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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

Pastoral da Educação

Paixão por educar:


reflexões para o educador católico

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Paixão por educar:
reflexões para o educador católico

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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação

Coordenação Revisão
Dom João Justino – Presidente da Comissão Episcopal Denilson Aparecido Rossi
Pastoral para a Cultura e Educação Luciano Santos
Dom Julio Endi Akamine – Bispo Referencial para a José André de Azevedo
Pastoral da Educação
Projeto Gráfico e Diagramação
Textos
Evonline Marketing Digital
Denilson Aparecido Rossi
Luciano Santos Apoio e Produção
José André de Azevedo
Assessoria de Comunicação Institucional do
Grupo Marista
Colaboração
Maria Mônica Pimentel Pinto
Imagens
Harlei Antonio Noro
Sergio Maia Capa: Shutterstock

Katia Cilene Miolo: Shutterstock

Valdivino J. Ferreira
Pe. Francisco Agamenilton Damascena Sede Pastoral
Cesar Leandro Ribeiro Rua Imaculada Conceição, 1.155, 9º andar
Prado Velho – Curitiba/PR
Dados da Catalogação na Publicação CEP: 80215- 901
Pontifícia Universidade Católica do Paraná Telefone: (41) 3271-6411
Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR
Biblioteca Central

P149 Paixão por educar: reflexões para o educador católico / organização, Setor de Pastoral do
Grupo Marista. - Curitiba : Champagnat, 2016
71 p. ; 21 cm

Inclui bibliografias
IBSN: 978-85-7292-391-7
ISBN: 978-85-7292-391-0 - online

1. Ensino religioso. 2. Educação integral. 3. Igreja Católica – Educação.


4. Bíblia – Crítica e interpretação, etc. I. Rede Marista de Solidariedade.
CDD 20. ed. – 377.1

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Sumário

Apresentação .................................................................................... 7

Educar para o amor ........................................................................ 11

Praticar a coerência ........................................................................15

Comprometimento com a educação ......................................... 19

Viver em Comunhão ......................................................................23

A comunicação que gera vida .....................................................29

É preciso ter coragem ....................................................................35

Ensinar com eficácia ......................................................................39

Constante fidelidade ..................................................................... 45

Grandeza de alma..........................................................................49

Ter paciência ...................................................................................55

Exercer a resiliência .......................................................................59

Abertura à transcendência ...........................................................63

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Apresentação

Devemos resgatar a identidade católica de nossos centros


educativos por meio de um impulso missionário corajoso e audaz,
de modo que chegue a ser uma opção profética plasmada em
uma pastoral da educação participativa. Tais projetos devem
promover a formação integral da pessoa, tendo seu fundamento
em Cristo, com identidade eclesial e cultural, e com excelência
acadêmica. Além disso, há de gerar solidariedade e caridade
para com os mais pobres. O acompanhamento dos processos
educativos, a participação dos pais de família neles e a formação
de docentes, são tarefas prioritárias da pastoral educativa.
(Documento de Aparecida, n. 337)

A presença evangelizadora no mundo da educação e o cuidado com a educação


católica são desafios relevantes para Igreja, sobretudo, nas mudanças de época.
Preocupados em colaborar com o processo de desenvolvimento dos educado-
res católicos apresentamos, pois, o subsídio “PAIXÃO POR EDUCAR: reflexões para o
educador católico”. O seu objetivo é o de propor aos educadores instrumentos para
o desenvolvimento da espiritualidade pessoal e comunitária. Os temas são inspira-
dos nos valores humanos-cristãos e são apresentados numa estrutura simples e com
riqueza de conteúdo:

a) Título: indica o assunto a ser desenvolvido.


b) Epígrafe: pequena reflexão, extraída do documento “Pastoral da Educação: Estu-
dos para Diretrizes Nacionais”, que nos insere na temática proposta.
c) História que inspira: as imagens, os conceitos e as reflexões apresentados pela
historieta ajudam a vislumbrar novos horizontes.

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01 • Educar para o amor

d) A Bíblia que ilumina: o cristão é chamado não apenas a “pensar” a realidade, mas
a “ouvir” o que Deus tem a nos dizer.
e) Educadores que fazem pensar: textos que abrem novas perspectivas de reflexão,
conectadas ao tema proposto.
f) Lições do Papa Francisco: com pequenos textos do Papa Francisco, colocamo-nos
em comunhão com a Igreja, que busca, na simplicidade, ser fiel à proposta do Evan-
gelho.
g) Oração: uma breve oração de encerramento, pois a vida cristã é também uma vida
de oração.

Que esse subsídio possa servir para enriquecer ainda mais nossas reflexões e nos
ajudar a trilhar os passos daquele que é razão do nosso trabalho educativo, Jesus de
Cristo.

D. Julio Endi Akamine


Bispo Referencial para a Pastoral da Educação - CNBB

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Paixão por educar:
reflexões para o educador católico

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Educar para o amor
“Os ambientes educacionais são ambientes de vida onde se
expressa uma educação integral em vista de uma comunhão que
tem como fonte, modelo e meta o amor trinitário.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 50)

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01 • Educar para o amor

História que inspira

Contam que um jovem sedento de afirmação espiritual procurou, certa vez, o


pensador e sacerdote hebreu Shammai e o interrogou:
– Poderias ensinar-me toda a Bíblia durante o tempo em que eu possa quedar-
-me de pé, num só pé?
– Impossível! – respondeu-lhe o filósofo religioso.
– Então de nada me serve a tua doutrina.
Logo após, buscou Hilel, o famoso doutor, propondo-lhe a mesma indagação. O
mestre, acostumado à sistemática da lógica e da argumentação, mas também conhe-
cedor das angústias humanas, respondeu:
– Toma a posição.
– Pronto! – retrucou o moço.
– Ama! – disse o mestre.
– Só isso? E o resto que existe na Bíblia? – inquiriu, apressadamente.
– Basta o amor – concluiu o mestre. – Todo o restante da Bíblia é somente para
explicar isso.

(A Resposta do Mestre. In: RODRIGUES, Antonio Fernandes.


Pérolas literárias: contos e crônicas. São Paulo: Petit, 1994, p. 15.)

A Bíblia ilumina

“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo
o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não
conhece a Deus, porque Deus é amor. Mas amamos, porque Deus nos
amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão,
é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê,
é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.”

(1 João 4,7-8.19-20)

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01 • Educar para o amor

I. Esse texto reflete a grande verdade do cristianismo: o amor é a essência da vida


cristã.
II. O amor só é verdadeiro quando se encarna nas relações fraternas. João afirma
ser mentiroso aquele que diz amar a Deus e que não ama o seu irmão.
III. Como identificamos o amor cristão em nossos espaços educativos?

Educadores que fazem pensar

“Há um Cristo da palavra, da pregação e do milagre, pescador de peixes e de seres


humanos. Há um que morre na cruz para morrer, por nós, a morte, ensinando-nos que
o amor vence o derradeiro lance, e que é possível viver – e morrer – para os outros,
pelos outros. Há um Cristo que nos diz: Ama o Teu Próximo Como a Ti Mesmo. Esta é
a regra santa – difícil regra. Pois sermos deuses significa, não a dominância da sober-
bia e da grandeza, mas a vitória da humildade. Deus é quem hospeda o Próximo, no
espaço de seus braços abertos. O Próximo é o mistério luxuoso diante do qual devo
apagar-me, para que seu rosto resplandeça. É esta a excentricidade que o Cristo veio
ensinar ao mundo. Só consigo ganhar-me, perdendo-me, só amealho riqueza, doan-
do-a, só conquisto o meu nome, nomeando, chamando, clamando, consentindo no
ser.
Somos seres humanos, transmudados por Cristo, homem divino. Somos bichos
da terra, tão pequenos, mas o fogo do amor de Deus mora em nós. Por isto, temos
a possibilidade da louca alegria. Cristo bailarino. Cristo dançarino. O mais próximo
Próximo. Ali, na esquina, está ele, e nos olha. Naquele bar, naquele beco, naquela
masmorra, hospital ou cortiço. Onde a carne sofre, aí está o Cristo, crucificado. Onde
a carne ama, aí está o Cristo, glorificado. Onde está o ser humano, aí está o Cristo,
suprema possibilidade do humano. Aqui.”

