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E-BOOK ESPECIAL

OS 7 MITOS QUE PODEM DESTRUIR


A SUA VIDA CRIATIVA E A SUA
ARTE

Como Tomar O Controle De Uma Vez Por


Todas Da Sua Vida Artística

Por Taba Kuntz


Direto da mesa do Taba

Porto Alegre, RS.


Fevereiro 2019.

Querido amigo artista,

Eu decidi escrever este E-book para ajudar todos os artistas e qualquer


pessoa que deseja se expressar através de alguma arte.

Ao longo da minha vida artística eu passei por muitos momentos de


dúvida, e até mesmo de culpa, por acreditar que eu era um artista.

Grande parte destes sentimentos estavam diretamente ligados a muitos


deste mitos que você vai conhecer hoje.

Talvez você já tenha acreditado em algum, ou ainda, acredite em muitos


deles.

A minha intenção foi escrever sobre algo que ninguém fala muito, e que
eu descobri ser um ponto sensível na vida de qualquer um que deseja
seguir com a sua arte.

Ao longo dos meus estudos e do meu trabalho como coach e consultor


de criatividade, eu percebo como é importante desatar alguns nós e
desenvolver uma preparação mental afada.

Eu espero que seja uma leitura proveitosa e ajude você na sua trajetória
criativa e na sua arte.

Vamos lá, então!

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


A Grande Ideia Por Trás Deste Livro

A premissa fundamental deste livro é que existem muitos aspectos


externos que acabam infuenciando negativamente a vida dos artistas e
das pessoas que querem seguir com a sua arte.

E no fnal das contas, o aspecto interno que é necessário pra que um


artista siga desenvolvendo o seu trabalho acaba sendo deixado de lado.

De fato, existem 3 pilares fundamentais que são o segredo de todo


artista de sucesso. São eles:

1. Confança

2. Criatividade

3. Motivação

Na primeira parte deste livro nós vamos trabalhar a sua confança.

Eu vou mostrar pra você os 7 mitos que são espalhados por aí e que
acabam afetando a vida artística e criativa das pessoas.

A minha intenção é mostrar pra você como, muitas vezes, nós deixamos a
nossa confança ser abalada por pretensas verdades que fcam pairando
no imaginário popular.

Na segunda parte nós vamos falar um pouco sobre como você pode
acessar a sua criatividade através da energia criativa.

Na parte fnal deste livro, eu coloquei um exercício que já ajudou


milhares de pessoas a recuperarem seus sonhos e colocarem em ação
seus planos e desejos criativos.

Mas antes de qualquer coisa eu preciso falar sobre…

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


O Poder dos Artistas E Da Criatividade No Mundo

Quando somos inspirados por uma força maior, nosso espírito se torna
mais confante e abastecido da energia necessária para enfrentarmos
todas as difculdades que se colocam diante de nós.

Estar entusiasmado é, no sentido original da palavra, estar com os deuses


dentro de si.

Por esta razão, toda mente criativa carrega uma força e um poder para
transformar o mundo e a realidade em que vive.

Quando se une inspiração com paixão, uma chuva de pensamentos e


conexões começam a fuir na nossa mente e a desaguar corredeira
abaixo.

Novas ideias inundam a realidade das nossas vidas, convidando outras


pessoas a seguirem este fuxo.

Pensar é perigoso. “Não pensar é mais perigoso ainda”, disse a flósofa


alemã Hanna Arendt.

Em se tratando de artistas e mentes criativas, humildemente,


eu complemento:

Pensar com entusiasmo é perigoso.

Quando uma mente criativa é inspirada, ela ganha a paixão necessária


para desenvolver e defender uma ideia.

Esta paixão é o entusiasmo. Esta força é um milhão de vezes mais


contagiosa que o vírus Ebola.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


A partir daí, basta o pensamento crítico construir um sentido e um
propósito para esta ideia, jogá-la no mundo e esperar a reação em cadeia
que virá a seguir.

Artistas, flósofos, cientistas, intelectuais, pensadores, políticos, profetas e


reis sabem disto.

Ideias inspiradoras podem salvar vidas, trazer o amor, desnudar


uma falsa ética, derrubar governos tiranos, contestar dogmas,
elevar a condição humana, iluminar o bem e salvar o mundo

Ao mesmo tempo, ideias deturpadas podem causar guerras, estimular a


violência, a intolerância, justifcar a barbárie, manipular o sentido,
manobrar as massas, enganar e esconder o mal.

As grandes mentes criativas sabem do poder de suas ideias. Elas tem


consciência do efeito que suas criações têm no mundo.

Infelizmente, algumas delas cedem ao ego e fazem construções lógicas


poderosas mas de caráter duvidoso.

Usam a força da energia criativa para seus anseios de poder.

Aproveitam o entusiasmo de suas ideias mas desvirtuam o propósito


delas com uma moral fraca, pequena e egoísta.

Estes pensadores do mal usam o medo alheio para disseminar conceitos


e criações temerárias, no intuito de satisfazer seus propósitos egoístas e
vaidosos.

Apenas alguns exemplos de pessoas que fzeram mal uso de suas ideias
já seria o bastante para você entender o poder delas.

Mas eu não vou focar nisto. Você já deve ter lembrado de algumas.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Eu prefro falar dos exemplos que usaram sua conexão e seu poder
criativo para o lado generoso, o lado do bem, que ajuda pessoas e eleva a
condição da consciência humana.

Gandhi, Martin Luther King, Abraham Lincoln, Sócrates, Chico


Xavier, Giordano Bruno, Galileu Galilei, Bob Marley, John Lennon,
Nelson Mandela…

São muitos!!! E que bom para nós.

A capacidade dos artistas de infuenciar o mundo é gigante. Isso por quê


o mundo carece de pessoas inspiradas.

Talvez a correria cotidiana desestimule ou leve as pessoas a pensar que


isto não é importante.

Entretanto, pessoas inspiradas e entusiasmadas por boas ideias libertam


consciências, quebram paradigmas e nos conduzem a novas eras.

Não é por nada, muitos destes que citei tiveram tanta infuência em sua
época, que a ordem de poder vigente se sentiu ameaçada.

Sócrates foi condenado a morrer com uma taça de cicuta em Atenas.

Martin Luther King foi assassinado, assim como Abraham Lincoln e


Gandhi.

Galileu Galilei precisou negar a certeza de que a terra girava em torno do


sol para não ser queimado pela inquisição na Idade Média.

A mesma sorte não teve Giordano Bruno, queimado vivo por defender,
entre outras, a ideia de um universo infnito.

Nelson Mandela, por exemplo, fcou preso 27 anos por se engajar contra
o regime do Apartheid na África do Sul, que segregava o povo pela cor da
pele e pela etnia de cada um.

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Todo governo conhece da infuência que os artistas têm na
sociedade.

Em 1863, o imperador Napoleão III (sobrinho de Napoleão Bonaparte) se


viu obrigado a criar uma exposição paralela ao Salão de Paris para
abrigar o, recém-nascido, movimento impressionista e acalmar alguns
ânimos.

O artista chinês, Ai Weiwei, foi preso mais de uma vez pelas autoridades
do país.

Na última, em 2011, fcou três meses desaparecido e teve seu estúdio


invadido com dezenas de pertences confscados.

Weiwei se manifesta, constantemente, contra o governo chinês e seu


nome não aparece nas buscas do Bing (uma espécie de Google
controlado pelo governo).

A perseguição às novas ideias, ou mesmo, às manifestações artísticas


questionadoras é o preço a ser pago por pessoas que param pra pensar
e defender seu ponto de vista.

Seja através da arte, ciência ou da vida política, o engajamento e a atitude


incomoda alguns governos e, até mesmo, algumas sociedades.

Isto não é um privilégio de tempos passados.

Isto se deve ao poder que existe na propagação das ideias, e continuará


existindo até que saibamos lidar com as diferentes perspectivas e com a
liberdade de opiniões.

Da parte do artista, me parece, o essencial é usar o poder criativo de


maneira correta.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Inspirado e entusiasmado, sim, mas também pensando sobre o
propósito do efeito que se quer causar.

Parte 1 – Os 7 Mitos

Mito n° 1 – ‘Os artistas morrem de fome’

Se existe uma ideia que se enraizou no inconsciente da maioria das


pessoas, e também de muitos artistas, é de que a vida artística é
sinônimo de vida com difculdades fnanceiras.

Este padrão de pensamento contamina quem vive uma vida criativa de


inúmeras maneiras.

Ao assumir como verdade que os artistas morrem de fome, todas as suas


ações serão infuenciadas por este pensamento.

O ‘mindset do artista faminto’ não vai levar você a lugar nenhum.


Na maioria das vezes, ele já impõe uma barreira para você assumir a sua
vida artística.

As suas próprias dúvidas e medos vão se projetar nos olhares e nas


perguntas de outras pessoas.

Mesmo se você não desistir da sua arte, você pode não querer levá-la a
sério como deveria, ou ao menos, poderia.

Isto porque, ao pensar assim, você está limitando suas possibilidades e


restringindo as suas ações para manter sua vida criativa a pleno vapor.

Então, você acaba sendo um artista que não ‘esquenta muito a cabeça’
pois sabe que viver de arte é difícil e não dá dinheiro.

Assim, você não mantém grandes compromissos com a sua arte. Afnal
de contas, fnanceiramente, ela não vai lhe trazer muito.

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O que muitos artistas acabam por não perceber é que fazer arte é
uma mistura de paixão, talento e trabalho árduo.

Acreditar ou fortalecer o mito de que os artistas morrem de fome vai


limitar sua capacidade energética de criar.

Você pode cortar pela raiz a motivação para desenvolver mais o seu
talento e, sobretudo, você dilui drasticamente a sua capacidade de agir.

Mas, suponhamos, então, que você conseguiu dedicar um tempo para


criar.

