comunista. Algumas das filiais regionais desta organização chegaram ao ponto de
criarem círculos que promoviam a “queda da vergonha” ou a “queda da inocência”; mais tais
coisas foram condenadas como aberrações no relatório oficial das atividades da Liga no último
congresso do partido comunista.

Tanto nas vilas quanto nas cidades o problema das mães solteiras se tornaram agudos e
oferecem um teste rigoroso e incômodo às teorias comunistas. Nos primeiros estágios da
Revolução, os comunistas criaram a teoria que as crianças deveriam ser cuidadas pelo
Estado. Mas rapidamente ficou claro que o Estado, especialmente num país devastado pela
guerra e pela fome que era a Rússia, não tinha capacidade para assumir tal responsabilidade.
A imagem das milhares de crianças abandonadas, relatadas por 32 províncias da União
Soviética durante um período de seis meses, ilustrou o perigo que o atual grande número de
crianças de rua pode só aumentar por causa da incapacidade ou falta de vontade dos pais em
criarem filhos nascidos de um relacionamento casual.

A sessão do Tzik que iria discutir a abolição do casamento como instituição no último outono
foi realizada na famosa sala do trono do Czar, em um dos palácios do Kremlin. As paredes
douradas do palácio estão intocadas, mas o trono foi trocado por uma simples estrutura de
madeira que servia de plataforma. Aqui era onde mulheres de rostos redondos usando seus
lenços vermelhos na cabeça, operários em seus jalecos e comissários usando botas de cano
comprido se misturavam democraticamente para debater com ardor a questão.

A proposta foi introduzida pelo Comissário de Justiça, o sr. Kursky, um homem grandalhão com
grandes bigodes loiros. Ele mostrou aonde, segundas as antigas leis, a esposa não tinha
nenhum direito no caso de um casamento não registrado, a lei proposta daria a ela os direitos

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de uma esposa legal no que concerne ao direito de propriedade e em outros assuntos. Outro
ponto a ser adicionado era que a esposa e o marido deveriam ter direitos iguais em pedir
auxílio financeiro ao outro, caso estejam desempregados ou incapacitados de trabalhar. A
mulher poderia ter o direito de exigir o suporte financeiro para seus filhos mesmo se ela se
envolveu com diversos homens durante a concepção; mas, em contrate com as antigas
práticas, ela ou a corte deveria escolher um homem que seria responsabilizado pelo
pagamento da pensão. O comissário Kursky pareceu especialmente orgulhoso com este ponto
já que ele diferia muitos dos “costumes burgueses” da Europa e da América. Em tais países,
ele dizia, o marido poderia trazer em juízo um amigo que poderia alegar que também se
relacionou com a mulher, e assim deixá-la indefesa. Nsa vilas, onde alguns continuam viver
com seus pais mesmo depois de casados, a família inteira poderia ser responsável a pagar
pensão caso a mulher assim solicitasse, de acordo com a redação original da lei proposta.

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fonte: http://www.theatlantic.com/magazine/archive/1926/07/the-russian-effort-to-abolish-
marriage

© 2019 Canal do Búfalo.

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