(PELLEGRINO, Hélio. A Burrice do Demônio.


Rio de Janeiro: Ed. Rocco, p. 130-131.)

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01 • Educar para o amor

Lições do Papa Francisco

“Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor. Que bom
é termos essa lei! Como nos faz bem, apesar de tudo, amar-nos uns aos
outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de nós é dirigida a exortação de
Paulo: ‘Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem’
(Rm 12, 21). E ainda: ‘Não nos cansemos de fazer o bem” (Gal 6, 9).
Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento
estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor:
‘Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por ela’.
Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao
amor, e é um ato de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo.
Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!”

(Evangelli Gaudium, n. 101)

Oração

Concede-me, Senhor, o dom do amor. O dom de amar todo o mundo, de amar tudo
em toda a Terra e, sobretudo, os homens, nossos irmãos, que são, por vezes, tão
infelizes.
Dá-nos, Senhor, a força de amar, sobretudo, os que não nos amam, antes de tudo
os que não amam ninguém, para os quais, quando a hora soar, tudo acaba para
sempre.
Que a nossa vida seja reflexo do Teu amor!
Amém!
(Raul Follereau)

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Praticar a coerência
“As novas gerações estimam a educação de qualidade
juntamente com valores [...]. A coerência é um fator
indispensável na educação.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 70)

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02 • Praticar a coerência

História que inspira

Em um grande palheiro, perto de uma aldeia, fizeram seu abrigo uma cobra, uma
tartaruga e um chacal. Um dia, os três estavam conversando no palheiro, quando, de
repente, ouviram algumas pessoas gritando:
- Fogo! Fogo!
A serpente disse que sabia mais de cem maneiras de lidar com o fogo; a tartaruga
disse que sabia mais de mil maneiras de apagar o incêndio. O chacal só disse que era
preciso fugir e fugiu. Enquanto a tartaruga e a cobra ficaram comparando seus conhe-
cimentos sobre combate a incêndios, o chacal foi o único que sobreviveu ao ocorrido.

A Bíblia ilumina

“Os escribas e os fariseus sentaram-se na cadeira de Moisés. Observai e


fazei tudo o que eles dizem, mas não façais como eles, pois dizem e não
fazem. Atam fardos pesados e esmagadores e com eles sobrecarregam os
ombros dos homens, mas não querem movê-los sequer com o dedo.”

(Mateus 23,2-4)

I. Esse texto faz parte dos embates que Jesus travou com os fariseus, classe
político-religiosa que, pensando fazer a vontade de Deus, se apegava à lei e
deixava de lado a defesa da vida; mais “falavam” do que “faziam”.
II. Como seria imaginar os educandos afirmando de mim: “Fazei tudo o que ele
diz, mas não façais como ele, pois diz e não faz”?
III. Em que situações percebemos coerência entre o discurso e a prática dos
educadores?

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02 • Praticar a coerência

Educadores que fazem pensar

“Liberdade é ação, é valor encarnado, apto a afeiçoar – e modelar – um projeto


existencial. Se a liberdade é o fulcro da condição humana e se ela só ganha corpo
através da práxis, isto é, da ação concreta, daí se depreende que a práxis é quem
vai revelar – e definir – a essência da verdade humana. É, portanto, através do enga-
jamento e da luta que o ser humano chegará a construir – e nomear – sua verdade.
Pela prática – e só por ela – é que tomo conhecimento concreto, carnal, de minha
liberdade.
A Igreja reconhece, com ênfase, a existência dos pobres no mundo, tanto assim
que faz, a seu favor, uma opção preferencial. Ora, a pobreza ecumênica, em nossos
dias, é consequência brutal da opressão – e espoliação – imposta pelas nações ricas
às nações pobres. A pobreza é, pois, um testemunho – uma secreção purulenta – da
injustiça que torna inevitável a luta de classes. Optar pelos pobres é tomar partido
nessa luta. Se vejo na rua um adulto sádico espancando um menor, não posso fazer
opção por este menor sem tentar libertá-lo das mãos do seu algoz. Se, em nome de
belos princípios humanitários ou religiosos, me declaro contra qualquer tipo de luta e
deixo de participar da situação concreta, em verdade opto pelo espancador – contra
o espancado.”

(PELLEGRINO, Hélio. A Burrice do Demônio.


Rio de Janeiro: Ed. Rocco, p. 217-219.)

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02 • Praticar a coerência

Lições do Papa Francisco

“Não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros


seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura,
compaixão e preocupação pelos seres humanos. É evidente a incoerência
de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica
completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se
dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta. Isto
compromete o sentido da luta pelo meio ambiente. Não é por acaso que
São Francisco, no cântico em que louva a Deus pelas criaturas, acrescenta
o seguinte: ‘Louvado sejas, meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu
amor’. Tudo está interligado. Por isso, exige-se uma preocupação pelo meio
ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso
constante com os problemas da sociedade.”

(Laudato Si, n. 91)

Oração

Senhor meu Deus, não sei para onde vou. Não vejo o caminho à minha frente e nem
sei ao certo onde ele findará. Na verdade, nem me conheço e o fato de pensar que
estou seguindo Tua vontade não quer dizer que eu esteja sendo fiel. Mas creio que
o desejo de Te agradar te agrada realmente. E espero manter este desejo em tudo
quanto fizer. Espero jamais fazer qualquer coisa alheia a esse desejo. Sei que, se agir
assim, Tu me conduzirás pelo caminho certo, embora eu nada possa saber sobre
ele. Por isso, sempre confiarei em Ti, mesmo que eu me sinta perdido ou às portas
da morte, nada recearei, pois Tu estás sempre comigo e nunca me deixarás sozinho.
Amém.

(Thomas Merton)

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Comprometimento
com a educação
“Promover, articular e organizar ações evangelizadoras no
mundo da educação [...] com a finalidade de ser sinal do Reino
de Deus e de ajudar a construir um ser humano fraterno, livre,
justo, consciente, comprometido e ético.
(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 4)

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03 • Comprometimento com a educação

História que inspira

Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Ele contou ao seu chefe os planos
de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas para viver uma vida mais
calma com a família.
Claro que ele sentiria falta do pagamento mensal, mas ele necessitava da apo-
sentadoria. O dono da empresa sentiu em saber que perderia um de seus melhores
empregados e pediu a ele que construísse uma última casa como um favor especial.
O carpinteiro consentiu, mas, com o tempo, era fácil ver que seus pensamentos e
seu coração não estavam no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e utilizou de
mão de obra e matérias-primas de qualidade inferior. Foi uma maneira lamentável de
encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou seu trabalho, o construtor veio inspecionar a casa
e entregou a chave da porta ao carpinteiro. “Esta é a sua casa”, ele disse, “meu pre-
sente a você.”
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que estava construindo sua própria
casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria
de morar numa casa feita de qualquer maneira.

(O velho carpinteiro – autor desconhecido.)

A Bíblia ilumina

“Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos,


disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua
cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que
perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á.
Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro,
se vier a perder a sua vida?”

(Marcos 8,34-36)

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03 • Comprometimento com a educação

I. O texto aponta o comprometimento como condição para alguém ser


considerado discípulo de Jesus.
II. Para seguir Jesus é necessário também estar comprometido com a cruz.
III. Quais situações do nosso cotidiano, na escola, nos têm exigido maior
comprometimento?