E agora? Promover o trabalho para que as pessoas conheçam? Por quê?


Para quê?

Você não acredita que isto seja necessário pois não acredita que seja
possível.

‘Vender minha arte? Que garantias eu teria de que isto aconteceria de


novo?’

‘Imagina se eu tivesse que sobreviver disto?’

Melhor mesmo continuar fazendo sua arte despretensiosamente, como


um hobby, lá de dentro da sua caverna, do seu estúdio, do seu porão,
sem fazer muito barulho para o mundo.

Veja bem, eu não acho que existe nenhum problema em você cultivar sua
vida criativa como um hobby. Mas você não vai se manter motivado sem
ver nenhum resultado.

A tríade do artista é criação, exposição, venda.

Quando você valoriza demais o mito do artista faminto você prejudica


todos estes aspectos.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Pode começar questionando ‘Para quê colocar um preço?’, ou ainda, ‘Por
quê eu deveria divulgar meu trabalho?’.
Um belo dia você acorda e pensa: ‘Por quê eu estou fazendo isto?’

E então, quando você não encontra suas respostas, prontamente, seu


ego encontrará muitas.

E ele pode lhe dizer coisas do tipo:

‘Se você pensar em fazer dinheiro com sua arte, não fará boa arte!’

‘Você não precisa expor ou divulgar seu trabalho. Uma boa criação se
divulga por si só’

‘A única maneira de ser um artista de sucesso é ...’

O mito de que a vida criativa é um caminho para se viver com problemas


fnanceiros é isto, somente um mito.

Só que, acreditar nesse mito, vai limitar muito o seu mindset e o seu
padrão de pensamento.

Por acaso você tem presente alguns destes pensamentos? Eles vem de
você ou de outras pessoas?

Não tem problema se você se identifcou. Todos nós temos nossos


maiores sabotadores internamente.

A partir de agora, o importante é que você comece a mapear suas ideias


sobre a vida artística. Deixe fuir as coisas que você pensa e fque atento
aos seus pensamentos.

Aos poucos, substituir estas ideias que não lhe benefciam e só lhe
desmotivam, vai ser o caminho para você construir pensamentos mais
alinhados com seu sonho.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


O benefício prático disto é simples. Você vai construir uma base sólida
para você se apoiar, para ter mais segurança, clareza e poder para buscar
sua motivação e agir sempre que precisar.

Mito n° 2 – ‘Os grandes artistas são gênios inatos’

Este é outro mito sobre os artistas:

“De tempos em tempos, surge um ser humano notável. Alguém com um


canal direto com os deuses do universo. Este gênio tem aptidões criativas
supremas desde nascença. Tudo o que ele faz é trancar-se em sua
caverna, seu estúdio, seu ateliê, e explorar a sua criação de maneira
engenhosa. Então, em um ato quase misericordioso, ele compartilha sua
criação com mundo e todas as pessoas o reconhecem como um gênio,
um enviado, alguém especial a quem o mundo se curva sem pestanejar.”

E aí, eu pergunto pra você: ‘o que sobra pra nós, reles mortais?’

Analisando rapidamente, pode parecer que eu exagerei, não é?


Mas eu tenho certeza que se você parar pra pensar vai lembrar de
ocasiões em que acreditou em algo parecido.

Ás vezes, nós julgamos algum artista, ou recebemos algum julgamento


dos outros, de maneira precipitada. Podemos ser bastante injustos se
estamos comparando um artista iniciante com outro mais consolidado.

A maioria do público enxerga apenas o estágio fnal da arte. Só


que, o artista passa por um processo, e a arte que ele entrega é o
resultado deste processo.

Boa parte das pessoas esquecem isso e analisam, tão somente, o fnal do
processo de criação, dando valor apenas ao resultado dele.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Alguém desavisado pode apontar falhas ou mal gosto na criação de um
artista iniciante, sem, de fato, conhecer a história deste artista ou a
evolução do seu processo.

Ninguém nasce um gênio. Todas as pessoas desenvolvem habilidade com


treino, dedicação e trabalho sério.

Insistência é consistência.

Existem artistas que passam uma vida inteira criando e tentando


descobrir a própria voz.

Normalmente, vai ser aquele traço único que vai trazer o reconhecimento
do seu trabalho para o grande público.

Will Gompertz, editor de arte da BBC, conta que Pablo Picasso fez sua
primeira exposição na França em 1901.

Um amigo espanhol convenceu um infuente negociante de arte a


organizar uma amostra individual do jovem artista aos 19 anos.

Em 2013, foi realizada em Londres a amostra “Becoming Picasso”, com os


quadros desta primeira exposição de Picasso.

Gompertz nos relata que Barnaby Wright, o curador do evento, especulou


que se o grande mestre tivesse falecido após a exposição de 1901,
possivelmente, não seria mais do que ‘uma nota de rodapé na história da
arte’.

Isto, por que, ainda não era evidente a assinatura de Picasso ali.

Naquelas mais de sessenta pinturas, nos conta, era possível perceber um


talentoso pintor copiando suas infuências, mas ainda sem acrescentar
seu traço de originalidade.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Boa parte dos grandes artistas sabem que representam uma parte
de um todo.

Eles existem como grandes artistas pois aprenderam com seus mestres.

Eles fzeram o seu trabalho de pesquisa. Foram atrás das ideias que os
infuenciaram.

Copiaram, assimilaram e trabalharam duro para acrescentar algo a mais


nesta linha histórica.

Por trás do mito do gênio, você sempre vai encontrar um artista


obstinado e incansável.

Sim, eles são geniais. Mas eles não nasceram geniais. Eles buscaram ser,
e buscaram nos lugares certos; através do trabalho de outros gênios.

A genialidade se constrói quando você tem tanta informação


internalizada, tantos processos repetidos, que se torna impossível
expressar isto de maneira lógica.

Então, os grandes artistas expressam à sua maneira.

Você não precisa ser um gênio, aliás, sequer precisa querer ser um.

Só não esqueça que os grandes artistas não nascem gênios, eles se


desenvolvem para isto.

Alguns tem mais talento e aptidão, outros tem uma sensibilidade maior
com as ideias do seu tempo, alguns são mestres na autopromoção,
outros apenas não desistem e seguem criando.

O essencial em desmistifcar isto, é deixar claro o quão importante pra


um artista é estar envolvido com outros pensamentos.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


"Muitas pessoas estão tão acostumadas em ver somente o resultado do
trabalho. Eles nunca veem o lado do trabalho que você tem que
ultrapassar para produzir este resultado"
- Michael Jackson

Brian Eno, famoso produtor, compositor e músico, cunhou o termo


‘Scenius’.

Uma mistura de gênio + cena.

Diz ele que, frequentemente, um ambiente de artistas favorece o


surgimento de grandes ideias.

Isto acontece pois a criatividade fca no ar.

Quando se tem uma cena efervescente, com diversas vidas criativas


pensando e propondo novos conceitos, isto contamina outros artistas.

É normal um artista infuenciar o outro. Uma forma de arte inspirar a


outra.

Antigamente, isto acontecia em regiões aonde havia concentração de


artistas, formando redutos pulsantes de criatividade, como foi Paris no
início do século, ou Londres na década de 60 e 70.

Uma mistura de linguagens, artes e ideias que se torna uma encubadora


de artistas e uma fábrica de novos ‘gênios’.

É nesta atmosfera de pluralidade que acontecem os grandes


movimentos artísticos e culturais.

É este o ecossistema que permite uma abundância criativa que


transborda genialidade.

Não de um indivíduo, mas de uma coletividade.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Nos dias atuais, você não precisa ir beber absinto em Paris ou circular
pelos parques de Londres para ter contato com estas ideias. Hoje, isto
está ao alcance de todos na Internet.

Claro, não estou menosprezando o poder da experiência da vida real


para a criatividade.

Entretanto, basta seguir seu artista, o seu nicho, os seus pares para ter
contato com as suas ideias.

Acompanhe o que eles vêm pensando, publicando, trabalhando.

Qual é a sua cena? De quem você gosta? Quem lhe inspira?

Ninguém nasce um gênio e, atualmente, todos eles estão por aí na rede


ao seu alcance. Procure o seu preferido e veja o que ele anda fazendo.

Mito n° 3 – ‘O sucesso do dia para a noite’

Eu já falei em alguns vídeos sobre o interesse que a mídia tem em nos


vender a ideia de que artistas são pessoas especiais.

Pois bem, isto parece existir, também, por causa de uma confusão que
muitas pessoas fazem frequentemente:

Não distinguir fama e sucesso.

É bastante comum se falar em sucesso como se fosse fama, ou vice-


versa.

A fama, sim, pode vir do dia pra noite. O sucesso se constrói dia
após dia.

Você pode morrer como um artista de sucesso sem nunca ter sido
famoso.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Quer um exemplo?

Vincent Van Gogh…

Ou você duvida que ele foi um pintor de sucesso?

Ok, atualmente é óbvio, pois ele é considerado um dos maiores pintores


de todos os tempos.

A sua fama é mundial, crescente e continua passando de geração


para geração.

Mas, e se Van Gogh tivesse ouvido seu pai e sua mãe, que eram
contra a sua vontade de pintar?

E se tivesse seguido o seu emprego de comerciante de arte ou


continuado a pregar em pequenos templos protestantes, seguindo a
tradição da família?

Ao invés disso, ele precisou investir anos de prática, observação e


empenho para assimilar o conhecimento necessário para pintar.

Ele foi um autodidata.

Para se tornar o pintor que todos nós conhecemos, primeiro, ele


teve que ser este pintor para si mesmo.

Necessitou enfrentar dúvidas, passar por cima do seu orgulho, por


difculdades fnanceiras e, ainda assim, seguiu pintando e aprimorando
seu estilo.

