TEORIA MACROECONÔMICA
Ô II
ECO1217
Professores: Marcio Garcia e
Marcio Janot
1º S
Semestre
t d de 2010
Apresentação do curso
3
Referência básica – O.Blanchard, capítulo 6
A questão
tã chave
h d
da macroeconomia
i éé:
Oqque determina o nível do pproduto agregado
g g e
outras variáveis-chave, como inflação e desemprego?
1) Demanda Agregada
2) Produto Potencial
3) Determinantes de longo prazo da oferta agregada
Qual das três é a resposta correta?
4
Todas as três respostas estão corretas: cada uma para
um horizonte distinto.
No curto prazo
prazo, a demanda agregada determina os
movimentos do produto agregado.
No médio
N édi prazo, a ofertaf t agregada d predomina.
d i O
produto tende a oscilar em torno do produto potencial.
No longo prazo, predomina o produto potencial cujos
determinantes são o estoque de capital, a tecnologia e a
f
força d trabalho.
de t b lh
5
Nesta unidade, complementaremos o curso de Macro I, no
qual a ênfase era no curto p
q prazo,, ((IS-LM,, Oferta Agregada
g g
e Demanda Agregada) com o estudo dos determinantes do
produto no médio prazo.
Estes capítulos do Blanchard serão a referência:
Cap. 6: Mercado de Trabalho
Cap. 7: Modelo OA-DA - equilíbrio no mercado de
bens, no mercado financeiro e no mercado de
trabalho
Caps. 8 e 9: usam tal modelo para explicar diversas
questões de política macroeconômica, como a relação
entre o produto e inflação e o papel das políticas fiscais e
monetárias no curto e no médio prazo.
6
Capítulo 6
- Equilíbrio no mercado de trabalho
- Taxa natural de desemprego
p g
- Produto potencial
Quando usamos o modelo IS IS-LM
LM para determinar o
nível de produto, estamos pressupondo,
implicitamente,
p que as firmas p
q podem pproduzir o q
que
for demandado sem alterar o nível de preços.
No curto prazo isto é aceitável.
aceitável No médio prazo,
prazo
contudo, uma seqüencia de eventos altera o nível dos
preços
p ç ((inflação),
ç ) oqque afeta o p
produto agregado.
g g
7
A seqüência pode ser a seguinte:
- maior demanda requer aumento da produção,
produção a qual
requer um aumento no emprego;
- menor desemprego
d pressiona
i os salários
lá i para cima;
i
- maiores salários representam maiores custos de
produção, fazendo com que as firmas, ao tentarem
repassá-los, aumentem os preços dos produtos;
-preços maiores levam os trabalhadores a demandarem
maiores salários e assim por diante.
9
Conceitos básicos do mercado de trabalho:
PIA ≡ população em idade ativa (exclui as crianças e os
velhos; razão de dependência).
IBGE (jan/2010) = 41,2
41 2 milhões (6 maiores regiões
metropolitanas)
PEA (Labor Force) ≡ parte da PIA que está empregada ou à
procura de emprego;
PNAD (2008) = 99,5
99 5 milhões (Todo o Brasil)
PME (jan/2010) = 23,3 milhões (6 maiores regiões
metropolitanas)
p )
Taxa de participação ≡ PEA ≡ 56,55% (jan/2010)
PIA
Taxa de desemprego ≡ no. de desempregados
PEA 10
Dependency Ratio
{ Definition
A measure of the portion of a population which is
composed of dependents (people who are too
young
y g or too old to work).
) The dependency
p y ratio
is equal to the number of individuals aged below
15 or above 64 divided by the number of
individuals aged 15 to 64, expressed as a
percentage.
t A rising
i i dependency
d d ratio
ti is
i a
concern in many countries that are facing an
aging population, since it becomes difficult for
pension and social security systems to provide for
a significantly older, non-working population.
11
Assim:
T
Taxa de
d desemprego
d = PEA - E = 1 - __E___
E
PEA PEA
10 5,1
9 3,7
Desem prego (%)
B (%)
PIB
8 2,3
7 0,9
6 ‐0,5
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Taxa de Desemprego Crescimento PIB
OCUPADOS
52 590 955
52.590.955
885.254 2.944.089
994.755 2.955.292
1.014.663
p
2. Os salários dependem do estado do mercado de
trabalho. Quanto menor a taxa de desemprego,
maior o salário que o trabalhador pode obter, menor
o risco que corre de ficar desempregado e maior a
dificuldade de reposição do trabalhador.
16
Como explicar tais fatos?
{ Com sindicatos fortes, é compreensível, que os
processos de negociação coletiva possam explorar os
efeitos da união dos trabalhadores para aumentar o
poder de barganha.
{ Mas mesmo sendo a negociação
g ç coletiva uma exceçãoç e
não a regra, os trabalhadores sempre têm algum poder
de barganha.
17
Poder de Barganha
{ O poder de barganha do trabalhador depende de dois
fatores:
z Quão difícil (custoso) é para a firma repor alguém em seu
lugar;
g e
z Quão difícil (custoso) é para o trabalhador achar um novo
emprego.
Quão mais custoso for para firma substituir o trabalhador e
quão
ã maisi fá
fácilil ffor para o ttrabalhador
b lh d encontrar
t um novo
emprego, mais poder de barganha terá o trabalhador.
O custo de substituir o trabalhador depende da natureza do
t b lh (t
trabalho (trabalhadores
b lh d d
do M McDonald’s
D ld’ x b
bons economistas
i t
da PUC);
z O poder de barganha do trabalhador depende das
condições do mercado de trabalho trabalho. Quando este está mais
aquecido, mais difícil é para a empresa substituir o
trabalhador e mais fácil é para o trabalhador encontrar
outro emprego
emprego. Consequentemente
Consequentemente, maior será seu poder
de barganha.
18
SALÁRIO EFICIÊNCIA
19
SALÁRIO EFICIÊNCIA
20
Equação de determinação dos salários:
e
W = P .F(u,z) (6.1)
W = salário nominal,
e
P =nível
nível esperado de preços,
u = taxa de desemprego,
z = outros fatores (qualificação, seguro
desemprego,salário mínimo etc.)
21
DETERMINAÇÃO DE PREÇOS:
23
DETERMINAÇÃO
à DE PREÇOS
Pela relação de determinação de preços:
P = (1 + µ ) (6.5)
W
Logo,
Logo
W = __1__ (6.6)
P ((1 + µ)
W/P
__1__ A
(1+µ)
PS
WS
24
Dois tipos de fatores provocam a mudança de salários e
preços de equilíbrio no modelo
{ Fatores que deslocam o salário eficiência,
são os fatores q
que deslocam a variável z:
mudanças de regras que alterem o custo de
busca por emprego – seguro desemprego,
maior informação.
informação
25
RESULTADO MACROECONÔMICO: SALÁRIO REAL DE
EQUILÍBRIO, EMPREGO E DESEMPREGO
A PS
WS
26
Un U
{ Considere dois exemplos de como a relação de
determinação de salários (WS) e a relação de
d t
determinação
i ã de
d preços (PS) dependem
d d t t de
tanto d z
quanto de µ.
1
1. Aumento do seguro-desemprego
seguro desemprego (aumento em z, z
ou seja, nas variáveis que aumentam o poder de
barganha ou baixam o custo do desemprego para o
t b lh d )
trabalhador)
{ Aumenta o salário para um mesmo nível de preços
e desemprego
desemprego.
W/P
A A` PS
WS`
WS
Un Un’ U
27
2. Endurecimento da legislação anti-
truste:
z O poder de mercado diminui reduzindo o
mark up.
mark-up
W/P
_1_ A`
A PS`
1+μ’
A PS
_1_
1+μ
μ
WS
Un’ Un U
28
DO DESEMPREGO PARA O PRODUTO
{ Associada à taxa natural de desemprego está a taxa natural de
emprego, Nn:
u≡U=L–N=1–N
L L L
Rearranjando os termos,
N = L(1 – u) ⇒ Nn = L(1 – un)
30
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Entretanto, o salário correspondente a um
dado nível de emprego na curva de
fixação de salários é o resultado de um
processo de barganha entre trabalhadores
e firmas,
firmas ou produto da fixação unilateral
dos salários pelas firmas.
31
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Já a comparação entre a curva de determinação de
preços com a demanda por trabalho é estranha.
{ A curva é horizontal,
horizontal não respondendo ao aumento
do salário real com a diminuição do emprego.
{ A razão é a hipótese simplificadora de retornos
constantes
t t na produção.
d ã C
Com rendimentos
di t
decrescentes, a curva de fixação de preços seria
decrescente. À medida que o emprego cresce, o
custo marginal de produzir também cresce,
cresce forçando
as firmas a aumentarem seus preços dado o salário
nominal. Em outras palavras, o salário real
implicado pela fixação de preços seria decrescente
com o aumento do emprego.
32
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ A demanda por trabalho padrão gera o
nível
e de emprego
e p ego contratado
co t atado pelas
pe as firmas
as
para um dado salário real.