Educadores que fazem pensar

“Para sermos aquilo a que estamos destinados, devemos conhecer Cristo, amá-lo
e fazer o que Ele fez. O nosso destino está em nossas mãos, pois Deus aí o colocou e
nos deu a graça para fazermos o impossível. Compete-nos assumir corajosamente e
sem hesitação a obra que Ele nos deu, que é viver a nossa vida como Cristo a viveria.
Exige uma intrépida coragem viver de acordo com a verdade, e há alguma coisa do
martírio em cada vida genuinamente cristã, se tomamos martírio no sentido original
de ‘testemunho’ da verdade, selado com os nossos sofrimentos e com o nosso san-
gue.
Esse testemunho não precisa tomar a forma especial de uma morte pública e
política em defesa da verdade ou da virtude cristã. Mas não podemos evitar a ‘mor-
te’ da nossa própria vontade e das tendências naturais e paixões desordenadas da
nossa carne e de todo o nosso ‘ser’ egoísta, para que nos submetamos ao que nossa
consciência nos afirma ser a verdade, a vontade de Deus e a inspiração do Espírito
de Cristo.”

(MERTON, Thomas. Homem Algum é uma Ilha.


Campinas-SP: Ed. Verus, 2003, p. 123.)

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03 • Comprometimento com a educação

Lições do Papa Francisco

“[...] De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança
da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais.
Quando a Igreja faz apelo ao compromisso evangelizador, não faz mais
do que indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da realização pessoal.
Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: ‘A vida se alcança e
amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros’.
Isto é, definitivamente, a missão.”

(Evangelii Gaudium, n. 10.)

Oração

Meu Pai, Porque Te amo


Eu me abandono a Ti, E é para mim uma necessidade de
Faz de mim o que quiseres. amor dar-me,
O que fizeres de mim, Entregar-me nas Tuas mãos sem
Eu Te agradeço. medida
Com uma confiança infinita
Estou pronto para tudo, aceito tudo. Porque Tu és...
Desde que a Tua vontade se faça em mim Meu Pai!
E em tudo o que Tu criastes,
(Charles de Foucauld)
Nada mais quero, meu Deus.

Nas Tuas mãos entrego a minha vida.


Eu Te a dou, meu Deus,
Com todo o amor do meu coração,

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Viver em Comunhão
“A educação cristã se entende, portanto, como uma educação
para a comunhão, pois todos os seres humanos são por natureza
seres-de-comunhão.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 36)

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04 • Viver em Comunhão

História que inspira

Conta-se que, certa vez, um jovem casal foi pedir conselhos a um velho sábio:
– Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um
conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do
outro até a morte. Há algo que possamos fazer?
E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por
uma palavra, disse-lhes:
– Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Você, menino,
deves caçar um falcão e tu, menina, deves caçar uma águia. Depois tragam as aves
aqui.
Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão. No dia
estabelecido, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as dos sacos e constatou
que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.
– E agora, o que faremos? - os jovens perguntaram.
– Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro.
Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.
Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros.
A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do voo, as aves arremessaram-se uma
contra a outra, bicando-se até se machucar.
Então, o velho disse:
– Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como
a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só
viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar. Se qui-
serem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados. Libere a
pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.

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04 • Viver em Comunhão

A Bíblia ilumina

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que
eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum.
Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus. Em todos eles, era grande a graça. Nem havia entre eles
nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-
nas, e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos
apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade.”

(Atos dos Apóstolos 4,32-35)

I. O texto em questão, dos Atos dos Apóstolos, é a descrição da comunidade


dos primeiros cristãos que, imbuídos do Espírito de Jesus, sabiam como viver
juntos.
II. A partir desse texto nos perguntemos: quais são as bases de nossas relações?
III. Como ser um só coração e uma só alma em nossas escolas?

Educadores que fazem pensar

“Quando uma pessoa ama a outra com amor-de-justiça, quer o seu bem. Esse
amor era chamado ‘amor-de-benevolência’ (querer o bem do outro embora isso me
custe a vida). Se o outro, por sua vez, me ama da mesma maneira, nosso amor é mú-
tuo. O amor mútuo de querer-nos o bem, ambos querendo o outro e não a si mesmo,
é o ‘amor cristão’ pleno e, só neste caso, caridade.
A amizade de muitos dispersos que se reúnem, sendo primeiro uma ‘multidão’,
no face-a-face da unidade, é o que denominamos ‘comunidade’. Comunidade é a
que tem tudo em ‘comum’. A multidão se torna, assim, comunidade, se torna ‘povo’.
Na comunidade, todos são pessoas para pessoas; as relações são práticas e a práxis é
de amor de caridade: cada um serve o outro pelo outro mesmo, na amizade de todos

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04 • Viver em comunhão

em tudo. Por isso, tudo é comum. ‘Imaginemos uma associação de homens e mulhe-
res livres’, dizia um autor; isto seria, exatamente, uma comunidade onde a individua-
lidade se realiza plenamente na plena comunicação comunitária. A comunidade é o
sujeito real e o motor da história, nela estamos ‘em casa’, em segurança, em comum.”

(DUSSEL, Enrique. Ética Comunitária – Liberta o Pobre!.


Petrópolis-RJ: Ed. Vozes, 1986, p. 21.)

Lições do Papa Francisco

“As criaturas deste mundo não podem ser consideradas um bem sem
dono: ‘Todas são tuas, ó Senhor, que amas a vida’ (Sab 11, 26). Isto gera a
convicção de que nós e todos os seres do universo, sendo criados pelo mesmo
Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família
universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado,
amoroso e humilde. Quero lembrar que ‘Deus uniu-nos tão estreitamente ao
mundo que nos rodeia, que a desertificação do solo é como uma doença
para cada um, e podemos lamentar a extinção de uma espécie
como se fosse uma mutilação’.”

(Laudato Si, n. 89)

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04 • Viver em comunhão

Oração

Estrela da nova evangelização,


ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa,
da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho
chegue até aos confins da Terra
e nenhuma periferia fique privada da sua luz.
Mãe do Evangelho vivente,
manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Amém.
Aleluia!

(Evangelii Gaudium)

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A comunicação que gera vida
“Estimular a comunicação entre a comunidade eclesial e
o mundo da educação em busca de relações fraternas que
contemplem a inclusão e o desenvolvimento de todos.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 7)

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05 • A comunicação que gera vida

História que inspira

Uma sábia e conhecida história diz que, certa vez, um sultão sonhou que havia
perdido todos os dentes.
Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu
sonho. Exclamou o adivinho:
– Que desgraça, senhor! Cada dente caído representa a perda de um parente de
vossa majestade.
– Mas que insolente! Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui,
gritou o sultão enfurecido.
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem 100 açoites. Mandou que trou-
xessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com
atenção, disse-lhe:
– Excelso senhor, grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que ha-
veis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar 100 moedas de
ouro ao segundo adivinho. Quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse
admirado:
– Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega ha-
via feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com 100 açoites e a você com
100 moedas de ouro.
Respondeu o adivinho:
– Lembra-te, meu amigo, que tudo depende da maneira de dizer.

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05 • A comunicação que gera vida

A Bíblia ilumina

“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os
nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no
tocante ao Verbo da vida – porque a vida se manifestou e nós a temos visto;
damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que
se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que
também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai
e com o seu Filho Jesus Cristo.”

