AS PAIXOES DA ALMA
‘Tradugio de: Ealco CorvisePRIMEIRA PARTEAst. 1. O que 6 paint em relapio a som sujeito & sempre
‘gio a qualquer outro respito,
Nada existe que demonstre com maior clareza a8
imperfeicées das ciéncias que herdamos dos antigos
como aquilo que eles escreveram a respeito das paixbes.
Apesar de este consistir em um assunto cujo conheci-
‘mento foi sempre muito procurado, e no se afigurando
sum dos mais dificeis, visto que cada individu, sentin-
do-as em si mesmo, no necessita fazer observacées em
outro lugar a fim de Ihes descobrir a natureza, 0 que
‘0 antigos ensinaram sobre elas & tio escasso, e em sua
majoria to pouco aceitével, que a tnica maneira que
tenho para me aproximar da verdade é afastando-me
dos caminhos que eles trilharam. Este 6 o motivo pelo
qual serei obrigado a escrever aqui como se se tratasse
de uma matéria que ninguém antes de mim tivesse
abordado; e, para iniciar, considero que tudo quanto se
faz. ou ocorre de novo & em geral denominado pelos
fil6sofos uma paixdo em relagso a0 sujelto a quem
acontece, e uma agio no que se refere aquele que faz
‘com que aconteca; de manera que, apesar de o agen-
tee 0 paciente serem com freqiiéncia muito diferen-
tes, @ aGio e a paixio nfo deixam de ser sempre uma