{ Essa relação
ç é feita supondo
p q
que as
firmas estão em mercados competitivos
de bens e de trabalho, e, portanto,
tomam o salário e o nível de preços como
dados: F’(L)=W/P
33
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ Já a curva de fixação de preços
pressupõe
p p q
que as firmas têm algum
g
poder de mercado (concorrência
monopolista ao invés de concorrência
perfeita).
perfeita)
{ Fatores como o grau de competição no
mercado de bens afeta a relação de
fixação de preços através de sua
influência sobre o mark-up.p
{ Tais fatores inexistem na derivação da
demanda de trabalho padrão.
34
Comparação do modelo de fixação de salários e
preços com o modelo competitivo (cont.)
{ No arcabouço padrão de oferta e
demanda p por trabalho,, os
desempregados estão nessa situação
porque querem. Ao salário real vigente,
eles poderiam estar trabalhando se
quisessem.
{ Já no arcabouço de fixação de salários-
determinação de preços, o desemprego
épprovavelmente involuntário. Esta
característica Keynesiana parece
adequar-se melhor à realidade.
35
Conclusão
{ Mostramos como o equilíbrio no mercado
de ttrabalho
aba o determina
dete a a taxa
ta a de
desemprego de equilíbrio que, por sua
vez, determina o nivel de produto de
equilíbrio.
{ Então, para que serviu o curso de Macro 1
e o estudo do modelo IS-LM, que
mostrava que o produto era determinado
por fatores como política monetária,
monetária
política fiscal, etc?
36
Conclusão (continuação)
{ A equação de equilíbrio no mercado de
ttrabalho
aba o supõe que P=Pe.
{ Isso não necessariamente será verdade
no curto p
prazo. Contudo,, é improvável
p
que as expectativas estejam
sistematicamente erradas no médio
prazo.
{ Portanto, devemos esperar um retorno do
produto para o seu nível
í natural ao longo
do tempo.
37
Objetivo: explorar os efeitos da correção dos
preços sobre o nível de atividade
38
MODELO OA – DA:
JUNTANDO TODOS OS MERCADOS
{ Diferença entre a determinação do produto e do
emprego no curto prazo e no médio prazo resulta
em possíveis
í inconsistências
ê entre as variáveis.
á
39
A OFERTA AGREGADA (OA)
{ A relação de oferta agregada captura o efeito do
nível de produto sobre o nível de preços. O
ponto de p
p partida de sua derivação
ç foi o equilíbrio
q no
mercado de trabalho.
{ Revendo a derivação da OA a partir da
determinação de salários e preços,
preços
W = Pe.F(u,z)
P = (1 + µ )W
41
A OFERTA AGREGADA (OA)
Observe-se na equação acima que:
1) Pe ↑ ⇒ P↑ na mesma proporção.
Como funciona? Se as firmas e
trabalhadores (wage setters) esperam
preços maiores, o resultado é aumento de
salários nominais pretendidos. Este
reajuste por sua vez,
reajuste, vez leva a um aumento
de preços:
Pe ↑ ⇒ W ↑ ⇒ P↑
42
A OFERTA AGREGADA (OA)
2) Um aumento no produto requer um aumento no
nível de preços:
Y ↑⇒P↑
Como funciona?
Y ↑⇒N↑⇒u↓⇒W ↑⇒P↑
P
OA
Pe A
Yn Y
43
CARACTERÍSTICAS DA OA
{ É monotonicamente crescente (para um dado preço
esperado, um aumento de produto leva a um aumento
do nível de preços), ou seja, ∂P/ ∂ Y > 0.
44
CARACTERÍSTICAS DA OA
{ Tais características implicam que:
OA
P
Pe
Yn Y Y
Pe` OA
Pe
Yn Y 45
DEMANDA AGREGADA (DA)
{ A demanda agregada captura o efeito do nível de preços
no produto. É derivada, como foi visto em Macro I, a partir
do equilíbrio no mercado de bens e nos mercados
fi
financeiros:
i
z Mercado de Bens: IS → Y = C(Y – T) + I(Y,i) + G
Y`
Y Y
A`
P
P` A
P DA
Y` Y Y 46
Lembrar:
{ Movimentos ao longo da curva de
demanda agregada refletem
refletem, assim,
assim
os efeitos contracionistas de
aumentos do nível geral de preços.
preços
A queda da liquidez real, ou seja
excesso de
d demanda
d d por moeda d
que contrai a LM, aumentando a
taxa de
d juros requeridad para
equilibrar, a cada nível de produto,
o mercado financeiro.
47
Fatores de deslocamento da curva de
DEMANDA AGREGADA (DA)
{ Exemplo: aumento do índice de confiança do
consumidor,, ou do investimento autônomo,, resultam
no deslocamento da curva IS para direita
LM`
i
i` A`
A
i IS’
IS
Y`
Y Y
A`
P A
DA
Y Y´ Y 48
Outro exemplo de deslocamento da DA
Uma operação contracionista de open-market.
LM`
i
i` A` LM
A
i
IS
Y`
Y Y
A`
P A
DA
Y Y´ Y 49
DEMANDA AGREGADA (DA)
Y = Y(( M, G, T))
P
com
∂Y / ∂(M/P) > 0,
0
∂Y/∂G > 0,
∂Y/∂T < 0.
50
PRODUTO DE EQUILÍBRIO NO CURTO PRAZO
{ Examinemos agora o efeito conjunto de oferta e
demanda agregada: A CURTO PRAZO, DADO Pe.
OA : P = Pe.(1 + µ ).F(1 –Y/L,
/ z))
DA : Y = Y(M/P,
Y(M/P G,G T)
{ Produto e o Nível de Preços de equilíbrio (ponto A):
mercados de bens, financeiro e trabalho em
equilíbrio.
í
P
OA
A
P DA
Pe B
Yn Y 51
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ No curto prazo, o produto pode diferir do produto
natural: Pe≠P.
≠P Nesse caso,
caso o salário real que estava por
trás dos contratos celebrados com salários nominais
pode não se realizar.
{ Mas o qque ocorre ao longo
g do tempo,
p , do curto para
p o
médio prazo?
{ Vamos supor que o produto esteja maior que o seu
nível natural e que as demais variáveis exógenas
permaneçam constantes.
t t
{ Para estudar a dinâmica de Y e P, precisamos analisar
como as expectativas se comportam. Pe pode variar ao
longo do tempo.
tempo Se o nível de preços do período
anterior não correspondeu à expectativa, este erro deve
ser levado em consideração ao se formular as
p
expectativas p
para o p
período corrente.
52
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Vamos pressupor que Pe = Pt-1. Logo, teremos:
{ Oferta Agregada
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z)
L
{ Demanda Agregada
Yt = Y(M
Y(M, G,
G T)
Pt
53
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Supondo Y>Yn no período t. Sob nossa
hipótese
pótese sobre
sob e os preços,
p eços, Pet=Pt-1.
t-1 Então,
tão, no
o
ponto B, temos (Yn, Pt-1), e no ponto A, (Yt,
Pt).
{ No período t+1, a curva OA deve se
deslocar para cima, pois teremos o novo
nível Pet+1= Pt. A curva se desloca para
cima e atingimos os pontos B´ (Yn, Pet+1 =
Pt),
) e A (Yt+1, Pt+1).
)
54
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Observe que a demanda agregada não se desloca,
apenas há um deslocamento ao longo desta curva.
Como Pt+1 é maior que Pt e Yt+1 é menor que Yt, A
A´
está mais próximo do produto natural.
P OA’
P OA
A’
Pt+1
Pt A B’
B
Pet+1 A
Pe
t B DA B DA
Yn Y Yn Y
55
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Mas o que ocorre entre t e t+1?
{ Como em t o produto está acima do nível natural, o
nível de preços está acima do esperado
esperado. No ano t+1,
t+1 o
preço esperado é maior, o que eleva o preço em t+1.
Um preço maior reduz o estoque de moeda real o que
aumenta o nível de juros e reduz a demanda por bens
em t+1.
{ Em t+2, ainda temos Y>Yn, assim, Pet+2=Pt+1. A OA se
desloca
des oca para
pa a cima
c a novamente,
o a e te, repetindo
epet do o mesmo
es o
processo descrito anteriormente.
{ Enquanto o produto corrente for maior que o natural, o
nível de p
preços
ç continua crescendo e o pproduto
continua decrescendo até que Y alcance Yn, e não haja
mais pressão sobre os preços.
56
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
57
Modelo OA – DA
Dinâmica do Produto e do Preço
{ Conclusão:
58
Características do ajuste via OA
59
Até aqui vimos o arcabouço OA-DA que nos mostrou a dinâmica
diferenciada da economia no curto prazo e no médio prazo.
{ No curto prazo, o produto pode tanto estar acima quanto abaixo
de seu nível natural. Mudanças
ç em qqualquer
q das variáveis qque
entram na relação de oferta ou na relação de demanda
agregada levam a mudanças no produto e no nível de preços.