Quando Vincent Van Gogh pinta ‘A Noite Estrelada’, um de seus quadros


mais famosos, mesmo estando internado em um hospital psiquiátrico,
ele estava tendo sucesso.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Quando produz mais de 800 quadros nos seus últimos 2 anos de vida, o
homem que mutilou a própria orelha deixava sua marca na história
mesmo sem saber.

Não, não existe glamour em ser um artista perturbado.

"Você descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que
quer ser, e que o tempo é curto." - William Shakespeare

Aliás, algumas ideias bem distorcidas surgem quando se valoriza a


confusão mental de grandes artistas para justifcar sua produção ou
pretensa genialidade.

O fato é que Van Gogh pintou apesar de seus problemas, não por causa
deles.

Ele conseguiu fazer o que queria, que era pintar seus quadros, acima de
qualquer difculdade, mesmo as que lhe afigiam internamente.

Infelizmente, nem ele, nem seu patrocinador e irmão, Theo, puderam ver
as obras ganharem fama. Os dois faleceram muito jovens, quase na
mesma época.

A história pode ser triste, mas o ensinamento é valioso. Dedicar-se


às pinturas foi o sucesso na vida de Vincent Van Gogh.

Viver com a sua arte, superar obstáculos e produzi-la, certamente ajudou


o artista a atenuar as dores existenciais e psicológicas.

Pode ter sido a manifestação de vontade mais genuína na vida dele.

E certamente é na vida de muita gente também.

O sucesso está em fazer a sua arte.

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Começa quando você se permite a acreditar que é um artista, e continua
toda vez que você produz e aprimora o seu talento.

Mas não espere que todos vejam desta forma. A fama existe como a
ponta de um iceberg.

Poucos enxergarão o que está por baixo da superfície.

Pouquíssimos, saberão o tamanho do bloco gelado que precisou se


formar para emergir acima do nível do mar.

O sucesso não ocorre do dia pra noite. Ele vem acontecendo.

Acompanhado de sucessivas ações, pequenos passos, vitórias, derrotas,


vontade de desistir, resistência, recomeço, trabalho.

Um caminho longo como este só pode ser percorrido quando


obtemos recompensas durante a jornada.

E assim é o fazer arte. Você obtêm recompensas pelo caminho.

Recompensas que talvez somente você entenda e valorize. Mas, que são
o sufciente para lhe manter nos trilhos.

O sucesso é um conceito relativo. Em um primeiro momento, podemos


enxergar como sendo dinheiro, fama e reconhecimento em massa.

Mas, se você lembrar da história de artistas que tiveram tudo isto e, no


fundo, não pareciam estar felizes, talvez, você perceba até que ele já
existe pra você.

Certa vez, eu recebi uma mensagem de um rapaz, de cerca de 23 anos,


que entrou em contato com a página da minha antiga banda na internet.

Ele dizia na mensagem que gostava muito das nossas músicas.

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Contou que, fazia alguns anos, havia sido baleado e, por causa disto,
perdeu os movimentos das pernas, fcando em uma cadeira de rodas.

Ele disse que, durante este período, precisou buscar muito apoio e força
mental para superar a depressão pós-trauma.

Na mensagem, escreveu que as nossas músicas, e de alguns outros


artistas, tiveram um papel importante em ajudá-lo a superar esta fase
turbulenta.

Pra mim, isto foi um grande sucesso.

Eu não ganhei dinheiro, ninguém fcou sabendo e eu não apareci na TV.

Mesmo assim, eu sabia que aquilo valia muito mais.

Mais importante do que ter fama, é saber o que é o verdadeiro sucesso


pra você.

Obter fama repentina e não estar alinhado com o seu sucesso pessoal é o
mais devastador dos fracassos.

Por isto, você deve construir o seu próprio mapa de sucesso. E neste
caminho você vai olhar e decidir para onde quer ir. Esteja atento por
onde você vai passar também.

Nossos objetivos são importantes. Mas, os lugares que passamos


para alcançar eles também são, e trazem boa parte da
recompensa.

Não tenha medo de escolher ir para um lugar que você quer ir, por mais
longe que ele possa ser.

Fique atento ao caminho, pois, ele vai trazer recompensas. E estas


recompensas serão um estímulo e um termômetro da sua jornada.

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Aos poucos, você vai entendendo o que lhe faz bem e valoriza a trilha que
lhe traz mais alegria ao percorrer.

Existem muitas trilhas para um mesmo objetivo.

O sucesso se constrói dia após dia, e isto só é possível com disposição e


motivação para seguir.

Escolha o seu melhor caminho. Entenda o que é o seu sucesso e busque


isto todos os dias.

Mito n° 4 – ‘A vida de artista é errante e sem objetivos’

Este é mais um dos resultados das ideias sobre a vida dos artistas que
fcam no imaginário popular.

Todas vez que Keith Richards aparecia com uma garrafa de Jack Daniels
na mão.

Toda vez que um jovem artista se junta ao clube dos que morrem cedo.

Sempre que se expõe algum aspecto degenerativo na vida de um artista.

Isto ajuda a construir uma imagem deturpada sobre o trabalho criativo.


Nos leva a acreditar que a criatividade surge em meio ao caos.

Nos incentiva a construir a ideia de que estas mentes criativas vivem uma
vida cheia de loucura, insensatez, e que futuam pela vida quase ao
acaso.

Nada mais errado.

Não vou dizer que não existem artistas extravagantes e que possam
justifcar alguns dos mitos que se criam sobre a vida deles.

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Entretanto, a grande maioria de artistas sérios, e comprometidos
com a sua vida criativa, são exatamente o oposto do caos e da
confusão.

Em seu livro “Os segredos dos grandes artistas”, Mason Currey, nos conta
mais sobre a rotina de grandes mentes criativas.

O cineasta sueco, Ingmar Bergman, dizia, por exemplo:

“Oito horas de trabalho duro todos os dias para


conseguir três minutos de flme (…) Trabalho o
tempo todo (…) é como se houvesse uma
enchente percorrendo a paisagem da alma. É
bom, pois leva muita coisa embora. É
purifcador. Se eu não tivesse ocupado todo o
meu tempo com trabalho, teria enlouquecido”

Quando Wolfgang Amadeus Mozart mudou-se para Viena para se


estabelecer como músico independente, sua rotina de trabalho para se
sustentar permitia pouco tempo livre para compor e criar.

Em 1782, Mozart escreveu para sua irmã:

“Às 7 horas, estou completamente vestido. Em


seguida, componho até as 9 horas. Dou aulas
das 9 às 13 horas. Então almoço (…) em alguma
residência onde eles almoçam às 14 horas ou
às 15 horas (...) Nunca consigo trabalhar antes
das 17 horas (…) Se não há um concerto para
me impedir, componho até as 21 horas (…)
Como não posso contar com um horário à
noite para compor por causa dos concertos (…)
tenho o hábito, especialmente quando chego
em casa mais cedo, de compor um pouco antes
de ir dormir. Muitas vezes escrevo até a 1 hora
– e me levanto às 6 horas (…) Com tudo isto,

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tenho tanta coisa para fazer que muitas vezes
não sei se estou de cabeça pra cima ou de
cabeça pra baixo”

Da mesma maneira, Van Gogh escreveu sobre sua rotina para o irmão
Theo:

“Hoje, novamente, das 7 horas às 18 horas,


trabalhei sem me mexer a não ser para levar
algum alimento a um ou dois passos de
distância (…) Nossos dias são passados no
trabalho, trabalhando o tempo todo, à noite
estamos mortos e vamos para o café e, depois
disso, cedo para a cama! Assim é a nossa vida”

Uma das grandes mentes criativas do último século, o escritor Ernest


Hemingway, também, foi famoso por suas excentricidades e sua vida
mais boêmia.

Entretanto, em relação ao seu trabalho, Hemingway controlava a


produção diária de palavras, escrevendo um gráfco para acompanhar
sua evolução.

Em entrevista concedida à Paris Review, em 1958, o escritor americano


disse:

“Quando estou trabalhando em um livro ou um


conto, escrevo todas as manhãs, começando
tão logo após o primeiro raio de sol (…) Você
escreve até chegar a um ponto em que a
criatividade ainda fui (…) Então para e tenta
sobreviver até o dia seguinte, quando
recomeça.”

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Grandes artistas se forjam no trabalho consistente, no detalhe do
detalhe, no planejamento, na teoria e na prática, na disciplina e na
ordem.

Ordem para trabalhar e para criar.

O fruto desta criação pode até ser uma obra de caos e confusão. A vida
do artista não.

Para levar uma vida criativa a longo prazo, você deve desconstruir
o mito do artista boêmio/drogado como sendo um gênio criativo.

Um caminho errante e sem objetivos não é padrão de comportamento


dos grandes agentes da vida criativa.

Isto não vai levá-lo a lugar nenhum. Ou melhor, vai levar sim. Pode levar
você embora daqui.

Não vou dizer que não existiram, ou que não existem, artistas assim. Só
que eles morrem cedo.

Você quer morrer cedo? Eu não quero.

Até, porque, quanto mais tempo eu viver, mais tempo terei pra criar, mais
legado eu posso deixar e, claro, maior chances de alcançar meus
objetivos ainda em vida.

O gênio perturbado, instável, e que vive em meio ao caos é uma visão


romântica que vem de fora da vida criativa.

"Pela forma como trabalha se avalia o artista. " - Jean de La Fontaine

Existe um charme quando as pessoas pensam em artistas como loucos e


selvagens.

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Vira e mexe, algum grande artista é explorado nas mídias para satisfazer
este mito popular e reforçar esta crença.

As pessoas podem até achar que artistas são assim, mas você não pode.

Em alguns momentos, se você quiser, você pode até incorporar esta


persona, mas não acredite nela.

No máximo, e com muito cuidado, isto pode ser usado para fns de
marketing.

Mas, para construir a sua história e fazer a coisa mais importante que
existe na vida criativa, que é produzir o seu trabalho, você precisa de
energia.