(1João 1,1-3)

I. No início da Carta do Apóstolo, João indica o núcleo da comunicação: vida.


II. Como temos feito uso da comunicação nos espaços educativos?
III. Que valores temos comunicado aos nossos educandos?

Educadores que fazem pensar

“Diálogo, se conferimos a essa palavra toda a sua riqueza, é reconhecer o outro


como outro, amá-lo tal qual é, e não como alguém que é preciso conquistar. É con-
sentir que, diante de mim, ele seja o que é, diferente e único, renunciando, assim, a
invadi-lo na verdade da sua consciência e da sua procura. Pois o homem é, funda-
mentalmente, um ser de procura. Por ser livre, só a pessoa humana dialoga, e isto é
essencial à estrutura da comunicação entre os seres humanos, ainda que o diálogo
tome as proporções gigantescas que a tecnologia oferece.
O que está acontecendo no mundo da comunicação – com terríveis consequên-
cias para a educação – não é um diálogo como devia ser. É, antes, uma guerra em que
o propagandista quer vencer para nos convencer, dominar e anexar. O que aí está
em jogo não é o puro valor da verdade, mas a intervenção de uma força brutal que
se impõe e coloniza. Só a relação com o Absoluto é capaz de libertar o ser humano e

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05 • A comunicação que gera vida

suscitar em seu coração a luz do discernimento para enfrentar a massa da informa-


ção e criticá-la com lucidez e responsabilidade. Ser de procura, o ser humano é um
viajante engajado, ávido de tesouro escondido e pérola preciosa, pelos quais é capaz
de dar tudo ‘com grande alegria’, como disse Jesus nas parábolas.”

(AMOROSO, D. Timóteo. A Flauta de Deus.


Salvador-BA: Empresa Gráfica da Bahia, 1990, p. 39-40.)

Lições do Papa Francisco

“Neste tempo em que as redes e demais instrumentos da comunicação


humana alcançaram progressos inauditos, sentimos o desafio de descobrir
e transmitir a ‘mística’ de viver juntos, misturar-nos, encontrar-nos, dar
o braço, apoiar-nos, participar nesta maré um pouco caótica que pode
transformar-se numa verdadeira experiência de fraternidade, numa
caravana solidária, numa peregrinação sagrada. Assim, as maiores
possibilidades de comunicação traduzir-se-ão em novas oportunidades de
encontro e solidariedade entre todos. Como seria bom, salutar, libertador,
esperançoso, se pudéssemos trilhar este caminho!”

(Evangelii Gaudium, n. 87)

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05 • A comunicação que gera vida

Oração

T - Senhor, faz de mim um meio da tua comunicação,


a - Onde tantos lançam bombas de destruição, que eu leve a palavra de união.
b - Onde tantos procuram ser servidos, que eu leve a alegria de servir.
a - Onde tantos fecham a mão para atacar, que eu abra o coração para acolher.
b - Onde tantos adoram a máquina, que eu saiba humanizar a pessoa.
a - Onde tantos endeusam a técnica, que eu leve o sentido de viver.
b - Onde tantos me pedem um peixe, que eu saiba ensinar a pescar.
a - Onde tantos me pedem pão, que eu saiba ensinar a plantar.
b - Onde tantos estão sempre distantes, que eu seja alguém sempre presente.
a - Onde tantos só vivem a matéria que passa, que eu viva o espírito que fica.
b - Onde tantos sofrem a solidão na multidão, que eu leve o encontro com
alguém.
a - Onde tantos olham só para a Terra, que eu saiba olhar para o céu.
b - Onde tantos se prendem a pequenas coisas, que eu saiba apontar coisas
maiores.

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É preciso ter coragem
“A busca pela verdade pressupõe coragem profética de assumir
os questionamentos de nossa época, aos quais não se pode omitir
nem interditar.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 72)

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06 • É preciso ter coragem

História que inspira

Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato.
Um mágico teve pena dele e o transformou em gato.
Mas aí ele ficou com medo do cão, por isso o mágico o transformou em cão.
Então, ele começou a temer a pantera e o mágico o transformou em pantera. Foi
quando ele se encheu de medo do caçador.
A essas alturas o mágico desistiu. Transformou-o em camundongo novamente e
disse:
– Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem a coragem de um
camundongo.

Moral da história: É preciso coragem para romper com o projeto que nos é im-
posto. Mas saiba que coragem não é a ausência do medo, e sim a capacidade de
avançar apesar do medo.

(A Coragem e o Medo. Autor desconhecido. In: FOGUEL, Israel.


Histórias de sabedoria. São Paulo: Clube de Autores, 2015, p. 52.)

A Bíblia ilumina

“Seja forte e corajoso! Mãos ao trabalho! Não tenha medo nem desanime,
pois Deus, o Senhor, o meu Deus, está com você.”

(1 Crônicas 28,20)

I. Conforme a descrição do Primeiro Livro de Crônicas, o Rei Davi encoraja seu


filho Salomão a não temer a grande tarefa que Deus lhe confiou: a construção
do grande Templo de Israel.

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06 • É preciso ter coragem

II. A fortaleza e a coragem estão unidas à força de vontade em colocar-se à


disposição de Deus e dos outros.
III. O que, na educação, tem-nos causado medo?

Educadores que fazem pensar

“A vida cristã é movida pelo mesmo Espírito Santo, mas através de duas dinâmi-
cas. Uma mais sapiencial, que saboreia os valores, que inventaria os valores e, por-
tanto, leva em grande consideração o passado, porque os valores são transmitidos,
a tradição vem do passado. Trata-se do aspecto sapiencial, que pode redundar em
conservadorismo, quando fica-se muito preocupado com os valores do passado en-
quanto ‘passado’, não enquanto ‘valor’, e acaba-se ficando meio fixado nesse passa-
do, pouco inclinado à evolução da história.
Porém, há outra dinâmica, que eu chamaria ‘profética’. O profeta é aquele que
está sempre antecipando a história e, portanto, movendo a história. Não como uma
força mecânica, mas sugerindo, alimentando o ímpeto de criar aquela história que
ele antecipa na sua visão futura. O profeta sempre choca, não porque gosta, mas
porque está à frente. O profeta abala as estruturas espessas, imobilizadas, que ga-
rantem segurança. As pessoas têm medo de ver, têm medo de criar, porque é mais
confortável você ficar resguardado, assim como uma criança no seio materno. É uma
certa regressão uterina. Então, o profeta é justamente aquele que faz nascer. Com os
riscos do nascer, do enfrentar sem outra segurança que a certeza de que você está
no caminho certo, que você é lançado para criar a vida.”

(D. Timóteo Amoroso. Apud. TAVARES, Eduardo Diogo. O Milagre de Dom Amoroso
– ou como D. Timóteo, Abade do Mosteiro de São Bento, Venceu as Legiões Hereges.
Salvador-BA: P&A Gráfica e Editora, 1995, pp 206, 211

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06 • É preciso ter coragem

Lições do Papa Francisco

“É salutar recordar-se dos primeiros cristãos e de tantos irmãos ao longo da


história que se mantiveram transbordantes de alegria, cheios de coragem,
incansáveis no anúncio e capazes de uma grande resistência ativa. Há quem
se console, dizendo que hoje é mais difícil; temos, porém, de reconhecer que
o contexto do Império Romano não era favorável ao anúncio do Evangelho,
nem à luta pela justiça, nem à defesa da dignidade humana. Em cada
momento da história, estão presentes a fraqueza humana, a busca doentia
de si mesmo, a comodidade egoísta e, enfim, a concupiscência que nos
ameaça a todos. Isto está sempre presente, sob uma roupagem ou outra;
deriva mais da limitação humana que das circunstâncias. Por isso, não
digamos que hoje é mais difícil; é diferente. Em vez disso, aprendamos
com os Santos que nos precederam e enfrentaram as dificuldades próprias
do seu tempo. Com esta finalidade, proponho-vos que nos detenhamos a
recuperar algumas motivações que nos ajudem a imitá-los nos nossos dias.”

