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Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 5(1): p. 46-59.

, jan-jun, 2014

O USO DA DESVENLAFAXINA NA TERAPIA DA DEPRESSÃO MAIOR

THE USE OF DESVENLAFAXINE IN THE THERAPY OF MAJOR DEPRESSION

Marcia Shirlley de Oliveira1, Vera Lucia Matias Gomes Geron2.

RESUMO

A depressão configura-se em um transtorno de humor que incapacita os indivíduos de terem


uma vida normal. Dentro das síndromes depressivas, a depressão maior é definida como a
forma mais comum de manifestação, acometendo a cada ano uma proporção cada vez maior
da população. Fato este que leva ao surgimento concomitante de novos antidepressivos como
é o caso da desvelafaxiana, medicamento aprovado recentemente contra a depressão maior.
Neste contexto, o presente levantamento literário objetiva, por meio de uma revisão
bibliográfica, avaliar a importância deste recente medicamento inibidor da recaptação da
serotonina e noradrenalina, abordando sua farmacodinâmica, farmacocinética, posologia,
possíveis interações medicamentosas e reações adversas desta droga que traz bons sinais
como tratamento da depressão maior, devido à simplicidade de sua posologia, as
características farmacológicas e baixa capacidade de interações medicamentosas, aspectos que
atribuem a desvenlafaxina boa aceitação por parte dos pacientes.
Palavras-chave: Depressão; depressão maior; antidepressivos; desvenlafaxina.

1
Acadêmica do 9º Período do Curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA),
Ariquemes-RO. E-mail: Marciashirlleyfelix@hotmail.com.
2
Graduada em Ciências Biológicas, graduada em Farmácia e Bioquímica. Especialista em Análises Clinica.
Especialista em Manipulação Farmacêutica, e especialista em Didática do Ensino Superior Pela Faculdade de
Ciências Biomédicas de Cacoal FACIMED e Mestranda em Biologia dos Agentes Infecciosos e Parasitários pela
Universidade Federal do Pará (UFPA).

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ABSTRACT

Depression sets in a mood disorder that prevents individuals from having a normal life.
Within the depressive syndromes, major depression is defined as the most common form of
manifestation, affecting every year an increasing proportion of the population. This fact leads
to concomitant emergence of new antidepressants such as the desvelafaxiana, recently
approved drug against major depression. In this context, this study aims literary survey,
through a literature review to assess the significance of this latest product inhibitor of the
reuptake of serotonin and norepinephrine, addressing its pharmacodynamics,
pharmacokinetics, dosage, possible drug interactions and adverse reactions of this drug that
brings good signs as a treatment for major depression, due to the simplicity of its dosage,
pharmacological characteristics and low capacity for drug interactions, aspects that give
desvenlafaxine well accepted by patients.
Keywords: Depression, major depression, antidepressants, desvenlafaxine.

1. INTRODUÇÃO a segunda maior causa, o que mostra o


impacto e a gravidade desta patologia
A depressão está presente de modo sobre a sociedade, considerando ainda a
universal entre as diversas populações recorrência e a cronicidade de seu curso
mundiais, havendo registros a seu respeito clínico [3].
desde épocas remotas [1]. Esta doença se Os antidepressivos são a forma
caracteriza como uma perturbação de terapêutica mais estudada e usada para o
ordem emocional cujas alterações tratamento da depressão maior [4]. Este é
envolvem as esferas da cognição, um dos motivos que justificam o porquê
fisiologia, comportamentos e a emoção [2]. dos antidepressivos estarem entre os
Segundo a Organização Mundial de remédios mais prescritos desde o século
Saúde (OMS), os transtornos depressivos, passado, podendo-se dizer inclusive que
nas próximas duas décadas, irão substituir estamos na plena era dos antidepressivos
as tradicionais doenças que afetam a [5].
população mundial. Sendo que, a A farmacologia da depressão começou na
depressão maior foi à quarta doença de década de cinquenta com o uso dos
maior sobrecarga em 1990 e será em 2020 inibidores da monoamina oxidase e da