E você gasta muita energia para ser criativo.

Esta energia pode se esvair, facilmente, se você depositá-la em outras


coisas.

Sendo assim, você vai perder parte do seu potencial.

Os grandes artistas, aqueles que realmente atingiram um pedaço da


eternidade, eram obsessivos e obcecados pela sua produção.

Qualquer coisa que lhes tirasse de casa, do estúdio, do ateliê, sempre


seria um motivo de incomodação por comprometer algumas horas da
sua dedicação.

Os tempos mudaram, e os artistas não podem mais fcar somente dentro


da sua ‘caverna’ produzindo.

E, talvez, justamente por isto, cada vez mais, o planejamento, a ordem e o


método são necessários.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Assim como a energia e o entusiasmo, pois, não é somente com método
que se faz arte.

É por isto que você deve manter sua energia no seu trabalho e na sua
produção.

Projete a sua vida artística e criativa para o resto da sua vida.

Talvez, você não realize o fetiche de viver como um rockstar


inconsequente, ou, como um poeta boêmio do início do século.

Entretanto, a pressão de não precisar explorar toda a seiva criativa até os


27 anos, vai lhe transmitir o conforto e a sensação de que ainda existe
muito por vir.

Pense a longo prazo. Cuide-se o sufciente para tornar isto factível.

Valorize o tempo que você vai dedicar a sua criatividade. Não importa
que sejam poucas horas na semana. Mas, esteja lá de mente limpa e
renovada.

Você precisa de energia e clareza pra deixar fuir. É assim que você vai
acessar melhor as camadas da sua consciência e inconsciência.

Confusão não é sinônimo para produção criativa e artística.

Pense, planeje, refita, pondere, analise, teste, avalie, refaça.

Organize o seu ambiente e a sua vida. Isto vai mudar a sua arte.

Coma bem. Faça exercícios. Respire tranquilamente. Durma bem.

Valorize todos os aspectos da sua saúde; Físico, mental e espiritual.


Mantenha a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Mito n° 5 – ‘A melhor arte acontece quando o artista vive na
miséria’

O quinto mito sobre a vida criativa está inserido na linha padrão de


pensamento sobre os artistas.

Você percebe a relação dele com os mitos número 1 e 4?

É o pensamento que diz que é normal os artistas serem pessoas com


problemas fnanceiros e viverem de maneira caótica.

Estar jogado ao acaso, em meio a sua atividade de criação, seria o padrão


ideal de desenvolvimento de um artista genuíno.

Este mito vem, basicamente, lhe dizer que não existe outra saída senão
viver assim.

Ou seja, vem dizer que você deveria ter que viver uma vida miserável
para ser um bom artista.

O pensamento de que um artista se forja na sarjeta é muito nocivo para


todos que pretendem seguir a vida criativa.

Isto é mais um refexo do padrão, que satisfaz o consumo sobre a vida


criativa, com ideias externas e sensacionalistas.

Acreditar neste mito, ou no mínimo não contestá-lo, poderá


manter, no fundo da sua mente, a ideia de que a sua vida precisa
estar mal para a criatividade prosperar.

Mas a prosperidade não vem do lixo.

A prosperidade sucede de mais prosperidade. Ela vem de uma


abundância e de um conjunto de fatores igualmente prósperos.

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Eu não estou dizendo que um artista não possa aproveitar diferentes
momentos de sua vida, com uma vasta gama de emoções, e canalizar sua
energia criativa sob variadas perspectivas.

Sim, é possível você estar na sarjeta da vida é criar algo valioso. Só que,
isto é um acontecimento pontual.

Este modelo pode nunca se repetir, ou pior, você pode procurar manter-
se nesse estado prejudicial, achando que é isto que traz a chama da sua
criatividade.

Mas não é isto não. Ao menos, eu não acredito que seja.

Esta ideia, também, está muito interligada com outras que estamos
vendo, dentro do padrão que prega que artistas são seres diferentes.

O pensamento de que são gênios inatos ou loucos. Melhor ainda se


forem os dois.

A verdade é que, artistas não são nem um, nem outro.

Artistas não nascem gênios e, tampouco, são loucos. Ao menos, não


por defnição.

Assim como todos os seres humanos, os artistas têm áreas da vida a


serem preenchidas por necessidades básicas.

Estar em equilíbrio com a maioria delas é o que vai possibilitar o melhor


da sua arte.

Você não precisa fazer um voto de pobreza e abdicar de conforto na sua


vida para fazer boa arte e ser criativo.

Você não tem que fcar em um constante estado depressivo, sentindo-se


em um ralo emocional, para obter a essência da verdade artística.

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Isso, porque a essência da arte está em todo o lugar. Ela acontece a todo
instante. Você somente tem de percebê-la acontecendo.

Para isso, quanto mais equilibrados estiverem os seus sentidos, quanto


mais abertos estiverem os seus chacras, muito melhor será sua
capacidade de absorver a energia criativa e abastecer a sua criatividade.

A melhor arte acontece quando estamos na miséria? Não!

A arte tem o poder de acontecer, mesmo se estivermos na miséria? Sim!

É isto. A criatividade pode ser um suspiro de vida em meio ao caos de um


artista.

Ela pode ser o sopro de Deus, oferecendo uma ajuda divina, para tentar
curar as dores do ser humano.

Ela pode ser como uma for que nasce no meio do deserto. Um milagre.
Mas isso não é a regra, é a exceção.

Sim, a vida é uma constante de altos e baixos e de perdas e ganhos. Isto,


já é o bastante para oferecer sufciente material para uma pessoa
criativa.

“Seja constante e metódico na sua vida, para que possa ser violento e
original no seu trabalho.” – Gustave Flaubert

Se a ‘boa arte’ nascesse apenas da miséria fnanceira, ou emocional, de


uma pessoa, como explicaríamos a evolução do trabalho de grandes
artistas, com boas contas bancárias e vidas aparentemente estáveis?

É claro que as pessoas criativas exploram os lados sombrios da existência


em sua arte.

E isto, também, serve para conectar com o público que, por vezes,
necessita daquela arte para passar por um processo de catarse.

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Como eu tenho falado constantemente aqui: artistas são pessoas
normais.

Tenho certeza de que todos, em sã consciência, preferem a felicidade ou


buscam por ela.

A vida equilibrada, fazendo bem para a sua arte, compreende que você
reconheça os aspectos essenciais da sua existência.

E quando eu me refro a equilíbrio, não falo que a vida deva ser uma linha
reta. Até porque uma linha reta não é sinônimo de vida mas de morte.

O equilíbrio de uma vida é o que você necessita no momento para viver a


sua fase atual.

Sendo a vida uma constante mudança, é essencial que você conheça seus
valores e necessidades para saber dosar isto.

Sendo a criatividade o fruto da sua capacidade de se manter


aberto a uma energia, quanto melhor você estiver consigo, mais
capacidade de materializar boas ideias.

Para alguns criativos, manter um cotidiano de família, criando flhos,


gerindo um lar, pode ser a fonte de energia artística que precisam.

Para outros, a liberdade de poder ir e vir, viajar para outros lugares e


estabelecer novas conexões pode ser essencial.

Você precisa entender quais são os seus valores, e quais signifcam mais
para você.

Assim, poderá identifcar quais as suas necessidades mais importantes


atualmente.

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O famoso escritor, palestrante e coach, Tony Robbins, elencou 6
necessidades humanas básicas que todas as pessoas têm em maior ou
menor grau.

Segundo Robbins, todas as pessoas necessitam das mesmas coisas.

A diferença está na prioridade que elas estabelecem para estas


necessidades:

1. Certeza: necessidade de segurança, estabilidade, conforto, ordem,


previsibilidade, controle, consistência

2. Incerteza: necessidade de variedade, surpresas, desafos, excitação,


diferença, caos, aventura, mudança e novidade.

3. Signifcado: necessidade de sentir-se especial, orgulhoso, querido,


desejado, importante, merecedor de carinho.

4. Conexão e Amor: necessidade de comunicação, união, aprovação, de


fazer parte, de ser íntimo e amado por outros.

5. Crescimento: necessidade de constante desenvolvimento emocional,


intelectual e espiritual.

6. Contribuição: necessidade de tirar o foco de nós mesmos, se doar, se


importar, de proteger e servir.

Você se enxerga em todas elas?

Quais delas, atualmente, você sente que você valoriza mais?

Prestar atenção nestas necessidades, assim como, conhecer os seus


valores, é o que vai lhe ajudar a balancear sua energia criativa.

Não é na miséria que se criam artistas. Também, não é apenas na


riqueza.

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É, sim, no conhecimento interno das suas circunstâncias, e no desenrolar
da sua história de vida.

Reduzir qualquer poder criativo a um cenário romantizado de


degradação é, no mínimo, perigoso. Não pense assim.

Aproveite os tempos ruins. Aproveite os tempos bons. O segredo não


está no ambiente externo, mas no ambiente dentro de você.

Mito n° 6 – ‘Se não aconteceu, nunca acontecerá’

Estamos chegando ao nosso penúltimo mito.

Este não é um mito que vem de fora para atingir os artistas. Ele é um
mito cultivado internamente.

Inclusive, não sei bem se é um mito ou um sentimento. Mas, sei que é


muito comum.

Se trata da falta de confança no seu trabalho. É a dúvida que aparece e


vem lhe questionar sobre qual o sentido de fazer tudo isto.

É o sentimento interno de que estamos criando algo e fazendo a


nossa arte sem nenhuma perspectiva de reconhecimento.

Isso bate fundo na mente de todos os artistas, principalmente, daqueles


que, ainda, não tiveram nenhum tipo de reconhecimento, fama ou
resposta.

A ideia de que, talvez, você esteja se esforçando em vão, faz você se


sentir como um peixe fora d´água no mundo criativo.

A tentativa de chamar atenção de outras pessoas, de repente, não dá


certo.