60
Vamos agora usar o modelo para investigar os
efeitos dinâmicos de mudanças causadas pelas
políticas macroeconômicas.
{ V
Veremos t ê políticas:
três líti
{ O
Operação
ã de
d Mercado
M d Aberto
Ab t
{ R d ã no déficit
Redução défi it fiscal
fi l
61
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA
{ Quais os efeitos no curto prazo e no médio prazo de um aumento no estoque nominal de
moeda de M para M’?
O AJUSTE DINÂMICO
Para um dado nível de preços Pt, o aumento em M eleva M/ Pt, levando a um aumento no
produto (Y). No curto prazo, a economia vai para o ponto A`, com produto e nível de preços
maiores.
e
No médio prazo, temos o efeito do produto sobre o nível esperado de preços. Vendo que P ↑,
os trabalhadores pedem W↑. Isto deflagra novos aumentos de P. Conquanto Y > Yn, este
processo continua. O equilíbrio no médio prazo é em A’’, com Y = Yn e Pt+j > Pto.
AS
AS’’
P A’’
AS’
A’
Pto •A
AD’ (M’
( > M))
AD
62
Yn Yt Y
EFEITOS DE UMA EXPANSÃO MONETÁRIA
A’
AD
Yn Yt Y
i LM
A e A’’ LM’
i
LM’’
A’
it
B
Yn Yt Y
63
NEUTRALIDADE DA MOEDA
{ Em suma,
suma vimos que:
No curto prazo, uma expansão monetária leva a um aumento no produto, e a
um aumento no nível de preços. A repartição entre o efeito sobre preços e o
efeito sobre o produto dependerá da inclinação da curva AS (OA).
(OA) Quando se
estudou inicialmente o IS-LM, presumiu-se que os preços fossem fixos, isto é,
uma OA horizontal. Isto é uma simplificação, mas a evidência empírica indica
que o efeito inicial de ΔY em P é pequeno.
pequeno
{ À medida que o tempo passa, os preços aumentam e os efeitos da expansão
monetária sobre o produto e a taxa de juros desaparecem. No médio prazo, o
efeito da expansão monetária se reflete só em aumento dos preços.
preços Não há
qualquer efeito sobre o produto ou sobre a taxa de juros.
{ A ausência de efeitos de médio prazo sobre o produto ou juros de uma
variação de M é conhecida como a Neutralidade da moeda no médio prazo.
prazo
Portanto, para fins de política econômica, pode-se usar a política monetária
no curto prazo para, por exemplo, incentivar a economia. Não obstante, é
inócuo tentar manter a economia permanentemente super aquecida (Y > Yn)
via aumentos em M.
64
QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE ΔM?
65
Expansão Monetária no Modelo Taylor
66
QUÃO DURADOUROS SÃO OS EFEITOS DE ΔM?
67
Efeitos de uma expansão monetária de 1%
sobre
b o produto
d t (%)
Ti
Trimestres
t 0 2 4 6 12 16
Mudança Antecipada
1.3 1.9 1.8 1.3 0.7 -0.6
na moeda
Mudança não
antecipada na 2.0 2.3 2.2 2.0 0.5 -0.4
moeda
68
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL
{ Vimos o que ocorre com a Política Monetária (LM).( ) Vejamos agora o
efeito de uma contração na política fiscal (IS):
OA
P A
OA’
A’
A’’
DA
Yn Y
i
LM
LM’
A
i LM’’
B
it
A’ IS
IS’
69
Yt Yn Y
REDUÇÃO NO DÉFICIT FISCAL
z No médio prazo,
prazo Y volta a Yn,
Yn e i cai
permanentemente. Desse modo, I aumenta
inequivocamente. Se considerássemos os efeitos
d longo
de l prazo,
G ↓ ⇒ I↑ e Y↑
70
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Em 1973 o preço do petróleo subiu drasticamente. A formação da
OPEC fez com que a oferta de petróleo fosse reduzida aumentando
seu preço. Este preço quase triplicou entre 1970 e 1982 em relação
ao PPI. Mas, como se espera de um jogo de coalizão, as quotas de
pprodução
ç foram sendo abandonadas e a oferta de ppetróleo foi
crescendo causando uma redução no preço.
{ Observe que o petróleo não entra nem na oferta nem na demanda
agregada,
d já que pressupomos que o único
ú i fator
f t de
d produção
d ã éo
trabalho. Poderíamos incluir diretamente a energia como fator de
produção. Mas vale a pena manter o nosso modelo e considerar que
o choque do petróleo correspondeu a um aumento no mark-up, µ.
71
US$/barril
0,000
100,000
120,000
140,000
160,000
20,000
40,000
60,000
80,000
jan‐70
jan‐71
jan‐72
jan‐73
jan‐74
jan‐75
jan‐76
jan‐77
jan‐78
Spot Oil Price
Preços de Petróleo
jan‐87
jan‐88
jan‐89
jan‐90
jan‐91
jan‐92
jan‐93
jan‐94
jan‐95
Deflacionado
jan‐96
jan‐97
Petróleo Brent (US$/barril) ‐ Fim de Período
jan‐98
jan‐99
jan‐00
jan‐01
jan‐02
jan‐03
jan‐04
jan‐05
jan‐06
jan‐07
jan‐08
jan‐09
72
jan‐10
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Do capítulo 6, tínhamos que o mercado de trabalho era dado pelo
gráfico abaixo. Um aumento no mark-up faz com que a curva de
salário real (determinação de preços) se desloque para baixo o que
aumenta a taxa de desemprego natural de equilíbrio.
W
P
A
PS
A´
A
PS’
WS
un un´
73
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ O aumento da taxa de desemprego natural leva a uma queda do
produto natural, ou seja, o aumento do preço do petróleo leva a uma
queda do produto natural.
natural
{ Vamos então supor que inicialmente a economia está num ponto
como A tal que temos (Yn, Pt=Pt-1).
{ Um aumento no preço do petróleo leva a uma queda em Yn para
Yn´.
{ Pela oferta agregada, um aumento no markmark-up
up aumenta Pt para um
dado nível de Yt, ou seja, a oferta se desloca para cima, no curto
prazo.
Pt = Pt-1 (1 + µ) F(1 – Yt, z)
L
74
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Após o aumento no preço do petróleo, a nova curva de oferta
passa pelo ponto B onde temos (Yn´, Pt-1). Assim, a nova oferta
é dada
d d por OA`
OA`.
{ No curto prazo a economia se desloca para A´. O aumento do
preço do petróleo aumenta os preços que as firmas cobram em
seus produtos, o que reduz a demanda e o produto.
{ Observe que a demanda não se desloca neste modelo. Vários
efeitos
f it poderiam
d i induzir
i d i um ddeslocamento
l t dda ddemanda,
d mas
vamos considerar que esses efeitos se cancelam.
{ Vale ressaltar que num choque de demanda negativo,
negativo
tínhamos como resultado um produto menor e um nível de
preços menor. Num choque de oferta, o produto é menor e o
preço é maior.
maior
75
Mudanças nos Preços do Petróleo
{ Ao longo do tempo, no ponto A´ a economia ainda está acima de
Yn´, então os preços aumentam até que a economia alcance o
novo equilíbrio em A´´.
OA´´
OA`
OA
A´´
A´
A
B A
Pt-1
DA
Yn´ Yn
76
Resumo
CURTO PPRAZO
CURTO RAZO MÉDIO PPRAZO
RAZO
PRODUTO JUROS PREÇOS PRODUTO JUROS PREÇOS
EXPANSÃO MONETÁRIA AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO SEM MUDANÇA SEM MUDANÇA AUMENTO
REDUÇÃO DDOO DDÉFIÉFICIT FFIISCAL REDUÇÃO REDUÇÃO REDUÇÃO SEM
REDUÇÃO SEMMUDANÇA
MUDANÇA REDUÇÃO REDUÇÃO
CHOQUEDODO PPREÇO
CHOQUE PETRÓLEO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO REDUÇÃO AUMENTO AUMENTO
REÇO DODO PETRÓLEO
77
Choques e Mecanismos de Propagação
{ As flutuações do produto (às vezes
chamadas de ciclos econômicos) são
variações do produto em torno de sua
tendência.
{ A economia é constantemente afetada por
choques
h na oferta
f t agregada,
d na demanda
d d
agregada ou em ambas.
{ Cada choque tem efeitos dinâmicos sobre o
produto e seus componentes. Esses efeitos
são chamados de mecanismo de
propagação do choque.
78
Uma descrição do ciclo econômico neste
modelo
{ Expansão: suponhamos um choque de
demanda (expansão temporária de M, por
exemplo)
l ) – deslocamentos
d l d
de preços e
quantidades ao longo da curva de oferta,
aumento temporário de emprego, com
preços esperados constantes.