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imipramina, mas com o decorrer dos anos ferramenta contra a depressão maior sem
surgiram outras drogas para o tratamento restringir a ingestão de outras prescrições
da depressão como os inibidores [8].
específicos da receptação da serotonina, os No entanto este antidepressivo em
bloqueadores da recaptação da específico, por ser recentemente
noradrenalina e serotonina, os antagonistas desenvolvido pela indústria farmacêutica,
serotoninérgicos e noradrenérgicos possui poucas produções científicas a seu
específicos e outros [6]. respeito, principalmente em português, que
Dentre os antidepressivos desenvolvidos relatem seus benefícios e principais efeitos
nos últimos anos se encontra a no organismo.
desvenlafaxina, medicamento aprovado Assim sendo, o presente artigo tem como
nos Estados Unidos pela Food and Drug escopo, a compilação de informações
Administration (FDA) para o tratamento científicas que retratem não somente as
do transtorno depressivo maior. Esta vantagens farmacológicas da
recente droga é considerada um metabólito desvenlafaxina para o tratamento da
aperfeiçoado da venlafaxina, uma vez que depressão maior, como também objetiva
não engorda nem interfere na libido dos descrever suas peculiaridades
pacientes [7]. farmacodinâmicas, farmacocinéticas e
A desvenlafaxina foi produzida através de posológicas, além de seus possíveis efeitos
exaustivas pesquisas que visaram colaterais e interações medicamentosas,
desenvolver uma droga que mantivesse as contribuindo, assim, para a divulgação
vantagens farmacológicas dos inibidores deste novo fármaco ainda pouco prescrito
da recaptação da serotonina e no Brasil em relação a outros
noradrenalina (IRSN), porém com menos antidepressivos.
interações medicamentosas.
Consequentemente, a desvenlafaxina tem 2. MATERIAIS E MÉTODOS
sua ação antidepressiva antes de passar
pelo metabolismo hepático, libertando-a de Este estudo configura-se em uma
possíveis conflitos com outras medicações, revisão bibliográfica explorativa descritiva
o que também lhe é devido por sua baixa transversal, utilizando-se de documentos
interação às proteínas. Tais benefícios eletrônicos compilados de sites de pesquisa
tornam desta droga uma importante documentais como: Google Acadêmico,

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NCBI (National Center for Biotechnology atenção primária, numa porcentagem entre
Information), Science Direct e Scielo 10% e 20%, com incidência em qualquer
(Scientific Eletronic Library Online). faixa etária [10]. Estima-se que cerca de
Ao todo foram utilizados 45 5% a 6% da população tem depressão e
trabalhos científicos, sendo que destes 25 que a chance de qualquer pessoa apresentar
(55,5 %) estão na língua vernácula o transtorno depressivo ao longo da vida é
portuguesa, 1 artigo (2,2%) na língua de 10 % [11].
espanhola e 19 (42,2%) na língua inglesa. As características mais comuns são
As obras científicas utilizadas foram os sentimentos de tristeza, desanimo em
selecionadas pelo seu grau de importância executar as atividades diárias, sensação de
em agregar informações pertinentes ao desamparo, inutilidade ou culpa
conteúdo deste trabalho, além da triagem excessivos, baixa concentração, recorrentes
por data mais recente de publicação entre pensamentos negativos, fadiga e queixas
os anos de 2001 a 2013. somáticas, podendo ainda haver alterações
de sono e apetite, levando a insônia ou
3. REVISÃO DE LITERATURA sonolência em demasia, e ainda perda ou
ganho de peso, conduzindo o indivíduo a
3.1 DEPRESSAO um estado de humor irritável ou deprimido
que deve durar no mínimo duas semanas
A depressão constitui-se em uma [12] [13].
doença psiquiátrica que interfere Em geral, as síndromes depressivas
diretamente de forma negativa nas relações estão dividas em transtorno depressivo
familiares e sociais, pois tal desordem maior, em distimia ou neurose depressiva,
mental altera a maneira como o indivíduo existindo ainda os tipos de depressão não
se vê e encara os acontecimentos especificados. A distimia provoca um
cotidianos, comprometendo, distúrbio de humor mais leve em relação á
conseqüentemente o bem-estar físico e o depressão maior, porém de forma crônica,
comportamento social do acometido [9]. já a depressão maior pode se apresentar em
Tal transtorno é considerado um um único episódio ou recorrentes durante a
problema de saúde pública incapacitante e vida do indivíduo [14] [15].
de alta prevalência, sendo das moléstias
mentais, a mais freqüente nos serviços de 3.1.1 Depressão Maior

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e definem o grau de vulnerabilidade ou