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O seu trabalho não chegou aonde você queria.
Você começa a pensar que não é pra acontecer.

Se não houve retorno até o momento, é por que não é pra ser mesmo,
você pode pensar equivocadamente.

Mas, então, o que é que não deu certo? Responda para você.

Por acaso, você está criando?

Você publicou o seu livro, fnalizou o seu flme, lançou o seu álbum,
produziu o seu espetáculo, interpretou o seu personagem?

O que falta, então?

Reconhecimento? Fama?

É isto que faz você dedicar tempo para a sua criatividade?

É pensando na fama que você desenvolve o seu talento e constrói a


sua arte?

Sim, eu sei. Os artistas buscam o reconhecimento. É natural. Mas isto é


apenas uma consequência da vida artística.

A fnalidade principal da arte é a arte por si só.

Você faz arte, e depois de fazer, você continua fazendo.

Faça arte buscando somente o reconhecimento, e você vai começar a não


ver mais sentido na vida criativa.

De fato, alguns artistas têm reconhecimento e outros não.

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Ou, ainda...alguns artistas fcam insatisfeitos com o reconhecimento que
obtiveram pois acham que merecem mais.

Outros provam da fama e não conseguem lidar quando ela vai embora.
Então, vivem eternamente do momento em que o trabalho foi
reconhecido.

Não recomeçam, não se renovam, e – pior - fcam ressentidos.

Não se engane com a sensação de ser querido e amado pelo público ou


pela crítica.

A sua vida criativa não pode depender disto. A fama nunca é sufciente.

A sua busca por reconhecimento precisa se alimentar do seu


autoconhecimento. E, isto, se dá através do seu trabalho.

É colocando a sua criatividade em prática, que você se autoabastece com


o carinho de que necessita.

Você cuida de si e da sua arte. Você tem tudo nas mãos.

Você continua o trabalho, não importa o quão signifcativa, ou não, foi a


repercussão do seu último trabalho.

A fama, como diz a escritora e roteirista, Julia Cameron, é uma droga


espiritual.

Mesmo os artistas que vivem em meio a fama, precisam se desvencilhar


dela para continuarem ativos criativamente.

Minha professora de português da 5a série, a Loni, dizia:

‘Faça fama e deita-te na cama!’.

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A intenção dela era mostrar a alguns de nós, notórios bagunceiros na sala
de aula, que os olhares acabavam sempre voltados para nós, mesmo
quando não fazíamos nada errado.

Na vida criativa, se você deita na cama da fama, você dorme. Sua


arte vira sonho.

E arte se faz na realidade. Você levanta e vai trabalhar. Acorda e vai


produzir.

Tanto o excesso, quanto a falta de fama prejudica um artista.

Ou seja, minha conclusão é de que o artista não precisa de


fama. No mínimo, não precisa buscar por ela.

Ela pode vir, com certeza. E você precisará lidar com isto. Por outro lado,
ela pode não vir e você, também, deverá saber enfrentar esta situação.

A verdade é que, em ambos os casos, você tem que continuar criando.

Não é porque ela veio, que vai fcar pra sempre. Tampouco, se ela ainda
não aconteceu, signifca que nunca vá acontecer.

Só que, não é você quem defne isto. Logo, não é o seu dever pensar em
reconhecimento.

Seu compromisso é pensar no próximo passo. Cuidar de você, cuidando


da sua arte e do seu processo.

Seu compromisso é pensar em sucesso.

E o que é o sucesso na vida criativa?

O sucesso pode ser um dia de trabalho produtivo. Algumas horas


dedicadas à sua criação.

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"Nós não fazemos flmes para ganhar dinheiro, nós ganhamos dinheiro
para mais fazer flmes" - Walt Disney

Sucesso pode ser completar um ciclo. É ter um trabalho bem-feito, um


processo bem pensado.

Sucesso é elaborar suas ideias com entusiasmo e com cuidado, e


executá-las da melhor maneira, aquela que está ao seu alcance no
momento.

Pensando assim, o sucesso depende apenas de você.

Que enorme sucesso é materializar a sua criação. Levar em frente, algo


que existia apenas no plano das ideias, e colocar no mundo para os
outros enxergarem.

E o sucesso vai acontecer, enquanto, você continuar fazendo a sua arte.

A repercussão do seu trabalho não lhe diz respeito.

Claro que, se você quer ver a sua criação atingindo o maior número de
pessoas possíveis, é o seu dever trabalhar para isto também.

É mais uma etapa a se cumprir com sucesso.

Divulgar o seu trabalho, para que ele chegue aonde quer que possa
chegar, pode estar nos seus planos.

Então, divulgue. Faça planos, bole estratégias para que ele chegue e
atinja as pessoas. E pronto!

É até aí que deve ir a sua expectativa com a sua arte. O resto não
cabe a você.

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Você pode ter feito tudo com cuidado, entusiasmo e carinho. Pode
ter feito uma boa apresentação, pode ter cuidado da divulgação e,
ainda assim, a repercussão pode não ser satisfatória.

E daí? Eu pergunto. Você vai parar?

Você não aproveitou tudo isto?

Você não se sentiu orgulhoso em realizar algo?

Não aprendeu coisas novas ao longo no processo?

Tudo é aprendizado e bagagem. Você vai melhorando ao longo do


caminho.

Apenas, não pense que as coisas deveriam dar certo de primeira, ou que
sempre deveriam dar certo.

Muitas vezes, as obras dos artistas são reconhecidas e valoradas muito


tempo depois de serem apresentadas ao público.

A história de Moby Dick, a baleia branca que aterrorizava marinheiros,


por exemplo, pouca atenção teve quando foi publicada. Hoje é um
clássico.

O álbum ‘Exile On Main St.’, dos Rolling Stones, foi recebido de maneira
fraquíssima pela mídia. Hoje, muitos o consideram uma pérola da banda.

O flme ‘Scarface’, dirigido por Brian de Palma, com atuação épica de Al


Pacino, dividiu muito a crítica e causou muita polêmica na época do seu
lançamento. Hoje é uma obra cultuada.

F. Scott Fitzgerald escreveu, em 1925, o romance ‘O Grande Gatsby’.


O livro não vendeu bem, e as críticas também não ajudaram. Somente,
em 1940, o romance se tornou referência na educação literária dos
jovens americanos.

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Em resumo da ópera: você não tem controle do impacto que a sua arte
pode causar.

Você não sabe se ela vai valer mais ou menos depois de dez, vinte,
cinquenta anos.

Faça com paixão e continue fazendo.

Quando perguntado sobre o segredo do sucesso dos seus flmes, Woddy


Allen respondeu que, há mais de cinquenta anos, vem flmando quase
um flme por ano.

Segundo ele, é normal alguns serem bons ou terem uma maior


repercussão.

Então, se você não obteve o resultado que esperava, não fque


martelando pensamentos do tipo ‘comigo nunca funciona’, ou, ‘eu não
conheço as pessoas certas’.

Isto não contribui com o seu lado criativo.

Ao invés disto, analise o que você fez. O que deu e o que não deu
resultado.

E continue. Faça mais uma vez.

Eu garanto pra você que continuar produzindo é um dos mais preciosos


segredos da vida artística.

Mito n° 7 – ‘Artistas vivem apenas da sua arte’

Se eu tivesse que escolher um mito, que eu julgo ser o mais prejudicial


para os artistas e aspirantes a artistas, sem dúvida alguma, eu escolheria
este mito.

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Claro que todos eles, de uma forma ou de outra, exercem uma pressão
psicológica sobre as mentes criativas que sonham em viver de arte.

A ideia de que artistas só podem viver da sua arte é o refexo de


muitos enganos que se tem sobre a vida dos artistas e sobre a
própria arte em geral.

Vou fazer uma breve lista sobre a quantidade de infuência negativa que
este pensamento traz embutido:

✗ Sendo um artista, você só pode fazer arte. Logo, você só pode viver
da sua arte.

✗ Se você não consegue viver apenas da sua arte, você não é um bom
artista e, fatalmente, pode acreditar que arte não é pra você.

✗ As pessoas que tem empregos comuns não são artistas. Afnal, elas
não vivem da sua arte.

✗ Artistas são diferenciados, pois, são aqueles que conseguem viver


apenas da sua arte. Então, pessoas ‘comuns’ não são artistas e vice-
versa.

✗ Você pode até fazer arte e se considerar um artista. Mas você não é
tão artista quanto aqueles que vivem apenas da sua arte.

✗ Todos os grandes artistas têm suas vidas inteiras dedicadas à arte.


Por isto, esta é a sua fonte principal de renda.

✗ Como o artista vive apenas da sua arte, a preocupação deve ser,


única e exclusivamente, com a criação e com o desenvolvimento do
processo criativo.

✗ Os artistas não desenvolvem competências fnanceiras, de gestão,


ou quaisquer outras habilidades além da sua criatividade.

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✗ Um artista sempre precisará de um mecenas. Alguém que invista no
seu projeto e lhe possibilite criar com tranquilidade. O artista faz a
arte apenas. O mecenas, ou empresário, a viabiliza e ajuda a
promovê-la.

Ora, advogados estão abrindo hamburguerias, engenheiros


fabricando cervejas, médicos se candidatando a cargos políticos,
gerentes de empresa dirigindo Uber nas horas vagas.

São inúmeros e incontáveis exemplos.

Além disso, a inovação e a tecnologia tem modifcado muitas profssões.

A cada novo dia, muitas possibilidades novas desafam as profssões


tradicionais.

Por quê os artistas deveriam ser os únicos obrigados a manter o seu


ofício, em tempo integral, para serem reconhecidos como artistas?

Isto é um mito. E, no fundo, as pessoas sabem disto.

Entretanto, existe a tendência de achar que aqueles que ganham mais


dinheiro com a sua arte são melhores ou maiores artistas.

