ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
2.1. Autotutela
Em regra, é proibida (art. 345, do Código Penal), mas excepcionalmente é autorizada pelo Direito.
Exemplo: Defesa direta da posse ou esforço físico imediato, greve, autoexecutoriedade dos atos administrativos
baseados no poder de polícia, legítima defesa.
2.2. Autocomposição
É a solução consensual pelas partes. Requisitos para autocomposição (acordo):
a) Partes Capazes.
b) Direito Disponível ou que admite autocomposição (o direito indisponível na essência que permite acordo
quanto a forma de exercício, por exemplo, alimentos, ressarcimento ao erário, o acordo pode ser feito quanto à
forma de pagamento, prazo etc.).
c) Consenso.
Quanto à forma: divide-se em negociação direta entre as partes e por intermédio de terceiros (Conciliação e
Mediação).
Conciliação – Indicada para partes sem vínculo (exemplo batida de carro), o conciliador é propositivo
(apresenta propostas ajudando as partes a chegarem a um acordo).
Mediação – Indicada para partes com vínculo (contrato ou família), o mediador é ouvinte ativo (escuta)
para que as partes delimitem o conflito e cheguem a um acordo. Lei 13140/15 – Lei de Mediação.
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Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução
integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve
comportar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para
que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.
O CPC prevê várias oportunidades para a autocomposição (exemplo: audiência do art. 334 e audiência de
instrução).
É dever do juiz tentar a conciliação ou mediação a qualquer tempo, em qualquer fase do processo:
A autocomposição é título executivo. Se referendada pelo Ministério Público, Defensoria Pública ou advogados
será título extrajudicial. Se homologada pelo juiz será título judicial.
2.3. Arbitragem
É a solução por um particular, escolhido pelas partes, acaba tendo o papel de juiz de fato e de direito do caso em
tese.
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Lei 9.307/96 – Requisitos:
Partes maiores e capazes
Direito Patrimonial Disponível
Ajuste prévio (Convenção de arbitragem)
A doutrina majoritária entende que não cabe para dissídios individuais trabalhistas, porém, a reforma trabalhista
que é polêmica, permite a arbitragem por iniciativa do empregado a partir de um patamar salarial.
A Fazenda Pública pode participar de arbitragem, mas quando for parte na arbitragem o critério de julgamento
necessita ser a Lei e há necessidade da publicidade.
O árbitro tem poder de decisão. Além da sentença tem poder para decidir sobre liminares, ou seja, tem poder
cautelar.
A sentença arbitral não admite recurso e não pode ser revista pelo poder judiciário, além de ser título judicial.
A sentença pode ser anulada pelo poder judiciário, mas não pode ser revista no mérito.
O árbitro não tem força coercitiva, ou seja, a execução forçada das suas decisões é feita pelo poder judiciário
através de um instrumento chamado carta arbitral.
2.5. Jurisdição
Solução estatal por meio do Poder Judiciário. A jurisdição decorre da soberania estatal. É poder, mas também é
dever, função e atividade do Estado.
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Características da Jurisdição:
Lide (Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida). Atualmente não se fala mais em lide
e sim em caso concreto, que compreende a lide, o risco de lesão a direito ou situação relevante.
Inércia – A jurisdição só atua quando provocada. Exceções: alguns procedimentos de jurisdição voluntária.
Exemplo: herança jacente, bens de ausente.
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