A manifestação da depressão maior resiliência do indivíduo, bem como a
ocorre por meio de uma combinação de melhora ou não do quadro clínico do
sintomas que acabam por atrapalhar o mesmo [17].
individuo na sua capacidade de trabalhar, A Hipótese biológica das
dormir, alimentar-se, estudar, além de monoaminas explica de forma sucinta que
tornar a pessoa incapaz de sentir prazer por a depressão ocorre por causa da redução da
atividades outrora apreciáveis, ou seja, função dos neurotransmissores serotonina
constitui-se em um episódio incapacitante e noradrenalina no encéfalo e em menor
que pode se tornar frequente ou não grau a ação da dopamina, o que simplifica
durante a vida [9]. o tratamento da depressão sem ter a
Segundo o manual para diagnóstico necessidade de se saber a origem da
de doenças mentais da Associação patologia [18]. Assim, tanto há drogas
Americana de Psiquiatria há a diferença como os inibidores da monoamina oxidase
entre episódio e transtorno. Um episódio (IMAOs) e antidepressivos tricíclicos que
de depressão maior ocorre quando o aumentam o nível de neurotransmissores,
paciente por primeira vez apresenta um como há fármacos que fazem a diminuição
quadro de sintomas depressivos, que deve destes [9] [12]. Contudo, outros estudos
durar mais de duas semanas. Quanto ao asseveram a possível existência de outros
transtorno da depressão maior, esta ocorre mediadores ligados à depressão [9].
quando surgem sucessivos destes episódios É preciso ressaltar, no entanto, que
[16]. algumas pesquisas pré-clínicas e clínicas
reforçam a hipótese das monoaminas, ao
3.2 ETIOLOGIA DA DEPRESSÃO constatarem nos encéfalos de pessoas
deprimidas a redução de receptores da
Tanto a patofisiologia quanto a serotonina e noradrenalina nas estruturas
etiologia da depressão não estão bem límbicas e no córtex pré-frontal, além dos
definidos, mas sabe-se que a manifestação níveis maiores que o normal das
clinica e o curso do processo depressivo monoamino-oxidases, justificando o fato
dependem de múltiplos fatores de que até hoje as drogas de primeira linha
etiopatogénicos, como psicológicos, contra a depressão baseiam-se na hipótese
biológicos e sociais que interagem entre si monoaminérgica [18].

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Atualmente as terapias O uso de fármacos nas doses e por tempo


antidepressivas disponíveis nem sempre correto tem por objetivo a recuperação
recuperam totalmente os pacientes devido funcional do indivíduo com a remissão dos
aos sintomas residuais da depressão que sintomas, ainda que isso não indique a cura
podem muitas vezes manter um para o transtorno de depressão maior, mas
considerável prejuízo funcional, sim a recuperação do estado de humor
ressaltando a necessidade e a importância basal [22].
de novos antidepressivos [19]. É preciso dizer ainda que quando
há a assertiva da dose eficaz mínima,
3.3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO costuma-se aguardar ao menos uma
semana antes de aumentar a dose ou mudar
A melhoria dos sintomas de antidepressivo. E no momento de atingir
depressivos em episódios agudos varia a dose capaz de levar a remissão completa,
entre 60% e 70% no período de um mês de esta posologia deve ser mantida por vários
tratamento contra 30% apresentada pelo meses, ao mínimo seis, a fim de estabilizar
placebo em estudos randomizados [20]. a remissão [23].
De forma geral, os antidepressivos De modo geral, os antidepressivos
disponíveis possuem eficácia semelhante são categorizados segundo o mecanismo de
para a grande parte dos pacientes ação em inibidores da monoamina oxidase,
deprimidos vistos em ambulatório ou em inibidores da recaptação de monoaminas e
cuidados primários, variando apenas os outros mecanismos. Quanto à ação dos
tipos de efeitos colaterais e interações inibidores da recaptação de monoaminas,
medicamentosas entre os fármacos [21]. estes fazem a competição pelo sitio de
Embora, isso não signifique que ligação das proteínas recaptadoras dos
todos os indivíduos reajam da mesma neurotransmissores, podendo ser seletiva
maneira aos distintos tipos de para a serotonina e noradrenalina como
antidepressivos. A escolha do fármaco também não seletiva para ambas ou para a
deve basear-se nas características noradrenalina e dopamina [24].
manifestas pelo determinado quadro
depressivo, possíveis efeitos secundários, 3.4 ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES
interações medicamentosas, custos, entre SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE
outros [20]. SEROTONINA – NORADRENALINA

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um dual bloqueador seletivo da recaptação