Ou, ainda, acreditar que, para ser um grande artista, você tem que
abandonar as outras atividades e ‘tentar’ a vida de artista.

Atividades estas que, muitas vezes, trazem o seu sustento.

Não! A vida criativa deve acontecer, independentemente, de você ganhar


dinheiro com ela. Você precisa manter isso em mente.

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Pois, em verdade, o tempo que você está se preocupando em como
vai viver de arte é o tempo que você está perdendo de fazer a sua
arte.

Não que você não possa, ou não deva, ganhar dinheiro com a sua arte.

Mas, o fato de você ter um emprego ou outras funções que lhe ajudam a
viver não signifca que você é um artista menor.

Também, não signifca que você está ‘tentando ser um artista’.

Mentes criativas são aquelas que desenvolvem ideias inovadoras e


inspiram pessoas, infuenciam e contribuem com outras perspectivas.

"Não há nada obrigatório na arte, porque a arte é livre."- Wassily


Kandinsky

Artistas são pessoas que se dedicam a alguma arte. Colocam-se


disponíveis para o momento, e canalizam sua criatividade para uma
vocação, ou mesmo, um hobby.

Se você quer ser um artista, basta simplesmente que você faça a


sua arte.

Não requer que você seja um estudioso da história da arte, um PhD em


semiótica ou, tampouco, que você viva apenas do produto da venda das
suas criações.

Claro, muitas pessoas sentem uma maior necessidade de mergulhar,


mais profundamente, na vida artística, e resolvem se adequar conforme
este estilo de vida.

Assim, muitos artistas dividem seu tempo criativo com outras atividades
que, de alguma maneira, também tem relação com a sua vida criativa.

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Muitos são professores em suas áreas, dão aulas particulares ou em
instituições.

Outros trabalham e produzem com outros artistas, empreendem algum


negócio dentro do nicho da arte, ou, fazem algo que possibilite manter as
atividades se complementando, ajudando e reforçando o lado artístico.

Entretanto, nada disto é obrigatório para você ser um artista e


desenvolver a sua arte.

Você pode ser uma advogada, um arquiteto, uma funcionária pública,


uma fsioterapeuta, um enfermeiro, um psicólogo, e também ser um
artista.

Uma das lendas do teatro, do cinema e da televisão brasileira, o ator


Paulo Autran, se formou em direito e chegou a advogar enquanto atuava.

Vinícius de Morais manteve, durante boa parte da sua vida, a carreira de


diplomata. Tal fato, não o impediu de desenvolver sua vida criativa como
poeta, compositor, dramaturgo e escritor.

Mário de Andrade, um dos expoentes da literatura moderna brasileira,


tinha formação na música clássica, dava aulas, e era pesquisador da
cultura musical brasileira.

Existem muitos artistas famosos, que ganham muito dinheiro e que


fazem muito mais do que a sua arte.

Não que a maioria deles não pudesse viver apenas disso.

O rapper americano Jay-Z, por exemplo. Rapper, compositor, produtor e


business man. Ele produz novos artistas e administra diversos negócios
no ramo do entretenimento.

Cantora, compositora, atriz e empresária, Anitta fez administração e


conciliou um emprego na Vale, paralelamente, a sua vida criativa.

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Hoje, ela administra a carreira artística e usa destas habilidades, também,
para traçar suas estratégias de marketing.

Bruce Dickinson é mais conhecido por ser vocalista da banda inglesa Iron
Maiden. Entretanto, ele acumula funções de radialista, escritor, ator,
esgrimista, mestre cervejeiro, diretor de marketing e piloto de avião.

Sim, paralelo à atividade de frontman de uma das bandas mais lendárias


do Heavy Metal, Bruce pilotou aviões comerciais e, ainda, montou uma
empresa de peças de aeronaves e treinamento de pilotos.

Então eu pergunto para você:

Por que condicionar o futuro da sua vida criativa, tão somente, se


você se sustentar com a sua arte?

Você percebe que a pressão por viver de arte sufoca a criatividade, e que,
seguidamente, artistas desistem da vida criativa por causa disso?

É evidente que, toda a pessoa apaixonada pela sua vocação almeja e


sonha se desenvolver para obter reconhecimento e dinheiro.

Mas, mesmo que isto aconteça, tantas outras possibilidades podem se


abrir.

Talvez, você mesmo queira fazer outras coisas além da sua arte.

É o caso de alguns artistas brasileiros como Fernanda Lima, Juliana Paes,


André Marques, Paulo Zulu e Bruno Gagliasso, pra citar apenas estes.

Exemplos de artistas que desenvolvem outras atividades além da sua


arte.

Diversos famosos têm negócios como pousadas, restaurantes, marcas de


cervejas e salões de estética feminina.

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Outros preferem seguir em carreiras acadêmicas, estudando, fazendo
mestrado, pesquisando ou lecionando.

A atriz Natalie Portman, ingressou em Harvard em meio às flmagens de


Guerra nas Estrelas. Em 2003, ela se formou em psicologia.

Brian May, guitarrista do Queen, se formou em Matemática e Física.


Abandonou o mestrado para tocar na banda inglesa. Hoje, é PhD em
astrofísica.

O ator e ganhador do Oscar, James Franco, é bacharel em Literatura


Inglesa e mestre em Cinema. Além de atuar, Franco escreve teses para
seu doutorado e leciona aulas em universidades.

E, se você pensa que isto é exclusividade dos tempos atuais, eu vou me


estender um pouco mais nos exemplos.

Leonardo Da Vinci ganhava a vida, também, aprimorando e


desenvolvendo projetos de rolamentos, tanques, canhões e armas
em geral.

O icônico escultor e pintor, também, era reconhecido como cientista,


matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta
e músico.

Curiosamente, naquele época, um grande artista precisava desenvolver


técnicas e conhecimentos de diversas áreas, como a flosofa, a
matemática, o pensamento, a escrita, o desenho, a pintura e as
invenções.

O pintor, pós-impressionista, Paul Gauguin, trabalhou em instituições


fnanceiras antes de se dedicar, exclusivamente, à pintura.

De certo modo, parte do patrimônio que Gauguin construiu foi


empregado para fnanciar sua própria arte.

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Contemporâneo de Gauguin, o pintor Henri Matisse se formou em
direito. Aos 22 anos de idade, decepcionou seu pai quando abandonou a
carreira jurídica e decidiu estudar arte em Paris.

Entretanto, quando se trata de conciliar emprego e vida artística, não há


como não mencionar a história de outro pintor francês da mesma época.

Um artista tardio e autodidata, que enfrentou críticas e chacotas por seu


estilo grotesco e ingênuo.

Mesmo assim, seguiu seu sonho de ser um artista, na mesma época


em que viviam Picasso, Monet e Cézanne.

Chamado por seus colegas de “O Aduaneiro”, Henri Rousseau


trabalhava como fscal da alfândega em Paris.

Nas horas vagas, ele se dedicava a pintar.

Aos poucos, grandes nomes como Camile Pissarro, Paul Gauguin e o


próprio Pablo Picasso, reconheceram na ingenuidade do artista ‘naif´,
uma espécie de estilo primitivo e infantil que eles mesmo buscavam
nesta época.

Talvez, Henri Rousseau não tenha sido aceito pelo ‘establishment’


artístico de Paris.

Entretanto, foi recebido com carinho e festividades por artistas


consagrados, que admitiram serem infuenciados pelo seu estilo.

Certamente, quando morreu em 1910, ele se foi com a sensação de que


sua arte fcaria viva e que valeu a pena não desistir.

"Saber o que você prefere, em vez de humildemente dizer amém ao que


o mundo lhe impõe como preferência, é manter a sua alma viva" -
Robert Louis Stevenson

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Viver de arte signifca muito mais do que ganhar dinheiro com a sua
produção criativa.

Viver de arte é algo muito maior em sua essência.

Manter a arte viva em si, independente de dinheiro, fama ou


anonimato, é o verdadeiro desafo.

O caminho de um artista é um constante ‘sim’ a sua arte.

É no conhecimento da sua essência e na manutenção do entusiasmo que


vive uma mente criativa.

O dinheiro é importante para vivermos, sim.

Mas, não é ele quem deve ditar se você deve continuar fazendo arte.

Apenas continue fazendo.

Espero que você esteja amadurecendo a cada dia seu artista.

Não se preocupe e vá com calma.

Aos poucos, você mesmo terá uma melhor dimensão da sua criatividade
e do que você deseja para a sua vida criativa.

Parte 2 – Como Ter Acesso A Sua Criatividade

Qual é a origem da criatividade?

"A postura do artista é de humildade. Ele é essencialmente um canal." -


Piet Mondrian

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Antes de aprofundarmos melhor como você pode acessar a sua
criatividade, eu preciso falar com você sobre a origem dela.

Ou melhor, como ela nos é dada.

A criatividade é uma benção. Mas ela não abençoa apenas alguns. Ela
abençoa a todos.

A energia criativa não nasce em nós. Ela passa por nós. Se assim a gente
permitir.

Este fuxo é muito mais profundo do que podemos compreender.

Esta energia nos usa como um canal. Ela existe através de nós.

De fato, somos os autores das obras, músicas, pinturas e livros. Somos


nós que criamos elas.

Mas a origem da criação não é nossa.

É a energia criativa que encontrou um caminho aberto para se


materializar.

Nós emprestamos a nossa técnica, a nossa voz, o nosso ponto de


vista e, principalmente, a nossa disponibilidade neste processo.

Nos recônditos profundos que trouxeram a faísca da nossa ideia, existe


um caminho liberado para que a nossa alma seja inspirada por uma força
e um poder superior.

Não importa como você chame isto; Universo, Deus, Musas, Forças,
Energia, Self, Inconsciente Coletivo.

O caminho criativo nasce por este fuxo.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


A compreensão de que existe algo alimentando o poder criativo é
benéfca para o artista, como também, é uma lição de humildade.