{ Propagação expansionista se esgota
quando
d os preços convergem d de volta
l para
o valor esperado (ancorado, por exemplo,
em uma tradição de estabilidade de
preços). Choques com média zero gerariam
oscilações em torno da taxa natural.
79
{ Tentativa de Recuperação do emprego via
política
po t ca monetária
o etá a expansionista.
e pa s o sta
{ Com preços esperados constantes, pode-
se explicar
p uma oscilação
ç da economia
em torno da taxa natural de desemprego.
Com preços esperados influenciados
pelos erros, pode-se gerar espiral de
salários e preços.
80
Com correção das expectativas
{ Como podem ser corrigidas?
{ Com mecanismos de correção a partir dos
erros passados (adaptativas).
{ Ap partir de p
projeções
j ç q
quanto aos efeitos
finais esperados das mudanças no
ambiente. Novas trajetórias de equilíbrio
podem
d resultar
l d
de expectativas que são
ã
formadas olhando-se para o futuro
( forward-looking )
(“forward-looking”)
81
Correções de expectativas
{ Correções de expectativas poderiam ocorrer,
por exemplo,
p p , como resultado da tentativa de
sustentação da expansão monetária, o que
converteria um choque temporário de
demanda em permanente.
permanente A curva de oferta
move-se para a esquerda, via correção de
expectativas,
p , a taxa natural a médio prazo
p
permanece constante (neutralidade da
moeda) e o nível de preços subiria de forma
permanente Salários e preços subiriam
permanente.
provocados pela tentativa de usar o estímulo
monetário ppara alterar a taxa natural de
desemprego.
82
Exemplos de choques
{ Efeitos de uma redução permanente do
déficit – deslocamento temporário
p recessivo
do produto, pela queda da demanda;
propagação expansionista da oferta global
por queda dos preços,
preços que permitem
aumento da oferta do emprego por
aumento dos salários reais.
{ Choques de oferta positivos – melhorias na
produtividade (modelar via quedas do
mark-up)
83
Tema: Curva de Phillips
Referência básica
(Capítulo 8 – O . Blanchard)
Curva de Phillips
85
Curva de Phillips
A relação empírica deu a impressão de que os países podiam
escolher entre inflação e desemprego, ou seja, determinar sua
posição
i ã na curva. A CCurva dde Philli
Phillips seria
i um menu explorável
l á l
de alternativas para a política macroeconômica.
Em 1968, Milton Friedman e Edmond Phelps – crítica aos
fundamentos – “irracionalidade dos contratos nominais”,
dependência dos erros permanentes.
permanentes
86
Curva de Phillips
Depois dos choques do início dos anos 70, entretanto, a
“estagflação” pôs em cheque esta possibilidade de tradeoff, e reviveu
as críticas de Friedman e Phelps.
Phelps
Nova relação surge: o que pode ser escolhido é entre a taxa de
desemprego e a variação
ariação na taxa
ta a de inflação.
inflação Hoje em dia
dia, não se
acredita que um desemprego elevado leve a uma inflação baixa, mas
a uma redução na inflação.
Estudaremos a relação entre a Oferta Agregada e a Curva de Phillips
e de que forma as mutações na Curva de Phillips foram
compatibilizadas com o processo pelo qual pessoas e firmas formam
expectativas.
p
87
Da curva de Oferta à Curva de Phillips
Fazendo a álgebra, seja F(ut,z)= 1-αut+z então,
Pt=P
Pte(1+μ)(1 αut+z) =>> Pt /Pt-1
(1+μ)(1-αu t 1 = Pt /Pt-1
e
t 1 (1+μ)(1 αut+z)
(1+μ)(1-αu
Como Pt /Pt-1 = 1+ (Pt - Pt-1 )/Pt-1 =1+ πt , temos que
1 πt =(1+
1+ (1 πte )(1+μ)(1-αu (1 πt)/[(1+
)(1 )(1 t+z)) => (1+ )/[(1 πte )(1+μ)]=
)(1 )] 11-αut+z
Se πt, πte,μ não forem muito elevados, uma boa aproximação será
1+πt-πte-μ=1- αut +z => πt= πte + (μ+z)- αut (8.1)
Intuição:
ç Inflação
ç depende
p positivamente da inflação
p ç esperada
p e
negativamente do desemprego.
Dada a inflação
ç esperada,
p , qquanto maior o markupp escolhido ppelas firmas,, μ,
ou maior o valor de z, maior a inflação.
88
A Curva de Phillips Reconstruída
89
Substituindo na eq.(8.1), obtém-se:
πt=(μ+z) -αut
Que é exatamente a relação que Phillips,
Phillips Samuelson e Solow encontraram
para o Reino Unido e para os EUA com os dados até a década de 50.
Intuição: Dados os preços esperados,
esperados os quais são tomados pelos
trabalhadores como iguais aos preços do ano passado, um baixo
desemprego leva a salários mais altos. Salários mais altos levam a preços
mais altos quando comparados aos preços do ano passado, isto é , elevam
a inflação.
E mecanismo
Este i é a espiral
i l de
d preços e salários.
lá i
90
Evolução da Curva de Phillips
modelando os fatos empíricos e a evolução da conjuntura
Década de 60 – a queda do desemprego provoca aumento de inflação.
Década de 70 – a relação
ç éqquebrada. Por q
quê?
A economia americana foi atingida duas vezes pelo aumento no
preço do petróleo. Ou seja, μ aumenta, o que implica P mais alto para
um dado nível de desemprego. Mas a razão principal não foi esta.
Os agentes responsáveis pela determinação dos salários (wage-
setters) empresários e trabalhadores—alteraram
setters)—empresários trabalhadores alteraram o processo de
formação de expectativas. Após 1960, a inflação fica
constantemente positiva e mais persistente, sugerindo que o
anterior
t i processo de d fformação
ã d de expectativas
t ti pudesse
d tter fi
ficado
d
obsoleto. A persistência da inflação promoveu uma mudança na
formação de expectativas.
Vejamos os gráficos das curvas de Phillips para diferentes períodos.
91
Inflação e Desemprego – 1949 - 1969
92
Inflação e Desemprego – 1970 - 1998
93
Curva de Phillips Aceleracionista
Suponha que as expectativas sejam formadas da seguinte forma:
πte=θπt-1
Quanto maior θ, maior efeito de πt-1 sobre πte.
No p
período estudado p por Samuelson e Solow,, tínhamos πte=0,, com θ bem
próximo de zero.
Com o aumento e a persistência da inflação, θ foi crescendo. Nos anos 70, a
evidência era de que θ=1.
Implicações do crescimento de θ: θ Substituindo
S bstit indo πte=θπ
θ t-1 na eq
equação
ação 8
8.1;
1
πt=θπt-1 + (μ+z) -αut
Com θ=0, obtemos a curva de Phillips original
Quando θ>0,
θ>0 a inflação não depende só de ut
Quando θ=1, a relação se torna:
πt - πt-1= (μ+z) -αut (8.4)
seja com θ=1,
Ou seja, θ=1 a taxa de desemprego afeta diretamente não a taxa de
inflação, mas, sim, a variação (1ª diferença) da taxa de inflação.
Desemprego elevado leva à inflação decrescente, não necessariamente
baixa, e desemprego baixo leva à inflação crescente, não
necessariamente
i t alta.
lt
94
Curva de Phillips Aceleracionista
(8 4) é conhecida como:
(8.4)
Curva de Phillips modificada, ou curva de Phillips com expectativas ou Curva
de Phillips Aceleracionista.
Aceleracionista
Vamos nos referir a (8.4) como a Curva de Phillips e a (8.2) como Curva de
Phillips original.
Em suma,
C
Curva de
d Phillips
Philli original: b πt caii
i i l ut sobe,
Curva de Phillips (modificada): ut sobe, (πt- πt-1) cai.
¾ Isso nos mostra o que ocorreu nos anos 70. Conforme θ aumentou de
tamanho, a relação entre inflação e desemprego desapareceu. A relação
relevante passou a ser entre o desemprego e a variação da inflação.
inflação
95
Variação na Inflação e Desemprego – 1970 - 1998
96
Curva de Phillips e Taxa Natural de Desemprego
Pela Curva de Phillips original,
original não existe uma taxa natural de desemprego.
desemprego
Qualquer desemprego poderia ser atingido se o país estivesse disposto a
assumir a inflação necessária, e poder-se-ia manter desemprego baixo
permanentemente.
A taxa natural de desemprego é definida como a taxa à qual Pt=Pte ou πt= πte.
U d isso
Usando i em (8) (8), ttem-se:
0=(μ+z) -αun , ou un =(μ+z)/α (8.6)
Se μ aumenta, un aumenta e se z aumenta, un aumenta.
Agora,
g , de ((8.6)) [(μ+z)/α=u
[(μ ) n] e substituindo em ((8.1),
), temos:
πt- πte = -α(ut-un) (8.7)
πt- πt-1= -α(u
( t-un) (8
(8.8)
8)
97
Curva de Phillips e Taxa natural de Desemprego
πt- πt-1= -α(ut-un) (8.8)
98
Como calcular a NAIRU?