Estes fármacos, também chamados dos neurotransmissores serotonina e
de inibidores duais de recaptação, noradrenalina. Nos Estados Unidos foi
impedem o recolhimento da serotonina e aprovada em 2008 para o tratamento do
noradrenalina, tais como os antidepressivos transtorno depressivo maior (TDM) em
tricíclicos, com a vantagem de terem adultos [27].
menos efeitos colaterais que estes por não A desvenlafaxina representa o
apresentarem afinidade em bloquear outros principal metabólito ativo da venlafaxina,
tipos de receptores [25]. outro representante dos IRSN,
Esta nova classe de antidepressivos diferenciando-se deste pela ligação a uma
inclui a venlafaxina, desmetilvenlafaxina, molécula do sal succinato monohidratado
milnacipram e duloxetina. A reproduzido artificialmente, ou seja, este
desmetilvenlafaxina se trata de um medicamento é ingerido na sua forma
metabólito que acaba por inibir a ativada farmacologicamente [28] [29].
recaptação da noradrenalina de forma mais Tal peculiaridade lhe permite uma ação
eficaz que a venlafaxina, tornando-se um que dispensa o metabolismo de primeira
notável medicamento dentro desta passagem, no entanto a desvenlafaxina
categoria de fármacos contra a depressão, apresenta outras vantagens como
que tem como peculiaridade, possuir uma antidepressivo, pois possui poucas
potente inibição do neurotransmissor interações medicamentosas, boa
serotonina e uma inibição mediana da tolerabilidade perante aos pacientes e uma
noradrenalina [26]. posologia simples que dispensa titulações,
constituindo-se, portanto em uma
3.5 DESVENLAFAXINA importante opção na terapia antidepressiva
[30].
O succinato de desvenlafaxina,
denominado oficialmente como1 - [ ( 1RS 3.6 FARMACODINÂMICA
) -2 - ( dimetilamino ) -1 - ( 4 - hidroxifenil
) etil ] ciclohexanolsuccinato de mono- Os antidepressivos IRSN impedem
hidrato, consiste em um fármaco de última a recaptação dos neurotransmissores
geração para o uso clínico no tratamento da noradrenalina e serotonina na fenda pré-
depressão. Seu mecanismo consiste em ser sinaptica num mecanismo que se baseia na

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ligação destas drogas as respectivas dose única nas doses de 100 mg e 600 mg
proteínas transportadoras destas ao dia [33] [34].
monoaminas. Tal processo se assemelha a O tempo de meia-vida terminal
atividade dos antidepressivos tricíclicos, no médio deste fármaco é em torno de 10
entanto, os IRSNs diferem destes por horas, alcançando a concentração
apresentarem insignificante afinidade por plasmática máxima em cerca de 7,5 horas,
outros receptores como os muscarínicos, sendo que em doses únicas diárias, o
colinérgicos, α1-adrenérgicos e estado de equilíbrio no plasma são atingias
histaminérgicos H1, consequentemente, os após 4 a 5 dias [35] [30].
efeitos adversos advindos com a atividade A biodisponibilidade da droga ativa
destes receptores não serão observáveis no após ingestão da formulação oral é cerca
uso clínico dos IRSNs [31] [32]. de 80%, uma vez que a absorção é
A desvenlafaxina inibe cerca de dez minimamente influenciada pelos
vezes mais a recaptação da serotonina do alimentos. Além de apresentar baixa
que a noraepinefrina em ensaios em vitro, proporção de ligação com as proteínas
além de uma fraca afinidade pelos plasmáticas, em torno de 30 %,
transportadores da dopamina [32]. independentemente da concentração da
O retardamento da recaptura de droga, o que resulta em altas concentrações
cada neurotransmissor de volta ao neurônio cerebrais [35].
que a libertou, aumenta a concentração Em torno de 45% da droga é
extracelular deste na fenda sináptica excretada na urina de forma inalterada em
potencializa-o quanto ao estímulo de 72 horas após a ingestão do fármaco, ao
sinalização celular no cérebro [31]. passo que de 19% da desvenlafaxina é
eliminada na forma de um metabólito
3.7 FARMACOCINÉTICA glucuronado num processo de conjugação
hepático conhecido como glucoronidação.
A desvenlafaxina em comprimidos E em uma proporção inferior a 5%, por
é formulada para ter uma liberação meio do metabolismo oxidativo de N-
controlada, além de possuir uma desmetilação, a droga surge na urina como
farmacocinética linear e de fácil N,O-didesmetilvenlafaxina através da
previsibilidade observados em estudos de isoenzima CYP3A4 do citocromo P450
[34] [35].