Ao admitir que somos um instrumento para a manifestação de uma força


maior, podemos esquecer nossa atitude egocêntrica de tentar controlar
as nossas criações.

Quem cria tem fé. E eu não falo aqui em fé no sentido religioso. Até por
quê, alguns conceitos da religião podem inibir e bloquear a criatividade.

O ato de criar depende da fé.

Ao se colocar na posição de um artista, um criador que muitas vezes


vislumbra algo que ninguém mais enxerga, é preciso uma boa dose de fé
para seguir no processo até materializar uma obra.

A fé mantém o canal aberto. É ela que faz com que você receba insights e
siga na direção do resultado fnal.

Não sou eu quem está falando isto.

Albert Einstein, Tolstói, Goethe, Pablo Picasso, Oscar Wilde, William Blake,
Keith Richards, David Ogilvy, Steve Jobs e infnitas outras mentes criativas
já manifestaram o mesmo.

Somos um grão de areia diante da imensidão deste universo


desconhecido.

Mas, também, somos quem vai trazer à luz algo que não existia, e que
vagava a espera de um canal.

Reconhecer que existe um plano infnito, que busca um meio de se


inserir eternamente em nosso espaço e tempo, é entender a origem
divina da criação de um artista.

E quando eu falo divino, entenda como você preferir.

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz


Eu entendo como se fosse meu Self, captando algo fora dos meus
domínios racionais.

Particularmente, acredito que existem as mais diversas forças


procurando inspirar as pessoas.

Não tenho certeza se todas são boas. Mas confo que, no fundo, nós
sabemos reconhecer isto.

Acima de tudo, acredito no poder que elas emanam e na resposta do


universo a elas.

O que voltará pra você terá a mesma energia de origem da sua criação.

A inspiração é a origem da criatividade.

Estar inspirado é respirar fundo o ar do universo e colocar ele pra dentro,


sabendo que, quando sair de volta, será uma parte de nós que vai para o
mundo.

Quem acha que não tem inspiração não está respirando.

A inspiração é oxigênio para a alma. Todos têm acesso a este oxigênio,


mesmo que ele seja invisível.

E ele existe por um motivo, para que a gente o respire.

Se você respira é por quê acredita que existe ar para insufar os seus
pulmões e lhe trazer vida.

Logo, se você for ateu, agnóstico, ou mesmo sentir resistência a esta


ideia, eu peço que considere este fuxo criativo como sendo o ar que você
respira.

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Você não o vê, mas ele existe e vai lhe trazer resultados. Vai lhe trazer
vida.

É muito importante considerar que a inspiração está disponível.

Pois, sendo esta energia a origem da criatividade, possibilita que todos


nós sejamos seres criativos e únicos.

Qualquer poder maior e supremo, qualquer Deus ou energia cósmica


que tenha criado a Via Láctea e os sistemas solares, está nos oferecendo
este poder de criação também.

Ao aceitar este poder, o nosso espírito experimenta uma energia


profunda.

Esta é a força do infnito se revestindo com algo único, que só você tem, e
ajudando a transformar um pedaço da sua alma em um presente para a
eternidade.

Para ser criativo você precisa manter aberto o canal de origem. Ele
possibilita você ser um criador do universo.

Para isto, basta que você mantenha o seu espírito livre e conectado.

É o que os artistas fazem.

Artistas não são seres especiais por quê foram escolhidos.

Eles são especiais pois fcaram disponíveis para carregar um poder que
não é deles, mas se manifesta por eles.

É claro que a criação de uma obra exige mais do que inspiração. Aí


entra o trabalho do artista de colocar em ação a técnica, o
conceito, a voz e o seu ponto de vista.

Mas, ignore a energia criativa e veja o trabalho meticuloso, técnico e

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profssional, ser insipidamente irrelevante ao confrontar a criação de um
entusiasmado e inspirado amador.

Mantenha sua criança artista alegre, seu espírito tranquilo e sua mente
aberta.

Acredite no invisível e você terá uma fonte inesgotável de energia criativa.

Como Ter Acesso A Sua Criatividade?

"As ideias se derramam sobre mim, vindas diretamente de Deus" -


Johannes Brahms

A vida criativa de um artista é como um rio. A energia que fui é uma


corredeira que vai passando pelos mais diversos lugares da alma e
deságua em margens nunca antes exploradas.

A melhor coisa que você pode fazer é deixar que esta energia fua
normalmente.

Para tanto, é essencial que você encontre o seu fuxo. Aquele que lhe é
adequado.

Não é uma tarefa tão fácil como pode parecer.

Isso, porque, muitas vezes, nosso rio está cheio de pedaços de árvores,
pedras e bifurcações, que parecem difcultar, ao máximo, o fuir natural
das águas criativas.

De fato, somos nós mesmos que permitimos que o nosso rio fque
sujo e bloqueie nossa criatividade.

Isso acontece porque cultivamos inúmeras situações que prejudicam a


sequência da nossa vida artística.

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Esta deve ser a sua intenção: limpar o fuxo da sua criatividade.

É assim que se constrói a força e o caráter duradouro de um artista.

Primeiro você destrava o caminho do seu rio, depois você deixa a vida
fuir naturalmente.

Com o tempo, a energia criativa vai fuir por você e, naturalmente, levá-lo
a novos lugares e descobertas.

E isto vai aumentar o seu poder.

Aos poucos, o medo e a insegurança darão lugar a uma confança natural


no desenvolvimento do caminho criativo.

E quanto mais forte for sua confança e seu fuxo criativo, mais difícil será
parar ele.

No início, alguns poucos galhos podem bloquear toda uma jornada.

Com o aumento de poder, este fuxo será forte o sufciente para


ultrapassar represas e barreiras de concreto.

Na prática, quanto mais você cultiva a força criativa, quanto mais você
mantém a sua arte na sua vida, mais confança você adquire para
enfrentar os obstáculos do caminho.

A jornada criativa necessita de trabalho e comprometimento, sim, mas


ela é algo natural.

Uma vez que você lida com naturalidade com os aspectos da sua vida
criativa, você encontrará o seu fuxo para manter a arte viva na sua vida.

O quê é a Síndrome do Impostor?

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Uma das barreiras que muitos artistas enfrentam é a chamada Síndrome
do Impostor.

Aquela sensação de que são uma fraude. Aquele pensamento constante


de que estão tentando ser algo que não são.

O termo ‘O fenômeno do impostor’ foi cunhado em um artigo, em 1978,


pelos psicólogos, Pauline R. Clance e Suzanne A. Imes.

Não é exclusivo de artistas. É algo comum nas pessoas.

Tampouco é uma doença.

A síndrome, ou fenômeno do impostor, é um padrão de


pensamento.

Leia-se por padrão, o fato de ser algo corriqueiro na mente de quem


sofre com isto.

Este fenômeno leva as pessoas a não enxergarem méritos em suas


conquistas.

É muito mais comum do que você imagina. Atinge todos, independente


de profssão ou sexo.

A ocorrência mais frequente deste padrão psicológico acontece em


pessoas que alcançam objetivos ou reconhecimento em suas vidas e
profssões.

Muitos grandes artistas e pessoas bem-sucedidas já admitiram, em


algum momento, alguns aspectos que caracterizam esta síndrome;

Meryl Streep, Tom Hanks, Penélope Cruz, Lady Gaga e a tenista Serena
Willians…

São apenas alguns dos famosos que já se manifestaram a respeito.

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Mas a síndrome do impostor não tem ocorrência apenas com pessoas
famosas. Ela pode ocorrer com qualquer um.

Neste caso, o padrão é a pessoa não acreditar nas suas capacidades.

Muitas vezes, ela vai desvalorizar as competências que tem.

Difculdades em aceitar elogios, minimizar conquistas e pequenos


sucessos, tentar ser perfeccionista demais, não se achar pronto ou
bom o sufciente e se comparar excessivamente com os outros…

São padrões e atitudes que podem atrapalhar a sua vida artística e o seu
fuxo criativo.

No caso dos artistas reconhecidos, existe um eterno medo de ser


descoberto como alguém que é uma farsa, ou que chegou até ali por
sorte.

Em se tratando de pessoas que buscam fortalecer a vida criativa, o medo


pode atrapalhar a evolução e a capacidade de agir.

Eu já senti algumas vezes os efeitos destes pensamentos.

Seguidamente, quando eu apresentava os espetáculos teatrais, ao fnal


das apresentações, quando as luzes acendiam e as pessoas batiam
palmas, eu não achava que eram de verdade.

Não sei, eu sentia que era algo do protocolo.

Que as pessoas faziam isto, mesmo sem gostar, por obrigação.


Literalmente, eu não recebia os aplausos.

Ou mesmo, quando alguns amigos meus me chamavam de artista, ou


falavam algo sobre minhas qualidades criativas, eu não levava a sério.

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Eu achava que eles estavam brincando ou apenas queriam me incentivar.

Eu melhorei bastante neste aspecto. Mas, vira e mexe, eu fco atento se


algum destes pensamentos aparecem.

Por exemplo, quando eu viajei para a Europa e toquei em alguns lugares,


constantemente, eu encontrei músicos extraordinários tocando na rua.

Eu parava pra assistir estas sessões de ‘buskin’ e começava a me achar


menos artista, menos músico.

Só que, hoje em dia, eu procuro identifcar este padrão e, rapidamente,


mudar meus pensamentos caso eles não agreguem nada para mim.

Cada artista escreve a sua própria história, eu penso.

E é preciso uma boa dose de treino e autocompaixão para lidar com esta
síndrome. Até porque, difcilmente ela passa.

Cabe a você construir sua força e o seu escudo para se proteger.

Quanto mais forte estiver o seu fuxo e a sua trajetória natural de


criatividade, mais difícil será bloquear esta energia.

Então, saiba que existe a tal da Síndrome do Impostor.