(Evangelii Gaudium, n. 263)

Oração

Concedei-nos Senhor, serenidade necessária,


para aceitar as coisas que não podemos modificar,
coragem para modificar aquelas que podemos
e sabedoria para distinguirmos umas das outras.

(Reinhold Niebuhr)

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Ensinar com eficácia
“É preciso abrir-se a novos horizontes, criar novos modelos a
partir das três linguagens já citadas: da mente, do coração e das
mãos, isto é, ensinar a pensar, sentir e fazer [...]”.

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 56)

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07 • Ensinar com eficácia

História que inspira

Era uma vez um lenhador muito forte que conseguiu um emprego em uma nova
madeireira que se instalara na região. O salário era muito bom e as condições de tra-
balho também. Por essa razão, o lenhador estava determinado a fazer o seu melhor.
Seu chefe lhe deu um machado e mostrou-lhe a área onde deveria cortar as árvores.
No primeiro dia, o lenhador cortou 15 árvores.
- Parabéns, o chefe disse. Continue com seu trabalho!
Altamente motivado pelas palavras de seu chefe, o lenhador tentou cortar mais
no dia seguinte, porém só conseguiu abater 10 árvores. No terceiro dia ele tentou
mais ainda, porém ele só foi capaz de derrubar 7 árvores. Dia após dia, ele estava
derrubando cada vez menos árvores.
- Eu devo estar perdendo a minha força, pensou.
Ele foi até o patrão e pediu desculpas, dizendo que não conseguia entender o que
estava acontecendo.
- Quando foi a última vez que você afiou o seu machado? – o chefe perguntou.
- Perdão chefe, não tive tempo para afiar o meu machado. Tenho estado muito
ocupado tentando cortar as árvores.

A Bíblia ilumina

“Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo


do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo
pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era
pouco profunda. Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de
raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e
as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por
um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça.”

(Mateus 13,4-9)

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07 • Ensinar com eficácia

I. Esse texto é a conhecidíssima “Parábola do Semeador”. O foco de Jesus está


no terreno que acolhe a semente; percebemos que apenas entusiasmo não é
suficiente: é necessária uma terra boa.
II. Que tipo de terreno somos?
III. Tenho “afiado o machado”, ou seja, me qualificado para minha atuação como
educador?

Educadores que fazem pensar

“Leonardo da Vinci foi uma mente inquieta, incontrolável, indomável, dominada


pelo fascínio do mundo – seus olhos e seu pensamento não conseguiam descansar
ante os infinitos objetos do mundo, existentes e por existir. Julgava a pintura a supre-
ma das artes, pois através dela se podia captar visualmente a harmonia da natureza,
construída segundo os princípios da matemática. Estudou anatomia, para entender
os princípios mecânicos segundo os quais o corpo humano – esta máquina perfeita
– era construída. Músico, fazia seus próprios instrumentos, compunha, tocava e im-
provisava os poemas que cantava. Arquiteto, fez planos para uma cidade ideal, em
que as casas fossem construídas segundo os princípios da beleza, banhadas de luz,
e em que houvesse vias especiais para os pedestres e outras para os veículos. O que
era Leonardo? Pintor, músico, arquiteto, poeta, engenheiro, geólogo, biólogo? Todas
essas coisas. Dentro do seu corpo vivia um universo. Homem universal, ele foi a en-
carnação, num único corpo, do ideal da Universidade, como o lugar onde os homens
se reúnem para, dando asas à imaginação, encontrar o deleite na visão, compreensão
e harmonia com o mundo.
Foi então que me veio uma ideia maluca: se o Leonardo Da Vinci tivesse vivido
hoje, será que ele teria conseguido um emprego na IBM? Para começar, o seu cur-
riculum vitae provocaria suspeitas. Um homem com interesses que vão da estética
dos cavalos à construção de máquinas voadoras não parece regular bem. Mas, supo-
nhamos que ele conseguisse o emprego. Imagino uma situação prática: seu chefe lhe

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07 • Ensinar com eficácia

pede um relatório sobre um projeto de pesquisa e ele responde que no momento isto
não é possível porque está se dedicando a um projeto estético por que se apaixonou
– a pintura de um quadro. É. Acho que Leonardo Da Vinci não teria vida longa nem
como funcionário da IBM, nem como professor de uma das nossas universidades.”

(ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar.


Indaiatuba-SP. Ars Poetica Editora, 1994, p. 42 e ss.)

Lições do Papa Francisco

“[...] se quer conseguir mudanças profundas, é preciso ter presente que


os modelos de pensamento influem realmente nos comportamentos. A
educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar
também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida,
à sociedade e à relação com a natureza. Caso contrário, continuará a
perdurar o modelo consumista, transmitido pelos meios de comunicação
social e através dos mecanismos eficazes do mercado.”

(Laudato Si, n. 215)

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07 • Ensinar com eficácia

Oração

Dai-me, Senhor, o dom de ensinar.


Dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes de ensinar, Senhor.
Dai-me o dom de aprender.
Aprender a ensinar.
Aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples,
humano e alegre, como o amor de aprender sempre.
Que eu persevere mais no aprender do que no ensinar.
Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe.
Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho,
mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas,
mas animem as faces de quem procura a Luz.
Que a minha voz nunca assuste, mas seja a pregação da esperança.
Que eu aprenda que quem não me entende precisa ainda mais de mim.
E que nunca lhe destine a presunção de ser melhor.
Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender
para que eu possa trazer o novo, a esperança.
E não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender.
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria do Amor.
Amém!
(Oração dos Educadores)

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Constante fidelidade
“[...] exortamos a todos os batizados para que assumam com
fidelidade o mandato do divino Mestre: “Ide e ensinai” (Cf. Mt, 28,19)
fazendo da educação um caminho para o encontro pessoal com Jesus
Cristo, que conduza ao discipulado missionário.”
(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 83)

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08 • Constante fidelidade

História que inspira

Um jovem entrou em um armazém e se dirigiu ao telefone público e começou a


discar. O proprietário do estabelecimento observou e ouviu toda a conversa:
- Senhora, será que posso passar aí para cortar a sua grama?
- Já tenho alguém para cortar meu gramado (do outro lado da linha telefônica).
- Eu vou cortar o seu gramado pela metade do preço da pessoa que corta seu
gramado.
- Estou muito satisfeita com a pessoa que está cortando meu gramado.
- Senhora, eu vou varrer sua varanda e até mesmo sua calçada, então no domingo
terá o gramado mais bonito da cidade.
- Não, obrigada.
Com um sorriso no rosto, o garoto desligou o telefone. O proprietário do arma-
zém, que estava ouvindo tudo isso, caminhou até o jovem e disse:
- Filho, eu gostei da sua atitude e do seu espírito positivo, mas parece que você
acabou de perder uma cliente.
- De maneira alguma, senhor, eu estava apenas verificando o meu desempenho
no trabalho que eu já tenho. Eu sou o único que está trabalhando para a senhora com
quem eu estava falando!

A Bíblia ilumina

“Estai atentos, ó céus, eu vou falar. E a terra ouça as palavras de minha


boca. Derrame-se como chuva a minha doutrina, espalhe-se como orvalho
a minha palavra, como aguaceiro sobre os campos verdejantes, como
chuvarada sobre a relva. Porque vou proclamar o nome do Senhor, dar
glória ao nosso Deus! Ele é o rochedo, perfeita é a sua obra, justos, todos os
seus caminhos; é Deus de lealdade, não de iniquidade, ele é justo, ele é reto.”