99
Observações
A relação entre desemprego e inflação varia entre países e ao
longo do tempo.
tempo
Por que as taxas naturais de desemprego variam entre países?
Dado a equação (8.6) un =(μ+z)/α, temos que a taxa natural de
desemprego depende das variáveis μ,zμ z e α que diferem entre
países.
Como un não é observado diretamente, mas, por hipótese, a
economia flutua em torno dela
dela, podemos estimar a taxa de
desemprego natural como uma taxa média de desemprego ao
longo de uma década.
Ex: Japão (2%) x EUA (6(6,1%)
1%) – dados a partir de 1960
1960.
No entanto, em 2000, o Japão teve uma taxa de desemprego de
4,7% contra 4% dos EUA. Isso deveu-se a uma recessão no
Japão com ut>un e vice versa nos EUA
EUA.
Qual o motivo para a taxa natural ser menor no Japão?
Basicamente, menores fluxos de desligamentos e contratações.
100
Variações da Nairu ao longo do tempo
{ Até agora consideramos (μ + z) como uma constante. O que
não é verdade na realidade, pois o poder de monopólio das
empresas, a estrutura
t t das
d negociações
i õ salariais
l i i e o sistema
i t
de seguro-desemprego tendem a mudar com o tempo,
alterando a taxa natural de desemprego (un).
101
Variações da Nairu ao longo do tempo
{ As variações
A i õ d de un são
ã difí
difíceis
i dde medir.
di P Por quê?
ê?
{ Porque un não é observado, apenas ut. No entanto,
podemos observar tendências a partir da
comparação da taxa média de desemprego ao longo
das décadas.
{ Ex: Nos EUA, a taxa de desemprego médio caiu na
década de 90 e em 2000 era de 4% quase sem
aumento da inflação
inflação. No entanto
entanto, em 2001 a taxa de
desemprego subiu e a previsão para 2002 era que
subiria ainda mais, ultrapassando 6%. Podemos
concluir
l i que a ttaxa natural
t l caiu i eddepois
i subiu?
bi ?
R: Não. Pois a economia americana entrou em
recessão em 2001/2
2001/2.
102
Como distinguir entre uma taxa de
desemprego alta de uma taxa natural alta?
R: Examinando a variação da inflação dada pela
q ç πt - πtt-11 = -α(u
equação ( t-un) ((8.8).
)
Se a inflação está em queda é sinal que o desemprego
real está acima do nível natural. Já se a inflação está
estável e o desemprego real está alto, isso indica
que a taxa natural está elevada.
Ex: União Européia – A curva de Phillips entre a
variação da inflação e a taxa de desemprego aponta
um aumento contínuo da taxa natural de
desemprego desde 1960.
103
Processo inflacionário e a Curva de Phillips
A regra de formação de expectativas pode mudar e também podem
ocorrer mudanças institucionais.
Essas mudanças
ç implicam
p aumento da resposta
p da inflação
ç ao
desemprego. Vamos ver isso remodelando nossa economia
supondo agora que haja 2 tipos de contratos de trabalho: Uma
proporção λ desses contratos tem salário nominal indexado (salário
nominal variam de acordo com o preço realizado no período) e uma
proporção 1- λ de salários não indexados (salários são baseados
nas expectativas de inflação).
104
Indexação dos salários
105
Tema: Efeitos
T Ef it dad P
Política
líti Monetária
M tá i sobre
b
Produto, Desemprego e Inflação
Referência básica
(Capítulo 9 – O . Blanchard)
Efeitos da Política Monetária sobre Produto,
Desemprego e Inflação
Motivação: Em outubro de 79, a inflação nos EUA andava perto de
14% ao ano,, qquando o FED decidiu reduzir o crescimento da
moeda para derrubar a inflação. Após 5 anos e também depois de
uma grande recessão, a inflação estava de volta a 4% a.a.
- Como ele conseguiu reduzir a inflação?
- Por que houve uma recessão?
Ou seja, queremos estudar os efeitos do crescimento monetário
na inflação e no nível de atividade.
atividade Esta é uma área de muita
pesquisa recente, tanto em teoria quanto em econometria.
107
Produto, Desemprego e Inflação
São três os blocos componentes do nosso arcabouço
teórico que nos permite pensar sobre as inter-relações
entre produto, desemprego e inflação, a saber:
Demanda Agregada: relaciona a taxa de crescimento
nominal da moeda ao crescimento do produto;
Lei de Okun: relaciona o crescimento do produto à
variação no desemprego;
Curva de Phillips: relaciona a taxa de desemprego à
variação
i ã na iinflação.
fl ã
108
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego
109
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego
Seja gyt a taxa de crescimento do produto. Então, até agora temos que:
ut - ut-1 = -gyt (9.1)
Ou seja, se o produto cresce a 4%, por exemplo, o desemprego deve
cair
i 4%!
Na verdade, isso é uma aproximação, pois:
u =U/L = 1-N/L,
Com L=constante, Δu = ΔU/L = - ΔN/L = - (ΔN/N)(N/L)
Assim, se N/L = 0.95, então ΔN/N = 1% causa Δu = -0.95%.
O resultado acima só seria exato se N/L=1.
¾V. sabe a diferença entre um porcento e um ponto percentual?
110
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego
111
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações
a ações noo desemprego
dese p ego
1.2- Suponha também que a produtividade do trabalho (o produto por
trabalhador) esteja crescendo a 1.3% ao ano. Se o emprego crescer
a 1.7% e a produtividade crescer a 1.3%, o produto crescerá a 1.3%
+ 1.7% = 3%.
Em outras palavras, para manter u constante, gy tem que igualar a
3%. Nos EUA, a soma do crescimento da produtividade do trabalho
com o crescimento da PEA tem sido,, em média,, igual
g a 3% desde
1960. Esta é a razão pela qual o número 3% aparece na lei de
OKUN. Denominaremos de taxa de crescimento normal do produto
aquela necessária para manter uma taxa de desemprego constante.
constante
112
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego
2- A segunda diferença entre a equações (9.2) e (9.1) está no
coeficiente que relaciona a diferença entre o crescimento do produto e
a taxa normal de crescimento com a variação do desemprego.
desemprego Em
(9.2) este coeficiente é de –0.4% em (9.2), em contraste com –1 em
(9.1).
Isto ocorre por 2 razões:
2.1- As firmas ajustam o emprego em menos do que um para um em
resposta a desvios na taxa de crescimento do produto. Por exemplo,
se gy está 1% acima do normal por um ano, a taxa de emprego
aumenta só em 0.6%. Isto ocorre p porque
q algumas
g funções não
dependem do nível de produção (depto. de contabilidade, por
exemplo). Outra razão é que firmas preferem horas-extras, para evitar
custos de treinamento (labor hoarding).
113
Lei de Okun: Crescimento do produto e
variações no desemprego
2.2- Um aumento na taxa de emprego não leva a um
decréscimo de um para um na taxa de desemprego. Mais
especificamente,
ifi t um aumento
t de
d 0.6%
0 6% na taxa
t d emprego leva
de l a
uma queda de somente 0.4% na taxa de desemprego.
A razão é um aumento na taxa de participação.
participação Quando o
emprego aumenta nem todas as vagas são preenchidas pelos
desempregados. Alguns vêm diretamente de fora da PEA. Outro
efeito é que à medida que o mercado de trabalho se aquece, aquece
trabalhadores que não estavam mais procurando emprego (portanto
fora da PEA) passam a fazê-lo, e passam a ser classificados como
d
desempregados.
d P ambos
Por b os motivos,
ti o desemprego
d caii menos do
d
que o aumento do produto. Nem todos os novos postos de trabalho
são ocupados pelos desempregados que já estavam no mercado.
114
Algebricamente, a Lei de Okun é:
ut – ut-1 β(gyt –g
t 1 = -β(g gcy) (9.3)
1960-1980 1981-2003
País β β
EUA 0,39 0,39
Reino Unido 0,15
, 0,54
,
Alemanha 0,20 0,32
Japão 0,02 0,12
115
Lei de Okun:
Lei de Okun: Crescimento do produto e
ç
variações no desemprego
p g
ut - ut- 1 = - β( g yt - g y )
117
A Curva de Phillips: Desemprego e Mudança na Inflação
ut < un ⇒ π t > π t −1
−1
ut > un ⇒ π t < π t − 1
118
A Relação de Demanda Agregada: Crescimento
Monetário, Inflação e Crescimento do Produto
Sabemos que: Y = Y(M/P, G , T) , com ∂Y/ ∂(M/P) >0, ∂Y/ ∂G>0 e
∂Y/∂T<0
119
Temos agora que transformar a equação (9.6) em uma
equação na qual apareça taxa de crescimento:
ln(Y
( t) = ln(γ)
(γ) + ln(M
( t) – ln(P
( t)
dln(Yt)/dt = d ln(γ)/dt + d ln(Mt)/dt - d ln(Pt)/dt
(dYt/dt)/Yt = (dMt/dt)/Mt – (dPt/dt)/Pt
gyt = gmt - πt
A taxa de crescimento do p
produto é igual
g à taxa de crescimento
nominal da moeda menos a taxa de inflação. Dado o crescimento
da moeda, a alta inflação leva a uma queda no estoque de
moeda real e a uma queda no produto. Onde:
g mt > π t ⇒ g yt > 0
g mt < π t ⇒ g yt < 0
120
O Médio Prazo
{ Lei de Okun
ut – ut-1 = -β (gyt – gcy)
{ Curva
C de Phillips
πt - πt-1 = - α (ut – un)
{ Demanda
D d A Agregada d
gyt = gmt - πt
121
O Médio Prazo
122
O Médio Prazo
{ Mas o que ocorre depois disso?