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Como consequência dos processos torna a dose alvo, que é a dose


metabólicos e de eliminação, deve-se biologicamente efetiva [36].
pensar nas dosagens de dias alternados No entanto, com o intuito de atingir a
para pacientes com insuficiência renal posologia ideal para cada paciente, deve-se
grave assim como também se recomenda considerar um aumento de até 100 mg/dia
um ajuste de doses às pessoas com dentro de 4 à 7 dias após o tratamento [37].
disfunção hepática de moderada a grave Todavia, em alguns estudos com doses de
[33]. até 400 mg/dia, não se constatou a
É importante dizer que a superioridade dos benefícios no uso de
desvenlafaxina não se utiliza da isoenzima concentrações maiores que 50 mg/dia, mas
2D6 do CYP450, sendo metabolizada sim, o aumento do número de eventos
apenas pela isoenzima 3A4 de forma adversos, principalmente as náuseas. Há de
mínima, o que constitui em grande se prever, todavia, que na prática clínica
vantagem em relação à maioria das outras exista a necessidade de doses maiores, as
drogas psiquiátricas, além disso, a quais podem ser mais eficazes na presença
desvenlafaxina pouco se liga de dor, entre 100 mg/dia e 200 mg/dia
às proteínas plasmáticas, tampouco inibe [38].
ou é substrato da glicoproteína-P É importante dizer ainda que a diminuição
transportadora, que está diretamente ligada da concentração de 50 mg/dia não geram a
à metabolização e excreção de drogas, o síndrome de interrupção ao contrário das
que leva a crer que este fármaco possui doses maiores que precisam de uma
interação medicamentosa farmacocinética retirada mais gradativa [38].
irrelevante [30]. Quanto à escolha do horário do dia
em que se deve tomar a dose, não há a
3.8 POSOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO necessidade de se levar em conta a
ingestão concomitante ou não com os
A dose inicial preconizada da alimentos, considerando a baixa interação
desvenlafaxina é de 50 mg/dia, não da desvenlafaxina com os mesmos, porém
havendo em geral a necessidade de é recomendável a ingestão íntegra do
titulações posteriores na posologia, comprimido, sem mastigá-lo, esmagá-lo ou
portanto a dose inicial, normalmente, se dissolvê-lo [33].

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3.9 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS CYP3A4, que juntas metabolizam cerca de


três quartos de toda a farmacopéia [37].
Em comparação com indivíduos Do ponto de vista farmacodinâmico
saudáveis, os pacientes portadores de pode haver interações com outras drogas
doenças crônicas, como a depressão maior, de perfil de ação serotonérgica, o que pode
possuem maior probabilidade de sofrerem desencadear uma síndrome da serotonina,
com as interações medicamentosas, uma devendo-se, portanto evitar o uso
vez que os antidepressivos são prescritos concomitante da desvenlafaxina com os
por meses, se não por anos [39]. antidepressivos inibidores da monoamina
É preciso levar em consideração o oxidase, assim como todas as outras
potencial de interação medicamentosa que classes de antidepressivos [30].
os antidepressivos inibidores da isoenzima Pois como a desvenlafaxina é um
CYP2D6 possuem nos casos de indivíduos IRSN, tecnicamente sempre haverá a
em tratamento de outras comorbidades possibilidade da precipitação de tais
médicas, uma vez que cerca de 25 % das episódios, principalmente em aqueles que
drogas da prática clínica dependem da geneticamente são fracos metabolizadores
referida isoenzima para serem das drogas, o que gera altos riscos de
metabolizadas. A mínima influencia da toxicidade [41].
desvenlafaxina sobre a CYP2D6 pode ser
uma opção para estes pacientes [40]. 3.10 EFEITOS COLATERAIS
Pois a inibição da desvenlafaxina
sobre a CYP2D6 torna-se de pequena No que diz respeito aos efeitos
importância se comparada ao benefício colaterais das doses comuns de 50 mg
clínico para as pessoas com o fígado diárias, estas se manifestam já na primeira
saudável, no entanto em indivíduos com semana de tratamento, sendo a náusea o
comprometimento hepático a efeito adverso mais comumente relatado,
desvenlafaxina pode potencializar as inclusive em todas as doses de
interações entre drogas proporcionalmente desvenlafaxina, sendo sua incidência
a concentração prescrita. Apesar disso, é preponderante nos primeiros dias de
preciso salientar que a desvenlafaxina não tratamento, com intensidade considerada
inibe os efeitos das enzimas CYP1A2, de ligeira à moderada na maioria dos
CYP2A6, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C19 e casos, desaparecendo com o decorrer do