Vou deixar algumas características dela pra você identifcá-la melhor,


caso seja necessário.

Características do Fenômeno do Impostor:

➢ Sentimento de não merecer o sucesso


➢ Difculdade de aceitar elogios
➢ Medo de ser descoberto como fraude
➢ Medo de demonstrar confança nas suas habilidades

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➢ Considerar suas atitudes falsas
➢ Enxergar a qualidade apenas nos outros e não em si mesmo.
➢ Atribuir à sorte, ao acaso, ao engano dos outros as suas conquistas
➢ Não dar valor aos seus momentos de êxito e acertos
➢ Buscar a perfeição excessivamente

Dicas para combater os pensamentos desta síndrome:

✔ Não se compare com os outros


✔ Aceite quem você é, com todas as suas imperfeições
✔ Registre e guarde com carinho os elogios que você recebe
✔ Encontre sua postura de poder em palavras, roupas e atitudes
✔ Não tenha medo de parecer exibido
✔ Escolha alguém para confessar o que sente
✔ Admita as coisas em que você é bom, por mais banais que sejam
✔ Aceite que você não é perfeito ou 100% autêntico.
✔ Continue fngindo até acreditar em você.
✔ Não pare! Continue fazendo o que você deve fazer.

Seja um amador

Não importa que você olhe pro lado e veja outras pessoas talentosas.
Esqueça delas por um momento.

O início ou a retomada de uma vida artística deve ter o foco interno.


Cuidar de si é o seu principal dever.

Um dos principais erros que novos artistas cometem é o de se


comparar com artistas já estabelecidos, que estão em fases
diferentes.

Fazer isto é, totalmente, injusto consigo mesmo.

Você pode admirar e, mesmo, almejar levar a sua arte para um próximo
patamar. Mas, evite comparações desnecessárias.

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Em verdade, sempre que você quiser buscar um exemplo, use ele de
maneira positiva, para reforçar a sua própria trajetória.

Estudar a história de outros artistas, para benefício próprio, é uma


maneira de fazer isto.

Como foi que ele chegou até lá?

Todos começam sendo amadores.

Aliás, existe um paradoxo muito interessante sobre isto na vida artística:

O amador e o profssional.

Alguns dizem que o artista profssional é quem verdadeiramente ama a


sua arte, e por isto torna-se um profssional.

Outros, falam que o verdadeiro artista sempre deverá manter o lado


amador, pois é o instinto básico do seu processo criativo.

De fato, eu percebo como um paradoxo, pois acredito que um


artista possa ser ambos: amador e profssional.

Talvez, todo artista profssional precise manter seu lado amador.

Claro que nem todo amador deseja ser um profssional.

Entretanto, ser um profssional tem muito mais a ver com a atitude do


artista em relação ao seu trabalho e com o comprometimento dele com a
sua arte.

A ideia do que é, realmente, ser um artista profssional é confusa para o


grande público.

Por enquanto, minha dica é que você cultive o seu artista amador.

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Isto signifca se permitir desenvolver a sua criatividade, a sua técnica, as
suas aspirações e as suas pirações sem nenhuma obrigação, a não ser a
de agradar você mesmo.

É sendo um amador que você encontra seu lado criativo.

Evite julgamentos sobre o seu talento, sobre o sentido da sua


criatividade, sobre a fnalidade da sua vida artística.

Deixe a criança solta pra brincar.

Não importa se ainda é difícil para você se considerar um artista.


Considere-se um artista amador, então.

No fnal das contas, é a mesma coisa, pois todos começam assim.

Mas será importante para você se autorizar a determinadas vontades e


‘loucuras’ que só seriam aceitas se você fosse um artista.

Pois, então, você é um artista.

Vista-se de maneira exótica, fale alto em locais públicos, faça piadas com
estranhos, peça pra cantar uma música, crie uma coreografa no meio da
pista de dança.

Eu me lembro quando eu andava com a galera do teatro ainda no


colégio. Era legal, porque eu sentia que podia fazer o que quisesse.

Todos ali estavam deixando fuir as brincadeiras e bobagens sem se


importar com julgamentos.

Entretanto, a necessidade do mundo faz com que as pessoas percam a


espontaneidade.

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Os protocolos, o comportamento social, a opinião dos outros, a
moderação, são limitadores da nossa personalidade.

Muitas vezes, adequar-se a algum padrão rouba um pouco da nossa


verdade.

O teatro, na Grécia antiga, já usava máscaras para representar as


‘personas’ que usamos para viver em sociedade.

Mas, depois de tanto precisar se conter, as pessoas se tornam duras.

As emoções são escondidas e a espontaneidade soa como um pecado.

Pois, é isto que eu quero que você faça.

Cometa os seus pecados sociais. Brinque com as convenções, com o que


é aceito e com o que não é.

Pergunte por quê? Questione como uma criança.

Cultive as vontades e desejos da sua criança artista. Faça sua arte


sem julgamentos.

Trace planos, invente coisas, mostre para as pessoas.

Admire a sua coragem crescente de ser um artista e de expor ao


mundo as suas visões e criações.

Faça o mundo começar a acreditar em você. De maneira tranquila, sem


pressa e sem pressão.

Nenhum escritor começa na lista dos mais vendidos.

Nenhum chef de cozinha sai ganhando uma estrela Michelin.

Esqueça as ilusões de grandeza.

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Não fque divagando em expor sua obra no MoMA, em Nova Iorque, se
você sequer parou pra pintar seu primeiro quadro.

Não se compare. Todos têm aspectos fracos.

Em vez de fcar olhando para os seus, buscando ser perfeito desde o


início, foque nos seus pontos fortes.

Desenvolva, ainda mais, as suas qualidades e deixe-as mais


evidentes. Entenda e assuma o que você tem de positivo e busque
acentuar isto. Melhore cada vez mais.

Leve a sério o fato de você ser um artista amador. Isto já é um grande


passo.

Para muitas pessoas, assumir que se é um artista é a parte mais difícil da


vida criativa.

Aproveite e explore os anos de criatividade bloqueada, e não se


surpreenda se você achar algumas pérolas nas suas primeiras criações.

Um amador sabe brincar, sabe fngir e sabe se divertir com a sua arte. Ele
é a faísca do processo criativo de todo artista.

Eu me arrisco a dizer que o amador ama mais a si, do que a própria arte
que produz.

É por isto que, ser um amador, é tão fundamental para um artista.

Então, não esquente a cabeça.

Ame o seu lado criativo. Seja o artista que você quer ser.

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Parte 3 – Um Exercício Prático Para Turbinar A Sua
Motivação

As Páginas Matinais

Este exercício é muito legal e está aqui por um motivo.

Esta ferramenta tem o poder de fazer você escrever coisas que podem
estar guardadas e que você precisa ler para se dar conta disso.

Ele pode ser usado, também, para você limpar a sua mente todos os dias
e ajudar a organizar melhor as suas ações.

Funciona como uma espécie de meditação no papel.

Originalmente, ele foi criado pela escritora e artista Julia Cameron.

Este mesmo exercício já ajudou milhares de artistas e mentes criativas a


retomarem sua criatividade.

Eu coloquei ele aqui pois tenho certeza que ele pode ajudar você a
encontrar suas verdadeiras motivações para seguir no seu caminho.
Funciona assim:

 Pela manhã, logo após despertar, escreva a lápis ou a caneta tudo o


que você está pensando no momento.
 Escreva, obrigatoriamente, 3 páginas. Nem mais, nem menos.
 Escreva obrigatoriamente a mão. Quando acabar, guarde as folhas
em um local.
 Não leia o que você escreveu antes de 10 semanas
 Não mostre a ninguém o que você escreveu.

Na hora de escrever, não pense demais.

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Você não está estruturando um parágrafo para publicar, nem contando
uma história.

Você está colocando os seus pensamentos no papel.

Então, reserve uns 30 minutos logo que você acordar e saia escrevendo
tudo o que está na sua cabeça:

Pode reclamar da vida…


Pode xingar…
Pode chorar...
Pode escrever uma receita de bolo…
Pode contar um sonho que teve…
Pode escrever algo que aconteceu no dia anterior…
Desabafar sobre uma discussão que teve…
Relembrar um planejamento do seu dia…

Enfm, escreva o que está na sua cabeça no momento.

Não esqueça de preencher 3 páginas. Nem mais, nem menos.

A intenção é que você comece a prestar atenção aos seus pensamentos e


deixe isso registrado.

O resultado prático disso é o de organizar a sua mente e se colocar mais


no momento presente e no seu dia.

Boas coisas podem surgir se você criar o hábito deste exercício.

Escrever a mão é a maneira de você dar o tempo necessário para deixar


fuir os seus pensamentos no papel.

Resumo do Exercício ‘As Páginas Matinais’ - Por Julia Cameron

Após acordar
Escrever 3 páginas de próprio punho.

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Guardar e não ler nada até 10 semanas
Não mostrar a ninguém
Faça isto durante 3 meses

Este exercício tem poder. Não subestime a simplicidade dele.

Parte Final: Conclusão

Ao longo destas páginas eu procurei estimular cada um dos 3 pilares


fundamentais que são o segredo para você construir uma vida artística
de sucesso.

Através do conhecimento dos 7 mitos, minha intenção foi de reforçar a


sua confança em você e na sua arte.

Na parte da criatividade, eu procurei mostrar que existe um fuxo natural


de energia que você deve cuidar. Também, mostrei como é comum
querer sabotar suas qualidades e como você deve cultivar o seu artista
amador.

Por último, coloquei este exercício comprovado que já ajudou milhares


de pessoas a recuperarem seus sonhos criativos e a motivação para
colocá-los em prática.

Espero que você tenha gostado de ler, tanto quanto eu gostei de escrever
ele ;)

Nos vemos por aí,

© 2019 Ligando A Lâmpada – Taba Kuntz

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