O desemprego continua a aumentar?
O que acontece com a inflação?
O modo de responder a essas indagações é trabalhar com as
variáveis ao longo do tempo. Começaremos no médio prazo, que
é o nosso ponto final depois de toda a dinâmica, e depois, então,
voltaremos
o ta e os à ddinâmica
â ca eentre
t e o cu
curto
to e o médio
éd o p
prazo.
a o
123
O Médio Prazo
{ No médio prazo, u tem que estar estabilizada, pois não podemos
ter desemprego crescendo ou caindo para sempre. Fazendo ut =
ut-1, na lei de Okun obtemos:
gyt = gcy,
ou seja, no médio prazo, o produto crescerá à sua taxa normal
de crescimento, gcy.
No médio prazo,
prazo a inflação é igual à expansão monetária
nominal ajustada (pelo crescimento do produto).
124
O Médio Prazo
Um modo de interpretar este resultado é a seguinte:
125
Resumindo os resultados em um gráfico...
126
{ No capítulo 7 vimos que alterações em M eram neutras no médio
prazo. Agora, vemos que mudanças em (dM/dt)/M também são
ne tras isto é,
neutras, é não têm efeitos sobre Y ou
o em u no médio prazo,
pra o
mas somente sobre π.
{ Portanto o único determinante de π no médio prazo é o
Portanto,
crescimento da moeda. Este resultado é uma forma de justificar
a frase famosa de Milton Friedman,, na década de 60,, qque se
tornou na época um símbolo do chamado “monetarismo”
127
Desinflação: quais as implicações do modelo estudado?
Primeiro passo
Suponha que a economia está no seu equilíbrio de médio prazo
u=un e g=gy ,
mas π é considerada alta e queremos reduzí-la, como fazê-lo?
Aprendemos com o modelo que se deve reduzir gm.
Mas,, se gm cair,, fará,, inicialmente gy cair e u subir.
Pela equação de Demanda: ↓ g m ⇒ ( g m − π )↓ ⇒ g y ↓
Efeitos de
E pela Lei de Okun: ↓ g y ⇒ u ↑ Curto Prazo
E pela Curva de Phillips: ↑ u ⇒ π ↓
Qual seria, então, a forma ótima de deflacionar (rápida ou lentamente)?
128
Desinflação
Quanto desemprego e por quanto tempo?
Comecemos com a Curva de Phillips:
p
πt - πt-1 = - α(ut-un)
Para π cair, (πt- πt-1)< 0 ⇒(ut-un)>0
Mas a Curva de Phillips nos diz algo mais profundo. Não importa se a desinflação
é gradual ou repentina, o desemprego requerido para atingir a inflação
desejada
j é semprep o mesmo.
Vejamos o porquê?
Defina-se ano-ponto de excesso de desemprego como sendo a diferença
entre as taxas de desemprego efetiva e natural de um ponto percentual por
ano.
129
Desinflação
EXEMPLO:
Se a taxa natural for de 6.5%,
6 5% uma taxa efetiva de desemprego de 9%
durante 4 anos seguidos corresponde a 4*(9 - 6,5) = 10 anos-ponto de
excesso de desemprego.
S
Suponhah que o BC queira
i reduzir
d i a inflação
i fl ã ded 14% para 4%,
4% ou seja,
j uma
redução de x= 10 %. Vamos também supor que α=1.
Se o BC quiser obter tal redução em somente um ano, a curva de Phillips
nos diz que o que se requer é um desemprego 10% acima de un, por um
ano.
Agora, suponha que se queira realizar a redução em dois anos. A curva de
Phillips nos diz que será necessário um desvio (u – un) = 5% por 2 anos,
decrescendo a inflação 5% no primeiro ano e 5% no segundo ano,
perfazendo os 10% almejados.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio para 5 anos, 10 anos etc.
130
Desinflação
131
Desinflação
Se a taxa de sacrifício é constante, será que isto quer dizer que a velocidade da
desinflação é irrelevante?
NÃO.
NÃO
Por quê?
Suponha que o BC queira reduzir a inflação de 14% para 4% em um ano.
(α =1)
Se un = 6,5% ⇒ ut = 6,5% + 10% = 16,5%
U d a lei
Usando l i de Ok com β = 0,4
d Okun 0 4 e gcy = 3% , o gyt seria:
i
ut – ut-1 = -0,4*(gyt – 3%)
gyt = ((- 10% / 0,4) + 3% = -22%
22%
A maior queda do PIB já ocorrida nos EUA foi de 15% em 1931, durante a grande
depressão. Uma política monetária como esta descrita acima exigiria uma
queda de 22% do produto!
132
Trajetória da Desaceleração Monetária
BC não controla nem u nem π diretamente. Controla gm. Qual deve ser a
trajetória de gm para obter a redução de 10% em π nos 5 anos?
Vejamos um exemplo:
133
Trajetória da Desaceleração Monetária
134
Trajetória da Desaceleração Monetária
Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5
Desemprego
Crescimento do 3
Produto
Crescimento 17
Monetário
135
Trajetória da Desaceleração Monetária
Curva de Phillips
Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3
Produto
Crescimento 17
Monetário
136
Trajetória da Desaceleração Monetária
Lei de Okun
Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3 -2 3 3 3 3 8 3 3
Produto
Crescimento 17
Monetário
137
Trajetória da Desaceleração Monetária
Demanda Agregada
Ano
Antes Desinflação Depois
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Inflação 14 12 10 8 6 4 4 4 4
Taxa de 6,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 6,5 6,5 6,5
Desemprego
Crescimento do 3 -2 3 3 3 3 8 3 3
Produto
Crescimento 17 10 13 11 9 7 12 7 7
Monetário
138
Trajetória da Desaceleração Monetária
Ano 0
π Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Ano 6+ Ano 5
6,5 8,5 u
139
Trajetória da Desaceleração Monetária
140
Expectativas, Credibilidade e Contratos Nominais
141
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
-Tomar a equação πt -πt-1 = -α(ut – un) como dada equivaleria a supor que
aqueles que negociam os salários em termos nominais continuariam a
esperar que a inflação do futuro fosse a mesma do passado,
independentemente da ação do governo. Ou seja, que a formação de
expectativas não se alteraria em resposta a mudanças na política.
política
-Crítica:
Crítica: Por que os agentes que determinam os salários não deveriam levar
em conta as alterações de política?
142
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
143
Expectativas e Credibilidade: a Crítica de Lucas
144
Rigidez Nominal e Contratos
Uma outra crítica à trajetória da inflação associada à desaceleração
monetária foi adotada por Stanley Fischer (MIT,
(MIT hoje presidente do banco
central de Israel), Edmond Phelps e John Taylor (ex- sub-secretário do
Tesouro dos EUA para assuntos internacionais na administração Bush,
então da Columbia University).
University) Algumas dessas questões vinham sendo
estudadas no Brasil nos anos 70.
Rigidez Nominal: muitos salários e preços são fixados em termos nominais
por algum tempo e não costumam ser reajustados quando há mudanças
de política. Os contratos se estendem por vários períodos e retratam o
passado.
Assim, mesmo com credibilidade total, mesmo com redução brusca do
crescimento da moeda, teria de haver aumento do desemprego. Haveria
contratos estabelecidos previamente que ainda estariam carregando as
expectativas anteriores para inflação. O programa de ajuste deveria então
ser anunciado com muita antecedência.
145
Rigidez Nominal e Contratos
Taylor e Phelps destacaram a imbricação dos contratos salariais.
Nem todos os contratos salariais são assinados na mesma época, época o que
impõe fortes limitações na forma pela qual uma desinflação rápida poderia
ser implementada, sem deflagrar o aumento do desemprego, ainda que a
redução da inflação futura seja totalmente crível.
crível
Se os trabalhadores se preocupam com o salário real, então, cada contrato
de trabalho determina um salário não muito diferente dos demais
contratos que já estão no mercado.
mercado Assim,
Assim uma queda no crescimento da
moeda não gera queda proporcional na inflação levando à recessão e ao
aumento do desemprego.