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tratamento sem a necessidade de colaterais verificados foram náuseas, boca


interferências [42]. seca, sudorese, tontura, astenia e prisão de
DeMaio observou em uma série de ventre, as quais são consistentes com os
experimentos que a desvenlafaxina 50 efeitos adversos ocorrentes em toda a
mg/d possui um favorável perfil de classe dos IRSNs [45].
segurança, com eventos adversos
considerados de ligeiros a moderados e 4. CONSIDERAÇÕES
com taxas de descontinuação devido a tais
eventos comparáveis com os do indivíduos Os processos depressivos, dentre
submetidos ao placebo [43]. estes a depressão maior, incidem cada vez
Em outro estudo com mulheres na numa proporção maior sobre a população,
pós-menopausa foram observados os acarretando em prejuízos não somente
efeitos nas concentrações de 50, 100, 150 e financeiros com os gastos públicos na
200 mg. Em todos os grupos a atenção hospitalar, como também na
desvenlafaxina foi bem tolerada de uma redução da capacidade de produtividade
forma geral, com maior incidência de laboral da sociedade como um todo e da
eventos adversos e interrupções do qualidade de vida das pessoas deprimidas.
tratamento nos grupos de 150 e 200 mg em Portanto, os danos ocasionados pela
comparação ao grupo placebo, porém a depressão maior são incalculáveis, se a
diferença de efeitos colaterais entre os doença for observada sob a ótica do
grupos desapareceu após a primeira sofrimento humano e nos anos de vida
semana, sendo as náuseas, tonturas e a perdidos pelos indivíduos que não
insônia os efeitos adversos mais alcançam um tratamento que promova a
observados [44]. remissão dos sintomas da doença.
Em uma pesquisa de duplo-cego de Consequentemente, o
fase 3 com pacientes de ambulatório desenvolvimento de novos antidepressivos,
diagnosticados com o transtorno se faz necessário para que haja um maior
depressivo maior, a desvenlafaxina nas número de opções de tratamento e também
doses de 200 e 400 mg apresentou poucas drogas com menor número de reações
alterações clinicamente significativas nos adversas e de interações medicamentosas,
sinais vitais, exames laboratoriais e no como é o caso da desvenlafaxina, devido a
eletrocardiograma, mas os efeitos sua ação especifica sobre os

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neurotransmissores e utilização irrelevante


[4] ROCHA, F.L; FUZIKAWA, C; RIERA, R;
das enzimas do CYP450. HARA, C. Evidências sobre a combinação
Além disso, a desvenlafaxina é de deantidepressivos na depressão maior. Diagn
Tratamento, v. 18(2), p. 87-93, 2013.
simples uso posológico, pois não exige
[5] BUENO, J.R. A Era dos Antidepressivos.
posteriores titulações da droga o que Revista Debates em Psiquiatria Clínica,
interfere positivamente para a maior jan./fev., (1), p. 6-15, 2011.

aceitação da medicação por partes dos [6] LIMA, L.P. In: MONTEIRO, R, editor.
Programa de Educação Continuada em
pacientes, apesar da existência das reações Psiquiatria – Desvende. São Paulo: AC
adversas, as quais são intrínsecas a todos Farmaceutica; 2012.

os fármacos da classe dos inibidores da [7] LUCAS, R.S.G. A depressão e qual a


implicação da família – da prevenção ao
recaptura serotonérgicos e
tratamento. (Monografia). Niterói:
noradrenérgicos. Universidade Candido Mendes; 2012.
Apesar disso, é possível inferir que [8] VERMETTE, D; JOWERS, J; PINKSTON,
a desvenlafaxina proporciona maior J. Desvenlafaxine: Effective Treatment for
Major Depression. Medscape. 2008 nov. 18
número de benefícios do que prejuízos aos [acesso em 2014 jan. 14].
seus usuários, configurando-se, portanto, [9] ACCATTINI, M; PAPINE, J.M. Distúrbios
em uma excelente alternativa contra a do SNC Depressão, Ansiedade e Epilepsia.
Programa de desenvolvimento profissional ao
depressão maior. farmacêutico: Medley; 2007.

[10] PERITO, M.E.S; FORTUNATO, J.J.


Marcadores biológicos da depressão: uma
revisão sobre a expressão de fatores
neurotróficos. Rev Neurocienc, v. 20(4), p.
597-603, 2012.
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CANO, F.G; SANCHES, A.C.C; CANO,
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pacientes adultos. Rev Psiq Clín, v. 35(1), p. 1-
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