(Deuteronômio 32,1-4)

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08 • Constante fidelidade

I. Esse versículo faz parte do “Cântico de Moisés”, momento em que Moisés se


despede do povo de Israel e morre; revela justamente o núcleo de sua fé: a
fidelidade de Deus.
II. Como sermos fieis à missão de educadores?
III. Se fizéssemos como o jovem da história, perceberíamos a “fidelidade” de
nossos educandos?

Educadores que fazem pensar

“Crer é ver e correr o risco de que Cristo seja a verdade; não apenas um doutrina-
dor, como tantos outros e ainda que seja o maior de todos e, nessa medida, subme-
tido à norma geral de toda a verdade – mas a própria verdade. A verdade que Ele é
(João 14, 6). A verdade da realidade santa começa com Ele. Se pudesse Ele próprio ser
suprimido, a verdade ensinada por Ele não poderia subsistir, porque Ele não é apenas
o seu melhor mensageiro e o seu melhor representante, mas a sua fonte mesma. É o
Verbo, a verdade viva, subsistente. Crer é tomá-Lo assim e pormo-nos à sua escola.
Já haveria verdadeira fé, se se declarasse e mantivesse que é verdade o que Cristo
disse? Não seria senão o início. Crer é ir à escola de Cristo com tudo quanto comporta
a vida humana, com o seu pensamento, o seu coração, os seus sentimentos, a sua
intuição. É o navio inteiro que vai à deriva, é toda a nave que deve mudar de direção.
A Fé é, pois, um fenômeno, uma instrução, uma transformação que recriam os olhos
de novo, orientam diversamente os pensamentos, renovam as próprias medidas das
coisas. O Deus que te criou, que expiou por ti, que quer pôr-te um dia à sua luz, é Ele
que traça a tua existência. O que nela ocorre é mensagem, comando, prova, auxílio,
vindos dele. A atitude, a mentalidade, a maneira de ser resultando desta convicção
viva e vivida, eis o que se chama a Fé.”

(GUARDINI, Romano. O Senhor.


Lisboa: Livraria Agir Editora, p. 296-297.)

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08 • Constante fidelidade

Lições do Papa Francisco

“Apesar de toda a corrente secularista que invade a sociedade, em muitos


países – mesmo onde o cristianismo está em minoria – a Igreja Católica é
uma instituição credível perante a opinião pública, fiável no que diz respeito
ao âmbito da solidariedade e preocupação pelos mais indigentes. Em
repetidas ocasiões, ela serviu de medianeira na solução de problemas que
afetam a paz, a concórdia, o meio ambiente, a defesa da vida, os direitos
humanos e civis, etc. E como é grande a contribuição das escolas e das
universidades católicas no mundo inteiro! E é muito bom que assim seja.
Mas, quando levantamos outras questões que suscitam menor acolhimento
público, custa-nos a demonstrar que o fazemos por fidelidade às mesmas
convicções sobre a dignidade da pessoa humana e do bem comum.”

(Evangelii Gaudium, n. 65)

Oração

Senhor, em Vós buscamos nosso refúgio.


Sabemos que fora de Vós não há felicidade e os que buscam o caminho
da autossuficiência jamais encontram alegria.
Senhor, queremos ser fiéis ao vosso amor e a Vós entregar toda a nossa
existência. Só em vossas mãos confiamos nossas vidas. Somos vossos.
Protegei-nos, Senhor, porque vos pertencemos.
Amém!

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Grandeza de alma
“Reconhecido como Mestre, Jesus possui um ensinamento novo
[...]: pedagogia do amor: que é a alma do seu dinamismo
formativo, visto ser a pessoa humana - e não um conceito ou
doutrina – o objeto de sua atenção.”
(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 43)

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09 • Grandeza na vida

História que inspira

Um velho mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma grande quantidade
de sal em um copo d’água e bebesse.
- Qual é o gosto? – perguntou o mestre.
- Horrível – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra grande quantidade de sal
para jogá-lo num lago ali perto. Os dois caminharam em silêncio até perto do lago e
quando o jovem jogou sal no lago, o velho disse:
- Agora bebe da água do lago.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o mestre perguntou:
- Qual é o gosto?
- Bom! – disse o aprendiz.
- Você sente o gosto do sal? – perguntou o Mestre.
- Não, disse o jovem.
O mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
- Os problemas e as dificuldades da vida são o sal. Percebeu que a quantidade
de sal que jogaste foi a mesma? A quantidade de problemas e dificuldades na vida
permanece a mesma, exatamente a mesma. Mas o “tamanho” dos problemas e das
dificuldades que se sente depende do recipiente em que for colocada. Quando o pro-
blema e a dificuldade parecem não ter saída, podes fazer uma única coisa: torne-se
um lago e deixe de ser copo.

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09 • Grandeza na vida

A Bíblia ilumina

“Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes


irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma
sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a
ostentar a palavra da vida. Dessa forma, no dia de Cristo, sentirei alegria
em não ter corrido em vão, em não ter trabalhado em vão.”

(Filipenses 2,14-16)

I. O Apóstolo Paulo, no texto à comunidade de Filipo, orienta a sermos luz,


deixando de lado as murmurações.
II. Existem muitas murmurações entre os educadores? Por quê?
III. Como deixar de ser “copo” e transformar-se em “lago”?

Educadores que fazem pensar

“A educação não tem por fim moldar o educando ao conformismo de um meio


social ou de uma doutrina de Estado. Do mesmo modo, não se lhe poderia atribuir
como fim último a adaptação do indivíduo, seja à função que ele preencherá no sis-
tema das funções sociais, seja ao papel que se entrevê para ele num sistema qualquer
de relações privadas. Opomo-nos, portanto, a todo o regime totalitário da escola
que, em vez de preparar progressivamente a pessoa para o uso de sua liberdade
e para o sentido das suas responsabilidades, a esteriliza logo de início, vergando o
educando ao triste hábito de pensar por delegação, de agir segundo a palavra de
ordem, e de não ter outra ambição que a de estar instalado, tranquilo e considerado,
num mundo satisfeito.
Se a posse de uma profissão é necessária a esse mínimo de liberdade material
sem a qual toda a vida pessoal é sufocada, a preparação profissional, a formação
técnica funcional não poderiam ser o centro ou a mola real da obra educativa. Com

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09 • Grandeza na vida

efeito, a pessoa é um ser espiritual constituído como tal por um modo de subsistên-
cia e de independência em seu ser; ela alimenta essa subsistência pela adesão a uma
hierarquia de valores livremente adotados, assimilados e vividos por uma tomada
de posição responsável e uma constante conversão; deste modo, unifica toda a sua
atividade na liberdade e desenvolve, por acréscimo, mediante atos criadores, a sin-
gularidade de sua vocação.”

(MOUNIER, Emmanuel. Manifesto ao Serviço do Personalismo.


Lisboa: Livraria Morais Editora, 1967, p. 132-133, 84.)

Lições do Papa Francisco

“Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação
de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados
com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão
não está plenamente confiado no triunfo. Quem começa sem confiança,
perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus Talentos.”

(Evangelii Gaudium, n. 85)

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09 • Grandeza na vida

Oração

Fazei, Senhor, com que não atribuamos maior importância às tristezas que à alegria.
Ajudai-nos a não desprezar os nossos problemas nem com eles desgastar-nos tanto
que possamos encontrar as soluções.
Conservai o amor em nossos corações, pois aquele que ama é como a planta que,
tendo fortes raízes, pode resistir a todos os ventos.
Ajudai-nos a sermos objetivos para que não desperdicemos o nosso tempo.
Conservai-nos a franqueza, pois triste daquele cujas palavras não são acreditadas.
Conservai-nos a compreensão porque é necessário entender aqueles que nos
cercam se pretendemos entender a nós mesmos.
Assim, que eu não seja como o leão que ruge; ou como a corça que, tímida,
esconde-se ao menor ruído. Mas como o vento, que pode ser a brisa acariciante ou
o furioso vendaval.
Que nos encantem as flores e a música porque aquele que não se extasia com a
beleza não é digno da dádiva dos sentidos.
Que o nascer do sol nos traga sempre a esperança de um dia construtivo e a noite a
certeza do merecido repouso.
Que o trabalho não seja um fardo e o repouso uma simples necessidade, mas em
ambos possamos sentir a Vossa presença.
Amém.