146
Rigidez Nominal e Contratos
Taylor mostrou que existe uma trajetória de desinflação tal que, quando
totalmente crível,, ppoderia não alterar a taxa de desemprego.
p g
A melhor política para o FED seria avançar lentamente no início, e anunciar
que prosseguirá mais rápido no futuro. Esse anúncio fará com que os novos
acordos salariais levem a nova política em consideração.
consideração
Essa trajetória inicial lenta deveria ser adotada pois no curtíssimo prazo, a
inflação já está pré-determinada. Os contratos já foram efetuados e uma
política monetária muito restritiva só geraria recessão. Com credibilidade total,
a autoridade monetária poderia anunciar a mudança de política para os
ppróximos pperíodos e esta mudança ç seria incorporada
p nos novos contratos.
147
Rigidez Nominal e Contratos
148
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985
149
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985
150
Desinflação Americana
151
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985
152
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985
153
A experiência da desinflação americana, 1979 a 1985
{ Concluiu que:
154
T
Tema: A Nova
No a Macroeconomia
Mac oeconomia
Referência básica
(Capítulo 12 – DFS)
A Nova Macroeconomia
{ Nos últimos anos, quatro novas teorias foram desenvolvidas
e revolucionaram o estudo da macroeconomia.
{ Expectativas Racionais
{ Passeio Aleatório como trajetória
j ppara o PIB
{ Teoria dos Ciclos Reais
{ Modelos de rigidez de preço neo
neo-keynesianos
keynesianos
156
A Nova Macroeconomia – Expectativas Racionais
157
Referências básicas
{ DF Capit
Capitulo
lo 12
{ Crítica de Friedman (AER 68 Role of Monetary Policy) e
Phelps (JPE 68 e livro 70) aos modelos com desequilíbrios
prolongados
{ Artigo de Muth ( Econometrica 1961) que introduz o conceito
na modelagem econométrica dos movimentos de preços
{ Lucas Rapping equilíbrium searching e curva de oferta “de
Lucas-Rapping, de
Lucas”
{ Lucas (JET 72 – expectativas e equilíbrio geral),
geral) base teórica
para o artigo no volume Otto Eckstein (Econometric Testing
of Natural Rate)) e do artigo
g de 1972 na Carnegie
g Mellon
Conference – Econometric Policy Evaluation – a Critique
158
Características do Modelo Novo-clássico
159
Conseqüências
{ Mudanças no nível de preços - provenientes, por exemplo,
de uma expansão
p monetária - não alteram Y ou u. Os
salários nominais sobem, mas não os salários reais. Logo,
tampouco variam a quantidade de trabalho ofertada ou
demandada.
{ Nem a política monetária, nem a política fiscal terão
quaisquer efeitos sobre o produto.
160
Modelo de Lucas
• Um dos modelos de Lucas (com Leonard Raping) desmente tal
conclusão.
{ Nesse modelo,
modelo Lucas acrescenta apenas uma hipótese ao modelo
novo-clássico básico: a de que algumas pessoas não sabem o nível
agregado
g g de ppreços
ç mas sabem o salário ou ppreço
ç nominal ao qqual
podem comprar ou vender. Por exemplo, num dado momento, um
trabalhador sabe que o salário que vigora é $12/h, mas não sabem
quall é o nível
í l de
d preços, não sabendo,
b d pois, i W/P
W/P.
{ Suponha que todos os preços e salários subam proporcionalmente.
O seja,
Ou j W sobe b e P ttambém,
bé mas os ttrabalhadores
b lh d pensam que sóó
W sobe. Pensarão que W/P sobe e proverão mais trabalho,
aumentando Y e diminuindo u. u
161
Formação de Expectativas
De que maneira firmas e trabalhadores formam suas
expectativas sobre o preço? Expectativas Racionais
pressupõem que os agentes usem toda informação relevante
para formar as expectativas, o que é razoável. Mas pressupõem
também que os agentes conhecem o modelo
modelo, o que é menos
razoável.
163
Implicação central da abordagem de Lucas
164
A “Irrelevância” da Política Macroeconômica
Tal como no modelo clássico (OA vertical em Y=Yn), nem a
política monetária
monetária, nem a fiscal movem Y permanentemente.
permanentemente
Mas, o modelo de Lucas permite-se desvios transitórios em
relação ao pleno emprego. Tais desvios são função apenas
dos erros de expectativas, durando, portanto, só o tempo
necessário para que as expectativas sejam corrigidas.
Mais ainda, não há papel para a política monetária. Se Pe difere
de P, basta o governo anunciar o M correto que tudo se corrige.
165
Um modelo simples OA-DA
166
Um modelo simples OA-DA
167
Resultados:
Multiplicadores da moeda:
Em relação
ç ao pproduto: ((1/(1+λ))
( ))
Em relação aos preços: (λ/(1+λ))
Resolvendo:
y=1.667, p=3.667, mas pe=5!
168
Crítica de Lucas
OS AGENTES ECONÔMICOS FAZEM PREVISÕES, PARA
ECONOMIA, QUE SÃO INCOMPATÍVEIS COM AS
PREVISÕES DO PRÓPRIO MODELO!
Suponha agora que os agentes revisem suas expectativas de
pe=5 para pe=3.667,
=3 667 com esse novo pe, teríamos:
p=2.778 e y=2,222
A discrepância entre pe e p caiu (de 12/9 para 5/9),
5/9) mas ainda
não foi zerada.
Modificando o modelo
modelo, de forma que pe=p,
=p somos levados à
idéia de previsão perfeita.
169
Modelo de Previsão Perfeita
Suponha agora que os agentes usam o modelo OA-DA para
prever os preços e têm todas as informações necessárias para
realizarem a previsão
previsão. Eles têm previsão perfeita.
perfeita
p=pe
Substituindo em (4), temos que:
pe=p= λ (m+v-y*)+ 1 pe (5)
((1+λ)) (1+λ)
( )
pe=p=m+v-y*
Substituindo em (3)
y= 1 m+ 1 (v-m-v+y*) + λ y*
(1+λ) (1+λ) (1+λ)
y=y* (7)
170
Modelo de Previsão Perfeita
Aqui o multiplicador do preço é 1 (era λ/(1+λ)) e o multiplicador
do pproduto é zero ((era 1/(1+λ)).
( )) Os resultados de longo
g prazo
p do
modelo OA-DA são, no caso de previsão perfeita, iguais aos
resultados de curto prazo.
Sob previsão perfeita, vide equação (4), p aumenta 1/(1+λ)
devido ao aumento de m, mais λ/(1+λ) devido o aumento de pe.
Ou seja,
seja M/P não muda quando M sobe.sobe NA PREVISÃO
PERFEITA, A POLÍTICA MONETÁRIA É NEUTRA NO CURTO
E NO LONGO PRAZO.
171
Problemas do modelo de previsão perfeita?
Passemos agora
g ao modelo de Expectativas
p racionais.
172
Modelo de ER – erros não sistemáticos
Os agentes cometem erros de previsão:
εm=m-m
m me εy=y*-y*
y ye
Veremos que o multiplicador para me é zero, mas para εm ,
p
o multiplicador é o mesmo do modelo OA-DA.
Em ER, os erros, em média, são nulos. Se não forem, a
previsão não pode ser levada em conta nas formulações
de política.
Assim, (εm)e =0 e (εy)e =0
173
Nível de preços de equilíbrio
174
Nível de preços de equilíbrio
As soluções de equilíbrio são:
y e + 1 εm+ λ εy** (11)
y = y*
(1+λ) (1+λ)
175
Qual a conseqüência de um aumento de M em Expectativas
Racionais?
Por (11),vemos que só εm afeta y, com multiplicador 1/(1+λ),
como em ((3).
) Já me tem multiplicador
p zero,, como em ((7).
)
Ou seja, me funciona como previsão perfeita, e εm, como OA-DA.
A política monetária antecipada é neutra; a política monetária
não antecipada tem os efeitos previstos no modelo OA-DA. O
mesmo pode ser dito para choques de oferta: antecipados (y*e) e
não t i d εy*
ã antecipado
176
‐0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
abr/00
jul/00
Fonte : BCB
out/00
jan/01
abr/01
jul/01
out/01
jan/02
abr/02
jul/02
out/02
jan/03
abr/03
t3
t‐3
jul/03
out/03
t2
t‐2
jan/04
abr/04
t1
t‐1
jul/04
out/04
t
jan/05
abr/05
jul/05
Realizada
out/05
jan/06
abr/06
jul/06
out/06
Expectativas de Inflação - IPCA
jan/07
abr/07
jul/07
out/07
jan/08
abr/08
jul/08
177
out/08
Microeconomia da curva de oferta agregada
com informação imperfeita
178
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
179
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
180
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
E(p/pi)= Ko+(1/a)βpi
181
Exemplo visual da formação de uma expectativa
E(p)
β=1(informação perfeita)
Informação parcial
pi
182
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Podemos reescrever a oferta:
yi = α[pi- (Ko+ 1/a βpi)]
)]= α[(1
α[(1- β/a)pi – Ko]
183
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Podemos encontrar o equilíbrio para a ilha i igualando oferta e demanda
y + zi- γ(pi-p)
p) = α[(1
α[(1-(β/a))p
(β/a))pi – Ko]
184
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Calculando a média de ambos os lados, temos:
que é a curva OA. Pode-se mostrar que a=1, chegando assim à curva de
oferta agregada:
185
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
p = [ 1 ](y+ α Ko)
α(1-β)
186
O Modelo das Ilhas de Lucas (Microeconomia da curva de
oferta agregada com informação imperfeita)
Resumo:
{ Os agentes prevêem o nível geral de preços com base em informação
imperfeita. Os agentes não têm certeza se um aumento de seu preço se
deve ao aumento da sua demanda específica ou a um aumento do nível
geral de preços. Assim, atribuem pesos não nulos às duas causas.