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Ter paciência
“Os educadores cristãos devem ser apoiados para que sejam o
fermento e a força serena da comunidade que se constrói.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 50)

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10 • Ter paciência

História que inspira

Era uma vez um menino que tinha uma paciência muito curta. Seu pai lhe deu um
saco de pregos e lhe disse que toda vez que ele perdesse sua paciência, ele deveria
martelar um prego na cerca. No primeiro dia o menino pregou 37 pregos na cerca.
Durante as próximas semanas, como ele aprendeu a controlar sua raiva, o número
de pregos martelados por dia reduziu gradativamente. Ele descobriu que era mais
fácil conter seu temperamento do que bater pregos na cerca.
Finalmente chegou o dia em que o garoto não perdeu mais a paciência. Ele con-
tou a seu pai sobre isso e o pai sugeriu que o menino agora tirasse um prego por
dia quando fosse capaz de manter seu temperamento. Os dias passaram e o garoto
finalmente pôde dizer ao pai que todos os pregos foram retirados.
O pai pegou o filho pela mão e o levou até a cerca. Ele disse:
- Você fez bem, meu filho, parabéns! Mas olhe os buracos na cerca. A cerca nunca
mais será a mesma. Sempre deixamos marcas na vida dos outros. Por qual tipo de
marca você quer ser lembrado?

A Bíblia ilumina

“Exorto-vos, pois, - prisioneiro que sou pela causa do Senhor -,


que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com
toda a humildade e paciência, com grandeza de alma,
suportando-vos mutuamente com caridade.”

(Efésios 4,1-2)

I. Da prisão, ao escrever para a comunidade de Éfeso, o Apóstolo Paulo solicita


aos cristãos que vivam com humildade e paciência, sendo suporte uns para os
outros.

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10 • Ter paciência

II. Como educadores, somos pacientes com as pessoas?


III. A paciência é uma passividade ou uma atividade?

Educadores que fazem pensar

“Quando Deus criou o mundo, não o terminou como alguém que fabrica um ins-
trumento. Esse existe tal como é, e nada mais se pode fazer do que mantê-lo apto.
Deus quis que o mundo se consumasse em períodos longos, incomensuravelmente
longos. Ora, a paciência de Deus é a força com a qual Ele penetra esses períodos, com
uma duração indiscernível para nós, e que, através deles, conduz a obra divina à sua
conclusão.
O ser humano quer tudo ao mesmo tempo. Deus sabe que uma coisa não pode
vir senão a seguir da outra. Assim, deixa-as decorrer em paz, livremente, cada uma
por si mesma. Deus criou o mundo de modo a que as coisas não existam todas umas
com as outras, mas cada qual por si mesma e a seu tempo; e de tal modo que não
surjam ao acaso, mas só quando se encontram realizadas as condições preliminares
do surgimento de cada uma; de tal forma que não possam existir simultaneamente,
aqui e ali, mas que cada qual tenha o seu lugar no conjunto da existência. É sabedoria,
o conhecer-se o tempo das coisas. Há muitos homens e mulheres que nunca chegam
a aprendê-la; e outros/as que só muito tarde o conseguem. Com muita dificulda-
de pode uma pessoa adquiri-la por inteiro. Porque a desordem é a condição do ser
humano, e é dela que provém a impaciência. Mas Deus é Todo-Poderoso, de uma
riqueza sem medida nem fronteiras. Sua riqueza e onipotência são a sua própria paci-
ência. Eis porque pode sempre conferir um novo perdão. Conceder sempre um novo
prazo. Deixar sempre recomeçar a sua obra no mundo, a partir do caos da liberdade
humana.”

(GUARDINI, Romano. O Deus Vivo.


Lisboa/Coimbra: Editorial Aster/Casa do Castelo, s/d, p. 71 e ss.)

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10 • Ter paciência

Lições do Papa Francisco

“Ter paciência não é deixar que nos maltratem permanentemente, nem


tolerar agressões físicas, ou permitir que nos tratem como objetos. O
problema surge quando exigimos que as relações sejam idílicas, ou que as
pessoas sejam perfeitas, ou quando nos colocamos no centro esperando
que se cumpra unicamente a nossa vontade. Então tudo nos impacienta,
tudo nos leva a reagir com agressividade. Se não cultivarmos a paciência,
sempre acharemos desculpas para responder com ira, acabando por nos
tornarmos pessoas que não sabem conviver, antissociais incapazes de
dominar os impulsos, e a família tornar-se-á um campo de batalha.”

(Amoris Laetitia, n. 92)

Oração

Senhor!
Fortalece-nos a fé para que a paciência esteja conosco.
Por Tua paciência, vivemos.
Por Tua paciência, caminhamos.
Auxilia-nos, por misericórdia, a aprender a ter tolerância, a fim de que
estejamos em Tua paz.
É por Tua paciência que a esperança nos ilumina e a compreensão se
levanta no íntimo da nossa alma.
Agradecemos todos os dons de que nos enriqueces a vida, mas Te
rogamos, nos resguarde a paciência de uns para com os outros, para
que estejamos Contigo, tanto quanto estás conosco, hoje e sempre.
Assim seja!

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Exercer a resiliência
“A Igreja dá indicações à Pastoral da Educação para o
enfrentamento das novas situações que são decorrentes da
mudança de época.”

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n. 45)

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11 • Exercer a resiliência

História que inspira

– Condoo-me de ti – disse orgulhoso o carvalho a um caniço de bambu. – Mal so-


pra branda aragem, e aí está a inclinar-te, a tremer, a humilhar-te. Faça como eu; por
mais rijo que sopre o furacão, oponho-me altivo, obrigo-o a quebrar-se de encontro
a mim, a desviar-se.
– Quisera fazer assim, mas não posso – respondeu o caniço. – Tu és robusto, e
eu fraco, tuas raízes enterram-se rijas pela terra adentro, as minhas espalham-se pela
superfície.
O carvalho sorriu, desdenhoso e sobranceiro. Súbito, levanta-se uma formidável
ventania. O carvalho quer resistir; com o seu ímpeto, o furacão o arranca pelas raízes;
o caniço, porém, havia vergado, havia se inclinado até o chão e, quando passou o
tufão, reergueu-se sem ter sofrido dano algum.

(O bambu e o carvalho. Autor desconhecido.)

A Bíblia ilumina

“Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar
até o fim será salvo. Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra.
Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de
Israel antes que volte o Filho do Homem.”

(Mateus 10,22-23)

I. O evangelista Mateus, no texto acima, apresenta Jesus orientando os seus


discípulos a enfrentar as adversidades e perseverarem com convicção.
II. Diante de situações adversas da educação (pressão, estresse etc.), sabemos ser
resistentes, perseverando com paciência em nossos objetivos?

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11 • Exercer a resiliência

III. Sabemos ser flexíveis em nossos projetos educacionais a fim de obtermos


resultados melhores?