{ Aumentos não antecipados em p geram aumentos parciais no nível de
preços antecipado,
t i d pe, e aumentos t parciais
i i no produto,
d t y.
{ É esta associação positiva entre aumentos em p e em y que constitui a
curva de Phillips que se observa empiricamente.
187
A “Nova” Macroeconomia
O fenômeno da persistência nas séries de PIB motivou uma nova tentativa de
explicação conjunta para os fenômenos de crescimento e de flutuações
(desvios da tendência).
O resultado foi deslocar as explicações que vinham do lado dos choques de
d
demandad para o lado
l d dos
d determinantes
d t i t da d oferta
f t (Lucas
(L – [1972,
[1972 1975],
1975]
Kidland e Prescott [1982]). Essa visão beneficiou-se de novas técnicas
econométricas e de modelos de simulação.
188
A Nova Macroeconomia - Passeio aleatório do PIB
Lógica do modelo:
A questão central é: as flutuações do produto são,
são na sua maioria,
maioria transitórias
ou permanentes?
Se forem permanentes,
permanentes a demanda agregada (o cerne da teoria Keynesiana)
não pode ser muito importante. Por quê?
Porque segundo o modelo OA OA-DA,
DA, o efeito de choques de demanda
desaparecem no médio prazo, e portanto, se os choques deixam efeitos
permanentes, eles não são choques de demanda, mas choques de oferta.
189
A Nova Macroeconomia - Passeio aleatório do PIB
Nelson
N l e Plosser-
Pl evidências
idê i estatísticas
t tí ti a favor
f do
d papell
dominante dos choques permanentes (ver adiante)
Variações
V i õ ddo produto
d t são ã permanentes t - passeioi aleatório
l tó i ddo PIB
PIB:
uma vez saído do trilho inicial, não revela tendência de voltar a
ele.
Tais estudos ainda inspiraram a teoria do RBC (Ciclos
Econômicos Reais). )
Essa teoria foi questionada. Certamente, alterações permanentes
no produto são importantes, mas não ocorrem com muita
f üê i A
freqüência. Assim,
i alterações
lt õ na ddemanda d agregadad seriam
i as
maiores fontes de flutuações no produto.
190
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
191
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
192
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
193
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
A melhor descrição para o produto é dada por (25) ou por (26)? Por que isso
é importante?
É importante porque, segundo nosso modelo AS-AD, os ciclos de negócios
causados pelas flutuações da demanda agregada são relativamente
curtos (poucos trimestres).
trimestres) Já os choques à oferta agregada são
permanentes quando advindos de variações na tecnologia e na
produtividade.
Nelson e Plosser mostraram que o PIB americano inclui tanto componentes
permanentes quanto transitórios, mas os choques permanentes
predominam. Isso foi uma ducha de água fria entre os proponentes da
demanda agregada como o ator principal da economia.
194
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
195
A Nova Macroeconomia - Passeio Aleatório do PIB
A “disputa
disputa econométrica”
econométrica entre modelos estacionários em diferença e
modelos estacionários em tendência com quebras não pode ser resolvida
com as curtas séries de que dispomos.
O seja,
Ou j permanece a controvérsia
é i sobre
b a importância
i â i ddos choques
h dde
demanda.
196
Teoria dos Ciclos Reais
{ Pela teoria dos ciclos reais, flutuações no produto são
q
oriundas de choques reais na economia,, com os mercados
se ajustando rapidamente e permanecendo sempre em
equilíbrio.
{ Esta teoria está bastante ligada a teoria das expectativas
racionais. Teríamos então, que mudanças antecipadas de
política monetária não tem efeitos reais sobre a economia.
economia
Apenas mudanças não antecipadas têm efeitos sobre a
economia, mas esses efeitos são rapidamente corrigidos.
Assim, choques na demanda não são muito importantes.
197
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
Teoria dos ciclos econômicos reais:
{ Flutuações do produto e do emprego são o resultado de uma série de
choques reais que atingem a economia. Após os choques, os
mercados (preços e quantidades) se ajustam, permanecendo sempre
em equilíbrio.
{ Teríamos então,
então que mudanças antecipadas de política monetária não
tem efeitos reais sobre a economia. Apenas mudanças não
antecipadas têm efeitos sobre a economia, mas esses efeitos são
rapidamente corrigidos.
corrigidos
198
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
199
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
O objetivo é explicar por que o emprego e o produto são altos em expansões,
e reduzidos em recessões.
Uma possível explicação é que o salário real, W/P, sobe em expansões e cai
em recessões, fazendo variar a quantidade ofertada de trabalho.
I f li
Infelizmente (
(para os adeptos
d d RBC),
dos RBC) não há comprovação empíricaíi
dessa hipótese. As evidências indicam que a elasticidade da oferta de
trabalho em relaçãoç ao salário real é muito ppequena.
q Além disso,, o
salário real varia pouco ao longo do ciclo.
200
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
201
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
202
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
203
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
Perturbações (Distúrbios):
A propagação dos ciclos econômicos é desencadeada por acontecimentos ou
perturbações que alteram os níveis de equilíbrio do produto e do
emprego em mercados específicos e na economia em geral.
Perturbações mais importantes: choques sobre produtividade, ou choques da
oferta, e choques sobre a despesa pública.
204
A Nova Macroeconomia - Ciclos Reais de Negócios (RBC)
205
Modelos Neo-Keynesianos de Rigidez de Preços
{ A ortodoxia
t d i keynesiana
k i dos
d modelos
d l dde OA
OA-DA
DA foi
f i atingida
ti id pelal
introdução das teorias de expectativas racionais e RBC (revolução neo-
clássica).
{ Em todos os modelos descritos anteriormente, temos o mercado se
ajustando rapidamente.
{ No início dos anos 80 até hoje, uma contrarevolução neo
neo-keynesiana
keynesiana
surgiu. Os modelos neo-keynesianos mantém a hipótese de
racionalidade dos indivíduos dos modelos clássicos, mas desenvolvem
modelos na qual os mercados não se equilibram rapidamente e os
preços nem sempre se ajustam às mudanças na oferta de moeda, ou
seja, mantém os resultados da OA-DA.
{ Esses modelos se baseiam em concorrência imperfeita
imperfeita, para explicar
como que decisões racionais dos indivíduos geram os ciclos
indesejáveis no produto.
206
Modelos Neo-keynesianos de rigidez de preços
{ Portanto, os neo-keynesianos acreditam na teoria das
expectativas
p racionais,, mas observam qque a economia demora
mais para retornar para o equilíbrio do que previsto pelos modelos
neo-clássicos.
{ Esses economistas focam na rigidez que os preços podem ter e
tentam buscar os fundamentos microeconômicos dessa rigidez.
Quando a quantidade de moeda aumenta, todas as firmas
de eriam ajustar
deveriam aj star proporcionalmente seus
se s preços,
preços como pre
previsto
isto
pelos modelos clássicos. Porém, há custos (“custos de menu”) em
reajustar os preços e esses custos podem ser maiores que a
perda
d de
d receita
it em permanecer com o preço ““errado”.
d ”
{ Esses custos podem ser também: coletar informação, manter os
clientes e contratos com fornecedores ou salariais de médio prazo.
207
Modelos Neo-Keynesianos de Rigidez de Preços
{ Frente a uma mudança de preços na economia, as firmas só irão
mudar seus próprios preços se os benefícios forem maiores que os
custos.
{ O problema desta teoria é que os “custos
custos de menu
menu” são em geral
muito pequenos, o que desacreditava este argumento.
{ Mankiw resolve este problema mostrando que se a firma possuir
algum
l poder
d ded mercado,
d poded ser que o aumento t dde llucro em
ajustar seu preço seja menor que os custos.
{ Na verdade, quando a firma é competitiva, estar com o preço fora do
equilíbrio implica em grandes prejuízos. Mas se a firma enfrentar
uma demanda pouco elástica, o lucro é menos sensível à variação
de preço e neste caso os custos de menu podem sobressair. O
aumento de lucro seria menor quando:
z O desvio do preço é pequeno
z A elasticidade da demanda é baixa
208