Educadores que fazem pensar

“A sociedade mundial e as Igrejas encontram-se hoje numa situação de crise. An-


tes de perguntarmo-nos o que está em crise, deveríamos refletir sobre a própria crise.
O simples fato da crise é um bom sintoma. É sinal de que se abriram novas possibilida-
des, de que fermenta um processo depurador. Urge ver positivamente o fenômeno.
Não fugir nem para o passado, nem para o futuro, nem para dentro. A imaturidade
religiosa e humana de tantos, também no campo cristão, desde os mais altos esca-
lões do poder civil e eclesiástico até o próprio seio do povo de Deus, não permite que
se veja na crise uma oportunidade nova para a sociedade, para a fé e para a religião.
Pertence à crise o aspecto dramático e a sensação da perda dos pontos de orien-
tação. Por isso se impõe a coragem de saber esperar a decantação da água turva.
‘Àquele que sabe esperar, todas as coisas acabarão por lhe serem reveladas, contanto
que tenha a coragem de não renegar nas trevas o que divisou na luz.’ Se compre-
endermos que a crise é o nicho generoso onde se prepara o amanhã melhor e a
penumbra que antecede o nascer do sol e aí ficarmos firmes, aceitando o desafio e
esperando contra toda esperança, então temos a oportunidade de dar um salto para
dentro de um horizonte mais rico de vida humana e divina. A superação da crise não
se faz, comumente, pelo ativismo e pela excitação exterior, mas na reflexão e medi-
tação sérias, onde as forças se recolhem para uma decisão e purificação libertadora.”

(BOFF, Leonardo. Crise – Oportunidade de Crescimento.


Petrópolis-RJ: Ed. Vozes, 2011, p. 54-55.)

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11 • Exercer a resiliência

Lições do Papa Francisco

“É salutar recordar-se dos primeiros cristãos e de tantos irmãos ao longo da


história que se mantiveram transbordantes de alegria, cheios de coragem,
incansáveis no anúncio [...]. Há quem se console, dizendo que hoje é mais
difícil; temos, porém, de reconhecer que o contexto do Império Romano
não era favorável ao anúncio do Evangelho, nem à luta pela justiça, nem
à defesa da dignidade humana. [...] Por isso, não digamos que hoje é
mais difícil; é diferente. Em vez disso, aprendamos com os Santos que nos
precederam e enfrentaram as dificuldades próprias do seu tempo. Com
esta finalidade, proponho-vos que nos detenhamos a recuperar algumas
motivações que nos ajudem a imitá-los nos nossos dias.”

(Evangelii Gaudium, n. 263)

Oração

Pai Santo, fonte de toda vida,


Revela-nos os passos que precisamos dar
na direção do sentido da vida
e do gosto de viver.
De experimentar as coisas boas
e de não fugir dos desafios que a vida nos apresenta.
Concede-nos o dom da resiliência,
para superarmos os nossos limites
e nunca esmorecer e desistir de viver.
Amém.

(Pe. Luizinho. Canção Nova.)

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Abertura à transcendência
“[...] precisamos qualificar os processos de ensino, buscando
o desenvolvimento integral da pessoa, de sua dignidade, e sua
abertura à transcendência”.

(Pastoral da Educação: Estudos para Diretrizes Nacionais, n.76)

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12 • Abertura à transcedência

História que inspira

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para
mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no
galinheiro com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia
fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu
em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o na-
turalista:
– Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
– De fato – disse o camponês. – É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é
mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de dois
metros de extensão.
– Não – retrucou o naturalista. – Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um co-
ração de águia. Esse coração a fará um dia voar às alturas.
– Não, não – insistiu o camponês. – Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto
e, desafiando-a, disse:
– Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,
então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao
redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O campo-
nês comentou:
– Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a
águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma
montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a
águia para o alto e ordenou-lhe:
– Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra
suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou.

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12 • Abertura à transcedência

Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus
olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico som das
águias e ergueu-se soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a
voar cada vez mais alto... até confundir-se com o azul do firmamento.

(Adaptada de: AGGREY, James. A águia e a galinha. In: BOFF, Leonardo. O despertar da águia:
o dia-bólico e o sim-bólico na construção da realidade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.)

A Bíblia ilumina

“Cidadãos atenienses! (...) percorrendo a vossa cidade e observando os


vossos monumentos sagrados, encontrei até um altar com a inscrição: ‘Ao
Deus desconhecido’. Ora bem, o que adorais sem conhecer, isso venho eu
anunciar-vos: O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe (...).”

(Atos dos Apóstolos 17, 22-24a)

I. Nesse texto, em pleno Areópago, Paulo faz uma tentativa de inculturação da


mensagem cristã com o pensamento grego.
II. A exemplo de Paulo, como protagonizar os valores cristãos no mundo
educacional?
III. Como voar alto e conectar-se com o Transcendente em meio aos desafios do
cotidiano da escola?

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12 • Abertura à transcedência

Educadores que fazem pensar

“Deus só tem sentido existencial se for resposta à busca radical do ser humano
por luz e por caminho a partir da experiência de escuridão e de errância. Ou, simples-
mente, pela experiência iluminadora de sentido que deriva da vida, da majestade do
universo, da inocência dos olhos da criança. Aquele Deus ex maquina pregado por
religiões ou anunciado por dogmas não preenche, necessariamente, essa busca hu-
mana, porque vem de fora para dentro e de cima para baixo. Mas há uma outra expe-
riência de Deus, a que nasce dessa ânsia do ser humano. Ao dizer ‘Deus’ (essa palavra
de reverência que, por respeito, sequer balbuciamos), apontamos para a direção de
onde nos poderá vir uma resposta. Então, esse nome ‘Deus’ está no lugar de mistério,
de inominável, de indecifrável, de fonte originária, geradora de todo ser. Neste Deus
o ser humano pode descansar, pois se sente conatural com ele.
Porque o ser humano é um projeto de absoluta abertura e, por isso, é um mistério
indecifrável. Por mais que o definamos, sempre sobra alguma coisa a ser definida e
respondida. Deus deve ser pensado nessa direção. Então, se Deus tem algum signi-
ficado, deve ser entendido assim, como o objeto secreto da busca humana, o nome
da reverência, do pulsar do nosso coração, aquele que se esconde atrás de todos os
caminhos, que nos conduz, finalmente, e nos sustenta.”

(BOFF, Leonardo. Tempo de Transcendência.


Rio de Janeiro: Ed. Sextante, 2000, p. 69 e ss.)

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12 • Abertura à transcedência

Lições do Papa Francisco

“Como crentes, sentimo-nos próximo também de todos aqueles que, não se


reconhecendo parte de qualquer tradição religiosa, buscam sinceramente a
verdade, a bondade e a beleza, que, para nós, têm a sua máxima expressão
e a sua fonte em Deus. Sentimo-los como preciosos aliados no compromisso
pela defesa da dignidade humana, na construção duma convivência
pacífica entre os povos e na guarda da criação. Um espaço peculiar é o dos
chamados novos Areópagos, como o «Átrio dos Gentios», onde «crentes e
não-crentes podem dialogar sobre os temas fundamentais da ética, da arte e
da ciência, e sobre a busca da transcendência». Também este é um caminho
de paz para o nosso mundo ferido.”

(Evangelii Gaudium, n. 257)

Oração

Antes de prosseguir no meu caminho e lançar o meu olhar para frente


Uma vez mais elevo, só, minhas mãos a Ti, na direção de quem eu fujo.
A Ti, das profundezas do meu coração, tenho dedicado altares festivos,
Para que em cada momento Tua voz me possa chamar.
Eu quero Te conhecer, ó Desconhecido!
Tu que me penetras a alma e qual turbilhão invades minha vida.
Tu, o Incompreensível, meu Semelhante.
Quero Te conhecer e a Ti servir.

(Friedrich Nietzsche, Gedichte, Zurich 1994)

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Este livro foi composto com as fontes
Montserrat Alternates, Georgia e Hind.
Impresso no papel Polén Soft.

Curitiba | Setembro | 2016

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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Pastoral da Educação

Paixão por educar:


reflexões para o educador católico

Apoio:

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